BBB 23: relacionamentos abusivos não são exclusividade'mulheres frágeis', alerta especialista:

Fotoarquivo representa cenaviolência entre homem e mulher

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Em relacionamentos abusivos, há violência verbal, emocional, psicológica, física, sexual, financeira ou tecnológica

Em um dos episódios, após Bruna dizer que era o "homem da relação", ele respondeuforma hostil: "Mas já já você vai tomar umas cotoveladas na boca". Em outro momento, Gabriel afirma que a atriz "parece uma sarna" por estar sempre ao seu lado.

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A tempestade tropical severo Saunansi começou a ser formado 18 agosto associação a uma grande circulação 😆 saída e se intensificou ligeiramente mais tarde, segundo o Centro Nacional Furacões (NHC), e se intensificou como se 😆 aproximava da costa leste do norte da Flórida no fim 29 agosto.

De acordo com o NHC, Saunansi começou 😆 a seguir para o leste enquanto seguia para o oeste.

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Em diversas circunstâncias, porém, a artista rebate as agressões e questiona o modelo por suas atitudes. Por isso e porpersonalidade forte, muitos telespectadores do programa se surpreenderam com o fatoBruna estar envolvidaum relacionamento abusivo.

Mas segundo Daniela Pedroso, especialistaviolência contra a mulher que trabalha na área há 25 anos, diferente do que muitos acreditam, não só mulheres frágeis e condescendentes podem ser vítimashomens tóxicos.

"É um mito que só mulheres frágeis ou que não são empoderadas podem sofrer um relacionamento abusivo. Na verdade, ele pode estar presente na vidatodas nós", diz a psicóloga que atende vítimasviolência.

Segundo Pedroso,casos como esses, o fatouma mulher rebater as agressõesseu parceiro tampouco significa que ela não estejauma relação problemática e violenta.

Montagem com fotosBruna Griphao e Gabriel Tavares

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Legenda da foto, Bruna Griphao e Gabriel Tavares

"Especialmente quando se tratacasais com mais condições econômicas ou poder social, a situaçãoabuso muitas vezes não vem à tona. A população desfavorecida tem as paredescasa finas, enquanto no caso dos mais ricos a parede é grossa e não conseguimos escutar os gritos", explica, usando uma analogia.

A especialista chama a atenção para um caso da juíza Viviane Vieira do Amaral, morta pelo próprio ex-marido no RioJaneiro2020um casoviolência doméstica e feminicídio.

"Isso prova como o relacionamento abusivo está presentetodo lugar. Essa juíza conhecia a lei, trabalhava com casosviolência e mesmo assim infelizmente foi vítima".

O que é um relacionamento abusivo?

Em um relacionamento abusivo, nota-se a presençapelo menos um destes tiposviolência: verbal, emocional, psicológica, física, sexual, financeira e tecnológica (esta vai desde controle velado das redes sociais da vítima até insistênciaobter senhas pessoais, controleconversas, curtidas e amizades online).

Para caracterizá-lo, são levadosconta fatores como o sofrimento causadouma pessoa, a frequência dos abusos, ciclosagressão e escalonamento da violência.

Além disso, nas relações abusivas costuma haver discrepância no poderumrelação ao outro, ou seja, uma posiçãodesigualdade. Esse tiporelacionamento segue alguns padrões e gera sentimentos recorrentes como dúvidas, confusão mental, ansiedade, insegurança e esperançaque o parceiro mude e os abusos cessem.

"E infelizmente muitas vezes a mulher se sente desacreditada, se culpa pelo que está acontecendo", diz Daniela Pedroso.

Segundo a especialista, as relações desse tipo ainda costumam seguir um padrão. "Geralmente começamforma silenciosa e posteriormente seguem algumas fases", diz.

A especialista explica que a primeira fase é atensão, quando começam os insultos e ameaças. A segunda é acrise. "Em casosviolência, é quando começam os empurrões, socos e outras agressões".

A terceira fase é a luamel. "É quando o homem muda o comportamento, pede desculpas e pode haver uma reconciliação. Em seguida, o ciclo recomeça."

Fotoarquivo representa cenaviolência entre homem e mulher

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Legenda da foto, Vítimas geralmente são mulheres

Umacada três mulheres já sofreu violência sexual ou física, segundo a ONU, que aponta que a maioria é praticada por parceiros.

No Brasil, a lei Maria da Penha entrouvigor2006 como uma tentativafacilitar a puniçãoautoresviolência doméstica. E desde 2021, o Código Penal inclui também o crimeviolência psicológica contra a mulher.

Mas as vítimas são sempre mulheres? Não necessariamente, mas na maioria das vezes. Diferentes pesquisas apontam quemais80% dos casos o abusador é um homem e a vítima é uma mulher.

Como sairum relacionamento abusivo?

Pedroso viu como positiva a atitude do Big Brotheralertar os participantes sobre o caso, pois alémdespertar a consciência dos participantes, também aproveita a oportunidade para tocar no temarede nacional.

"Muitas mulheres não percebem que estão vivendo uma relação abusiva e chamar a atenção para o problema coloca luz sobre um problema que nós, profissionais da saúde, por vezes só conseguimos abordar com um número limitadopessoas", diz.

A especialista ainda aconselha mulheres que tenham se dado contasua situação a procurar ajuda o quanto antes, pois é preciso fazer uma intervenção. "Hoje é muito mais simples buscar ajuda do que no passado. Existem diversos órgão públicos preparados para lidar com casos assim no Brasil", diz.

Segundo Pedroso, as mulheres podem procurar as DelegaciasDefesa da Mulher, a Casa da Mulher Brasileira - um centroatendimento humanizado e especializado no atendimentoviolência doméstica - e até os serviçossaúde públicaseu município.

Em casos mais graves, as vítimas ainda podem lançar mão da estratégia desenvolvida pela Campanha Sinal Vermelho, que aconselha as mulheres a irem a uma farmácia, drogaria, supermercado, hotel ou condomínio participante da ação e apresentar um X vermelho desenhadouma das suas mãos a um dos atendentes do local, orientado a pedir ajuda à polícia.

Para quem deseja denunciar um casoabuso físico ou psicológico, a orientação é ligar para a polícia (190)situaçõesemergência, como no momentoque uma vizinha está sofrendo violência.

Se for para denunciar casos que não estão ocorrendo naquele exato momento, a orientação é entrarcontato com a CentralAtendimento à MulherSituaçãoViolência (Ligue 180), que é um serviço do governo federal, gratuito e que preserva o anonimato.

- Este texto foi publicadohttp://vesser.net/brasil-64388533