Covid: 'Quem cometeu erros graves na pandemia precisa ser punido', diz Drauzio Varella:cassino pin up
"Se tivéssemos começado a vacinarcassino pin updezembro ou janeiro, não estaríamos com maiscassino pin uptrês mil mortes diárias como acontece atualmente", observa.
O médico também destaca o papel do Sistema Únicocassino pin upSaúde (SUS) e entende que os erros cometidos precisam ser apurados e julgados.
"O Brasil tem menoscassino pin up3% da população mundial. No momento atual,cassino pin upcada quatro pessoas que morremcassino pin upcovid-19 no mundo, uma é brasileira. É uma mortalidade absurda", critica.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista.
cassino pin up BBC News Brasil - Na entrevista que o senhor nos concedeucassino pin upabrilcassino pin up2020, uma das frases que chamaram a atenção foi: "Eu acho que vai acontecer uma tragédia nacional, eu não tenho dúvida disso". Passado um ano, o senhor avalia que esse prognóstico se cumpriu ou foi ainda pior que o esperado?
cassino pin up Drauzio Varella - Infelizmente, esse prognóstico se cumpriu e foi pior do que eu esperava naquela época. Eu passei três fases nesta epidemia. A primeira foicassino pin upjaneiro do ano passado, quando a doença estava só na China, não tinha nem chegado direito na Europa. Quer dizer, já tinha chegado, mas não havia ainda um número grandecassino pin upcasos. E as informações que a gente tinha é que não haveria mais mortos por esse coronavírus do que pelas epidemiascassino pin upgripe. E que a maioria das pessoas, por voltacassino pin up80%, teria sintomas leves.
Isso foi antes da epidemia chegar à Itália. Quando chegou lá, nós já tivemos noção do que estava acontecendo. Em abril do ano passado, nós já sabíamos o que estava se passandocassino pin upNova York e que estávamos diantecassino pin upuma epidemia grave. E os primeiros casos começaram a acontecercassino pin upSão Paulo. A primeira morte por covid-19 no Brasil foicassino pin upmarço do ano passado.
E eu achei que ia ser uma tragédia porque você tem uma epidemiacassino pin upum vírus que se transmite por meiocassino pin upgotículas que a gente elimina quando fala, tosse e espirra. E esse vírus, quanto mais próxima uma pessoa fica da outra, mais fácilcassino pin uppegar. Quando se tem uma epidemia dessas, o ideal então era fechar e ter isolamento, que é o que começava a ser feito na Itália e na China. Isso é clássico na saúde pública, ninguém inventou nada agora. Isso é feito assim há milênios: afastar as pessoas, trancar, deixarcassino pin upcasa para proteger.
Mas eu sabia que fazer isso no Brasil seria muito difícil. Eu já rodei muito pelas periferias das cidades brasileiras por causa dos programascassino pin uptelevisão, e nós temos um cinturãocassino pin uppobreza e misériacassino pin upvoltacassino pin upcada metrópole e até ao redor cidades menores... São pessoas que não têm condiçãocassino pin upficarem isoladas. Elas não têm condições porque dependem do trabalho diário para poder comer e levar alimento à família. Como é que essas pessoas iam fazer isolamento? Eu já imaginava naquele momento que teríamos um problema sério e que o Brasil ia ser fortemente assolado pela epidemia.
Mas eu não tinha previsto que haveria uma desorganização do Ministério da Saúde, a pontocassino pin upo ministério perder completamente a relevância no país. E ter um presidente da República que dá exemplo pessoal do que fazer para disseminar a epidemia. Porque se você acordar amanhã e disser: o que vou fazer para disseminar a epidemia no Brasil, o que você faria? Você sairia sem máscara e faria aglomerações. É a única coisa que você poderia fazer para disseminar a epidemia. E foi o que ele fez, e é o que ele tem feito. Eu não previ que isso pudesse ter um impacto tão grande. E a epidemia foi ficando cada vez pior.
Você se lembra que nós tivemos uma fasecassino pin upque todo mundo ficava esperando o pico? Lembra disso no ano passado? O pico vai sercassino pin upmaio,cassino pin upjunho... O que aconteceu no Brasil? Nós atingimos esse pico e ele não foi seguido por uma queda, como aconteceucassino pin upvários países. Ele foi seguido por um platô. E ficamos com um número grandecassino pin upmortos até setembro e outubro, só começou a cair um pouco depois disso. Aí veio a segunda onda. A gente sabia que existia essa possibilidade, mas não dava para prever nem quando e nem como ela aconteceria.
cassino pin up BBC News Brasil - Em outro trecho dessa entrevista do ano passado, o senhor comentou: "Nos últimos dez anos, nós tivemos 13 ministros da Saúde. A médiacassino pin uppermanência no cargo foicassino pin updez meses, porque o Ministério da Saúde foi usado como troca política". Naquele período,cassino pin upabrilcassino pin up2020, o Brasil estava à beiracassino pin uptrocar o então ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta. Depois dele, vieram Nelson Teich, Eduardo Pazuello e agora Marcelo Queiroga. Ou seja: a médiacassino pin uptroca, que eracassino pin updez meses, caiu nesse período para quatro meses. Como essa troca constantecassino pin upmeio à pandemia prejudicou a resposta do Brasil à crise sanitária?
cassino pin up Varella - Quando você tem uma epidemia, você tem que ter um governo central que decida combater a epidemia. A decisãocassino pin upcombater a epidemia é política. É o presidente da República que tem que tomar essa decisão. E aí o que ele faz? Bom, ele é o presidente, ele não tem obrigaçãocassino pin upser formado na área da saúde. Ele então escolhe um ministro da Saúde que tenha. O ministro da Saúde não precisa ser um médico, um especialista naquela área. Mas precisa ser uma pessoa com formação para se cercar dos profissionais competentes que possam definir a orientação. E aí o ministro da Saúde impõe essas medidas e o presidente da República apoia. Nós não tivemos nada parecido com isso.
Na verdade, quem conduziu o combate à pandemia foi o presidente da República. Um ex-ministro disse claramente: um manda, outro obedece. O que está acontecendo agora? A mesma coisa. O que você pode cobrar do atual ministro da Saúde, se ele não pode falar a favor do isolamento social e tem que manter essa enganação que é o tratamento precoce? Ele não pode dizer para parar com essa históriacassino pin uphidroxicloroquina, ivermectina... Ele simplesmente não pode fazer isso. Ele tem que dizer que os médicos possuem o direitocassino pin upprescrever. Quer dizer, ele está numa situaçãocassino pin upque foi escolhido para obedecer o presidente da República e esse é o problema todo.
cassino pin up BBC News Brasil - Ao longo dos últimos meses, o nome do senhor e trechoscassino pin upvídeos antigos foram utilizados foracassino pin upcontexto para relativizar a covid-19 ou espalhar desinformação sobre a pandemia. Como foi lidar com isso do pontocassino pin upvista individual?
cassino pin up Varella - É muito desagradável. Eu tenho uma carreira e comecei a divulgar temascassino pin upsaúde numa épocacassino pin upque médicos sérios não apareciam na televisão ou nas rádios. E eu me expus ainda nos anos 1980, por causa da epidemiacassino pin upaids. Eu achei que a informação tinha que chegar à população, porque naquela época a aids era tratada como peste gay. E mantenho esse trabalho até hoje. Uma parte importantecassino pin upminha atividade é essa,cassino pin updivulgar informação sobre saúde.
Aí tem gente que vai buscar um vídeo que você fezcassino pin upjaneirocassino pin up2020, quando não havia nenhum casocassino pin upcovid-19 no Brasil ou qualquer descrição da doença no país. E essas pessoas pegam esse material e jogam nos meioscassino pin upcomunicação como se eu tivesse acabadocassino pin updizer aquilo. Acontece que eu tenho um desprezo tão profundo por essas pessoas que sinceramente eu nem me sinto ofendido.
Eles pretendem o que com isso? Se pretendem me atingir, com que finalidade? Eu não sou candidato a nada. Não sou político, nunca fui e nunca serei. O que pode acontecer com isso? Nada. Não vão me atingircassino pin upmaneira nenhuma. Não vão prejudicar a minha carreira por causa disso. E também não vão prejudicar as minhas pretensões, simplesmente porque não as tenho.
A finalidade disso é confundir a população. Esse é o aspecto mais doloroso. É dizer: olha, o nosso presidente disse que é uma gripezinha, mas o Dr. Drauzio Varella também fala o mesmo. Mas eles não avisam que esse vídeo foi feito antescassino pin upa epidemia chegarcassino pin upverdade. O Dr. Anthony Fauci, que é a maior autoridadecassino pin updoenças infecciosas nos Estados Unidos, falou a mesma coisa. Assim como várias outras autoridades mundiaiscassino pin upsaúde do mundo inteiro. À época, havia uma sériecassino pin uprazões científicas para essa interpretação.
cassino pin up BBC News Brasil - Por um lado, a internet tem esse lado perverso, da descontextualização e do uso políticocassino pin upcertas falas e personalidades. Mas ela também possui um lado leve, como os memes, os stickerscassino pin upWhatsApp, os vídeos virais. Como o senhor encara esses materiais feitos comcassino pin upimagem?
cassino pin up Varella - Olha, eu me divirto com eles. Eu acho engraçado, ainda mais quando jovens e crianças repassam esses stickers e memes com minhas caricaturas. Eu acho que isso faz parte da comunicação. Você é jornalista e é interessadíssimocassino pin upcomunicar as coisas para as pessoas. No decorrercassino pin upseu trabalho, você está sempre pensando: como que eu consigo atingir mais gente? Como é que essa informação que eu tenho pode ir mais longe, não é verdade?
Eu penso assim também. Como eu posso levar essa informação mais longe do que ela poderia chegar? Se eu quero que as pessoas entendam e aprendam coisascassino pin upsaúde que são importantes para o dia a dia delas, quanto mais gente eu atingir, melhor. E eu acho que a internet, ao lado dos mil problemas que causa, tem essa vantagem. De as pessoas poderem interferir e tornar a informação mais leve e interessante.
cassino pin up BBC News Brasil - O Brasil também gastou (e ainda gasta) muito tempo com discussões sobre tratamento precoce e remédios como hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina. Como esse assunto desviou o foco e nos atrasou no combate à pandemia?
cassino pin up Varella - Essa discussão foi armada justamente para isso. Ela foi armada para desviar a atenção, não aconteceu por acaso. Nós temos um presidente que adotou medidas para as pessoas saírem na rua e pegar o vírus. E ele deu exemplocassino pin upmedidas assim. O que ele podia dizer? "Pode ir à rua, não seja maricas, forme aglomerações. Mas se você ficar doente, pode ser que você não ache vaga na UTI". Ele não poderia dizer isso, não é mesmo? Então qual foi a estratégia? Se você ficar doente e pegar o vírus, faça o tratamento precoce com cloroquina ou ivermectina.
Quando o presidente teve covid-19, ele deu exemplo disso. Ele pegou um copo d'água e disse: "Já tomei um comprimidocassino pin upcloroquina, estou me sentindo melhor. Vou tomar o segundo agora". O que ele estava querendo? Enganar as pessoas. Enganar. Em outras palavras, a mensagem era: se você pegar o vírus, é só tomar isso aí que você vai ficar bom e está acabado. Não precisa se preocupar...
O Donald Trump fez a mesma coisa nos Estados Unidos. Só que a legislação americana pune os médicos que prescrevem medicações que não são indicadas para o tratamento daquela enfermidade. O médico americano que receitar cloroquina no tratamento da covid-19 pode ser punido legalmente. Não pelo conselhocassino pin upmedicina ou seu equivalente, mas pela justiça comum.
E aí o Trump fez o quê? Desovou no Brasil toda a cloroquina que estava encalhada nos Estados Unidos. Porque os médicos americanos não vão prescrever um medicamento que não tem indicação e eficácia numa doença, porque podem ser processados criminalmente e pagar indenizações milionárias. Com isso, a cloroquina sobrou por lá. Ela foi encaminhada pra cá, para ser distribuída e enganar as pessoas, como se aquilo tivesse alguma capacidadecassino pin upproteger da doença.
cassino pin up BBC News Brasil - O senhor citou o Conselho Federalcassino pin upMedicina (CFM) e, nas últimas semanas, eles têm batido muito na tecla da autonomia, que o médico é quem sabe o melhor tratamento para seu paciente. Eles não chegam a falarcassino pin uptratamento precoce ou da hidroxicloroquina diretamente, mas esse debate acontece dentro dessa discussão. Como o senhor vê a atuação do CFM e das outras entidades representativas da medicina brasileira durante essa pandemia?
cassino pin up Varella - Elas são entidades políticas, que não representam os médicos brasileiros. Essa coisacassino pin updizer que o médico tem autonomia para fazer o que ele acha melhor, não é bem assim. Como autonomia? Eu tenho autonomiacassino pin upreceitar um medicamento ou um procedimento inútil para tratar a doençacassino pin upum paciente? E o paciente? Ele não tem o direitocassino pin upreceber apenas tratamentos que sejam ativos contra a doença dele? Quer dizer, o médico diz e escolhe o que fazer? E digo para o paciente que determinado remédio tem eficácia quando isso é mentira? É isso, eu proponho uma mentira para meu paciente? Isso é antiético.
Aí você pode me dizer que muitos médicos prescrevem o tratamento precoce. Olha, os médicos que prescrevem fazem-no por duas razões. Primeiro, por ignorância. Por não estudarem, por não acompanharem a literatura. Faltam para eles os fundamentoscassino pin upformação científica. São até pessoas bem intencionadas, mas despreparadas. E o segundo grupo são médicos políticos. São pessoas que defendem as posições do presidente da República e acham que eles têm que fazer isso por razões políticas. As duas situações não falam a favor dessas pessoas...
cassino pin up BBC News Brasil - Como o senhor avalia o atual ritmo da vacinação contra a covid-19 no Brasil?
cassino pin up Varella - É um ritmo ridículocassino pin uprelação ao que poderia ter sido. Nós temos um dos melhores programascassino pin upimunização do mundo. Não sou eu que estou dizendo isso, é a Organização Mundial da Saúde e muitas outras instituições. O Brasil tem 38 mil salascassino pin upvacinação pelo país inteiro. No Brasil, ninguém precisa viajar para ser vacinado. As pessoas vão para as unidades básicascassino pin upsaúde e recebem a vacina lá. O que nós fizemos foi desorganizar o Programa Nacionalcassino pin upImunizações (PNI). Foi colocar nos quadroscassino pin upchefia pessoas que não tinham noção, que nunca participaramcassino pin upcampanha nacional.
Você pega o ministro anterior: ele mesmo dizia que não tinha nenhuma experiência. Não tinha vacinado uma pessoa na vida dele e,cassino pin uprepente, tem esse desafio pela frente. E ainda tem que lidar com um presidente que não se interessou pelas vacinas logocassino pin upcara. Ele falava mal da vacina do Butantan, que hoje é o que está salvando a pele dele e do PNI. As vacinas do Butantan são responsáveis por 80% das vacinas administradas no Brasil.
Nós não compramos vacinas, não nos preparamos para esse momento. O mundo inteiro estava comprando: os Estados Unidos, a Comunidade Europeia, o Japão, os países asiáticos… As vacinas estavam disponíveis. Mas nós não compramos. E caímos na situação que a gente se encontra hoje.
Bom, é claro que vamos ter vacinas. Mas quantas pessoas terão morrido até lá sem necessidade? Pessoas essas que poderiam já ter sido protegidas. Se tivéssemos começado a vacinarcassino pin updezembro ou janeiro, não estaríamos com maiscassino pin uptrês mil mortes diárias como acontece atualmente
cassino pin up BBC News Brasil - E como foi a sensaçãocassino pin uppoder tomar a vacina? Como o senhor se sentiu?
cassino pin up Varella - É engraçado, você tem um sentimento contraditório nessa hora. De um lado, é um alívio grande. Bom, tomei a vacina, posso até pegar a doença, mas parece que a chancecassino pin upmorrer agora é muito pequena. O que eu não quero é morrer. Ficar doente e me curar, está bom. Não quero também, mas é menos grave.
Do outro lado, é uma sensaçãocassino pin upfrustração,cassino pin upsaber que a gente podia estar vacinando milhares e milharescassino pin uppessoas por dia. Eu vejo pessoas da minha própria família e amigos meus que ainda vão demorar para tomar a vacina. Então você tem alívio e frustração pelos outros que não tiveram a mesma sorte que tive.
cassino pin up BBC News Brasil - Os últimos meses foram marcados por recordes nos númeroscassino pin upcasos e óbitos por covid-19 e um colapso do sistemacassino pin upsaúdecassino pin upvários locais do país. Como o Sistema Únicocassino pin upSaúde (SUS) se portou diante deste desafio? E como seria a situação se não tivéssemos ele?
cassino pin up Varella - Bom, vou começar pela segunda pergunta. Se não tivéssemos o SUS, seria a barbárie. As pessoas estariam morrendo nas ruas. Para dizer a verdade, eu acho que o SUS me surpreendeu. Ele reagiu muito melhor do que as possibilidades que tinha. Com a criaçãocassino pin upleitoscassino pin upUTI,cassino pin upleitos hospitalares,cassino pin upprogramascassino pin upatendimento... Eu sinceramente acho que o SUS teve uma atuação impecável. Eu não consigo dizer que vi algum desleixo. Teve essas coisascassino pin updesvioscassino pin updinheiro, claro. Mas não são coisas que o SUS fez, mas bandidos que se aproximam do serviço público.
Me parece que pela primeira vez os brasileiros entenderam o que é o SUS. Porque até agora a impressão dos brasileiros era que o SUS era aquela bagunça, que você vai ao pronto-socorro, não é atendido, ficacassino pin upmaca no corredor... Agora nós vimos o que aconteceu. Agora os brasileiros têm uma dimensão do que é o SUS. Eu acho que isso pode ser uma das boas consequências da epidemia, se é que a gente pode dizer assim. Ela chamou a atenção para a importância do Sistema Únicocassino pin upSaúde no Brasil.
Você vê, no Reino Unido existe NHS [National Health System, ou Sistema Nacionalcassino pin upSaúde numa tradução literal] e os ingleses têm um orgulho dele. Nas Olimpíadascassino pin upLondres,cassino pin up2012, eles colocaram o NHS no centro do gramado. Nós fizemos as Olimpíadascassino pin up2016 no Riocassino pin upJaneiro e não colocamos o SUS. E olha que o SUS é muito mais importante do que o NHS.
Primeiro, o NHS surgiu depois da Segunda Guerra Mundial. Então ele está aí na faixa dos 70 anoscassino pin upexistência. Houve tempo para aprimorá-lo. Isso num país rico, com populaçãocassino pin upalto nível educacional, muito organizado e com cercacassino pin up66 milhõescassino pin uphabitantes. Até eu organizo um sistemacassino pin upsaúde assim. Quero ver fazer essa organização num paíscassino pin up210 milhõescassino pin uphabitantes, com essa tremenda desigualdade social e regional que nós temos e com esse baixo nívelcassino pin upescolaridade. Não é fácil. Nenhum país com maiscassino pin up100 milhõescassino pin uphabitantes tem um sistemacassino pin upsaúde com as características do brasileiro. É um caso único, citado no mundo inteiro.
Aqui no Brasil nós não temos a visão dessa importância que o SUS tem. Eu acho que agora, passada a epidemia, quando as coisas acalmarem um pouco, nós vamos ter a ideiacassino pin upcomo nós podemos contribuir para o aprimoramento do SUS. Isso é possível. Como? Você não precisa trabalhar no SUS para ajudar a aprimorá-lo.
O SUS tem a organização do Ministério da Saúde e das Secretarias Estaduaiscassino pin upSaúde. Mas o SUS acontece no município. É lá que você vai procurar a unidade básicacassino pin upsaúde. Então é no município que a nossa participação pode ser muito mais eficiente e eficaz. Porque você fala com o vereador, você cobra do prefeito, você participa dos conselhoscassino pin upsaúde... A população brasileira tem que participar da organização do Sistema Únicocassino pin upSaúde.
cassino pin up BBC News Brasil - Os últimos meses também foram marcados por muitos pedidoscassino pin upcientistas por um lockdown nacionalcassino pin upalgumas semanas. Como o senhor vê essa questão? E como lidar com um lockdown num país tão desigual como o nosso?
cassino pin up Varella - Vamos dizer que agora, por um passecassino pin upmágica, você conseguisse deixar todos os brasileiros dentrocassino pin upcasa, sem receber visita nenhuma, por duas ou três semanas. Você acabaria com a epidemia. Acabaria. O vírus vai passar pra quem? Só que isso é inviável: as pessoas acham que basta decretar lockdown. Não é verdade. Você tem pessoas que precisam saircassino pin upcasa para manter os serviços essenciais. E você tem pessoas no Brasil que saemcassino pin upcasa para ganhar o suficiente, comprar o alimento e levar para a família. Se elas não fizerem isso, a família passa fome.
O nívelcassino pin uppobreza é muito grande. Nós estamos vendo isso agora. Temos 120 milhõescassino pin uppessoas com a segurança alimentar sob risco. Olha a desigualdade social no Brasil! A gente encarava a desigualdade como? Ah, o Brasil é desigual, é assim mesmo... Não é possível aceitar esse nívelcassino pin updesigualdade, não podemos permanecer dessa maneira.
Então como você faz lockdown? Nós temos um exemplo importante, que foi Araraquara, cidade do interiorcassino pin upSão Paulo. O prefeito chamou os industriais da cidade, os comerciantes, os sindicatos, conversou com todos, explicou o que estava acontecendo, e o que temos que fazer. Ele disse que as pessoas estavam morrendo e iam morrer muito mais se nada fosse feito. E aí eles fizeram um lockdown rápido.
Mas as pessoas que estavamcassino pin upcasa recebiam cestas básicas, que foram doadas pela Prefeitura e pela iniciativa privada. Não foi fácil, o prefeito foi até ameaçadocassino pin upmorte. E eles conseguiram dessa maneira fazer cair rapidamente o númerocassino pin upocupaçãocassino pin upleitos,cassino pin uppessoas internadas na UTI e as mortes. O resultado só não foi melhor porque as cidadescassino pin upvolta não fizeram lockdown.
Por isso, você tem que ter uma coordenação central. Eu acho que um lockdowncassino pin upterritório nacional nunca vai ser realizado no Brasil. O que vai acontecer é que,cassino pin upacordo com a evolução dos casos, com a lotação das UTIs e o colapso dos sistemascassino pin upsaúde, vai ter que fazer pequenos fechamentos regionais. Eu não vejo outra alternativa.
cassino pin up BBC News Brasil - Outra discussão muito forte no Brasil ao longo dos últimos meses foi a dicotomia entre saúde e economia. Muitoscassino pin upnossos representantes, a começar pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), disseram que medidas restritivas quebrariam nossa economia e isso seria até pior que a própria covid-19. No entanto, estamos no pior momento da pandemia até agora e sem perspectiva algumacassino pin upretomada econômica. O senhor vê algum caminho para lidar com essa questão?
cassino pin up Varella - Houve um mal entendido desde o início. Se dizia que as pessoas precisavam trabalhar para preservar a economia. Mas o que provoca a crise econômica e financeira é a existência da epidemia. Não é o fatocassino pin upas pessoas ficaremcassino pin upcasa, não é o combate à epidemia. É justamente o contrário. Quanto mais rápido a epidemia desaparecer, mais depressa a gente retoma a economia. Isso é um clássico da história das epidemias.
Aqui foi o contrário. Você vê agora, o ministro da Economia dizia há uns dois meses que a solução é a vacina. A única coisa que vai recuperar a economia é a vacina. Veja as montadoras aqui no Estadocassino pin upSão Paulo, que fecharam as fábricas. Elas não fecharam porque queriam fazer um lockdown. Fecharam porque são incapazescassino pin upgarantir a segurança dos funcionários numa situaçãocassino pin upque a epidemia está correndo solta, sem nenhum controle. Ou você vacina e recupera a economia, ou a economia vai ficar patinando nessa situação grave. E quanto mais tempo levar, pior. Mais tempo durará a crise.
cassino pin up BBC News Brasil - Nos últimos dias, aumentou a discussão sobre uma CPI para apurar as ações do Governo Federal e até dos governos estaduais e municipais durante a pandemia. O senhor pessoalmente acha que é necessário rever o que foi feito até agora e responsabilizar agentes públicos por ações que foram tomadas ou ignoradas?
cassino pin up Varella - Veja, o Brasil tem menoscassino pin up3% da população mundial. No momento atual,cassino pin upcada quatro pessoas que morremcassino pin upcovid-19 no mundo, uma é brasileira. É uma mortalidade absurda. Nossa participação écassino pin up27% das mortes. O país não precisava se encontrar nessa situação. E isso é muito grave, porque são pessoas que perderam a vida. E se cria esse climacassino pin upque estamos numa guerra... Não estamos numa guerra. As pessoas que pegam o vírus só morrem porque pegaram o vírus. Se elas não tivessem pegado o vírus, estariam vivas. Portanto, são mortes evitáveis.
Quem cometeu erros graves na pandemia precisa ser punido. Que tipocassino pin uppunição? Não tenho ideia, não sou jurista. Isso vai ficar para os advogados, para o Supremo Tribunal Federal, para o sistema jurídico brasileiro. Eles que vão estabelecer quais são as responsabilidades.
Se receito para o meu paciente um remédio que não tem ação para tratar a doença dele e tem efeitos colaterais, eu posso ser punido eticamente pelo Conselho Regionalcassino pin upMedicina do Estadocassino pin upSão Paulo. E também posso ser punido pela justiça comum. E isso quando prejudico uma única pessoa. Agora, imagina se eu prejudiquei centenascassino pin upmilharescassino pin uppessoas. Eu acho que isso tem que ser apurado e não pode ficar sem um processo jurídico.
cassino pin up BBC News Brasil - O senhor sempre viajou muito pelo país e tinha uma rotinacassino pin upatendimentos e consultas constantes. Como foi a adaptação ao trabalho neste último ano?
cassino pin up Varella - Olha, não tive tempocassino pin upme adaptar. Eu passeicassino pin upuma vida para outra imediatamente. Eu tinha muita atividade mesmo. Eu lembro que,cassino pin upnovembrocassino pin up2019, teve uma semana que eu peguei avião todos os dias. Entre idas e vindas, às vezes eu pegava dois aviões num dia, um pra ir e outro pra voltar. Eu saíacassino pin upSão Paulo, fazia uma palestra numa cidade do Nordeste ou do Norte, e voltava, tudo no mesmo dia. Fazia partecassino pin upminha rotina. De repente, fiquei fechadocassino pin upcasa.
Por outro lado também, comecei a ter uma demanda para manter atividade educacional, o que foi muito bom. E é um trabalho completamente diferente daquele anterior. Eu gostocassino pin upfazer, mas às vezes fico um pouco tumultuado quando tem muita coisa na agenda. E essa comunicação pela internet é esquisita. A gente não estava habituado com ela. Se você vai numa reunião com dez pessoascassino pin uptornocassino pin upuma mesa, uma está anotando, a outra está tirando um dadocassino pin upum celular, uma terceira está olhando pra cima e ouvindo a conversa... Nós não estamos acostumados a nos encarar tanto tempo como a gente se encara hoje.
E mais: nós não estamos habituados a ver nossa própria imagem na tela o tempo inteiro. Nós não estamos acostumados a ver a nossa imagem enquanto falamos. Esse estímulo é invasivo. Eu estou olhando pra você, as suas reações, olhando nos seus olhos. Você está olhando nos meus. E, ao mesmo tempo, você está olhando para você mesmo numa tela. É uma comunicação que gera estresse. Tanto que você participacassino pin upuma live e se sente cansado. Cansado até fisicamente, porque ficar sentado o tempo todo cria problemas. A nossa espécie não tem adaptação ainda para esse tipocassino pin upcomunicação. E isso causa um estresse geral.
cassino pin up BBC News Brasil - O senhor é oncologista e sabemos que essa é uma área da medicinacassino pin upque as novidades não param. Durante este ano, o senhor conseguiu se atualizar nas últimas descobertas sobre o câncer, ou o foco total foicassino pin upentender a pandemia?
cassino pin up Varella - Eu continuo lendo e estudando, até porque eu gosto e não sou capazcassino pin upme afastar desse conhecimento. Mas você fica muito mais desfocado. Muito mais. Eu tenho que participarcassino pin upuma mesa redonda sobre um tipocassino pin upcâncer do aparelho digestivo. Eu me preparo para essa aula, estudo, leio...
Mas tenho também que acompanhar o que está acontecendo com a covid-19, porque eu sou solicitado a dar opinião. Eu não posso estar desinformado e isso me desfoca um pouco. E é algo que está acontecendo com os médicoscassino pin upforma geral.
cassino pin up BBC News Brasil - E a rotina? O senhor conseguiu criar novos hábitoscassino pin upexercício, alimentação e bem-estar diante das necessidadescassino pin uprestrição?
cassino pin up Varella - Antes da pandemia, eu levava uma vida muito complicada. Não parava nem para almoçar. Às vezes, comia um pãocassino pin upqueijo na hora do almoço para aguentar até o jantar. Era uma vida muito irregular. Saíacassino pin upmanhã pra trabalhar e ia atécassino pin upnoite. Às vezes, chegava tarde. Em casa, você estabelece um regime mais disciplinado. Isso foi bom, eu consegui me manter. Não ganhei peso, ao contrário, até emagreci um pouco. Mas fiquei com medo. Pensei: agora, com atividade reduzida ecassino pin upcasa, com a geladeira à disposição, se eu bobear vou ganhar peso. Na minha idade, ganhar peso é muito ruim. Aliás,cassino pin upqualquer idade é ruim, mas na minha é pior.
Eu continuo fazendo exercício. Eu não tenho corrido na rua agora por uma sériecassino pin uprazões. Mas eu subo a escadaria do meu prédio. Era um exercício que eu já fazia antes e agora faço com muito mais regularidade. Subo as escadas até o último andar e desçocassino pin upelevador, até porque na descidacassino pin upescada a gente pode machucar o joelho. Esse é o exercício que eu faço.
Eu me convenci do seguinte nesses 50 anoscassino pin upmedicina: todo mundo quer viver muito, claro. Você também quer, imagino. Mas não a qualquer preço. Se eu disser que, aos 80 anos,cassino pin upmemória vai começar a ir para o espaço, você vai ficar restrito, não vai ter coordenação motora para levar o garfo à boca, não vai conseguir ir até o banheiro, precisará usar fralda... Aposto que assim você não vai querer.
cassino pin up BBC News Brasil - E para evitar isso, é preciso tomar aquela sériecassino pin upcuidados e medidascassino pin upsaúde...
cassino pin up Varella - Aí é que está. Isso não vemcassino pin upgraça. Para alguns, até vemcassino pin upgraça, por causa da genética. São pessoas muito privilegiadas. Mas são raras também. É pouco provável que isso aconteça com você ou comigo. Nós vamos ter que batalhar mesmo. É fazer exercício, não deixar o corpo parado… Corpo parado estraga depressa.
cassino pin up BBC News Brasil - Em outro trecho da entrevistacassino pin upabrilcassino pin up2020, o senhor disse: "Esse vírus vai ficar um bom tempo entre nós. Não com essas características que está tendo agora, promovendo essa mortalidade absurda, mas ele vai levar muito tempo para desaparecer do contato com a humanidade." O senhor já enxerga alguma luz no fim do túnel?
cassino pin up Varella - Eu acho que daria agora exatamente a mesma resposta que eu dei há um ano atrás. Só espero que, daqui a um ano, eu não tenha que dar essa mesma resposta também. O que eu acho é que esse vírus vai ficar por aí mesmo. E isso por várias razões. Primeiro, as vacinas que nós temos protegem contra a doença. Todos os estudos foram feitos assim. Vamos dar a vacina para um grupo e para outro não. Depois, nós vamos ver quantos morreram, foram parar na UTI e comparar com o outro grupo. Mas, até agora, nós não fizemos nenhuma comparaçãocassino pin upquantos vacinados vão adquirir o vírus e ficaram assintomáticos. Se eu pego o vírus e fico assintomático, está ótimo. Só que aí eu vou para uma festa, vou visitar meus filhos, minha netas... Eu vou transmitir o vírus, apesarcassino pin upter sido vacinado. Nenhuma vacina provou até agora que é capazcassino pin upinibir a transmissão do vírus.
Segundo ponto, será que nós vamos conseguir vacinar a população brasileira inteira? Nós vamos conseguir vacinar grande parte da população. Mas inteirinha, não vai dar. Porque tem gente que se nega a tomar vacina, que toma a primeira dose e não vai tomar a segunda... Enfim, é muito difícil você vacinar 100% das pessoas.
Terceiro, podem aparecer variantes que não respondam às vacinas que nós desenvolvemos. E isso obriga a gente a criar novas vacinas e ficar vacinando periodicamente. Então é muito pouco provável que a gente elimine o vírus definitivamente. Agora, quanto mais gente vacinada, mais cairá o númerocassino pin upcasos e o númerocassino pin upmortes. Mas vamos ter o vírus presente por aí por bastante tempo ainda.
E isso quer dizer que as medidas que nós temos que tomar hoje, especialmente o usocassino pin upmáscaras, precisarão ser mantidas. No ano que vem, nós vamos usar máscaras ainda. Porque, veja, você tem a covid-19. Passam seis, sete meses, e tem outra vez a mesma doença. Quer dizer, provavelmente não há imunidade permanente.
Com isso, é possível, ou pelo menos existe uma grande probabilidade,cassino pin upque as vacinas também não o façam, o que vai obrigar a novos cicloscassino pin upvacinação. Não tem drama, é o que a gente faz com a gripe hoje. Mas não conseguimos ficar livres do vírus da gripe. E não vamos conseguir ficar livres desse coronavírus.
cassino pin up BBC News Brasil - Que recomendação o senhor deixaria para as pessoas diante desse momento que estamos na pandemia para proteger a si e a todos aos redor?
cassino pin up Varella - A primeira medida a tomar é identificarcassino pin upque fase da epidemia nós estamos. No momento atual, estamos numa fase muito dura. Os hospitais seguem lotadoscassino pin upgente. O sistemacassino pin upsaúde estácassino pin upcolapso. E as pessoas muitas vezes não entendem o que é colapso. Colapso quer dizer: não tem jeitocassino pin upatender. É como se não tivesse hospital para as pessoas que precisam dele. Você é atropelado na rua, tem um afundamentocassino pin uptórax, precisa ser levado para UTI e não tem lugar. Você morre no pronto-socorro por essa faltacassino pin upatendimento.
Nessas fases,cassino pin upque a doença está dessa maneira, a gente tem que tomar cuidado o máximo possível. E qual é o cuidado? Usar máscara. E não é só evitar aglomeração. Porque aglomeração é um bandocassino pin upgente. A gente não acha que três ou quatro pessoas façam uma aglomeração. Você pode até não ir numa balada ou no pancadão. Mas imagina que você resolve reunir dois casaiscassino pin upamigos para uma pizza num domingo. Se uma dessas pessoas estiver infectada, o riscocassino pin upvocê se infectar vai ser grande. Ah, mas eu conheço e sei que essas pessoas estão se cuidando... Não dá pra assumir quarentena alheia. Não dá. Porque cada pessoa tem o seu jeitocassino pin upfazer. Portanto, numa fase como essa, todo cuidado é pouco.
Quando as coisas começarem a melhorar, você estiver vacinado, as pessoas ao seu redor também, aí você vai ter mais liberdade. Até para eventualmente convidar os dois casaiscassino pin upamigos para a pizzacassino pin updomingo. Daí você vai abrir as janelas, deixar ventilar o máximo possível o ambiente. E vai evitar ficarcassino pin uplugares apertados, com gente sem máscara.
E você vai continuar a usar máscara. A máscara é hoje uma peça do vestuário. Você não sai à rua sem camisa, mesmo que esteja calor. Você põe a camisa. A máscara é a mesma coisa.
As pessoas vão ter que entender a necessidade dessas medidas. Se nós fizermos isso direito, vamos proteger a nós mesmos e os nossos familiares. Se a gente continuar nessa coisacassino pin upsair e negar o problema, nós vamos correr riscos e vamos correr risco pelos nossos familiares. E esse é um problema muito sério.
Uma lição que a gente tem que aprender nessa epidemia para não repetir na próxima é o conceitocassino pin upgrupocassino pin uprisco. Espero que nunca mais se fale numa coisa dessas nas epidemias. Olha o que aconteceu na aids. Quem eram os gruposcassino pin uprisco naquela ocasião? Os homossexuais e os usuárioscassino pin updroga injetável. Isso saíacassino pin uptudo quanto é jornal. Na prática, uma mulher que não é homossexual e que não usava droga na veia, achava que não corria risco nenhum e não usava preservativo. Ela não era do grupocassino pin uprisco... Quantas mulheres não se infectaram assim?
Agora, na covid-19, quem é grupocassino pin uprisco? Pessoas acimacassino pin up60 anos e quem tem pressão alta, diabetes ou obesidade. Aí eu estou com 32 anos, não tenho essas condições, e penso que está tudo bem, se eu pegar vai ser uma doençacassino pin upnada. Olha o que está acontecendo agora: mais da metade das pessoas nas UTIs brasileiras tem menoscassino pin up40 anoscassino pin upidade.
Grupocassino pin uprisco não existe. O que existe é o comportamentocassino pin uprisco. Porque eu posso estar numa aglomeração com 100 pessoas e, se nenhuma delas estiver infectada, eu não vou pegar o vírus. E eu posso estar num jantarzinho íntimocassino pin upquatro, cinco pessoas e uma pessoa infectada pode infectar todos os outros.
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