'Kit intubação': 'Desativamos leitosblaze pro jogoUTI para não ficarmos sem estoque', a dura rotinablaze pro jogohospitais com escassezblaze pro jogomedicamentosblaze pro jogoSP:blaze pro jogo
"Há uma pressão muito grande para admitirmos novos pacientes. O nosso desejo é voltar aos 30 leitos. Mas a gente não consegue fazer isso agora, pela incerteza se teremos medicamentos suficientes para assistir os internados", declara o médico à BBC News Brasil.
A decisãoblaze pro jogodiminuir as vagas na unidade é preocupante,blaze pro jogorazão da trágica fila por um leitoblaze pro jogoUTI, na qual somenteblaze pro jogomarço morreram quase 500 pessoasblaze pro jogoSão Paulo. Porém, Marim afirma que foi a única alternativa no atual período. "Se esses leitos estivessem ocupados agora, certamente estaríamos sem medicações", declara.
Mesmo com a reduçãoblaze pro jogo20% no atendimento na UTI destinada a casosblaze pro jogocovid-19, Marim aponta que atualmente há medicamentos para pacientes intubados somente pelos próximos três ou quatro dias.
"O estoqueblaze pro jogoanestésico, principalmente, está muito crítico", declara. Ele ressalta, porém, que a situação é dinâmica e que "a busca por fornecedores é incessante e diária", por isso acredita que a unidade logo deve conseguir abastecer o estoque.
A atual realidade da Santa Casablaze pro jogoSão Carlos é um exemploblaze pro jogomeio a tantas outras unidadesblaze pro jogosaúde que também vivem o drama da escassezblaze pro jogomedicamentos que compõem o chamado "kit intubação". Esse cenário tem sido registradoblaze pro jogotodo o país.
Nesta quarta-feira (14/4), São Paulo ganhou destaqueblaze pro jogorelação ao tema, após o governo estadual solicitar os medicamentos com urgência ao Ministério da Saúde e afirmar que teve pedidos anteriores ignorados pelo governo federal.
Escassez do 'kit intubação'
Medicamentos do chamado "kit intubação" — como anestésicos, sedativos e bloqueadores neuromusculares — são fundamentais para pacientes intubados porque garantem a chegadablaze pro jogooxigênio aos pulmões, como nos casos gravesblaze pro jogocovid-19.
Diante do atual cenário no país, o pior desde o início da pandemia, a explosãoblaze pro jogointernações pela covid-19 fez com que o sistemablaze pro jogosaúde ficasse ainda mais sobrecarregado.
Cada vez mais, os medicamentos para pacientesblaze pro jogoestado grave são utilizados. A partirblaze pro jogoentão, eles viraram alvosblaze pro jogoalertas sobre a possibilidadeblaze pro jogose tornarem escassos.
Em março deste ano, o Ministério da Saúde tomou uma sérieblaze pro jogomedidas administrativas para centralizar as compras dos medicamentos que compõem o chamado "kit intubação".
Com isso, todo o excedenteblaze pro jogoprodução dos laboratórios farmacêuticos que fabricam esses anestésicos, sedativos e bloqueadores neuromusculares foi encaminhado para o Governo Federal, que ficou responsável por realizar a distribuição aos Estados por meio do Sistema Únicoblaze pro jogoSaúde (SUS).
Para o Ministério da Saúde, na época sob o comando do então ministro Eduardo Pazuello, a centralização das comprasblaze pro jogomedicamentos do "kit intubação" seria uma formablaze pro jogomelhorar a distribuição dos itens pelo país.
Mas desde o mês passado, os relatos sobre escassez desses medicamentos se tornaram cada vez mais comuns.
O secretárioblaze pro jogoSaúde do Estadoblaze pro jogoSão Paulo, Jean Gorinchteyn, afirmou nesta semana que a quantidadeblaze pro jogomedicamentos enviada ao Estado até o momento é "ínfima".
Na terça-feira (13/4), o governoblaze pro jogoSão Paulo encaminhou um ofício ao Ministério da Saúde afirmando que precisava receber medicamentos do kit intubaçãoblaze pro jogo24 horas para repor estoques e evitar o desabastecimento das medicações nos hospitais.
Gorinchteyn disse que encaminhou, nos últimos 40 dias, nove ofícios ao Ministério da Saúde sobre a situação e a redução contínua dos estoques. Apesar disso, ele afirma que não recebeu nenhuma resposta.
"À medida que o Governo Federal fez essa requisição emergencial, nós perdemos a possibilidadeblaze pro jogoadquirir esses produtos. Nós atendemos os nossos hospitais estaduais, mas os municípios também estão pedindo ajuda e nós precisamos acolhê-los", declarou Gorinchteyn,blaze pro jogoentrevista coletiva na quarta-feira (14/4).
O secretárioblaze pro jogoSão Paulo afirmou que a situação no Estado é "gravíssima". Ele disse que o sistemablaze pro jogosaúde está na "iminência do colapso" por causa da escassez desses medicamentos.
De acordo com Gorinchteyn, o Estado paulista precisa receber essas medicações com urgência para conseguir abastecer 643 hospitais pelos próximos dez dias.
Durante a coletivablaze pro jogoquarta-feira, o governadorblaze pro jogoSão Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que o Ministério da Saúde "cometeu um erro gravíssimo" ao centralizar a compra e distribuição dos medicamentos.
"Nenhum governo estadual, municipal ou instituições privadas pode adquirir esses insumos porque as empresas receberam um confisco, um sequestro do Governo Federal. Gostaríamosblaze pro jogosaber por que o Ministério da Saúde não faz a distribuição desse material aos Estados, que podem levar até a ponta nos hospitais", declarou.
Nos últimos dias, representantesblaze pro jogoRioblaze pro jogoJaneiro, Mato Grosso do Sul, Bahia e outros Estados também fizeram manifestações e alertas ao Ministério da Saúde sobre a escassez dessas medicações.
Esse cenário existe atualmenteblaze pro jogotodos os Estados, segundo o Conselho Nacionalblaze pro jogoSecretáriosblaze pro jogoSaúde (Conass).
Em nota à BBC News Brasil, o Ministério da Saúde afirma que já distribuiu maisblaze pro jogo8 milhõesblaze pro jogomedicamentos "para intubaçãoblaze pro jogopacientes ao longo da pandemia". Segundo a pasta, um grupoblaze pro jogoempresas vai doar, nesta semana, maisblaze pro jogo3,4 milhõesblaze pro jogomedicamentos, "que serão distribuídos imediatamente aos entes federativos".
O Ministério da Saúde afirma que estãoblaze pro jogoandamento dois pregões e uma compra direta desses medicamentos por meio da Organização Pan-Americanablaze pro jogoSaúde (OPAS).
"A pasta esclarece que todos os acordos feitos para aquisiçãoblaze pro jogomedicamentosblaze pro jogointubação orotraqueal (IOT) respeitam a realidadeblaze pro jogocada fabricante, os contratos fechados anteriormente e a necessidade do Brasil, contemplando hospitais públicos e privados nas regiões com maior riscoblaze pro jogodesabastecimento", diz o comunicado do Ministério da Saúde.
'Está faltandoblaze pro jogomuitos locais'
Um médico intensivista que trabalhablaze pro jogoUTIsblaze pro jogohospitais da Grande São Paulo afirma à BBC News Brasil que muitas unidadesblaze pro jogosaúde da região têm enfrentado diversas dificuldades diante da escassez do "kit intubação".
"A atuação está muito complexa. Hoje mesmo estava com o pessoalblaze pro jogocomprablaze pro jogoum hospital e não conseguiram sequer uma ampolablaze pro jogobloqueadores musculares. O Ministério da Saúde ordenou que as fábricas repassem os medicamentos ao governo federal, porém isso não está chegando na ponta", critica o médico, que pediu para não ser identificado.
"A gente tem recorrido a drogas alternativas, que não usamosblaze pro jogocondições normais. Isso virou uma realidadeblaze pro jogogrande parte do país", acrescenta o médico.
Pelo país, profissionaisblaze pro jogosaúde têm recorrido a medicamentos que normalmente não são usadosblaze pro jogoterapia intensiva para manter pacienteblaze pro jogoventilação mecânica atualmente. Desta forma, medicamentos que já estavamblaze pro jogodesuso para esse fim voltaram a ser adotadosblaze pro jogoalguns locais, como Metadona (opioide), Diazepam (ansiolítico)blaze pro jogocomprimido, tiopental (barbitúrico usado para induçãoblaze pro jogoanestesia geral), entre outros.
O intensivista ouvido pela reportagem afirma que faltou organização do Ministério da Saúdeblaze pro jogorelação aos medicamentos.
"Chegamos à atual situação porque houve aumento mundial no consumo dessas drogas, mas isso era admissível. O governo federal deveria ter colocado as fábricas para até, se possível, quintuplicar as produções dessas drogas no Brasil ou importar para ter um estoque estratégico. Era preciso ter visão estratégica", diz.
O médico diz que o cenárioblaze pro jogoescassez do "kit intubação" aumenta a mortalidade nas unidadesblaze pro jogosaúde. Ele afirma que essa situação supera até a já preocupante médiablaze pro jogo80%blaze pro jogomortes entre os infectados que precisamblaze pro jogoventilação mecânica no Brasil, conforme revelou levantamento feitoblaze pro jogo2020 pelo pesquisador Fernando Bozza, da Fiocruz — a média mundial é de, aproximadamente, 50%blaze pro jogoóbitos nesse estágio da doença.
"Posso dizer que está faltando muitos (medicamentos)blaze pro jogomuitos locais. Isso faz com que a qualidade da assistência fique péssima. Não à toa a mortalidadeblaze pro jogovários locais está acimablaze pro jogo90%blaze pro jogoquem é intubado", declara o intensivista.
Dificuldades para adquirir medicações
Na Santa Casablaze pro jogoSão Carlos, cujos atendimentos são por voltablaze pro jogo80% relacionados ao SUS, os estoques duravamblaze pro jogosete a 10 dias no ano passado,blaze pro jogomeio à pandemia. "Se precisasse, a gente conseguia buscar o material, pois sabia onde encontrar", afirma o infectologista Vitor Marim.
Agora, alémblaze pro jogoalguns medicamentos terem aumentado até 500%blaze pro jogorazão da alta demanda, os responsáveis pelos hospitais enfrentam dificuldades para encontrar os fármacos.
"Hoje, nem se tivéssemos muito dinheiro conseguiríamos encontrar com facilidade, por causa da escassez no mercado", declara Marim.
No fimblaze pro jogomarço, por exemplo, a unidadeblaze pro jogosaúdeblaze pro jogoSão Carlos precisou receber anestésicosblaze pro jogooutros dois hospitais da região porque não tinha o medicamento para a intubaçãoblaze pro jogopacientes com a covid-19. Situação semelhante já foi registradablaze pro jogooutras unidadesblaze pro jogosaúdeblaze pro jogoSão Paulo, como a Santa Casablaze pro jogoLimeira, que também precisou pedir medicamentos a outros hospitais.
Um levantamento feito com 300 hospitais filantrópicos nesta semana pela Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentesblaze pro jogoSão Paulo (Fehosp) apontou que as unidadesblaze pro jogosaúde do Estado entraramblaze pro jogocontato com maisblaze pro jogo22 fornecedoresblaze pro jogomedicamentos no início desta semana e não encontraram possibilidadeblaze pro jogocompra.
Segundo a Fehosp, a Secretariablaze pro jogoSaúde do Estadoblaze pro jogoSão Paulo tem auxiliado, mas não tem conseguido grandes volumes dos fármacos.
"Estamos batalhando por importações que estão sendo lideradas pela Confederação das Santas Casas, mas os estoques no exterior também não estão disponíveis e tememos pelo pior. Se o volumeblaze pro jogointernação não cair rapidamente, não conseguiremos repor os estoques e será uma situação trágica", afirmou o diretor-presidente da Fehosp, Edson Rogatti,blaze pro jogonota encaminhada à imprensa.
O levantamento da Fehosp apontou que maisblaze pro jogo160 hospitais consultados tinham estoquesblaze pro jogoanestésicos, sedativos e relaxantes musculares para,blaze pro jogomédia, três a cinco diasblaze pro jogoduração. Além disso, os responsáveis pelas unidades também relataram que os antibióticos estavam começando a ficar escassos.
Segundo a federação, alguns dos hospitais que estão operando com estoquesblaze pro jogodois a três dias estão localizadosblaze pro jogocidades como Matão, Guarujá, Votuporanga, Presidente Epitácio, Fernandópolis e Rio Preto.
Conforme a Fehosp, são raros os locaisblaze pro jogoSão Paulo que possuem estoque para 10 dias. Além disso, a entidade alerta que as unidades que afirmam ter medicamentos para cercablaze pro jogooito dias são os hospitais maiores, que recebem grande volumeblaze pro jogonovas internações diariamente e nos quais o estoque pode cair "bruscamenteblaze pro jogoum dia para o outro".
O temorblaze pro jogofaltar qualquer alternativablaze pro jogomedicamento é constante para profissionaisblaze pro jogosaúde que atuamblaze pro jogohospitais com pouco estoque do "kit intubação".
Vitor Marim, que está na linhablaze pro jogofrente na Santa Casablaze pro jogoSão Carlos, comenta que uma das maiores dificuldades é começar um tratamento e não saber se aquela prescrição será executada até o fim,blaze pro jogorazão da possibilidadeblaze pro jogoque a medicação acabeblaze pro jogopoucos dias.
"Diariamente avaliamos o que podemos usar hoje ou amanhã. Daqui a dois dias, pode ser que não tenha mais aquela medicação e precisaremos alternar com outra", diz o infectologista.
"O tratamento atual tem uma complexidade muito maior, porque não sei se terei medicamento para daqui a dois ou três dias", acrescenta.
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