As lições da Estônia, país que revolucionou escola pública e virou líder europeubetano limita apostasrankingbetano limita apostasEducação:betano limita apostas
"Os estonianos realmente acreditam que a educação abre uma ampla gamabetano limita apostaspossibilidades", ressalta a ministra.
Na Estônia, a educação é gratuita e inclusivabetano limita apostastodos os níveis, explica Reps, o que significa que todos têm igual possibilidadebetano limita apostasinserção. "Também oferecemos acesso igual a vários serviçosbetano limita apostasapoio baseados nas necessidade, como refeições gratuitas na escola, fornecimentobetano limita apostasmateriais didáticos, serviçosbetano limita apostasaconselhamento, alémbetano limita apostassubsídiosbetano limita apostastransporte e, a partir do ensino secundário, acomodação."
Amor pelas letras e investimento pesado
Durante séculos, o povo estoniano teve suas terras dominadas por outros povos, principalmente suecos e russos. O país foi criado como Estado autônomo apenasbetano limita apostas1917.
De 1940 a 1991, se tornou um estado membro da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).
Tal e qual hoje, portanto, a Estônia é um jovem paísbetano limita apostasapenas 27 anos. Mas, desde muito tempo atrás, uma coisa não mudou: o apreço do povo estoniano pela cultura letrada.
Tanto é que,betano limita apostasacordo com registros históricos, há 150 anos o índicebetano limita apostasalfabetização da população já erabetano limita apostas94%. "Sempre fomos famintos pelo aprendizado", define Reps.
Com o país moderno e independente, a decisão governamental passou a ser priorizar os investimentosbetano limita apostasEducação. Atualmente, o Estado investe 6% do PIB (Produto Interno Bruto) no ensino. Em termos percentuais, é o mesmo que o Brasil. Mas na horabetano limita apostasesmiuçar os dados, considerando PIB per capita e númerobetano limita apostasalunos na rede, notam-se discrepâncias.
No Brasil, o PIB per capita ébetano limita apostasR$ 31 mil,betano limita apostasacordo com dados da OCDE referentes ao anobetano limita apostas2017 betano limita apostas . Na Estônia, é o equivalente a R$ 110 mil. Enquanto o governo brasileiro investe, no ensino básico, R$ 6,6 mil por aluno ao ano, o governo estoniano aplica o equivalente e R$ 28 mil.
Se comparado com o Brasil o valor é alto, comparado com os outros países europeus, não chega a impressionar. A média da União Europeia, bloco que conta com a Estônia desde 2004, ébetano limita apostascercabetano limita apostasR$ 41 mil por aluno ao ano.
Professores valorizados e acordo socialbetano limita apostasprol da Educação
Talvez a resposta para a eficiência estoniana, portanto, estejabetano limita apostasum mistobetano limita apostasbons investimentos e eficiência no uso desse montante. "Nós nos esforçamos para a excelência na educação, porque acreditamos que cada pessoa deve ter a chancebetano limita apostasdesenvolver e usar seu maior potencial", diz a ministra.
"A educação sempre foi uma prioridade para investimentos, quando se tratabetano limita apostassaláriosbetano limita apostasprofessores, redebetano limita apostasescolas ou infraestrutura digital", ressalta Reps. "O aumento salarial dos professores estonianos também se destaca no nível internacional. Os salários dos professores aumentaram na maioria dos países da OCDE nos últimos 10 anos, mas os indicadores da Estônia são realmente impressionantes quando comparados a outros."
Na Estônia, a categoria teve um incrementobetano limita apostasrendabetano limita apostas80% na última década. Hoje, o salário-base dos docentes ébetano limita apostas1.150 euros. "No ano que vem, serábetano limita apostas1.250 euros o piso da categoria. Na média, serábetano limita apostas1.500 euros", afirma a ministra.
"Acreditamos que deve haver um acordo social e político para que a Educaçãobetano limita apostasum país seja valorizada. Considerando o padrão geralbetano limita apostasvida, a educação é uma áreabetano limita apostasque uma porcentagem considerável do orçamento é investida", completa.
"A chave está no acordo com a sociedade. Todos devem entender a necessidade da educação - só assim é possível obter resultados."
Autonomia e liberdadebetano limita apostassalabetano limita apostasaula
As diretrizes do ensino estão no currículo nacional. Mas como aplicá-las fica,betano limita apostasgrande parte, a critériobetano limita apostascada escola. Isso significa que as metodologias e até mesmo os ambientesbetano limita apostassalabetano limita apostasaula podem ser definidosbetano limita apostasacordo com o plano dos professores. "O currículo determina os resultados gerais. A maneirabetano limita apostasalcançá-los é escolhida pelos professores", diz a ministra. O currículo é constantemente atualizado.
"Na Estônia, as escolas e os professores desfrutambetano limita apostasum elevado graubetano limita apostasautonomia na tomadabetano limita apostasdecisõesbetano limita apostastodos os aspectos da aprendizagem e do ensino", completa.
Essa descentralização se tornou regra após a dissolução da União Soviética. Foi quando o governo decidiu dar liberdade às escolas, exigindo delas, por outro lado, a responsabilidade quanto às diretrizes.
De forma geral, as matérias são ensinadasbetano limita apostasforma integrada, ou seja, sem a divisão clássica entre as disciplinas. As competências mais valorizadas são "aprender a aprender", ética, empreendedorismo e educação digital. Todos os professores devem ter mestradobetano limita apostassuas áreasbetano limita apostasatuação.
Durante o período escolar, os alunos precisam aprender língua e literatura estonianas, primeira e segunda línguas estrangeiras, matemática, biologia, geografia, física, química, humanidades, história, civismo, música, arte, artesanato, tecnologia e educação física.
Mas também são comuns aulasbetano limita apostashistória das religiões, design e economia.
No contra-turno, período do diabetano limita apostasque os alunos não têm aulas, todas as escolas oferecem aulasbetano limita apostasesporte, música, artes e oficinasbetano limita apostastecnologias.
É quando também os problemas individuais dos alunos com baixo desempenho são solucionados. No sistema educacional estoniano, bons e maus alunos não são separadosbetano limita apostasclasses diferentes. Mas aqueles com mais dificuldade recebem ajuda, fora do horário das aulas,betano limita apostasprofessores particulares, psicólogos e psicopedagogos, conforme a necessidade.
"Existem competências gerais que todo aluno deve desenvolver: cultura e valores; habilidades sociais ebetano limita apostascidadania; autodeterminação, autoaprendizagem, interação e comunicação; matemática, ciências naturais, tecnologia; empreendedorismo e competências digitais", enumera.
Os resultados estão não apenas na boa colocação no Pisa,betano limita apostasmodo geral, mas também quando se analisa os índicesbetano limita apostasalunos no nível mais baixobetano limita apostasaprendizagem. Apenas 8% dos jovens estonianosbetano limita apostas15 anos - idade dos avaliados pelo Pisa - estão no nível mais baixobetano limita apostasaprendizagem.
Isso significa que eles têm dificuldade para relacionar entre si partes diferentesbetano limita apostasum mesmo texto, por exemplo. A média dentre os países da União Europeia para a mesma questão ébetano limita apostas15%. No Brasil, são 30% os que apresentam tal dificuldade.
"Claro que ficamos orgulhososbetano limita apostasnossas conquistas,betano limita apostasnossa avaliação no Pisa", comenta Reps. "Mas o objetivo é a educação - e não a pontuaçãobetano limita apostastestes".
A contratação dos professores não é mediante concursos públicos como os que existem no Brasil.
Lá, os candidatos a diretoresbetano limita apostasescolas são entrevistados por um conselho formado por pais, professores e representantes do governo municipal. A ideia é analisar suas habilidadesbetano limita apostaseducação ebetano limita apostasgestão. Na horabetano limita apostascontratar um professor, a responsabilidade pela sabatina cabe ao diretor da escola.
Serve para o Brasil?
Replicar um modelobetano limita apostasum país para o outro, na opinião da ministra estoniana, não é algo tão factível, uma receita mágica que poderia resolver os déficits educacionais. "Cada país é diferente e não existe uma receita ou um modelo secreto que possa ser usado apenas copiando tudo", acredita ela.
As ressalvas são óbvias: discrepânciasbetano limita apostastamanho populacional, problemas históricos ainda não resolvidos ou mesmo diferenças culturais. "O modelo da Estônia foi formulado considerando um pequeno país. Circunstâncias brasileiras são completamente diferentes", afirma Reps.
Por outro lado, ela reconhece que parcerias entre nações são importantes. No caso da Estônia, com a igualmente bem-sucedida Finlândia, atual quinta colocada no ranking Pisa. "A Finlândia é nosso principal parceiro quando tratamosbetano limita apostasmelhores práticas educacionais. Há sempre algo a aprender com os vizinhos", ressalta.
"Quanto à formulaçãobetano limita apostaspolíticas públicas no campo da educação, estamos sempre abertos a mudanças e a inovação. Mas, ao mesmo tempo, valorizamos e preservamos abordagens tradicionais que têm funcionado bem", diz a ministra.
"O futuro certamente seguirá nos trazendo novos desafios, principalmente com o desenvolvimentobetano limita apostasnovas tecnologias. Acreditamos que precisamos aprender uns com os outros e enfrentar os desafios juntos."
- betano limita apostas Leia nossas outras reportagens sobre possíveis lições que o mundo pode oferecer para a Educação brasileira: