Por que dono da Amazon foi criticado ao doar US$ 2 bilhões para educação e moradia:betmotion sports
O escritor James Bloodworth, autorbetmotion sportsuma investigação sobre as condiçõesbetmotion sportstrabalho nos centrosbetmotion sportsdistribuição da Amazon, opinou que há "algo levemente irônico" nos planosbetmotion sportsBezos.
"Há relatos críveisbetmotion sportsfuncionáriosbetmotion sportsgalpões da Amazon que morambetmotion sportstendas porque não conseguem bancar um aluguel com seus salários", afirmou o escritor à BBC.
"Jeff Bezos pode se promover como um grande filantropo, mas isso não o absolvebetmotion sportsresponsabilidade se os funcionários da Amazon continuarem a ter medobetmotion sportsfazer intervalos para ir ao banheiro ebetmotion sportsfaltar quando doentes porque temem ser alvobetmotion sportsação disciplinar no trabalho."
As redes sociais também foram inundadasbetmotion sportsacusaçõesbetmotion sportssuposta hipocrisia, e muitos citaram os esforços da Amazonbetmotion sportsreduzir o montantebetmotion sportsimpostos pagos pela empresa nos EUA e no exterior.
Também houve menções à recente iniciativa bem-sucedida da Amazonbetmotion sportscombater um projetobetmotion sportsleibetmotion sportsSeattle - cidade-sede da empresa - que previa aumentos nos impostosbetmotion sportsgrandes empregadores para levantar verba para combater a crisebetmotion sportsmoradia na cidade, onde houve um aumento no númerobetmotion sportspessoas sem-teto.
De seu lado, Bezos não tentou distanciar seu esforço filantrópico do modelobetmotion sportsnegóciosbetmotion sportssua empresa.
"Vamos usar (no fundo filantrópico) o mesmo conjuntobetmotion sportsprincípios que movem a Amazon", escreveu no comunicado que anunciava a iniciativa.
"O mais importante deles será uma obsessão genuína e intensa pelo consumidor. A criança (carente) será esse consumidor."
O legado Carnegie
Não é nova a ideiabetmotion sportsque magnatas dos negócios devem aplicar os mesmos princípiosbetmotion sportsseus conglomeradosbetmotion sportssuas ações filantrópicas.
O primeiro a adotar esse modelo nos EUA foi justamente Andrew Carnegie,betmotion sports1899,betmotion sportsum ensaio chamado O Evangelho da Riqueza.
Carnegie, que foi o homem mais rico do mundo embetmotion sportsépoca, delineou o que via como dever moral dos super-ricos: "considerar todos os lucros excedentes que venham a eles como meros fundos, os quais eles devem administrar".
Homensbetmotion sportsnegócios, argumentava Carnegie, eram os mais bem colocados para fazer tal administração.
"O homembetmotion sportsriqueza se torna o único agente e encarregado por seus pobres confrades", ele escreveu, "oferecendo-lhesbetmotion sportssabedoria superior, experiência e habilidade administrativa - fazendo mais bem a eles do que eles poderiam fazer por si mesmos".
À épocabetmotion sportssua morte,betmotion sports1919, estima-se que Carnegie tenha se desfeitobetmotion sports90%betmotion sportssua fortuna, usando-a para financiar pesquisas científicas, pagar professores, construir centrosbetmotion sportsensino e estabelecer maisbetmotion sports2 mil bibliotecas públicas.
Sua doutrina se tornou modelo para fundosbetmotion sportsoutros magnatas, incluindo John D Rockefeller, que não viam conflito entre seus modelosbetmotion sportsnegócios - nos quais construíram monopólios e esmagaram sindicatos - e seus trabalhos filantrópicos.
Esse modelo também pavimentou o caminho para benfeitores dos dias modernos, como Bill Gates, Warren Buffett e Mark Zuckerberg - cujas causas são, porém, administradasbetmotion sportsmodo diferente daquele com que gerenciam suas companhias.
Na mais recente reunião anualbetmotion sportsseu fundo, o Berkshire Hathaway, Buffet deixou claro: "Não acreditobetmotion sportsimpor minhas opiniões políticas nas atividadesbetmotion sportsnossos negócios", disse ele a seus acionistas, quando questionado se evitaria investirbetmotion sportsempresas fabricantesbetmotion sportsarmas.
'Band-aid no câncer'
Mas, para Anand Giridharadas, a abordagembetmotion sportsCarnegie, que acabou fazendo escola, ajudou também a elevar a desigualdadebetmotion sportsrenda.
Giridharadas, cujo livro Winners Take All (O vencedor leva tudo,betmotion sportstradução livre) critica o que ele chamabetmotion sportsfarsa da filantropia moderna, caracteriza a abordagembetmotion sportsCarnegie como "acúmulo extremo (de dinheiro) seguido por doação extrema".
Os super-ricos, ele opina, não conseguem "transformar o sistemabetmotion sportsque eles estão no topo".
Embora a doação voluptuosabetmotion sportsBezos seja admirável, argumenta Giridharadas, ela não enfrenta "as profundas e complexas causas por trás" da crisebetmotion sportsmoradia e sem-teto e a pobreza nos EUA - que incluiria a própria Amazon, como beneficiáriabetmotion sportsum mundo onde o emprego precário é predominante.
Um bom lema para Bezos e semelhantes, defende o autor, seria: "Não pergunte o que você pode fazer pelo seu país, pergunte o que você já fez pelo seu país".
Para Giridharadas, a abordagem comumente adotada pelos super-ricos embetmotion sportsfilantropia é menos corajosa do que nas companhias que eles ajudaram a criar.
"Se você quer enveredar pelo caminho das políticas públicas, você tem a responsabilidade moralbetmotion sportsnão colocar um band-aid no câncer", ele defende, acrescentando que Bezos poderia,betmotion sportsvezbetmotion sportsdoar dinheiro, influenciar mudanças políticas nas áreasbetmotion sportsque quer atuar.
Ainda na opiniãobetmotion sportsGiridharadas, isso passaria por defender mudanças legais referentes às responsabilidades das empresas e, sobretudo, mudar estruturas corporativas - ou seja, possivelmente sacrificar parte dos lucrosbetmotion sportsprolbetmotion sportspotenciais benefícios à sociedade.
Já Matt Kilcoyne, do centrobetmotion sportsestudos Adam Smith Institute, que defende o livre-mercado, discorda.
"Sendo muito sincero, o maior atobetmotion sportsfilantropiabetmotion sportsBezos é a própria Amazon", ele opina. "Preços baixos, mais escolha (de produtos) e concorrência resultarambetmotion sportsbilhões (em lucros) para Bezos e bilhões (em economia) para as centenasbetmotion sportsmilhõesbetmotion sportsconsumidores que ele atende."
Além disso, Kilcoyne acredita que os super-ricos não têm nenhuma obrigaçãobetmotion sportsdoar seu dinheiro conforme regras estabelecidas por terceiros.
"Jeff Bezos tem direitobetmotion sportsgastar seu dinheiro como quiser", argumenta. "Comentaristasbetmotion sportspoltrona podem dizer que sabem melhor do que Bezos como ele deve gastar seu dinheiro, mas seria melhor se eles tentassem convencê-lo a respeitobetmotion sportssuas próprias causas filantrópicas,betmotion sportsvezbetmotion sportscriticá-lo pelas escolhas que faz."