Importância do Brasil na biodiversidade mundial é maior do que se pensava, dizem cientistas:bet365 é seguro
O estudo, realizado por um grupobet365 é seguro17 cientistas, incluindo quatro brasileiros, é a maior revisãobet365 é segurodados sobre a biodiversidade nos trópicos, segundo o biólogo marinho, zoólogo e botânico britânico Jos Barlow, da Universidadebet365 é seguroLancaster, no Reino Unido, que liderou a pesquisa.
"Sempre soubemos que a região era importante. Mas encontramos números surpreendentes. Mostramos, por exemplo, que 91%bet365 é segurotodos os pássaros do mundo passam ao menos partebet365 é segurosuas vidas nos trópicos. Isso é incrível", disse à BBC News Brasil.
"Eu também fiquei impressionado com o fatobet365 é seguroo Brasil ser responsável por um quarto dos peixesbet365 é seguroágua doce. Geralmente, esses ecossistemas são ignorados."
Perda aceleradabet365 é seguroespécies tropicais
No estudo, a equipe internacionalbet365 é segurocientistas alerta para o fatobet365 é seguroque a faltabet365 é seguroaçõesbet365 é seguroconservação e monitoramento dos ecossistemas tropicais pode causar,bet365 é segurobreve, uma perda sem precedentesbet365 é seguroespécies - muitas das quais sequer são conhecidas.
Os ecossistemas tropicais - florestas, savanas, lagos e rios e recifesbet365 é segurocoral - cobrem 40% do planeta, mas abrigam maisbet365 é segurotrês quartos (78%)bet365 é segurotodas as espécies.
Além disso, desses ecossistemas dependem as vidasbet365 é segurocentenasbet365 é seguromilharesbet365 é seguropessoas. Os recifesbet365 é segurocoral, por exemplo, são responsáveis pela subsistência e pela proteçãobet365 é seguromaisbet365 é seguro200 milhões, apesarbet365 é segurosó cobrirem 0,1% dos oceanos.
Em todos esses locais, dizem os pesquisadores, a flora e a fauna sofrem a "ameaça dupla" das atividades humanas, como o desmatamento e a pesca predatóriabet365 é seguroexcesso, ebet365 é seguroondas cada vez mais frequentesbet365 é segurocalor, causadas pela mudança climática.
"A maior parte dos cientistas focabet365 é seguroapenas um bioma. Mas nós mostramos que todos os ecossistemas tropicais estão sofrendo dos mesmos problemas", diz Barlow.
"Quando falamosbet365 é seguromudança climática, falamos muito do seu impacto nas regiões polares, mas isso está devastando os trópicos. E o mundo parece ter dado um passo atrás no que se refere ao compromisso com ações relacionadas ao meio ambiente."
Para Joice Ferreira, da Embrapa, também é preciso considerar que a maior parte dos países tropicais são regiões mais pobres, com menor capacidadebet365 é seguropesquisa.
"Nossa região alimenta todas as outras do mundo com recursos naturais, mas a maior parte das pesquisas sobre os trópicos é liderada por países desenvolvidos", afirma.
"Isso nos coloca numa situaçãobet365 é segurovulnerabilidade, porque temos uma capacidade menorbet365 é seguroresposta às mudanças climáticas. Estamos colocandobet365 é segurorisco um número muito grandebet365 é seguroespécies."
Dificuldade para catalogar dados no Brasil
Segundo Barlow, um dos principais problemas das regiões tropicais é a faltabet365 é seguroinvestimento na coleta e na catalogaçãobet365 é seguroespécies. Ou seja, sequer sabemos tudo o que estábet365 é seguroperigo com o aumento das temperaturas globais.
Atualmente, cercabet365 é seguro20 mil novas espécies são descobertas no mundo a cada ano. Mas, nesse ritmo, os pesquisadores estimam que seriam necessários pelo menos 300 anos para catalogar toda a biodiversidade do planeta.
"Descrever novas espécies tem que ser um trabalho colaborativo global, com pesquisadores tendo acessos a recursos e espécimesbet365 é seguromuitos museus e coleções. Mas tudo isso é dificultado pela burocracia excessiva - algo que o Brasil conhece muito bem", diz o britânico.
Ferreira diz que ainda falta no Brasil um programa "abrangente e integradobet365 é seguroavaliação da biodiversidade". A maior parte das pesquisas, ela afirma, são feitasbet365 é segurolocaisbet365 é segurofácil acesso - como a beira dos rios e as margensbet365 é seguroestradas - e na região Sudeste, onde se concentra a maior parte dos pesquisadores.
"Tentamos aos trancos e barrancos cumprir as metas internacionais, mas é tudo muito grosseiro e genérico. Num país muito menor como o Reino Unido, se conhece a fauna e a florabet365 é segurocada quilômetro do país", compara.
"Precisamos fazer programasbet365 é seguromonitoramento amplobet365 é segurotodos os biomas brasileiros e programasbet365 é seguroconservação nos outros biomas, além da Amazônia. Mas o que vemos é justamente o contrário disso, um corte massivobet365 é segurofinanciamento para ciência e tecnologia, especialmente nos recursos humanos."
Em 2014, o governo brasileiro criou o Sistemabet365 é seguroInformação Sobre a Biodiversidade Brasileira (SiBBr), uma espéciebet365 é seguroatlas das espécies do país, ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC). A iniciativa, no entanto, avança a passos lentos na tarefabet365 é segurocatalogar apenas o que já se sabe sobre a fauna e a flora nativas.
"Nunca chegamos numa amostragembet365 é segurotoda a biodiversidade espacial. O território brasileiro é grande demais, nunca tivemos investimento com regularidade suficiente e os programasbet365 é seguropesquisa nunca se preocuparambet365 é segurotraçar uma estratégia que abrangesse o território todo", disse à BBC News Brasil a bióloga Andrea Nunes, coordenadorabet365 é segurobiomas do MCTIC e diretora geral do SiBBr.
O principal obstáculo encontrado pelo sistema é justamente a dificuldadebet365 é seguroconvencer os pesquisadores a registrarem, uma por uma, todas as espécies que já pesquisaram.
"O Brasil não tem culturabet365 é segurocompartilhamentobet365 é segurodados. Esse problema começa pela própria academia, que usa dadosbet365 é segurobiodiversidade para a publicaçãobet365 é segurotesesbet365 é seguromestrado, doutorado, e quase joga esses dados fora. Muitos pesquisadores acham que faz parte desse trabalho deles compartilhar esses dados primários", afirma a diretora.
"Além disso, o MCTIC apoiava as instituiçõesbet365 é seguropesquisa pagando bolsistas para estruturar os dados e alimentar o sistema. Há cercabet365 é seguroum ano e meio, não podemos mais oferecer essa ajuda."
Nunes estima que, atualmente, o SiBBr tenha cercabet365 é seguro15 milhõesbet365 é seguroespécies embet365 é segurobasebet365 é segurodados. Mas só nas seis principais coleções do Brasil - ou seja, nas instituições como a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz), O Instituto Nacionalbet365 é seguroPesquisas da Amazônia (Inpa) e o Museubet365 é seguroZoologiabet365 é seguroSão Paulo - pode haver até 40 milhõesbet365 é seguroregistros.
"Imagine que essas coleções ainda não foram completamente catalogadas no nosso sistema, e que o Brasil tem maisbet365 é seguro300 coleções do tipo. Ninguém sabe o número totalbet365 é seguroregistrosbet365 é seguroespécies que temos. Até porque pode haver muita coisa duplicada", diz.