Após serem quase extintas, ariranhas retornam a rios na Amazônia:palpites de apostas de futebol
Maior carnívoro semiaquático da América do Sul, com até 1,80 m quando adulta, a ariranha é um dos dois tipospalpites de apostas de futebollontra encontrados no Brasil e está na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação, entre as espécies consideradas ameaçadaspalpites de apostas de futebolextinção.
Mordidaspalpites de apostas de futebolariranha
O estudo no Içana teve início após membros do povo baniwa alertarem sobre o retorno das ariranhas a seu território, dentro da Terra Indígena Alto Rio Negro.
Presidente da Associação Indígena da Bacia do Içana, André Baniwa diz que moradores notaram os primeiros sinais da volta dos animais uns dez anos atrás, ao encontrar carcaçaspalpites de apostas de futebolpeixes com mordidaspalpites de apostas de futebolum bicho que não reconheciam.
Os mais velhos deram o veredicto: a ñeewi (ariranha,palpites de apostas de futebollíngua baniwa) estavapalpites de apostas de futebolvolta.
Nos últimos anos, os sinais aumentaram - e vários moradores chegaram a topar com os mamíferos.
Membros da comunidade participaram do estudo sobre o retorno dos animais, que contou com o apoio das fundações Capes, CNPq, The Rufford Foundation e Idea Wild.
Baniwa conta que ariranhas não eram vistas na região desde os anos 1940. Na época, eram as espécies mais cobiçadas no movimentado mercadopalpites de apostas de futebolpeles amazônicas.
Comérciopalpites de apostas de futebolpelespalpites de apostas de futebolanimais
Ao pesquisar o tema, a bióloga Natália Pimenta encontrou estudos que estimarampalpites de apostas de futebol23 milhões os animais caçados na Amazônia Ocidental para a extraçãopalpites de apostas de futebolpeles entre 1904 e 1969.
O couropalpites de apostas de futebolariranha - animal amazônico que mais sofreu com a caça comercial, segundo a pesquisadora - costumava ser exportado para os Estados Unidos ou a Europa, onde viraria casacos, chapéus e echarpes.
Em um catálogopalpites de apostas de futebol1946palpites de apostas de futeboluma lojapalpites de apostas de futebolpelespalpites de apostas de futebolManaus, o couropalpites de apostas de futebolariranha é vendido por 180 cruzeiros - acima do preçopalpites de apostas de futebolpelespalpites de apostas de futebolonça (150), maracajá (150) e caititu (47).
Baniwa diz que os próprios membros da comunidade caçavam os animais para trocar as peles por armas e outros bens. Um bom couropalpites de apostas de futebolariranha valia o equivalente a duas espingardas.
A modernização das técnicaspalpites de apostas de futebolcaça acelerou o extermínio da espécie.
A partir dos anos 1960, leis passaram a regulamentar o comérciopalpites de apostas de futebolpeles silvestres no país. Em 1975, o Brasil aderiu a uma convenção internacional que proibia o comérciopalpites de apostas de futebolespécies ameaçadas - entre elas, as ariranhas.
A demarcaçãopalpites de apostas de futebolgrandes terras indígenas na Amazônia a partir dos anos 1990 também golpeou a atividade.
A demanda pelas peles diminuiu, permitindo que as ariranhas começassem a se recuperar.
Encontros com ariranhas
"As ariranhas estão voltando, mas é só o iníciopalpites de apostas de futebolum processopalpites de apostas de futebolrecuperação", diz à BBC News Brasil a bióloga Natália Pimenta, que chefiou a pesquisa sobre a volta da espécie ao Içana.
Segundo Pimenta - analistapalpites de apostas de futebolpesquisa intercultural do Instituto Socioambiental (ISA),palpites de apostas de futebolSão Gabriel da Cachoeira -, a densidade da populaçãopalpites de apostas de futebolariranhas na região ainda é baixa.
Ela diz que, para que a recuperação se consolide, é necessário que haja diversidade genética entre os grupos remanescentes.
Pimenta notou que, embora os encontros com ariranhas no Içana tenham se tornado mais frequentes, elas ainda são muito ariscas - "possivelmente por terem sido tão cruelmente caçadas no passado".
"Como estavam muito isoladas, não estão acostumadas com a presençapalpites de apostas de futebolhumanos. Quando escutam o barco, logo fogem."
Ela conta que, no passado, as ariranhas eram encontradas da Venezuela ao sul da Argentina. Mas a caça predatória fez com que ficassem restritas a poucas áreas, como o Pantanal e as cabeceiraspalpites de apostas de futebolalguns rios amazônicos.
Outrora o maior habitat do animal no planeta, a bacia do rio Negro quase viu a espécie desaparecer.
Nos últimos anos, conforme a espécie começou a se recuperar no Brasil, Pimenta conta que países vizinhos - como a Bolívia, a Colômbia e as Guianas - também viram as ariranhas ressurgirem.
Boas pescadoras
André Baniwa diz que a ariranha tem papel importante na mitologiapalpites de apostas de futebolseu povo, considerada um dos cinco animais que surgiram no início do mundo e que viraram pajés, ao ladopalpites de apostas de futebolbotos, morcegos, onças e lontras.
No topo da cadeia alimentar, são associadas à saúde e ao equilíbrio das águas - e vistas como excelentes pescadoras. "Ela não come qualquer peixe. Não assusta, não bagunça a água, escolhe o peixe e come só a parte que interessa."
Ele conta que muitos indígenas esperam que a volta dos animais seja um indíciopalpites de apostas de futebolque a populaçãopalpites de apostas de futebolpeixes também esteja aumentando.
Outros, porém, temem que as ariranhas compitam com os humanos pelos pescados. Um ariranha adulta pode consumir até 4 kgpalpites de apostas de futebolpeixe por dia.
Ataquepalpites de apostas de futebolariranhaspalpites de apostas de futebolBrasília
Também chamadaspalpites de apostas de futebolonças d'água, elas vivempalpites de apostas de futebolgrupospalpites de apostas de futebolaté 20 indivíduos e são territorialistas. No YouTube, há vídeospalpites de apostas de futebolariranhas expulsando onçaspalpites de apostas de futebolseu território.
"Se alguém chega no ambiente delas, elas vão para cima para se defender, ainda mais se estiverem com filhote", diz a bióloga Natália Pimenta.
Em 1977, um acidente no zoológicopalpites de apostas de futebolBrasília fez com que a espécie se tornasse temidapalpites de apostas de futebolmuitos lares brasileiros.
Naquele ano, o sargento do Exército Sílvio Delmar Hollenbach saltou no tanque das ariranhas para resgatar um garotopalpites de apostas de futebol13 anos que havia caído no local.
O jovem se salvou, mas o sargento não suportou as maispalpites de apostas de futebolcem mordidas e, três dias depois, morreu no hospital.
Para Natália Pimenta, o comportamentopalpites de apostas de futebolariranhaspalpites de apostas de futebolzoológicos, onde vivem confinadas e estressadas, deve ser relativizado.
"Nunca ouvi nenhum relatopalpites de apostas de futebolataquespalpites de apostas de futebolariranhas a pessoaspalpites de apostas de futebolambientes naturais", afirma.