4 grandes mudanças que Javier Milei promoveu na Argentinagrátis pix betseu primeiro ano como presidente:grátis pix bet
Milei,grátis pix bet54 anos, assumiu a Presidência prometendo fazer frente às duas principais preocupações dos cidadãos: recuperar a economia do país com a inflação mais alta do mundo e reduzir a insegurança.
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E,grátis pix betapenas um ano, fez grandes avançosgrátis pix betambas as áreas.
A inflação, que havia subido acimagrátis pix bet25% ao mês quando ele assumiu o cargo, caiu para 2,7% ao mês (enquanto a inflação interanual chegou pertográtis pix bet290%grátis pix betabril e foi reduzida para 107%grátis pix betoutubro — dado mais recente disponível).
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Enquanto isso, o dólar— a outra obsessão dos argentinos — permanece estável. E os títulos e ações do país registram preços recordes.
Ao mesmo tempo, os argentinos viveram um dos anos mais difíceisgrátis pix betsua história, com a pior recessão da América Latina, uma queda acentuada no consumográtis pix betmassa (caiu 15% entre janeiro e novembro, segundo a Assembleiagrátis pix betPequenas e Médias Empresas) e o maior salto da pobreza desde a crise econômicagrátis pix bet2001-2002, o que significa que maisgrátis pix bet5 milhõesgrátis pix betpessoas passaram a vivergrátis pix betsituaçãográtis pix betpobreza desde que Milei assumiu o cargo.
Em termosgrátis pix betsegurança, as mortes na cidadegrátis pix betRosário, que havia se tornado a "capital dos homicídios" da Argentina devido à violência relacionada ao narcotráfico, foram drasticamente reduzidas.
E quase não há mais "piquetes" (ou protestos com bloqueiosgrátis pix betestradas), que durante anos foram um pesadelo diário para aqueles que precisavam transitar pelo movimentado centrográtis pix betBuenos Aires.
Tudo isso explica porque, um ano após assumir o cargo, Milei mantém a popularidade — ele foi eleito no segundo turno com 56% dos votos, e hoje tem índicesgrátis pix betaprovação entre 53% e 56%,grátis pix betacordo com as últimas pesquisas da Opina Argentina e da Poliarquía, respectivamente.
A BBC News Mundo, serviçográtis pix betnotíciasgrátis pix betespanhol da BBC, faz uma retrospectiva do primeiro anográtis pix betgoverno do líder libertário — e conta quatro coisas inéditas que ele fez e que representam uma mudança radical para a Argentina.
1. Presidente sem partido
Na história argentina, nunca houve um outsider da política que,grátis pix betapenas dois anos e sem estrutura partidária, conseguisse chegar ao cargo mais alto do país.
"Uma das leisgrátis pix betferro da política argentina era que era preciso ter um partido político para garantir a vitóriagrátis pix betuma eleição presidencial", diz De Luca.
Mas Milei não tinha. A Liberdade Avança (LLA, na siglagrátis pix betespanhol), seu grupo político, nasceu como uma coalizão eleitoral formada por vários partidos para promover a candidatura do economista a deputado pela cidadegrátis pix betBuenos Airesgrátis pix bet2021.
A LLA só obteve o status legalgrátis pix betpartido nacionalgrátis pix betsetembro deste ano, depois que Milei já era presidente.
No entanto, o economista libertário conseguiu se impor devido a dois fatores,grátis pix betacordo com o analista: primeiro, a decepção diante do fracasso dos dois últimos governos, liderados por partidos tradicionais (o kirchnerismo peronista e o macrismo).
"E segundo, pela figura do próprio Milei, alguém com um discurso mais voltado para as redes sociais do que para as formas tradicionaisgrátis pix betfazer política", afirma De Luca.
Mas, embora este domínio do mundo digital tenha permitido a ele construir uma basegrátis pix betseguidores fervorosos — especialmente homens com menosgrátis pix bet35 anos, que o tornaram viral, ganhando destaque nacional —, a ausênciagrátis pix betuma estrutura partidária o prejudicou.
Embora tenha conquistado a presidência, o "mileísmo" não ganhou um único cargográtis pix betgovernador e obteve menosgrátis pix bet10% das cadeiras no Senado, e apenas 15% na Câmara dos Deputados.
Com estes resultados, muitos analistas previram que o grande problemagrátis pix betMilei seria a governabilidade.
No entanto, logo no primeiro anográtis pix betmandato, ele conseguiu que suas principais propostas fossem aprovadas.
Como ele fez isso?
Marcos Novaro, diretor do Centrográtis pix betPesquisas Políticas (Cipol), explicou à BBC News Mundo que o presidente soube aproveitar a fragmentação dos partidos políticos tradicionais para governar com minoria.
"Contribuiu muito seu pragmatismo, seu jogográtis pix betcintura para negociar e chegar a pontosgrátis pix betcomum com uma grande maioriagrátis pix betlegisladores da oposição que estavam fragmentadosgrátis pix betmuitos termos, com grande dificuldadegrátis pix betcoordenação entre si", afirmou.
Mas, para alguns, o fator mais determinante foi o fatográtis pix betele ter aproveitado uma ferramenta que os presidentes anteriores já haviam usado para governar com minoria no Congresso: os Decretosgrátis pix betNecessidade e Urgência (DNU) e os vetos presidenciais, que permitiram a ele contornar legalmente o Parlamento.
Os críticos advertem que governar por decreto e desconsiderar o Congresso colocagrátis pix betrisco a divisãográtis pix betpoderes e enfraquece a democracia.
"Milei quer governar como um monarca, com vetos e DNU. É preciso impedi-lo", denunciou o deputado socialista Christian Castillo no X (antigo Twitter).
Mesmo assim, Milei, um economista sem experiênciagrátis pix betgestão pública, demonstrou grande habilidade política, destaca Novaro.
"É um político muito intuitivo, muito astuto, tem uma enorme capacidadegrátis pix betconstruir poder e instinto suficiente para preservá-lo", acrescenta.
2. Novo estilo presidencial
Não foi apenas o uso — ou abuso —grátis pix betdecretos que levantou questionamentos sobre a forma como Milei governa. Ele também é altamente criticado porgrátis pix betmaneiragrátis pix betagir e constantes ataques contra muitos daqueles que pensam diferente dele.
Emgrátis pix betconta pessoal no X —grátis pix betque se define apenas como "economista" —, o presidente costuma criticar e desqualificar outras pessoas, seja diretamente ou por meiográtis pix betcurtidas ou republicaçõesgrátis pix betmensagensgrátis pix betseus seguidores, egrátis pix betum tom que está muito distante da moderação tradicional associada ao seu cargo.
Sua ampla variedadegrátis pix betpostagens contra todo tipográtis pix betgente, desde economistas ou políticos que o questionam até líderes universitários, funcionários públicos, artistas, cientistas e acadêmicos — a maioria deles progressistas e muitos afetados por seus cortes orçamentários —, costumam incluir palavrões e referências escatológicas.
Ele também foi criticado por mensagens homofóbicas e por usar a palavra "deficiente" como insulto.
O estilográtis pix betafrontagrátis pix betMilei não está restrito apenas ao mundo digital.
Em entrevistas e discursos, ele chama as liderançasgrátis pix betesquerdagrátis pix bet"baratas", e já insultou outros presidentes, como Luiz Inácio Lula da Silva, Andrés Manuel López Obrador (México) e Gustavo Petro (Colômbia).
Nem sequer os integrantes do próprio governo foram poupados do temperamento tempestuoso do presidente, quegrátis pix betseu primeiro ano já demitiu dezenasgrátis pix betfuncionários, incluindo seu chefegrátis pix betgabinete, o ministro da Infraestrutura e a ministra das Relações Exteriores.
Seu relacionamento com a vice-presidente, Victoria Villarruel, que ele definiu como uma pessoa que "não tem nenhum tipográtis pix betinterferência na tomadagrátis pix betdecisões", também esfriou.
Os críticosgrátis pix betMilei advertem que seus discursos contra aqueles que pensam diferente — muitas vezes virais por contagrátis pix betseus seguidores no X —, podem fomentar a violência política. E alertam que as constantes demissões afetam a estabilidade do governo.
Também é motivográtis pix betpreocupação para muitos analistas os constantes ataques à imprensa.
Milei já chamou os jornalistasgrátis pix bet"corruptos, sujos, prostituídos, mentirosos, extorsivos" egrátis pix bet"criminososgrátis pix betmicrofone", comentários que renderam a ele uma sériegrátis pix betdenúncias das principais organizaçõesgrátis pix betimprensa.
"Graças às redes sociais, o privilégiográtis pix betcasta que vocês tiveram por tanto tempo e exerceramgrátis pix betforma tão violenta acabou. Portanto, aceitem que o mundo mudou para melhor e que seu monopólio das palavras acabou", escreveu ele no Xgrátis pix bet20grátis pix betnovembro.
O radialista Marcelo Longobardi, um profissionalgrátis pix betprestígio que costuma ser alvográtis pix betataques libertários, afirmou que "Milei é um autocrata que diz e faz qualquer coisa".
Mas os seguidores do presidente afirmam que ele é simplesmente alguém genuíno que diz o que pensa.
Eles também celebram suas outras excentricidades, como usar o cabelo bagunçado (ele é chamadográtis pix bet"el Peluca") ou cantar músicasgrátis pix betrockgrátis pix betseus comícios, todas características que o tornaram famoso antesgrátis pix betentrar na política e que hoje o distinguem da tradicional "casta política" que ele afirma desprezar.
"Do contrário, não seria eu", justifica-se Milei toda vez que se afasta das formalidadesgrátis pix betseu cargo.
3. 'O maior ajuste da história da humanidade'
Milei não só chegou à presidênciagrátis pix betuma forma inédita — ele tem um estilográtis pix betgovernar inédito. Também fez coisas que ninguém havia feito antes.
Para começar, cumprir desde o primeiro dia uma promessa eleitoral: acabar com o déficit fiscal.
O economista libertário pegou a "motosserra" metafórica que usou como símbolo durantegrátis pix betcampanha e cortou os gastos públicosgrátis pix bet35% no primeiro semestre do ano — o equivalente a 5,6 pontos percentuais do Produto Interno Bruto (PIB) —, algo sem precedentes na história moderna da Argentina.
De acordo com o próprio Milei, este foi o "maior ajuste da história da humanidade", e seu objetivo era fazer com que a Argentina deixassegrátis pix better mais despesa do que receita (ou seja, déficit fiscal), um problema que assola o país há 113 dos últimos 123 anos, e que explica seus constantes problemasgrátis pix betinflação.
Ao mesmo tempo, as medidas causaram uma ondagrátis pix betgrevesgrátis pix bettrabalhadores que se opunham às políticasgrátis pix betausteridade.
Embora muitos duvidassem que o governo conseguisse sustentar o superávit fiscal — ter mais receita do que despesa —, ele conseguiu mantê-lo, o que tem sido fundamental para reduzir a inflação,grátis pix betacordo com especialistas, uma vez que diminuiu a emissão monetária (a impressãográtis pix betcédulas para cobrir gastos maiores), que impulsionava os preços.
Alguns críticos do presidente, porém, acusam o governográtis pix betfazer um "malabarismo financeiro" que simplesmente "esconde" o déficit.
Na visão do ex-assessorgrátis pix betMilei e economista Carlos Rodríguez, isso se daria porque o governo argentino não teria superávit se não fosse financiado com títulos do Tesouro, conhecidos como Lecap e LEFI.
Esses títulos permitem o adiamento do pagamentográtis pix betjuros uma vez que estes são pagos apenas no vencimento do título da dívida.
Segundo Rodríguez, essa dívida remunerada que vai se acumulando "não aparece no déficit financeiro do Tesouro nem no cuasifiscal (nome oficial do déficit do Banco Central)".
Milei também tirou do vermelho as reservas do Banco Central, que herdou com saldo negativo.
E está recuperando a credibilidade financeira da Argentina: o chamado "risco-país", indicador que classifica o quão arriscada a dívida pública é considerada para os investidores estrangeiros, estágrátis pix betseu ponto mais baixográtis pix betcinco anos.
Tanto o Fundo Monetário Internacional (FMI) quanto o Banco Mundial preveem que, até 2025, a Argentina será o país que mais vai crescer na região: impressionantes 5%.
No entanto, o preço que os argentinos pagaram por este ajuste sem precedentes foi enorme.
Na verdade, parte do motivo pelo qual o crescimento do próximo ano vai ser maior do que o do restante das economias latino-americanas é que a Argentina vai começargrátis pix betúltimo lugar.
A recessão causada pelas medidasgrátis pix betMilei fez com que este ano o país fosse o que mais contraiu economicamente: 3,4%,grátis pix betacordo com as duas organizações internacionais.
E essa freada na economia exacerbou a pobreza, que aumentou 11 pontos percentuais desde a chegadagrátis pix betMilei ao poder, o maior saltográtis pix bet20 anos.
Segundo o Instituto Nacionalgrátis pix betEstatísticas e Censo (Indec), setegrátis pix betcada dez crianças argentinas são pobres. E mais da metade da população — quase 53% — não consegue satisfazer suas necessidades básicas.
A desnutrição infantil também tem causado estragos na saúde da população que representa o futuro da Argentina.
Norma Piazza, pediatra especializadagrátis pix betnutrição, disse à agênciagrátis pix betnotícias Reuters que algumas crianças estavam sendo hospitalizadas com problemas neurológicos e convulsões devido à deficiênciagrátis pix betvitaminas, como a B12, algo associado à faltagrátis pix betconsumográtis pix betcarne.
Embora o governo atribua essa deterioração às políticas anteriores do kirchnerismo, foi o realinhamentográtis pix betpreços feito por Milei ao assumir o cargo, incluindo uma súbita e brutal desvalorização do peso — que perdeu metadegrátis pix betseu valorgrátis pix betrelação ao dólar, cuja cotação estava muito defasada —, que tornou o aumento tão acentuado.
Milei reconheceu que a "honestidadegrátis pix betpreços" fez com que a pobreza aumentasse para 57% no primeiro trimestre. Mas ele garante que, desde então, as correções econômicas que está fazendo estão gerando uma queda nas taxasgrátis pix betpobreza, fato com o qual o Observatório da Dívida Social Argentina da Universidade Católica da Argentina (UCA) concorda.
No iníciográtis pix betnovembro, Milei também anunciou que "a recessão acabou" — e prometeu que "de agoragrátis pix betdiante, tudo o que resta é crescimento".
Apesar do seu otimismo e da boa situação macroeconômica, as pesquisas mostram que quase metade da população desaprovagrátis pix betgestão, um reflexo do fatográtis pix betque muitos ainda não veem melhorias emgrátis pix betsituação econômica, e outros desaprovam seus constantes ataques a ícones das áreasgrátis pix beteducação, cultura, ciência e jornalismo.
4. Peso forte
Talvez a coisa mais inesperada que Milei fezgrátis pix betseu primeiro anográtis pix betgoverno foi valorizar o peso, moeda que ele chamougrátis pix bet"excremento" durante a campanha eleitoral.
Duas das políticas que o distinguiram como candidato foram suas propostasgrátis pix betdolarizar a economia e "dinamitar" o Banco Central.
Portanto, foi uma surpresa que, longegrátis pix betdestruir o peso e a instituição encarregadagrátis pix betadministrar a política monetária, Milei os tenha fortalecido.
Fausto Spotorno, diretor do Centrográtis pix betEstudos Econômicos da consultoria Orlando J. Ferreres e ex-membro do Conselhográtis pix betAssessores Econômicos do governo, disse à BBC News Mundo que o presidente "decidiu adiar" seus planos porque se deparou com um problema: a enorme dívida que o Banco Central havia contraído com bancos privadosgrátis pix betgovernos anteriores.
"Se ele dinamitasse o Banco Central com toda essa dívida, o que aconteceria é que ele teria um problema com o sistema bancário", afirmou.
O economista explicou que "ao resolver o problema do Banco Central e o déficit do Tesouro, dois dos maiores problemas que o peso argentino tinha, a moeda começou a valorizar".
O governo deixougrátis pix betemitir pesos, o que fez com que o seu valor aumentasse, segundo ele.
No entanto, Milei garante que seu projeto original continuagrátis pix betpé. Em um discurso para empresários, ele afirmou que seu plano é que haja uma "dolarização endógena" que acabaria tornando o Banco Central desnecessário.
"Isso significa permitir o uso do dólar ougrátis pix betqualquer outra moedagrátis pix bettrocagrátis pix betuma livre concorrênciagrátis pix betmoedas", explica Spotorno.
"O peso está desaparecendo porque a moedagrátis pix betpoupança dos argentinos é basicamente o dólar."
Mas esta nova estratégiagrátis pix betMilei trouxe um problema inesperado: a Argentina ficou caragrátis pix betdólares.
Isso não apenas aumenta o custográtis pix betvida dos argentinos, como também preocupa o setorgrátis pix betturismo, que já não recebe mais a ondagrátis pix betvisitantes estrangeiros dos últimos anos, e prevê uma temporadagrátis pix betverão bastante complicada, com um êxodográtis pix betargentinos para países vizinhos, como Brasil, Chile e Uruguai.
Isso também tem gerado preocupação na indústria, uma vez que a produção, tanto para o mercado local quanto para exportação, ficou mais cara.
Segundo o economista Diego Giacomini, ex-apoiadorgrátis pix betMilei, "é um câmbio que não serve nem a quem produz para o mercado interno nem a quem exporta. Portanto, o nívelgrátis pix betatividade está condenado a ser ruim".
Mas, apesar do consensográtis pix betque o valor do dólar oficial — aquele que é controlado pelas autoridades — está defasadográtis pix betrelação à inflação, o governo garante que não vai voltar a fazer uma grande desvalorização do peso que fortaleceria a moeda americana.
O ministro da Economia, Luis Caputo, disse que o plano é que o dólar oficial e o dólar "blue" (ou dólar livre) — a principal referênciagrátis pix betpreços no país, cujo valor caiu nos últimos meses — convirjam.
Uma vez que isso aconteça, e o governo terminegrátis pix betsanar as dívidas do Banco Central, vão estar criadas as condições para o próximo grande desafiográtis pix betMilei: suspender os controlesgrátis pix betcapital (ou "cepo") que hoje limitam o acesso ao dólar americano, e cuja eliminação é vista pelos analistas como um passo essencial para atrair investimentos e restabelecer a confiança na Argentina.