As mulheres iranianas que se arriscam diariamente desafiando lei sobre véu:betano apostas esportiva
"Porque eles podem prender você a qualquer minuto e te multar. Ou torturar você com chibatadas. A pena se você for presa ébetano apostas esportiva74 chibatadas."
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Fim do Matérias recomendadas
No mês passado, uma ativista curdo-iranianabetano apostas esportiva33 anos, chamada Roya Heshmati, tornou público que havia recebido 74 chibatadas depoisbetano apostas esportivapostar uma foto sem véu.
Mas Donya, Azad e Bahareh dizem que, para elas, não há como voltar atrás.
"É simbólico", afirma Donya.
"Porque é o mecanismo do regime para reprimir as mulheres no Irã. Se esta for a única formabetano apostas esportivapoder protestar e dar um passo pela minha liberdade, vou fazer isso."
As três mulheres também vão protestar no fim desta semana ao não comparecer para votar nas primeiras eleições parlamentares do país desde que as autoridades reprimiram brutalmente a ondabetano apostas esportivaprotestos que se seguiu à mortebetano apostas esportivaMahsa Amini,betano apostas esportiva22 anos, sob custódia da chamada "polícia da moralidade" do Irã,betano apostas esportivasetembrobetano apostas esportiva2022.
Ela havia sido detida por supostamente não usar adequadamente o lenço na cabeça.
Recusar-se a usar o hijab (véu islâmico)betano apostas esportivapúblico pode levar à prisão e à tortura – mas muitas mulheres deixambetano apostas esportivausar assim mesmo.
"É verdade que não há mais uma presença fortebetano apostas esportivapessoas nas ruas", me conta Azad, uma gerentebetano apostas esportivaRecursos Humanosbetano apostas esportiva34 anos.
"Mas,betano apostas esportivanossos corações, o regime foi completamente destruído, e as pessoas não aceitam nada do que ele faz. Por isso, abetano apostas esportivaformabetano apostas esportivamostrar desaprovação será não votar."
'A solitária era o pior lugar que você pode imaginar'
Azad foi detida pela primeira vezbetano apostas esportivaoutubrobetano apostas esportiva2022 e ficou presa por um mês.
Depois, ela foi presa novamentebetano apostas esportivajulho do ano passado, por causabetano apostas esportivapostagens nas redes sociais criticando o governo, e passou 120 dias atrás das grades — sendo 21 delesbetano apostas esportivaconfinamento solitário.
"A solitária era o pior lugar que você pode imaginar", diz ela.
"A porta da cela ficava trancada o tempo todo. A cela tinha 1 metro x 1,5 metro. Não havia luz externa, mas as luzes artificiais ficavam acesas dia e noite. Éramos vendadas quando íamos ao banheiro."
Azad ficou tão perturbada com a experiência que chegou a bater a cabeça na parede da cela — e está traumatizada até hoje.
“Às vezes, começo a chorar sem motivo”, revela.
"Às vezes, não quero abrir os olhos porque acho que ainda estou lá. A memória da prisão está comigo o tempo todo."
Ela descreveu interrogatórios que duraram das 8h da manhã até o anoitecer.
"Isso se chama 'tortura branca', é pior do que mil espancamentos. Eles iriam me ameaçar, me humilhar. Mas eu zombaria deles."
E apesarbetano apostas esportivajá ter passado por tudo isso, Azad ainda está disposta a arriscar ir para a prisão novamente ao sair sem o hijab.
"Depois que perdemos Mahsa Amini, prometi a mim mesma que não usaria o hijab, nem compraria outro para mim ou para qualquer outra pessoa", diz ela.
"Toda mudança tem um preço. E estamos prontas para pagar por ele."
Muitas mulheres no Irã agora saem sem lenço na cabeça, embora algumas usem umbetano apostas esportivavolta do pescoço para o casobetano apostas esportivaserem paradas pela polícia da moralidade.
Mas me disseram que cercabetano apostas esportivaumabetano apostas esportivacada cinco não usa lenço nenhum —betano apostas esportivaum ato diáriobetano apostas esportivabravura, princípio e resistência.
"Nunca vou desistir", escreve Azadbetano apostas esportivauma mensagem, seguida por um emojibetano apostas esportivacoração e um sinalbetano apostas esportivavitória.
'Não tenho permissão para trabalhar sem o hijab'
Mas outra mulher com quem conversobetano apostas esportivaTeerã se descreve como uma pessoa "esgotada" pela luta contra o regime.
Bahareh, uma repórter e críticabetano apostas esportivacinemabetano apostas esportiva39 anos, sofreu uma enorme redução salarial para trabalharbetano apostas esportivacasa,betano apostas esportivavezbetano apostas esportivair para o escritório — onde seria forçada a usar o véu.
“Estou cansada e decepcionada”, ela me diz.
"Não tenho permissão para trabalhar sem o hijab, e não estou disposta a usá-lo."
Ela agora precisa depender do salário do marido.
Recentemente, enquanto dirigia sem lenço na cabeça, Bahareh foi parada pela polícia — e teve seu carro confiscado.
Ela também foi detida no fim do ano passado, depoisbetano apostas esportivapostar fotos sem o hijab embetano apostas esportivaconta do Instagram — e encorajar outras mulheres a fazerem o mesmo. Um Tribunal Revolucionário determinou uma penabetano apostas esportivaseis mesesbetano apostas esportivaliberdade condicional e o pagamentobetano apostas esportivauma multa.
"Fui insultada e ameaçada, disseram que eu estava errada, e me acusarambetano apostas esportivaincitar as pessoas à revolução e à nudez."
Pergunto a Bahareh por que ela acha que não teve que cumprir a pena atrás das grades.
"Porque as prisões estão cheiasbetano apostas esportivagente, e eles preferem apenas assustar pessoas como eu", ela responde.
"Eu ainda saio, mas é difícil porque restaurantes, cafés e livrarias podem ser fechados por me deixarem entrar sem o hijab", revela.
"Isso me faz me sentir muito amarga."
Concordamosbetano apostas esportivaapagar nossa conversa assim que terminarmos, tamanho o medo delabetano apostas esportivaser flagrada conversando comigo.
"Depois, vou bloquear você", ela escreve na mensagem.
"Não tenho escolha. Se eu for presa, ninguém vai poder me ajudar, e serei acusadabetano apostas esportivaespionagem e condenada à morte."
O terror e a coragem coexistem lado a lado para muitas mulheres iranianas dispostas a desafiar o regime. Assim como a raiva e a esperança.
'Entreibetano apostas esportivapânico, e meu pai também ficou com medo'
Donya conta sobre uma recente ida ao teatro com o pai no centrobetano apostas esportivaTeerã.
Ela usava um gorro para se aquecer, e tirou no metrô. Foi quando um grupobetano apostas esportivahomens e mulheresbetano apostas esportivachador — os mantos pretos usados pelas integrantes da polícia da moralidade — gritaram com ela para colocar o lenço na cabeça.
"Eu não tinha (nenhum lenço). Só meu gorro. E um impulso obstinado dentrobetano apostas esportivamim se recusou a colocá-lo", diz ela.
"Foi muito assustador. Continuei andando, ignorando eles. E eram tantos que ocupavam a maior parte da estação."
Só quando ela ouviu um deles dizer ao outro: “Por favor, leve essa garota para a van”, que ela reconsiderou.
"Meu sangue gelou. Entreibetano apostas esportivapânico, e meu pai também ficou com medo. Coloquei então meu gorro!"
A outra única ocasiãobetano apostas esportivaque Donya cobre a cabeça é para entrar na universidade, porque, do contrário, ela não seria autorizada a entrar. No entanto, ela conta que ela e outras pessoas tiram o lenço nas salasbetano apostas esportivaaula.
"Minhas amigas e eu gostaríamosbetano apostas esportivapoder usar roupas estilosas com penteados lindos na universidade – comobetano apostas esportivaoutros países."
"As pessoas estavam – metaforicamente – adormecidas antes da mortebetano apostas esportivaMahsa, mas agora estão mais conscientes", ela acrescenta.
"Os protestos são a razão pela qual tantas mulheres se recusam a usar lenço na cabeça nas ruas. Mas elas também estão cansadas da pressão ebetano apostas esportivatodas as notíciasbetano apostas esportivaexecuções. É um caminho difícil e exaustivo."
Mas as pessoas ainda fazem grafitesbetano apostas esportivaparedes públicas, diz ela, e boicotam a televisão estatal.
"Vejo pessoas lutando por mudanças todos os dias", afirma.
“Acredito na minha geração, a geração Z. Não suportamos a opressão. As pessoas aproveitam todas as oportunidades que podem para dançar, torcer ou cantar nas ruas, porque dançar é ilegal.”
Azad também é impulsionada pela solidariedadebetano apostas esportivaestranhos — e por um novo sensobetano apostas esportivaunidade contra o regime.
Ela afirma que até mesmo as mulheres que usam hijab a encorajam a se recusar a cobrir o cabelo. E está convencidabetano apostas esportivaque, após 45 anos no poder, os dias da República Islâmica estão contados.
"A revolução vai acontecer", diz ela.
"Mas ninguém sabe exatamente quando."