A luta das mulheres cujas filhas morreram com herpes após terem dado à luz por cesárea:betfair pl
Mas o que está no seu âmago — uma determinação ferrenha sustentada por um luto avassalador — importa mais do que qualquer característica superficial.
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"Nós nos ajudamos. Ninguém mais consegue entender, a menos que tenha passado por isso", diz Nicola.
Apesarbetfair plsó terem se encontrado pessoalmentebetfair pl2021, as duas mulheres se conhecem desde o verãobetfair pl2018, quando suas filhas morreram com sete semanasbetfair plintervalobetfair plcircunstâncias fora do comum.
A filhabetfair plYvette, Kimberley, morreubetfair plmaio daquele ano, aos 29 anos, três semanas após dar à luz seu segundo filho por cesariana. E, no iníciobetfair pljulho, Samantha Mulcahy, filhabetfair plNicola, morreu 10 dias após dar à luz seu primeiro filho, também por cesariana, aos 32 anos.
Na época, as autoridadesbetfair plsaúde insistiram que as duas mortes não estavam ligadas. Mas uma investigação da BBCbetfair pl2021 revelou conexões aparentes entre as duas mortes — ambas as mulheres haviam sido operadas pelo mesmo cirurgião.
Em 14betfair pljulho, uma legista concluiu que era "improvável" que o cirurgião fosse "a fonte da infecção", deixando perguntas sem resposta para suas famílias.
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Tanto Samantha quanto Kimberley foram atendidasbetfair plhospitais administrados pela East Kent Hospitals University NHS Foundation Trust. E,betfair pl26betfair pljulho, um legista determinou que ambas morreram após uma infecçãobetfair plherpes "disseminada" antes ou perto do parto, que causou falência múltiplabetfair plórgãos.
Estima-se que cercabetfair pl70% dos adultos tenham um dos dois tipos do vírus causador da herpes simples aos 25 anos, mas para a grande maioria das pessoas, o vírus causa apenas sintomas ocasionais e leves, na pior das hipóteses.
As mortes causadas pelo herpes tipo 1 são praticamente desconhecidasbetfair plpessoas saudáveis.
Em comunicado após a investigação sobre as mortesbetfair plKimberley e Samantha, a CEO da Foundation Trust, Tracey Fletcher, ofereceu "sinceras condolências" às famílias, acrescentando que havia feito mudanças desde 2018 "para garantir que, se houver suspeitabetfair pluma infecção tão rara decorrente deste vírus, ela será tratada mais rápido".
Em meadosbetfair pljulhobetfair pl2018, Yvette participoubetfair pluma reunião com médicos da Trust. A essa altura, ela sabia da morte da filhabetfair plNicola, Samantha. Yvette perguntou se Samantha ebetfair plfilha, Kimberley, haviam sido atendidas pelos mesmos profissionaisbetfair plsaúde.
"Disseram que era algo que eles ainda estavam investigando", ela relembra.
"E então eu disse: mas se vocês descobrirem que existe uma [relação] com o atendimento, vocês vão nos avisar, certo? E eles disseram que sim."
Mas agora ela acredita que a Trust não estava sendo honesta. Embora Kimberley tenha sido atendida no Queen Elizabeth the Queen Mother Hospital,betfair plMargate, e Samantha no William Harvey Hospital,betfair plAshford, o mesmo cirurgião havia realizado ambas as cesarianas, revelou uma investigação. E, na época desta reunião, a Trust sabia disso. Durante a investigação, a Trust não negou que ocultou essa informação das famílias.
Fletcher, CEO da Trust, pediu desculpas após a investigação pelo "sofrimento adicional e desnecessário que a Trust causou a essas famílias por não responder às suas perguntas após a mortebetfair plKimberley e Samantha e por contribuir para os atrasos na investigação". Ela disse que a Trust está mudando a maneira como responde quando as coisas dão errado, acrescentando: "Lamentamos muito".
Yvette afirma que "definitivamente" mentiram para ela quando disseram que Samantha e Kimberley não foram tratadas pela mesma equipe.
Namorados desde a adolescência
Apesar da Trust não reconhecer qualquer ligação, as duas mães se recusaram a aceitar a narrativabetfair plque as mortes das filhas haviam sido coincidências infelizes e improváveis.
"Não poderia deixar isso passar", diz Yvette, que está criando os dois filhosbetfair plKimberley ao lado do marido, Louis.
Tanto Nicola quanto Yvette sabiam da perda sofrida pela outra, mas investigaram cada uma das mortes sozinhas.
Nicola passou um tempo no Facebook tentando encontrar os Sampsons, mas não conseguiu localizá-los. Yvette não está nas redes sociais e, embora também quisesse falar com a famíliabetfair plSamantha, ela queria "respeitar" a dor pela qual estavam passando.
Além do luto pela filha, Nicola — donabetfair pluma empresabetfair pllimpeza — também buscou dar apoio ao genro, agora sozinho com um bebê.
A vidabetfair plRyan Mulcahy havia dado uma reviravolta drástica — do nascimento do primeiro filho até a perda da esposabetfair plquestãobetfair pldias.
Samantha e Ryan eram namorados desde a adolescência e se casarambetfair plsetembrobetfair pl2017. Não demorou muito para Samantha descobrir que estava grávida. Embora tenha havido complicações durante a gestação, a filha deles nasceu saudável. "Senti que meu mundo estava completo", diz Ryan.
Mas Samantha não estava se recuperando como esperado e, apesar do que havia acontecido com Kimberley apenas algumas semanas antes, os médicos tiveram dificuldadebetfair plidentificar o que estava deixando Samantha doente.
"Ela ficava dizendo: 'Está doendo, está doendo'", lembra Ryan.
"Eu disse a ela... que a amava e para continuar lutando."
Mas ela morreu antesbetfair plpoder ser transferida.
Apósbetfair plmorte, Ryan sentiu "uma dormência completa". Ele diz que queria ficarbetfair plluto, mas sentia que não podia porque precisava estar ao lado da filha, como Samantha gostaria.
Em relação à filha, Ryan diz: "A única coisa que me apavora é que, mais tarde, ela vai se culpar". Ele teme que ela pense que "'isso não teria acontecido com Sam se ela não estivesse lá' — é isso que eu não quero".
"Quero que ela saiba que não tem nada a ver com ela."
Assim como Nicola, Ryan tentou desde então desesperadamente descobrir o que havia acontecido com Samantha, tanto por ele quanto porbetfair plfilha.
Interrogatório agressivo
A grande descoberta ocorreu no verãobetfair pl2021, quando Yvette estavabetfair plfériasbetfair plTenerife. Ela recebeu um e-mail — um lotebetfair pldocumentos que ela havia solicitado por meio da leibetfair placesso à informação após ser aconselhada a fazer isso pela BBC.
Foi quando ela descobriu que o mesmo cirurgião, que não pode ser identificado por motivos legais, havia operado Kimberley e Samantha, e que a Trust havia sido encorajada, por um laboratório externo, a submeter o cirurgião a um exame no verãobetfair pl2018 — para verificar se ele poderia tê-las infectado, algo que a Trust nunca fez.
"Fiqueibetfair plchoque total", disse elabetfair plum depoimento emocionado na investigação. "Me senti traída. E até me senti tola por ter deixado essas pessoas [da Trust] entrarem na minha casa. Confiei e acreditei no que elas me disseram."
Após a primeira reportagem publicada pela BBC News sobre o caso,betfair pl2021, Nicola e Yvette se encontraram. Elas se tornaram grandes amigas desde então, um vínculo que foi fortalecido quando ambas passaram pelo extenuante processobetfair plinvestigação.
O início do inquérito foi adiado por várias semanas quando, na noite anterior à data que estava previsto para começar, a Trust solicitou restrições para tornar públicas certas informações relacionadas ao caso, para evitar que o cirurgião que realizou ambos os procedimentos fosse identificado.
Depois, as famílias foram submetidas a nove diasbetfair plinterrogatório agressivo enquanto o advogado da Trust investigava a crença inabalávelbetfair plambas as mãesbetfair plque suas filhas haviam sido infectadas, involuntariamente, pelo mesmo cirurgião.
"Sei que eles têm um trabalho a fazer", diz Nicola. "Mas, às vezes, acho que eles precisam parar e pensar antesbetfair plfalar, e talvez pensar: E se fosse filha deles? E se tivesse acontecido com eles? Como eles se sentiriam?"
Então,betfair pl14betfair pljulho, após inúmeros atrasos, a legista Catherine Wood apresentou suas conclusões.
Wood constatou que "com base no princípio da preponderância das probabilidades, era improvável que o obstetrabetfair plcomum fosse a fonte comum da infecção",betfair plparte porque a Trust não havia examinado o cirurgiãobetfair pl2018. Wood não conseguiu chegar a uma conclusão sobre como o vírus havia sido contraído por ambas as mulheres.
No casobetfair plKimberley, a legista concluiu que os médicos deveriam ter considerado que ela poderia estar sofrendobetfair pluma infecção viral 48 horas antes — e que se eles tivessem feito isso, e a tratassem adequadamente, ela poderia ter sobrevivido.
Já no casobetfair plSamantha, Wood constatou que seus sintomas não eram tão clarosbetfair pldetectar, então "não havia indicações clínicas para iniciar" os medicamentos antivirais antesbetfair plprovavelmente já ser tarde demais para fazer diferença.
Quando a chuva começou a cair do ladobetfair plfora da prefeiturabetfair plMaidstone, onde foi apresentada a conclusão da investigação, Nicola e Yvette refletiram sobre a perda que suas famílias sofreram. Apesar da conclusão da legista, ambas continuam convencidasbetfair plque o cirurgião infectou suas filhas.
"Perder Sam deixou um enorme vaziobetfair plnossas vidas e uma garotinha sem a mãe", diz Nicola.
"Os últimos cinco anos pareceram uma verdadeira luta por respostas. Não fui capazbetfair plviver o luto adequadamente porque estive muito focadabetfair plobter respostas sobre o que aconteceu com Kim e por que isso aconteceu. Isso consumiu minha vida. Sempre vou ficar revoltada e chateada com tudo o que tive que passar para chegar a esse estágio", afirma Yvette.
"Embora eu tenha algumas respostas sobre como Kim morreu — como mãe, ainda há muitas perguntas sobre o que aconteceu que permanecem pendentes."