Okinawa: os suicídios e assassinatossite de blazercentenassite de blazerjaponeses antes da rendição aos EUA na 2ª Guerra:site de blazer
"Pensamos que essa era a única saída que tínhamos", lembrou Kinjo, anos mais tarde. "Com meu irmão mais velho, matamos minha mãe, minha irmã e meu irmão mais novos", relatou, durante uma entrevista realizadasite de blazer1998 ao Imperial War Museum do Reino Unido.
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Esse foi o iníciosite de blazeruma ondasite de blazersuicídios forçadossite de blazercivis que aconteceram durante a Batalhasite de blazerOkinawa, o combate feroz que começou num dia 1ºsite de blazerabril (como hoje) e foi a chave para o fim da guerrasite de blazer1945.
Mas, para entender como tal tragédia ocorreu há 78 anos, é necessário um poucosite de blazercontexto.
'Todos nós queríamos cometer suicídio'
Situada a centenassite de blazerquilômetros a sudoestesite de blazerTóquio, Okinawa é a maior das ilhas Ryükyü, que já formou um reino independente e se tornou parte integrante do Japãosite de blazer1879.
Esse passado costuma ser associado ao fatosite de blazera ilha ter sido palcosite de blazeruma das batalhas mais sangrentas do Pacífico durante a Segunda Guerra Mundial.
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"Os moradores do arquipélago acreditam que o que aconteceu na Batalhasite de blazerOkinawa foi único, porque eles não eram vistos como totalmente japoneses", diz a historiadora Kirsten Ziomek, que dirige um departamentosite de blazerestudos asiáticos na Universidade Adelphi, nos Estados Unidos, e está escrevendo um livro sobre as experiências da população local durante a guerra no Pacífico.
Dias depoissite de blazerinvadirem as ilhas Kerama, onde vivia Kinjo, os aliados iniciaram a capturasite de blazerOkinawa para ter ali uma plataforma estratégicasite de blazeronde lançar uma eventual invasão ao resto do Japão — que, porsite de blazervez, respondeu com uma sériesite de blazerataques aéreos suicidassite de blazerpilotos kamikaze contra a frota americana a oeste e resistiu com dezenassite de blazermilharessite de blazersoldados no solo, muitas vezes usando cavernas como abrigos antiaéreos.
Estima-se que, nos 82 diassite de blazercombatessite de blazerOkinawa, cercasite de blazer100 mil soldados japoneses, 12 mil militares americanos e pelo menos 100 mil civis morreram, incluindo centenas que foram forçados a se matar.
Ziomek sustenta que a chave para os suicídiossite de blazermassa é que eles ocorreramsite de blazerlocais com presença militar japonesa, como uma caverna na ilha. Enquanto isso,site de blazeroutros lugares que tinham apenas civis, havia outra compreensão geral: era melhor se render.
"Suicídios forçadossite de blazergrupo,site de blazerque centenas morrem, ocorreram porque os militares japoneses estavam coagindo os civis a fazer isso", explica Ziomek. "É horrível o que aconteceu."
O número exatosite de blazerquantos civis tiraram suas vidas na batalhasite de blazerOkinawa nunca foi estabelecido.
O historiador Hirofumi Hayashi calcula que apenas nas ilhas Kerama foram 559 vítimassite de blazersuicídiossite de blazermassa. As estimativas sugerem que, quando adicionado a Okinawa, foram cercasite de blazer700 mortes do tipo no total.
Alguns especialistas sugerem que a propaganda da mídia japonesa, que retratava os americanos como selvagens e glorificava os suicídiossite de blazercivissite de blazer1944 durante a Batalhasite de blazerSaipan, a maior das Ilhas Marianas, também pode ter influenciado muitossite de blazerOkinawa a tirar a própria vida.
Diferentes sobreviventes deste episódio concordamsite de blazerapontar a responsabilidade das forças armadas japonesas ao encorajar o suicídiosite de blazercivis,site de blazerparte por medo do que eles poderiam dizer aos invasores ou porque fazer prisioneiros era considerado vergonhoso na cultura local.
Um dos defensores dessa tese foi Takejiro Nakamura, que viusite de blazerprópria mãe estrangular a irmã com uma corda depois que ela implorou para morrer primeiro.
"Todos nós queríamos cometer suicídio porque acreditávamos no Exército Imperial", justificou Nakamurasite de blazerum depoimento coletado pela BBCsite de blazer2007. "Eu culpo o Exército Imperial. Minha irmã teria hoje filhos e netos."
Outra sobrevivente, Mitsuoko Oshiro, lembrou como um soldado deu a ela uma granada e disse que, se ela não a usasse para matar a si mesma esite de blazerfamília, ela seria estuprada e torturada pelos americanos.
“Eu queria morrer, mas não podia. Fugimos para as colinas quando os americanos invadiram, mas eles não nos machucaram, apenas nos deixaram ir”, relatou.
No entanto, 11 membros da famíliasite de blazerOshiro obedeceram às ordens e morreram ao tomar venenosite de blazerrato.
Consequências duradouras
O fatosite de blazeresses depoimentos terem surgido a partirsite de blazer2007 está longesite de blazerser uma mera coincidência.
Naquele ano, uma controvérsia estourou depois que o governo japonês propôs modificar e suavizar passagens nos livros escolares que afirmavam que o Exército ordenava que os moradoressite de blazerOkinawa cometessem suicídiosite de blazervezsite de blazerse render.
Alguns conservadores japoneses questionaram durante anos os relatos sobre o brutal passadosite de blazerguerra do país.
Mas a propostasite de blazermudança nos livrossite de blazerhistória para alunos do Ensino Médio provocou um dos maiores protestos já vistos na ilha: maissite de blazer100 mil pessoas foram às ruas para manifestar oposição à revisão.
Kinjo foi uma das vozes mais notórias nesses protestos. Ele testemunhou sobresite de blazerexperiênciasite de blazerguerrasite de blazerjulgamentos que levaram ao reconhecimento do envolvimento dos militares japonesessite de blazersuicídiossite de blazermassa.
Foi uma conquista e tanto para alguém como Kinjo que, após sobreviver à batalha e ser feito prisioneiro pelos americanos, levou duas décadas para começar a contar o que havia vivenciado. Ele morreusite de blazerjulho do ano passado, aos 93 anos, devido a problemas cardíacos.
A controvérsia sobre os livros mostrou até que ponto os suicídios forçadossite de blazermassa permaneceram uma questão delicadasite de blazerOkinawa.
Depoissite de blazerse render na guerra, o Japão cedeu o controlesite de blazerOkinawa aos EUA até 1972, embora as bases militares americanas na ilha também tenham causado polêmica e protestos.
Uma questão com uma resposta incerta é se os suicídiossite de blazercivissite de blazerOkinawasite de blazeralguma forma influenciaram a decisão dos Estados Unidossite de blazerlançar bombas nucleares sobre Hiroshima e Nagasakisite de blazeragostosite de blazer1945 para derrotar o Japão e acabar com a Segunda Guerra Mundial.
Ziomek aponta que os episódiossite de blazerSaipan,site de blazerque civis se jogaramsite de blazermassasite de blazerpenhascos para evitar a rendição, esite de blazerOkinawa contribuíram para a noção site de blazerque os Estados Unidos estavam enfrentando um inimigo incomum, que nunca se renderia ou pararia.
“É como se [esses fatos] alimentassem a justificativa para soltar a bomba atômica”, explica.
"No entanto, duvido que a bomba não teria sido lançada se esses suicídiossite de blazermassa forçados não tivessem ocorrido."
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