O 'Schindler da Bolívia' que salvou milharesvasco e grêmio palpitejudeus do Holocausto:vasco e grêmio palpite
"Ele era o que podemos chamarvasco e grêmio palpitehomemvasco e grêmio palpitenegócios da mineração, a quem o que importava eram os lucros e que explorava seus funcionários", diz o historiador boliviano Robert Brockmann à BBC News Mundo, o serviçovasco e grêmio palpiteespanhol da BBC.
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"Mas os papéis encontrados na Comibol mostraram o outro lado desse homem: uma espécievasco e grêmio palpiteSchindler que fez o possível para salvar os judeus do Holocausto nazista."
O empresário industrial alemão Oskar Schindler, membro do partido nazista, é reconhecido por ter salvado a vidavasco e grêmio palpitemaisvasco e grêmio palpite1 mil pessoas, empregando-as nas suas fábricas para protegê-las das perseguições.
Hochschild fez o mesmo na Bolívia. E, segundo os documentos encontrados, ele chegou a salvar entre 9 mil e 20 mil pessoas — muito mais que o próprio Schindler.
Robert Brockmann escreveu uma biografia sobre o magnata da mineração, destacando seus esforços para resgatar a maior quantidade possívelvasco e grêmio palpitejudeus que viviam sob o regime nazista, pouco antes do início da Segunda Guerra Mundial,vasco e grêmio palpite1939.
"Hochschild conseguiu convencer o governo boliviano da época que era uma boa ideia abrir as fronteiras para os judeus, totalmente na contramão do que a maioria dos países da região estava fazendo", conta Brockmann à BBC News Mundo.
Hochschild, o minerador
Moritz Hochschild nasceuvasco e grêmio palpitefevereirovasco e grêmio palpite1881 na cidadevasco e grêmio palpiteBiblis, no sudoeste da Alemanha. Ele eravasco e grêmio palpiteuma famíliavasco e grêmio palpitejudeus dedicados à mineração.
"Estes dois aspectos — a mineração e o fatovasco e grêmio palpiteque a maioria dos seus familiares e vizinhos era da etnia asquenaze [judeus que se estabeleceram na Europa central e oriental] — definiriam o que ele viria a fazer pelo resto davasco e grêmio palpitevida", diz o historiador.
No início do século 20, Hochschild viajou para o exterior pela primeira vez. Ele começou então a fazer negóciosvasco e grêmio palpiteforma independente, primeiramente na Austrália e, depois, no Chile, onde manteria a sede das suas operações por muitos anos.
"É no Chile que ele organizavasco e grêmio palpiteempresavasco e grêmio palpitemineração e,vasco e grêmio palpiteforma quase implacável, começa a desenvolver os negócios que o levariam à Bolívia, onde revolucionaria a extraçãovasco e grêmio palpiteminérios", explica Brockmann.
Segundo não só o relato do historiador, como também outros documentos históricos, Hochschild buscou se apropriarvasco e grêmio palpiteminas que estavam inativas ou abandonadas e torná-las rentáveis com novos métodosvasco e grêmio palpiteextração.
"O que aconteceu foi que aquelas minas que antes eramvasco e grêmio palpiteprata foram abandonadas quando esse elemento se esgotou", afirma Brockmann.
"Mas elas tinham outros metais, como o estanho ou zinco, que Hochschild sabia que poderia explorar."
Mas Hochschild não foi o único. Este sistemavasco e grêmio palpitemineração na Bolívia também seria adotado por Patiño e Aramayo. Os três logo ficariam conhecidos como os "barões do estanho".
"Com o início da Primeira Guerra Mundial, esses homens começaram a vender estanho para as grandes potências", conta Brockmann.
"Ganharam muito dinheiro, mas à custa da exploração dos trabalhadores."
Tudo estava indo bem para os poderosos barões da mineração nas décadasvasco e grêmio palpite1920 e 1930, até que as mudançasvasco e grêmio palpitegoverno no início dos anos 1940 levaram ao fim do seu império.
"Hochschild perdeu todos os seus privilégios. Foi presovasco e grêmio palpiteduas ocasiões, e suas minas começaram a ser tomadas pelo Estado", relata o historiador.
Com o passar do tempo, especialmente durante a chamada Revoluçãovasco e grêmio palpite1952 na Bolívia, vieram à tona detalhes dos métodosvasco e grêmio palpiteexploração dos mineiros e da apropriaçãovasco e grêmio palpiteminasvasco e grêmio palpitetodo o país.
E, pela narrativa estabelecida na época, os antigos barões do estanho passaram a ser considerados "vilões da Bolívia".
"Esses documentos mencionam que Hochschild esteve a pontovasco e grêmio palpiteser executado, mas acabou sendo libertado", acrescenta Brockmann.
Em 1944, depoisvasco e grêmio palpiterecuperarvasco e grêmio palpiteliberdade, Hochschild abandonou a Bolívia e nunca mais voltou. Ele foi para o Chile, onde conseguiu retomarvasco e grêmio palpitefortuna, concentrando-se novamente na mineração. E morreuvasco e grêmio palpite1965,vasco e grêmio palpiteum hotelvasco e grêmio palpiteParis.
Mas uma das principais ações por trás dos seus negócios durante os anos que passou na Bolívia seria revelada quase 60 anos depois,vasco e grêmio palpitemeio a arquivos que ninguém havia organizado antes.
Relação especial
Em 1999, o governo boliviano encomendou a Edgar Ramírez — que esteve ligado ao campovasco e grêmio palpitemineração por maisvasco e grêmio palpite20 anos — a tarefavasco e grêmio palpiteorganizar os documentos apreendidos junto aos três barões do estanho na décadavasco e grêmio palpite1950.
Ramírez se pôs a trabalhar e, enquanto revisava as caixas que haviam pertencido à companhia mineradoravasco e grêmio palpiteHochschild, se deparou com diversas surpresas. Entre elas, que o empresário — chamadovasco e grêmio palpite"vilão" e que esteve a pontovasco e grêmio palpiteser fuzilado — havia salvado milharesvasco e grêmio palpitejudeus do Holocausto.
"Este aspectovasco e grêmio palpiteHochschild era desconhecido até descobrirmos esses papéis", afirmou Ramírez ao jornal britânico The Guardian,vasco e grêmio palpite2020.
"Ele era conhecido na Bolívia como o pior tipovasco e grêmio palpiteempresário. O pior!"
O arquivovasco e grêmio palpitequestão agora é propriedade da Comibol e foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unescovasco e grêmio palpite2016. Os documentos revelaram detalhesvasco e grêmio palpitecomo esses judeus haviam viajado da Alemanha até os picos andinos da Bolívia.
"O que os documentos nos mostram é que, devido às açõesvasco e grêmio palpiteHochschild, muitos judeus provenientes da Alemanha, França, Polônia e até da Iugoslávia conseguiram obter visto e trabalho para recomeçar a vida", conta à BBC News Mundo Max Raúl Murillo, atual diretor do arquivo da Comibol.
"Há comprovantesvasco e grêmio palpitetrabalho, salários, vistos, cartas não sóvasco e grêmio palpiteespanhol, mas tambémvasco e grêmio palpitealemão e hebraico, que precisamos traduzir para saber como tudo havia acontecido", destaca Murillo.
Segundo os documentos, foi graças à relação especial entre Hochschild e o então presidente boliviano Germán Busch Becerra (1937-1939) que ele conseguiu trazervasco e grêmio palpite9 mil a 20 mil judeus, principalmentevasco e grêmio palpiteorigem asquenaze.
Da Alemanha para a Bolívia
Nas biografias escritas sobre Hochschild, existe um aspecto que é mencionado repetidamente.
Em 1933, quando o governo nazista declarou a perda da nacionalidadevasco e grêmio palpitetodos os judeus alemães não residentes no país, o empresário da mineração percebeu que algo grave estava prestes a acontecer.
"Era um homem que viajava o tempo todo, e esta situação o colocavasco e grêmio palpitealerta sobre o que acontece no seu país, especialmente com avasco e grêmio palpitecomunidade", destaca Brockmann.
"Ele então sente que precisa fazer alguma coisa."
Segundo o relato dos historiadores,vasco e grêmio palpiteprimeira tentativa é viabilizar a entradavasco e grêmio palpitepaíses onde já existem comunidades judaicas bem estabelecidas, como os Estados Unidos e a Argentina, mas alcançou poucos resultados.
Hochschild recorre então ao presidente Busch, que não estava muitovasco e grêmio palpiteacordo com a ideia porque não via como fazer para que os judeus que chegassem à Bolívia não usassem o país simplesmente como trampolim para chegar a outros territórios.
"Mas Hochschild o convence dizendo que os judeus poderiam trabalhar no campo e ajudar a desenvolver este setor da economia boliviana", diz Brockmann.
Com isso, foram criadas a Sociedade Protetora dos Imigrantes e Israelitas (SOPRO) e a Sociedade Colonizadora da Bolívia (SOCOBO), com o propósitovasco e grêmio palpitelegalizar a entrada desses imigrantes.
"Essas entidades fazem o trâmite da documentação com base nas normas nacionais, como a promulgação dos Decretos Supremosvasco e grêmio palpite1938, a Resolução Supremavasco e grêmio palpite14vasco e grêmio palpitemarçovasco e grêmio palpite1938, sobre a entradavasco e grêmio palpitejudeus no país, e a Circularvasco e grêmio palpite24vasco e grêmio palpiteabrilvasco e grêmio palpite1938, que são requisitos exigidos dos imigrantes que desejam povoar terras vazias", explica Murillo.
Mas as açõesvasco e grêmio palpiteHochschild não se limitaram a convencer o governo boliviano.
"Os arquivos mostram que ele dirigiu o trabalhovasco e grêmio palpiteimigração até o final da Segunda Guerra Mundial. Ele criou creches, centros infantis, locaisvasco e grêmio palpiterecreação para crianças órfãsvasco e grêmio palpiteorigem judaica e contratou trabalhadores imigrantes judeus nas suas empresasvasco e grêmio palpitemineração."
Murillo acrescenta que, "além disso, ele comprou as fazendas Santa Rosa, Chorobamba e Polo Polo nos Yungas [regiãovasco e grêmio palpitefloresta no centro da Bolívia], onde desenvolveu atividades agrícolas com os próprios imigrantes, para gerar alimentos, trabalho e estabilidade econômica".
Mas o que o presidente Busch não sabia é que a maioria dos judeus a quem o governo boliviano havia oferecido vistos para que pudessem entrar no país — e, assim, fugir da Alemanha — nunca havia trabalhado no campo.
"Por diferentes razões históricas e religiosas, os judeus nunca tiveram grande participação na produção agrícola da Europa", diz o acadêmico.
"Por esta razão, muito poucos ficaram na Bolívia. Muitos seguiram para a Argentina ou para outros países da região."
De qualquer forma, com a ajudavasco e grêmio palpiteBusch, Hochschild viabiliza a saída dos judeus da Alemanha evasco e grêmio palpitechegada à Bolívia. Milharesvasco e grêmio palpiteimigrantes saíamvasco e grêmio palpitediversos portos da Europa, atravessavam o Atlântico e chegavam ao portovasco e grêmio palpiteArica, no norte do Chile. De lá, saía o chamado "Expresso dos Judeus", que cobria o último trecho da viagem — do porto chileno até a capital boliviana, La Paz.
Documentos obtidos pelo historiador revelam que a maior parte das pessoas que ficaram na Alemanha e pertenciam à mesma comunidade do empresário da mineração não sobreviveu ao Holocausto.
"Independentemente do seu comportamento como empresário, esta açãovasco e grêmio palpiteHochschild realmente salvou a vida daquelas pessoas", destaca Brockmann.