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A faltabetbooremédios nos EUA que deixa pacientes com câncer sem quimioterapia:betboo
"As drogas quimioterápicas voltaram à lista dos cinco tiposbetboomedicamentos mais escassos", disse a jornalista americana Roxanne Nelson, especializadabetboosaúde, à BBC Mundo (serviçobetbooespanhol da BBC).
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Nelson alerta que a situação é grave, já que alguns desses compostos são usados em tratamentosbetbooprimeira linha para vários tiposbetboocâncer, desde mama e ovário até leucemia pediátrica.
Em muitos casos, diz ela, não há alternativas eficazes e a escassez "causa atrasos no tratamento, o que pode levar a desfechos fatais".
'Campobetboobatalha'
Mais e mais pacientes com câncer nos Estados Unidos estão sendo obrigados a enfrentar um segundo desafio além da doença: encontrar os remédiosbetbooque precisam para serem curados.
É o caso da militar aposentada Toni Dezomits, da Carolina do Norte, que aos 55 anos sofrebetboocâncerbetbooovário recorrentebetbooestágio 4 (avançado com metástase).
Um dia antesbetbooela passar pela terceira rodadabetbooquimioterapia, seu médico lhe deu uma má notícia: a carboplatina, um dos três compostosbetbooseu tratamento, estavabetboofalta.
Forçada a escolher entre ficar sem este genérico ou mudar para outro com efeitos colaterais mais fortes, Dezomits decidiu receber suas últimas três sessõesbetbooquimioterapia com apenas dois dos medicamentos recomendados.
"Eu tinha essas duas opções, uma pior que a outra. Estou preocupada, porque sei que não tenho o medicamento que funcionou para o meu câncer", diz ela.
Toni Dezomits é um dos 100 mil pacientes afetados nos últimos meses nos EUA, segundo estimativas da Sociedade AmericanabetbooOncologia Clínica.
Quando seu oncologista ficou sem carboplatina, a ex-militar foi para um hospital especializado maior no Texas. Mas lá lhe negaram o remédio porque priorizavam os pacientes com mais chancesbetboocura.
"É como uma triagembetbooum campobetboobatalha", disse Dezomits, que atuou como soldado na Guerra do Golfo Pérsico.
O impacto da crise
O impacto nos pacientes pode variar dependendo da gravidadebetboosuas doenças, explica à BBC Mundo o médico Eric Tichy, presidente do conselhobetbooadministração da Aliança para o Fim da EscassezbetbooMedicamentos nos Estados Unidos.
"Os pacientes enfrentam estresse adicional e perdem tempo procurando fontes alternativas. E, nos casos mais extremos, a escassezbetboodrogas quimioterápicas pode causar grande sofrimento, pois eles recorrem a tratamentos menos eficazes ou racionamento, colocandobetboosaúdebetboorisco", diz.
Perguntamos a Tichy se a crisebetboomedicamentos pode levar à perdabetboovidas.
"Embora não haja evidências definitivas para provar isso, sabemos que uma certa porcentagembetboopessoas não está recebendo a terapia ideal. Por exemplo,betbooum tipo específicobetboocâncerbetboobexiga, 20% das pessoas não estão recebendo tratamento adequado pela limitaçãobetbooabastecimento, o que pode colocar suas vidasbetboorisco", responde.
Além do câncer, a escassezbetboomedicamentos nos Estados Unidos afeta outras doenças, como déficitbetbooatenção e hiperatividade, diabetes, hipertensão ou asma, e afeta especialmente áreas médicas como emergência, anestesia, doenças infecciosas, nutrição parenteral e neurologia, segundo a ASHP .
O que explica a faltabetboomedicamentos?
Especialistas e o FDA atribuem a crise atual a várias causas, como o aumento da demanda devido ao envelhecimento da população dos EUA, a escassezbetboosuprimentos ou as limitações nas capacidadesbetboofabricação.
Entre todos eles, porém, um se destaca: as empresas farmacêuticas deixarambetbooproduzir muitos remédios baratos porque eles quase não trazem lucro.
"Como sabemos, a saúde nos Estados Unidos é um negócio", diz Roxanne Nelson.
A especialista alega que "há poucos incentivos para fabricaçãobetboomedicamentos baratos sem patentes".
Como exemplo, cita os injetáveis, “que são relativamente baratosbetboocomprar, mas complexosbetboofabricar. Por exemplo, o sedativo propofol tem duas vezes mais chancesbetbooesgotar embetbooforma injetável do quebetboocomprimidos orais”.
É por isso que os medicamentos mais escassos (8betboocada 10 que faltam, segundo o FDA) são genéricos.
“Remédiosbetboomarca, que são mais caros, raramente faltam no mercado”, afirmou o presidente da Aliança pelo Fim da EscassezbetbooMedicamentos.
Outra das causas importantes da crise, destaca Tichy, tem a ver com a fabricação e distribuiçãobetboomedicamentos.
"Muitas vezes trata-sebetbooquestõesbetbooqualidade. Órgãos reguladores inspecionam uma fábrica e encontram coisas fora do padrão, o que faz com que a produção seja interrompida e produtos já existentes no mercado sejam recolhidos."
O que diz a FDA
A BBC Mundo consultou a FDA sobre a atual crisebetboomedicamentos, a busca por soluções e perspectivas futuras.
"A FDA reconhece o impacto potencial que a faltabetboodisponibilidadebetboocertos produtos pode ter sobre os profissionaisbetboosaúde e pacientes", respondeu a instituição por meiobetbooseu porta-voz, James McKinney.
Ele enfatizou que "a agência não fabrica medicamentos e não pode exigir que uma empresa farmacêutica produza um medicamento, faça maisbetbooum medicamento ou altere a distribuiçãobetbooum medicamento".
No entanto, garantiu que têm tomado uma sériebetbooiniciativas para atenuar o problema, como "apoiar a adoçãobetbootecnologias avançadasbetboofabricação e práticas eficientesbetboogestão da qualidade" nestas empresas.
Ele também destacou que "houve uma demanda maior por determinados medicamentos durante a pandemia, que agora está se normalizando".
E, olhando para o futuro, mostra-se otimista, indicando que "os fabricantes esperam que a disponibilidade (de medicamentos) continue a aumentar a curto e médio prazo".
No entanto, alguns pacientes com câncer, como Toni Dezomits, não podem esperar muito.
"Este país deveria fazer mais. Deveríamos ter ao nosso alcance medicamentos que salvam vidas e que custam cercabetbooUS$ 9 ou US$ 10 a dose (cercabetbooR$ 50)", protesta.
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