Como o pulmãobetboo şikayetvarferro abriu caminho para a UTI moderna:betboo şikayetvar
Alexander contraiu poliomielitebetboo şikayetvar1952, com apenas seis anosbetboo şikayetvaridade. Ele ficou paralisado do pescoço para baixo.
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Apesar dos seus imensos progressos para aprender a respirar sozinho por curtos períodosbetboo şikayetvartempo, Alexander passou o resto da vida dependendo do pulmãobetboo şikayetvarferro para sobreviver. Mas ele estudou e trabalhou como advogado.
Desenvolvidobetboo şikayetvar1927 pelo higienista industrial Philip Drinker (1894-1972), membro da Faculdadebetboo şikayetvarSaúde Pública T. H. Chan da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, o pulmãobetboo şikayetvarferro foi usado pela primeira vez para salvar a vidabetboo şikayetvaruma criançabetboo şikayetvar1928.
O aparelho logo se tornou comum nas alas hospitalares durante os surtosbetboo şikayetvarpoliomielite das décadas seguintes, particularmente a partirbetboo şikayetvar1948, até o desenvolvimento da vacina contra a doença,betboo şikayetvar1955. A criação do pulmãobetboo şikayetvarferro abriu o caminho para diversas inovações médicas que viriam a seguir.
Como funciona o pulmãobetboo şikayetvarferro
Ao longo do século 20, ocorreram surtosbetboo şikayetvarpóliobetboo şikayetvartodo o mundo, transmitidos pela água e por alimentos contaminados. E, até o surgimento da vacina, o pulmãobetboo şikayetvarferro era a última palavra da tecnologia e a principal formabetboo şikayetvartratamentobetboo şikayetvarcasos graves da doença.
O pulmãobetboo şikayetvarferro é um cilindro metálico hermético gigante conectado a um fole. Ele chegava a pesar até 295 kg.
O paciente precisava deslizar para dentro do aparelho até o pescoço. O fole era ligado a uma bomba, que enviava ciclosbetboo şikayetvarar contínuos para dentro e para fora da caixa, ajudando o paciente a continuar respirando, levando o ar até os pulmões.
Esta formabetboo şikayetvarrespiração artificial é conhecida como Ventilação com Pressão Negativa Externa (ENPV, na siglabetboo şikayetvaringlês).
"A invenção do pulmãobetboo şikayetvarferro mudou para sempre a relação entre o ser humano e as máquinas", segundo a médicabetboo şikayetvartratamento intensivo Hannah Wunsch, do Centro Médicobetboo şikayetvarAnestesiologia Weill Cornell, nos Estados Unidos. Ela é autora do livro The Autumn Ghost (O fantasma do outono,betboo şikayetvartradução livre), que conta como as unidadesbetboo şikayetvarterapia intensiva e a ventilação mecânica formaram a base da assistência médica moderna.
"Pela primeira vez, um indivíduobetboo şikayetvardificuldadesbetboo şikayetvarrespiração por longo períodobetboo şikayetvartempo podia receber ajuda, com a máquina fazendo todo o trabalhobetboo şikayetvarrespirar, ou uma parte dele", explica Wunsch.
Alguns pacientes passavam apenas um curto período no pulmãobetboo şikayetvarferro – talvez semanas ou meses, até que conseguissem recuperar a força dos pulmões e respirarbetboo şikayetvarforma independente outra vez. Mas, para os pacientes cujos músculos dos pulmões estavam permanentemente paralisados, o pulmãobetboo şikayetvarferro permanecia sendo fundamental para abetboo şikayetvarsobrevivência.
O pulmãobetboo şikayetvarferro salvava vidas, mas também tinha muitas limitações, tanto para os pacientes quanto para os profissionais da medicina.
Muitas pessoas se sentiam presas dentro do aparelho. Os médicos também tinham dificuldade para ter acesso e fornecer tratamento para o paciente encerrado dentro do pulmãobetboo şikayetvarferro. Mas a invenção serviubetboo şikayetvarbase para muitos outros avanços no campo da medicina.
"Este conceitobetboo şikayetvarestimular um órgão – no caso, os pulmões – passou a ser o elemento central da terapia intensiva moderna", afirma Wunsch.
Inovações médicas decorrentes
O pulmãobetboo şikayetvarferro costuma ser indicado como um marco no desenvolvimento dos ventiladores mecânicos, que não eram muito utilizados antes do surgimento da poliomielite.
"A ciência da ventilação ganhou maior destaque graças aos pulmõesbetboo şikayetvarferro", segundo o pneumologista, especialistabetboo şikayetvarmedicina do sono ebetboo şikayetvarterapia intensiva Peter Gay, da Clínica Mayo, nos Estados Unidos. "Passamos a entender melhor a fisiologia da trocabetboo şikayetvargases depois que eles mecanizaram o movimento do ar para dentro e para fora do corpo."
Um dos primeiros ventiladores pulmonares foi desenvolvido pelo médico dinamarquês Bjørn Aage Ibsen (1915-2007). Em 1953, ele começou a desenvolver o que chamavabetboo şikayetvar"ventiladorbetboo şikayetvarpressão positiva".
Ao contrário do pulmãobetboo şikayetvarferro, que dependia da ventilação com pressão negativa, sugando o ar para dentro dos pulmões do paciente, o ventiladorbetboo şikayetvarpressão positiva conseguia empurrar o ar para o interior dos pulmões ao ser conectado a um tubobetboo şikayetvarrespiração.
O aparelhobetboo şikayetvarIbsen também era mais portátil e muito menos incômodo e invasivo do que o pulmãobetboo şikayetvarferro.
Este tipobetboo şikayetvarpressão positiva seria utilizado rotineiramente pelos anestesiologistas nas salasbetboo şikayetvarcirurgia. Da mesma forma que o pulmãobetboo şikayetvarferro, a máquina soprava o ar para os pulmões, mantendo a respiração do paciente.
A tecnologia dos ventiladores se expandiu e evoluiu vertiginosamente ao longo dos anos, mas seu conceito permanece muito similar ao desenvolvido por Ibsen.
A história dos ventiladores modernos que ficam ao lado do leito do paciente, fornecendo pressão positiva nas unidadesbetboo şikayetvarterapia intensiva, pode ser rastreada até a epidemiabetboo şikayetvarpólio do século passado.
O desenvolvimento da tecnologia do pulmãobetboo şikayetvarferro "criou o conceitobetboo şikayetvarque você pode colocar um grupo inteirobetboo şikayetvarpessoasbetboo şikayetvarum mesmo ambiente e ajudá-las com essa trocabetboo şikayetvargasesbetboo şikayetvarque elas precisam para salvar suas vidas", acrescenta Peter Gay. Daí nasceu a ideia das Unidadesbetboo şikayetvarTerapia Intensiva (UTIs).
Segundo a publicação Respiratory Care Journal, "as primeiras UTIs foram criadas para cuidar,betboo şikayetvaralguns casos,betboo şikayetvardezenasbetboo şikayetvarpacientes,betboo şikayetvartodas as idades, que precisavambetboo şikayetvarventilação com pressão negativa devido à poliomielite".
"Você tinha essas unidades com todos esses pacientesbetboo şikayetvarpólio usando o pulmãobetboo şikayetvarferro e foi ali que realmente decolou a ideia das unidadesbetboo şikayetvarterapia intensiva", afirma Gay. "É por isso que os anestesiologistas foram os primeiros especialistasbetboo şikayetvarterapia intensiva. Os anestesiologistas foram basicamente os primeiros a administrar esse tipobetboo şikayetvarterapia intensiva."
Wunsch concorda. Ela indica que "a criaçãobetboo şikayetvarcentros respiratórios para o tratamentobetboo şikayetvarpacientesbetboo şikayetvarpólio sustentados por pulmõesbetboo şikayetvarferro ajudou a estabelecer a ideiabetboo şikayetvarque a assistência complexa dos pacientes exigia um espaço específico, com atendentes altamente especializados. Este conceito também está presente no centro das UTIs modernas."
Da mesma forma, a capacidadebetboo şikayetvarauxiliar o sistema respiratório do paciente com mais eficiência permitiu melhorar o tratamentobetboo şikayetvarmuitas outras doenças graves.
"Muitas vezes, quando as pessoas sofrembetboo şikayetvardoenças graves, a enfermidade é acompanhada por paradas respiratórias – no casobetboo şikayetvarpacientes sépticos, com pneumonia ou infecções", segundo Gay, "e o sistema respiratório precisabetboo şikayetvarapoio para que eventuais falhasbetboo şikayetvaroutros órgãos sejam recuperadas."
Ventiladores e a pandemiabetboo şikayetvarcoronavírus
A poliomielite causou medobetboo şikayetvartodo o mundo no pico da epidemia. A doença deixava centenasbetboo şikayetvarmilharesbetboo şikayetvarcrianças paralisadas todos os anos.
Mas o pulmãobetboo şikayetvarferro ajudou a salvar muitas delas. Somente nos Estados Unidos, 1,2 mil pessoas usaram o aparelhobetboo şikayetvar1959.
É possível traçar um paralelo entre aquela época e o finalbetboo şikayetvar2019 e iníciobetboo şikayetvar2020, quando o mundo se encontrou novamente lutando contra uma doença assustadora.
Durante o pico da pandemiabetboo şikayetvarcovid-19, a ventilação surgiu novamente na primeira linhabetboo şikayetvartratamento. E, mais recentemente, uma equipebetboo şikayetvarmédicos e engenheiros inventou a versão moderna do pulmãobetboo şikayetvarferro, uma tecnologia que servebetboo şikayetvarauxílio à respiraçãobetboo şikayetvarpacientes com covid-19.
O novo aparelho estábetboo şikayetvardesenvolvimento e ainda não chegou ao mercado. Seu nome é Exovent NPV.
Ele também é um ventiladorbetboo şikayetvarpressão negativa e trabalha reduzindo "a pressão fora do corpo para permitir que os tecidos pulmonares se expandam e funcionembetboo şikayetvarforma que relembre a respiração normal", segundo o Institutobetboo şikayetvarEngenheiros Mecânicos do Reino Unido.
Existe também a esperançabetboo şikayetvarque o aparelho possa ser empregadobetboo şikayetvarcondições como a pneumonia.
O Exovent é apenas o exemplo mais recentebetboo şikayetvaruma inovação médica que tem suas origens na invenção do pulmãobetboo şikayetvarferro.
Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Innovation.