Vacina contra poliomielite: entenda os riscospragmatic play roletanão imunizar crianças contra a doença:pragmatic play roleta

Crédito, Fernando Frazão/Agência Brasil
A faixapragmatic play roletacobertura vacinal recomendada para a poliomielite,pragmatic play roletaacordo com a Fiocruz, épragmatic play roleta80%. Em 2021, a imunização contra a poliomielite foipragmatic play roletaapenas 67,1%.
"Um dos motivos prováveis dessa queda vacinal é a falsa sensaçãopragmatic play roletaproteçãopragmatic play roletadoenças que não conhecem. A pólio, junto com sarampo, já foi uma das principais doenças da infânciapragmatic play roletaíndicepragmatic play roletasequelas epragmatic play roletamortes, mas os pais e tutorespragmatic play roletahojepragmatic play roletadia sãopragmatic play roletauma geração que foi muito vacinada, e por isso, não têm experiência com a doença", aponta Juarez Cunha, presidente da SBIm (Sociedade Brasileirapragmatic play roletaImunizações).
O que pode acontecer com quem não é vacinado contra a poliomielite
A poliomielite é uma doença infecto-contagiosa causada por um vírus que vive no intestino, chamado poliovírus (existente nos sorotipos 1, 2 e 3). O agente é capazpragmatic play roletainfectar crianças e adultos por meio do contato direto com fezes ou com secreções eliminadas pela boca das pessoas infectadas.
Quando se tratapragmatic play roletauma pessoa sem históricopragmatic play roletavacinação, ou seja, sem a proteção imunológica contra o poliovírus, após uma infecção, o agente começa a se multiplicar livremente na garganta ou nos intestinos.
Em seguida, o vírus chega à corrente sanguínea e, se o quadro não for tratado a tempo, pode atingir o cérebro, causando a chamada "infecção paralítica".
Nesses casos, mais raros, mas que podem causar sequelas irreversíveis, o vírus ataca o sistema nervoso destruindo os neurônios motores e provoca paralisia nos membros inferiores.
Foi o que aconteceu com a célebre artista mexicana Frida Kahlo, que teve pólio aos seis anospragmatic play roletaidade e acabou com sequelas permanentes nos movimentos das pernas. Posteriormente, por complicações da doença, a pintora ainda precisou amputar os dedos do pé e, depois, uma das pernas.

Crédito, Marcelo Camargo/Agência Brasil
Outra possibilidade é que o vírus, depoispragmatic play roletachegar ao cérebro, cause meningite, inflamação das membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal, que tem como principais sintomas a febre, rigidez da nuca e náuseas.
Se não for tratado adequadamente, o quadropragmatic play roletameningite também pode causar sequelas. Entre elas, a perdapragmatic play roletaaudição e visão parcial ou total, epilepsia e paralisiapragmatic play roletaum ou ambos os lados do corpo.
Já se forem infectadas as células dos centros nervosos que controlam os músculos respiratórios e da deglutição, a doença pode afetar a capacidade da pessoapragmatic play roletarespirarpragmatic play roletaforma normal e se alimentar, podendo levar à morte.
"As consequências da doença eram muito importantes e impactaram a vidapragmatic play roletamuitos brasileiros no passado, já que praticamente todo mundo tinha alguém na família que sofreu com a doença ou pelo menos conhecia alguém que foi infectado antes da erradicação da doença", indica o presidente da SBIm.
Por que a pólio pode voltar se a doença já estava erradicada?
O Brasil é um dos oito países sul-americanos que apresentam alto riscopragmatic play roletavolta da poliomielite, segundo relatório divulgado pela Opas (Organização Pan-Americanapragmatic play roletaSaúde)pragmatic play roleta2021.
Hoje, a doença só existepragmatic play roletaforma endêmica (circulando o ano todo), no Afeganistão e no Paquistão países vizinhos na Ásia Meridional.
Mas a poliomielite tem aparecido na formapragmatic play roleta"derivado vacinal" nos Estados Unidos, Israel, Inglaterra e outros países, o que acende um alerta para o mundo todo.
São chamadospragmatic play roleta"derivados da vacina" os vírus que circulam a partirpragmatic play roletauma forma modificada do vírus originalmente contido na VOP (a vacina oral da poliomielite).

Crédito, Bettmann/Getty Images
Conforme explica Juarez Cunha, quando uma criança recebe a vacina oral (usada no Brasil somente para as dosespragmatic play roletareforço), que utiliza o vírus atenuado (vivo, mas enfraquecido), parte desse vírus pode sair nas fezes e acabar no esgoto, como foi observado em Londres no último mêspragmatic play roletajunho, aumentando o riscopragmatic play roletainfecção para quem não foi vacinado.
De acordo com um documento da "Polio Global Eradication Initiative", uma iniciativa da OMS para a erradicação da doença,pragmatic play roletararas ocasiões, quando se replicam no intestino humano, as estirpes da VOP sofrem mutações genéticas e podem propagar-se nas comunidades que não estejam totalmente vacinadas contra a pólio, especialmente nas zonas onde não haja uma boa higiene, onde o saneamento seja deficiente ou onde exista sobrepovoamento.
"Outras mutações ocorrem à medida que estes vírus se propagampragmatic play roletapessoa para pessoa e, se um deles conseguir continuar a propagar-se numa população subvacinada, poderá, com o tempo, sofrer mutação genética até o pontopragmatic play roletarecuperar a capacidadepragmatic play roletacausar paralisia", diz o documento.
A experiência demonstra que uma baixa cobertura vacinal contra a pólio é o principal fatorpragmatic play roletarisco para a emergência e propagaçãopragmatic play roletaum surto por derivados da vacina.
Se a vacina oral for administrada apenas a algumas pessoas numa grande população suscetível, o vírus da vacina pode continuar a se multiplicar, mudar geneticamente e infectar não vacinadas. Já uma população que tenha sido amplamente vacinada estará protegida contra a mutação e propagação do vírus.

Crédito, Brazil Photos/Getty Images
"Para isso, a cobertura vacinal precisa ser melhorpragmatic play roletamuitos países, inclusive o Brasil, que antespragmatic play roleta2015 era considerado um exemplo a ser seguidopragmatic play roletatermospragmatic play roletaimunização contra a pólio", aponta Gislayne Castro e Souzapragmatic play roletaNieto, pediatra e neonatologista e professora do cursopragmatic play roletaMedicina da Universidade Positivo,pragmatic play roletaCuritiba, no Paraná.
Ambos os especialistas consultados pela BBC News Brasil apontam que, no futuro, a tendência é que somente vacinaspragmatic play roletavírus inativados sejam usadas — no Brasil epragmatic play roletatodos os outros países.
Mas essa é uma mudança que deve acontecerpragmatic play roletaforma gradual, e enquanto não é concluída, todos os locais onde há baixa cobertura vacinal estãopragmatic play roletarisco. "Nos EUA, só o imunizante com vírus inativado é usado, mas ainda assim foi notificado um casopragmatic play roletainfecção por derivado da vacina. Provavelmente se deu por alguém que viajou", aponta Cunha.
Além da necessidadepragmatic play roletaalta cobertura vacinal, outro ponto importante no combatepragmatic play roletanovos surtos é vigilância das "paralisias flácidas", como são chamados os casospragmatic play roletaperdapragmatic play roletamovimentos causados pela pólio. "É importante checar se são motivados pela doença, mas essa é uma vigilância que não estamos conseguimos fazer no Brasil", indica.
Por fim, a faltapragmatic play roletauma vigilância ambiental ativa que verifique constantemente se há poliovírus circulando nos esgotos também contribui para que o Brasil fique mais suscetível a novos casos.
Como receber a vacina contra a poliomielite e outras doenças
A vacinação é a única formapragmatic play roletaprevenção da poliomielite. Para que a criança receba o imunizante, basta que seu responsável legal a leve até um postopragmatic play roletavacinação.
A campanha nacional contra a pólio busca alcançar crianças menorespragmatic play roletacinco anos que ainda não foram vacinadas com as primeiras doses do imunizante (que é aplicado aos 2, 4 e 6 mesespragmatic play roletaidade por meiopragmatic play roletainjeção intramuscular) ou que ainda não tomaram as dosespragmatic play roletareforço com a vacina oral bivalente - VOP (gotinha).
Para adolescentes menorespragmatic play roleta15 anos, os imunizantes disponíveis nos postospragmatic play roletavacinação são contra a hepatite, pneumonia, rotavírus, febre amarela, sarampo, caxumba, rubéola, varicela, HPV, difteria, meningite, entre outras.
- Este texto foi publicadopragmatic play roletahttp://vesser.net/brasil-62471680
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