Por que Mildred Gillars foi a mulher mais odiada dos EUA após 2ª Guerra:bet360 aposta
Naquela época, o rádio era o grande meiobet360 apostadifusãobet360 apostamensagens, sendo utilizado tanto pelas Potências do Eixo – Alemanha, Itália e Japão – quanto pelas forças Aliadas.
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Fim do Matérias recomendadas
Para o Terceiro Reich, ter uma voz como abet360 apostaGillars, não apenas com um tom agradável, mas com o sotaque familiar do Meio-Oeste americano, era o ideal.
Assim, seus programas, destinados a desmoralizar tanto os americanosbet360 apostacasa quanto os soldados nos camposbet360 apostabatalha, multiplicaram-se.
“Uma derrota para a Alemanha significaria uma derrota para os Estados Unidos”, disse Gillars.
“Malditos Roosevelt e Churchill, e todos os judeus que tornaram esta guerra possível”, falava, sempre responsabilizando pelo conflito o presidente dos EUA, o primeiro-ministro britânico e o povo judeu.
Também havia programas especiais voltados para “mães, esposas e namoradas” com entes queridos nas batalhas.
Utilizando informação da inteligência alemã, ela contava históriasbet360 apostasoldados que tinham sido capturados, feridos ou mortos, citando informações específicas sobre o destino sombrio deles.
A Sylvia Edinger,bet360 apostaSanta Monica, Califórnia, Gillars contou que a perna esquerda do irmão dela tinha sido esmagada. E à família do piloto George Jones, que ele não tinha sobrevivido a um saltobet360 apostaparaquedas.
Dizia que todos os entes queridos das ouvintes iriam perder a vida. "Na melhor das hipóteses, voltariam para casa aleijados, mutilados, inúteis para o restobet360 apostasuas vidas. Por quem? Por Franklin D. Roosevelt, Churchill e seus companheiros judeus".
Outros programas foram concebidos para desmoralizar os americanos na linha da frente, menosprezando o propósito da guerra e prevendo o destino horrível que os aguardava, considerando a força do inimigo.
Além disso, com voz sussurrante, tentava semear dúvidas sobre a fidelidade das esposas e namoradas nos EUA enquanto eles estavam nos camposbet360 apostabatalha ou sobre como seriam recebidos quando voltassem mutilados.
Eles acabariam, previa ela, derrotados, sozinhos e rejeitados.
Embora entregasse aquelas doses diáriasbet360 apostamensagens destinadas a destacar a solidão, o cansaço e a futilidade da luta contra a Alemanha, Gillars era popular entre o público que tinha como alvo.
Música e informação sobre soldados
“Na Europa, as tropas americanas da Segunda Guerra Mundial lutam contra dois inimigos: os alemães e o tédio”, observou um artigo do Saturday Evening Postbet360 apostajaneirobet360 aposta1944 que ajuda a explicar o apelobet360 apostaGillars.
“O rádio é uma das formas preferidasbet360 apostapreencher o tempobet360 apostainatividade”, continuou, revelando que “uma das favoritas dos soldados é uma jovem com uma voz doce que transmite programas dirigidos a eles a partir da Rádio Berlim”.
“As tropas apelidaram-nabet360 apostaAxis Sally”, disse o meteorologista do Corpo Aéreo do Exército dos EUA, cabo Edward Van Dyne, acrescentando:
“Ela tem uma voz que escorre como melbet360 apostauma colher grandebet360 apostamadeira (...). E toca swing, um bom swing!"
Para os soldados no Nortebet360 apostaÁfrica e na Europa, a atração era a encantadora músicabet360 apostabig band e canções nostálgicas.
“Não há nada melhor para o moralbet360 apostaum soldado do que um poucobet360 apostamúsica swingbet360 apostavezbet360 apostaquando”, afirmou o Saturday Evening Post.
E entre uma música e outra, Axis Sally plantava dúvidas…
"Olá amigos! Me perguntava se suas garotas nos EUA estão andando com todos aqueles 4 F's (homens impróprios para o serviço militar)."
“Na distante Berlim, o ministro Goebbels pensa que Sally está minando rapidamente o moral dos soldados americanos, mas nosso cabo sabe que o efeito é exatamente o oposto”, afirmava o artigo.
Para as tropas, as transmissõesbet360 apostaGillars eram uma diversão e suas palavras fontebet360 apostapiada.
Porém, os programas musicais para soldados não foram os únicos que conquistaram público - nem as razões sempre foram tão alegres.
Após o Dia Dbet360 aposta1944, começou a ser transmitida a Caixabet360 apostaCorreio e Relatórios Médicos dos GIs, programa que giravabet360 apostatorno dos prisioneirosbet360 apostaguerra, com seus nomes reais, númerosbet360 apostaserviço individuais e a situação dos soldados feridos.
Gillars e seu amante, Max Otto Koischwitz, passaram-se por trabalhadores da Cruz Vermelha Internacional e fizeram visitas guiadas a camposbet360 apostaprisioneirosbet360 apostaguerra, diz Norman Coxbet360 apostaRadio Berlin Calling.
Distribuindo cigarros e sorrisos, gravavam os presos após avisarem que suas entrevistas seriam transmitidas para seus lares.
Para tranquilizar familiares e amigos, os prisioneiros frequentemente declaravam estar melhores do quebet360 apostafato estavam e,bet360 apostaqualquer forma, Gillars e Koischwitz editavam as palavras para dar a impressãobet360 apostaque os soldados concordavam com a propaganda nazista.
Parentesbet360 apostasoldados capturados, ansiosos por notícias, ouviam regularmente o programa.
Mas como uma americana criadabet360 apostaOhio tornou-se porta-voz dos nazistas?
Estrela cadente
Na décadabet360 aposta1920, Gillars era uma aspirante a atriz que, depoisbet360 apostatentar a sortebet360 apostaNova York, conseguiu apenas ser corista na Broadway.
Ela pintou o cabelo pretobet360 apostaloiro platinado e foi com um namorado para o Norte da África, com planosbet360 apostachegar à Europa.
Acabou na Alemanha, ensinando inglês,bet360 aposta1934, quando Adolf Hitler chegava ao poder.
Quando a guerra eclodiu,bet360 aposta1939, Gillard decidiu ficar com o noivo, um alemão naturalizado, apesarbet360 apostao Departamentobet360 apostaEstado americano ter aconselhado seus cidadãos a voltarem para casa.
No ano seguinte, Gillars começou a trabalhar na Rádio Estatal Alemã como apresentadora.
O noivo morreu na Frente Oriental, mas ela logo se envolveu com Koischwitz, que era casado, havia sido professorbet360 apostaalemãobet360 apostaNova York e trabalhava no Ministério das Relações Exteriores da Alemanha.
Quando Koischwitz passou a ser o encarregado das transmissõesbet360 apostarádio nazistas para as tropas americanas, levou a amante para trabalhar com ele.
Gillars não apenas apresentava programas, mas também peçasbet360 apostarádio que Koischwitz escrevia para ela.
Com o microfone do Terceiro Reich,bet360 apostauma épocabet360 apostaque o rádio era poderoso, a atriz frustrada desfrutava do sucesso que tanto almejava, gozavabet360 apostaprestígio, fama, um bom salário e uma vida confortável.
Mas quando Berlim entroubet360 apostacolapsobet360 apostaabrilbet360 aposta1945 a carreirabet360 apostaGillars chegou ao fim.
A última transmissão foibet360 aposta6bet360 apostamaiobet360 aposta1945; ela deixou a estaçãobet360 apostarádio pela porta dos fundos quando os soldados do Exército Vermelho da União Soviética entraram pela frente, declaroubet360 apostadurante seu julgamento no pós-guerra.
Com um nome falso, misturou-se às massasbet360 apostapessoas deslocadas após a guerra. Mas não conseguiu enganar o Corpobet360 apostaContra-inteligência do Exército dos EUA.
Em 1946, ela foi capturada e mantidabet360 apostaum campobet360 apostainternamento pelos próximos dois anos e meio, até ser levadabet360 apostavolta a seu país para responder a acusaçõesbet360 apostatraição.
Traiçoeira
Em uma coletivabet360 apostaimprensa antes do julgamento, Gillards mostrou-se desafiadora.
"Minha consciência está tranquila e não tenho nada a esconder. Quando cheguei à Alemanha,bet360 aposta1934, nunca tinha ouvido falarbet360 apostaHitler. Ainda não entendobet360 apostapolítica. Sou uma artista."
Quando questionada sobre a possibilidadebet360 apostareceber penabet360 apostamorte, respondeu resignada:
"Sempre gosteibet360 apostaviajarbet360 apostabuscabet360 apostanovas aventuras, e acredito que a morte pode ser a aventura mais emocionantebet360 apostatodas."
O julgamento começoubet360 apostaWashingtonbet360 apostasetembrobet360 aposta1948.
Gillards entrou no tribunalbet360 apostasalto alto, casacobet360 apostapele e maquiagem pesada, como se estivesse chegando para a estreiabet360 apostaum filmebet360 apostaHollywood.
Ela tinha 48 anos e, apesarbet360 apostaseus esforços, jornalistas escreveram que a pressãobet360 apostaenfrentar oito acusaçõesbet360 apostatraição estava nítida.
Gillards declarou-se inocente.
Durante sete semanas, os jurados ouviram suas transmissões e seu testemunho, incluindo sobre o amor por Koischwitz, o homem que ela disse tê-la convencido a se tornar Axis Sally.
"Acredito que as pessoas são o resultadobet360 apostaoutros seres humanos que estiverambet360 apostasuas vidas."
"E acredito que sem a presença do professor Koischwitz na minha vida eu não estaria lutando pela minha vida hoje. E acho que é muito difícil para uma pessoa que nunca esteve nessa posição ser capazbet360 apostaentender isso. Não se podia sair por aí dizendo que não quero fazer isso e não quero fazer aquilo."
Masbet360 apostaruína não foram os programas semanais, mas sim uma peça escrita por Koischwitz chamada Visãobet360 apostaInvasão.
Gillard interpretou uma mãe americana cujo filho morre quando o navio aliado afunda no Canal da Mancha. A promotoria chamou issobet360 apostaatobet360 apostatraição.
Ela negou ter traído seu país, embora tenha jurado lealdade a Hitler.
Finalmente,bet360 apostamarçobet360 aposta1949, após 29 horasbet360 apostadeliberação, o júri considerou-a culpada.
A propagandistabet360 apostarádio nazista tornou-se a primeira mulher na história moderna a ser condenada por traição.
Ela enfrentava pena máximabet360 apostamorte, mas acabou condenada a entre 10 e 30 anosbet360 apostaprisão.
Ao ser libertada, após 12 anos, falou a repórteres.
"Quando fiz os programas, pensei que estava fazendo a coisa certa. Fariabet360 apostanovo? Certamente, com os mesmos conhecimentos e nas mesmas circunstâncias."
"Afinal, eu era locutora profissional na Alemanha quando os EUA entraram na guerra. Era o meu trabalho. Além disso, eu estava muito apaixonada por um alemão e esperava me casar com ele. Naquele momento, senti que poderia amar os EUA e continuar servindo à Berlin Broadcasting Corporation."
Depoisbet360 apostauma década atrás das grades, ele permaneceu sem remorso. Mas ela estava amargurada?
"Eu não diria exatamente amargurada. Simplesmente não sou o tipobet360 apostapessoa que fica amargurada. Se fosse, minha amargura pela injustiça e perjúrio que sofri já teria me destruído."
Mildred Gillard passou os últimos anosbet360 apostasua vida ensinandobet360 apostaum convento americano e morreubet360 aposta1988.