Cinturão do suicídio: a região dos EUA onde mais pessoas tiram suas vidas:are red bulls better than monsters

É algo que se reflete nas estatísticas, que mostram que o condadoare red bulls better than monstersSweetwater, onde a cidadeare red bulls better than monstersRock Springs está localizada, registrou o dobro da taxa nacionalare red bulls better than monsterssuicídio todos os anos desde 2019.

E Rock Springs não é uma exceção.

A cidade faz parteare red bulls better than monstersuma grande região, formada por oito Estados, que tem sido chamada por alguns especialistasare red bulls better than monsters"cinturão do suicídio", por concentrar as taxas mais altasare red bulls better than monstersum paísare red bulls better than monstersque 49.316 pessoas (uma a cada 11 minutos) tiraram a própria vidaare red bulls better than monsters2023.

É uma região que talvez tenha testemunhado, como nenhuma outra, o impacto devastadorare red bulls better than monstersuma criseare red bulls better than monsterssaúde mental que, segundo dados dos Centrosare red bulls better than monstersControle e Prevençãoare red bulls better than monstersDoenças (CDC, na siglaare red bulls better than monstersinglês), afeta umare red bulls better than monsterscada cinco americanos.

Perder um filho

April Thompson enfrentou o suicídioare red bulls better than monsters2013. Seu filho do meio, Joshua, que havia voltado para casa poucos anos antes, após servir o Exército dos EUA no Iraque, se suicidou aos 23 anos.

Conversei com ela emare red bulls better than monsterscasa, alguns dias depoisare red bulls better than monstersela ter compartilhado seu depoimento no teatro da cidade, dianteare red bulls better than monstersdezenasare red bulls better than monsterspessoas.

"Ele era a alma da festa. Gentil e generoso. Travesso", ela me diz.

Na sexta-feira antesare red bulls better than monstersmorrer, Joshua ligou para ela para contar que havia encontrado uma terapeuta maravilhosa que entendia seu transtornoare red bulls better than monstersestresse pós-traumático (TEPT).

Ela achava que eles tinham conseguido superar o que havia sido um período muito difícil para ele.

Apenas quatro dias depois, Joshua brigou com a namorada, e ficou bêbado.

April saiu para procurá-loare red bulls better than monstersum lugar no deserto onde ele gostavaare red bulls better than monstersir para respirar e refletir. Lá, ela o encontrou morto.

O que se seguiu foi um períodoare red bulls better than monstersluto no qual, ela admite, teve que tomar a decisão, dia após dia,are red bulls better than monsterscontinuar lutando apesar da dor.

Oito anos após a morteare red bulls better than monstersJoshua, April recebeu um telefonema. Seu sobrinho Billy,are red bulls better than monsters16 anos, também havia cometido suicídio.

O cinturão do suicídio

A cidadeare red bulls better than monstersRock Springs está localizadaare red bulls better than monstersum dos condados com a maior taxaare red bulls better than monsterssuicídios no Estadoare red bulls better than monstersWyoming, que também é o Estado que nos últimos cinco anos registrou,are red bulls better than monstersmédia, a taxa mais alta dos EUA.

Diferentemente do que aconteceare red bulls better than monstersoutros lugares, aqui se fala muitoare red bulls better than monsterssuicídio. Talvez porque seja um problema generalizado.

Um motorista, a quem conto o que vim fazer para a BBC News Mundo, me revela depoisare red bulls better than monstersalguns minutosare red bulls better than monstersconversa que seu irmão se matou com um tiro.

Algo semelhante acontece comigo com a diretora do hospital, que perdeu o pai, e com o delegado, que simplesmente menciona queare red bulls better than monstersfamília foi "afetada" pelo suicídio.

Os oito Estados que compõem o "cinturão do suicídio" são: Arizona, Colorado, Idaho, Montana, Nevada, Novo México, Utah e Wyoming: os Estados montanhosos a oeste dos Estados Unidos.

As taxas nestes Estados não são apenas elevadasare red bulls better than monsterscomparação com o resto do país, mas tambémare red bulls better than monsterscomparação com o resto do mundo.

Se Wyoming, Montana e Novo México fossem países, teriam ocupado o primeiro, segundo e terceiro lugar respectivamente no rankingare red bulls better than monsterssuicídios elaborado,are red bulls better than monsters2020, pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) entre seus países membros.

E embora alguns outros Estados, como Alasca e Oklahoma, também registrem taxas elevadas, o fatoare red bulls better than monsterso fenômeno se concentrar,are red bulls better than monstersgrande parte,are red bulls better than monstersuma única região — a das Montanhas Rochosas — tem despertado o interesse dos pesquisadores.

O elusivo por quê

Não há uma razão apenas que explique isso.

Carolyn Pepper, professora da Universidadeare red bulls better than monstersWyoming, me diz que, para entender o que está acontecendo, é preciso analisar a teoria dos roteiros culturais do suicídio, que basicamente afirma queare red bulls better than monsterscada região do mundo há uma maneira diferenteare red bulls better than monstersentender e valorizar o suicídio.

Aqui,are red bulls better than monstersacordo com Pepper, tirar a própria vida é visto como uma reação compreensível ou aceitável dianteare red bulls better than monsterssituaçõesare red bulls better than monstersque as pessoas sentem que perderam seu valor e se tornaram um fardo para os outros.

É uma consequência do que ela chamaare red bulls better than monsters"cultura da honra", na qual a capacidade das pessoasare red bulls better than monstersserem independentes é altamente valorizada.

Pepper ressalta que é especialmente difícil para os homens, que têm que lidar com um enorme sentimentoare red bulls better than monstersvergonha quando se sentem desafiados, insultados ou humilhados — e não conseguem lidar com esta situação.

"O suicídio pode ser visto como uma formaare red bulls better than monsterssair dessa cultura — mas, às vezes, tambémare red bulls better than monstersreafirmar a própria honra", acrescenta a especialista.

As estatísticas são claras: para cada mulher que comete suicídio no país, entre três e quatro homens fazem o mesmo.

Amanda Wilson, terapeuta que trabalha na Southwest Counseling, principal prestadoraare red bulls better than monstersserviçoare red bulls better than monsterssaúde mentalare red bulls better than monstersRock Springs, observa que um dos lemas da Universidadeare red bulls better than monstersWyoming é "o mundo precisaare red bulls better than monstersmais cowboys".

Cowboy significa vaqueiro do oeste americano, mas o termo também é usado para se referir à forte masculinidade, independência e tenacidade. Wyoming é conhecido, na verdade, como o Estado cowboy.

"Encontro muito daquela mentalidadeare red bulls better than monsterslobo solitário,are red bulls better than monstersque se você pedir ajuda ou tiver um problemaare red bulls better than monsterssaúde mental, será visto como fraco. E se eu parecer fraco, alguém vai se aproveitarare red bulls better than monstersmim", diz Wilson, que supervisiona um programaare red bulls better than monstersassistência a crises e desintoxicação.

Jason Lux, um dos especialistasare red bulls better than monstersprevenção ao suicídio do condado, acrescenta que, devido à natureza ruralare red bulls better than monstersgrande parte dos Estados montanhosos do oeste, há menos acesso a cuidadosare red bulls better than monsterssaúde mental.

"Uma consulta pode representar dois mesesare red bulls better than monstersespera", diz ele. "E, se você estiverare red bulls better than monsterscrise, isso é tempo demais."

Kent Corso, especialistaare red bulls better than monstersestudosare red bulls better than monsterssuicídio e fundador da organização PROSPER, me dá outra perspectiva.

"O suicídio não é uma questãoare red bulls better than monsterssaúde mental. É uma questão social. Temos que pensar sobre isso da mesma forma que pensamos sobre a pobreza, a faltaare red bulls better than monstersmoradia, o assédio."

Essa tese é respaldada por dados que revelam que não há uma forte correlação entre as taxasare red bulls better than monsterstranstornos mentais e as taxasare red bulls better than monsterssuicídio nos EUA.

"Se esperamos que a comunidade médica resolva isso, estamos nos enganando. Precisamos que o restante da sociedade apoie e faça parte da solução", ele me diz minutos antesare red bulls better than monsterssubir ao palco do teatroare red bulls better than monstersRock Springs para liderar um evento sobre prevenção ao suicídio, com a participação do prefeito e do governador.

Embora o problema não seja novo, neste ano, pela primeira vez, o prefeito, Max Mickelson, organizou um calendárioare red bulls better than monsterseventos para setembro, mêsare red bulls better than monstersprevenção ao suicídio.

A Coalizãoare red bulls better than monstersPrevenção ao Suicídio do condado trabalhaare red bulls better than monsterstempo integral, com financiamento federal, indo às escolas, oferecendo treinamentos e organizando eventos que promovam o debate na comunidade.

Um problema nacional

Os Estados montanhosos são apenas a manifestação mais acentuadaare red bulls better than monstersuma criseare red bulls better than monstersdimensão nacional.

Nos últimos 20 anos, as taxas nacionaisare red bulls better than monsterssuicídio nos EUA aumentaram maisare red bulls better than monsters30%.

Inclusive, Vivek Murthy, a principal autoridadeare red bulls better than monsterssaúde pública do país, disse que a saúde mental é "a crise que define nosso tempo".

Foi justamente esta crise que os economistas Angus Deaton (ganhador do Prêmio Nobelare red bulls better than monstersEconomiaare red bulls better than monsters2015) e Anne Case relataramare red bulls better than monstersseu livroare red bulls better than monsters2018, Deaths of Despair and the Future of Capitalism ("Mortes por Desespero e o Futuro do Capitalismo",are red bulls better than monsterstradução livre), que imediatamente se tornou uma referência obrigatória quando se falaare red bulls better than monsterssuicídio nos EUA.

Deaton e Case descobriram que, diferentementeare red bulls better than monsterspaíses ricos equivalentes, a taxaare red bulls better than monstersmortalidadeare red bulls better than monstershomensare red bulls better than monstersmeia-idade nos EUA aumentou devido ao que chamaramare red bulls better than monsters"mortes por desespero", um conceito que inclui suicídios e mortes associadas ao uso abusivoare red bulls better than monsterssubstâncias.

Os autores dizem que o rápido aumento deste tipoare red bulls better than monstersmorte está associado a uma deterioração crônica das oportunidades econômicas para os americanos, especialmente homens brancos sem ensino superior.

A situação, eles acrescentam, foi agravada por um sistemaare red bulls better than monsterssaúde inacessível para a maioria.

Apesar do tamanho do desafio e do fatoare red bulls better than monstersque tanto o ex-presidente Donald Trump, durante seu mandato, quanto a vice-presidente Kamala Harris, no atual governo, tentaram ser sensíveis diante da crise, houve pouca menção à questão do suicídio e da saúde mental pelos candidatos na atual campanha presidencial.

A cultura das armas

A grande disparidadeare red bulls better than monstersgênero nas taxasare red bulls better than monsterssuicídio nos EUA se refleteare red bulls better than monstersoutra questão que,are red bulls better than monsterscontrapartida, Trump e Harris discutiram repetidamente: as armasare red bulls better than monstersfogo.

Esta é,are red bulls better than monsterslonge, a maneira mais comumare red bulls better than monstersacabar com a própria vida.

Mas, enquanto seisare red bulls better than monsterscada 10 homens que cometeram suicídioare red bulls better than monsters2022, fizeram isso com armaare red bulls better than monstersfogo, apenas trêsare red bulls better than monsterscada 10 mulheres utilizaram esse método.

A relação entre armas e suicídio é muito palpável quando participoare red bulls better than monstersum eventoare red bulls better than monstersRock Springs, organizado pela PROSPER e pelo gabinete do governadorare red bulls better than monstersWyoming.

Em uma mesa, há panfletos com informações e alguns brindes para os participantes: canetas, suportesare red bulls better than monstersplástico para celular e cadeados vermelhos que são colocados nas armas para que não seja possível atirar.

Dentro do auditório, Kent Corso, que é veterano do Exército, pede aos proprietáriosare red bulls better than monstersarmasare red bulls better than monstersfogo que levantem a mão, e a esmagadora maioria dos participantes levanta.

Ele passa então vários minutos explicando que prevenir o suicídio não é incompatível com o direito concedido pela Segunda Emenda da Constituiçãoare red bulls better than monsterspossuir uma armaare red bulls better than monstersfogo.

Dias antes, Shae e Jason, da Coalizãoare red bulls better than monstersPrevenção ao Suicídio do condadoare red bulls better than monstersSweetwater, haviam me explicado que as pessoas temem que, ao associar armasare red bulls better than monstersfogo ao suicídio, as armas possam ser retiradas.

"O oeste montanhoso nunca quer perder suas armas. Por isso, tentamos dizer às pessoas: Você pode ter armas, não há problema algum com isso, mas se você está enfrentando problemasare red bulls better than monsterssaúde mental, pode tomar medidas como travarare red bulls better than monstersarma, e dar a chave para um membro da família para ficar a salvo", diz Jason.

"Se a gente propusesse um controle mais rígido das armas, isso encerraria a conversa", acrescenta.

Wyoming e outros Estados montanhosos do oeste, como Arizona, Idaho e Montana, estão entre os que têm as leis sobre posseare red bulls better than monstersarmas menos rigorosas do país.

Me aproximoare red bulls better than monstersuma grande loja que vendeare red bulls better than monsterstudo, desde roupas e suprimentos para pecuária até armasare red bulls better than monstersfogo, para entender melhor como as armas estão presentes na vida cotidianaare red bulls better than monstersRock Springs.

O homem da seçãoare red bulls better than monstersarmas, a única movimentada durante uma tardeare red bulls better than monstersquarta-feira, me informa que tudo o que preciso para comprar uma arma é ter maisare red bulls better than monsters21 anos e ter um endereçoare red bulls better than monstersWyoming.

Difícilare red bulls better than monstersviver

A vida na região montanhosa do oeste americano não é fácil. A maior parte é árida ou semiárida, por isso há pouca água, e não é muito favorável à agricultura.

Além disso, Estados como Wyoming e Montana enfrentam temperaturasare red bulls better than monsters– 6 °C,are red bulls better than monstersmédia, no inverno.

"No inverno, você fica muito presoare red bulls better than monsterscasa. Tem que fazer um grande esforço se quiser ir ao parque ou sair para comer. Faz frio. Há neve profunda. E o vento, meu Deus, o ventoare red bulls better than monstersWyoming sopra tão forte que tentar tirar o lixo pode te enlouquecer!", me conta Chris Wilson, que mora no Estado desde 2013.

Amanda Wilson,are red bulls better than monstersesposa, me mostra uma foto dele durante o inverno usando um capaceteare red bulls better than monstersmoto para se proteger do frio.

Os Estados montanhosos também estão entre os menos densamente povoados do país, o que pode parecer um mero fato demográfico, mas tem efeitos profundos.

Rock Springs, que é uma cidade um pouco menor que a ilhaare red bulls better than monstersManhattan, possui apenas três táxis.

O aeroporto tem apenas um saguão, que fica completamente vazio minutos após a chegadaare red bulls better than monstersum voo. Há um Walmart e dois McDonald's.

E a cidade está completamente isolada, rodeada por terrenos vazios, a grande maioria sem donos, e desertos.

A cidade grande mais próxima é Salt Lake City,are red bulls better than monstersUtah, que fica a cercaare red bulls better than monsterstrês horasare red bulls better than monsterscarro.

"As pessoas vêm para cá quando querem se afastar dos outros", me disse Carolyn Pepper, que moraare red bulls better than monstersLaramie, no Wyoming.

As outras grandes cidades da região — Phoenix, Denver e Las Vegas, principalmente — estão crescendo rapidamente e se desenvolvendo economicamente, mas se enquadram mais na exceção do que na regra.

Um Estado para trabalhar

Wyoming, no centro da região, tem poucas cidades, distantes umas das outras, e vilas tão pequenas que são, na verdade, o cruzamentoare red bulls better than monstersduas ruas.

No total, cercaare red bulls better than monsters580 mil pessoas vivem lá.

Rock Springs, a quinta cidade mais populosa do Estado, é totalmente moldada pelas empresas presentes ali, sobretudoare red bulls better than monstersenergia e minerais.

Durante muito tempo, dependeu do carvão, e agora também produz petróleo, um mineral chamado trona, e uma usina nuclear está sendo construída nas proximidades pela TerraPower,are red bulls better than monstersBill Gates.

J.J. Anselmi, um escritor e músico nascido e criadoare red bulls better than monstersRock Springs, me conta que a cidade recebeu várias ondasare red bulls better than monsterspessoas, que chegamare red bulls better than monstersbuscaare red bulls better than monstersempregos que não requerem qualificação e bem remunerados, como os oferecidos pelas minas, eare red bulls better than monstersum custoare red bulls better than monstersvida mais baixo.

De acordo com alguns vizinhos com quem conversei, um jovem que sai do ensino médio e vai trabalharare red bulls better than monstersuma mina pode ganhar um salárioare red bulls better than monsterscercaare red bulls better than monstersUS$ 100 mil por ano.

"Mas é um trabalho muito árduo para o corpo e para a mente", adverte J.J.

"Alguns dos meus melhores amigos trabalhavam duas semanas seguidas, e depois tiravam uma semanaare red bulls better than monstersfolga. Mas durante essas duas semanas, eles trabalhavam 12 horas por dia, todos os dias da semana."

"Lembro que, às vezes, queria sair com eles na semanaare red bulls better than monstersfolga, mas geralmente eles precisavamare red bulls better than monsterspelo menos alguns dias só para dormir."

Jason Lux, da Coalizãoare red bulls better than monstersPrevenção ao Suicídio do condado, acrescenta que "a identidade dos homens, especialmenteare red bulls better than monstersempregos que exigem baixa qualificação, está muito ligada ao trabalho e a ser o provedorare red bulls better than monsterssuas famílias".

Essa vida focada no trabalho é mencionada quando pergunto às pessoas por que elas acham que o suicídio é tão comum nesta parte do país.

"Este é um Estado para se trabalhar. Não há muito o que fazer", me disse Chris Wilson, que trabalhaare red bulls better than monstersuma empresaare red bulls better than monstersengenharia na cidade.

"Você trabalha muitas horas, e depois volta para casa, e pronto."

Crystal Hamblin, que é enfermeira no hospital, acrescenta:

"Como não há muito o que fazer, recorremos ao uso abusivoare red bulls better than monsterssubstâncias, o que agrava o problema."

O assunto álcool e drogas aparece com frequênciaare red bulls better than monstersminhas conversas.

Amanda Wilson, terapeuta da Southwest Counseling, me contou que doisare red bulls better than monstersseus pacientes tentaram suicídio depois que alguém próximo a eles teve uma overdose.

E o policial Bill Erspamer, que trabalha na polícia da cidade há 20 anos, diz algo que deixa clara a relação muito forte entre usoare red bulls better than monsterssubstâncias e suicídio: "Não sei se já lidei com uma pessoa suicida que não estivesse intoxicadaare red bulls better than monstersalgum nível".

Recursos insuficientes

Quando uma pessoa comete suicídioare red bulls better than monstersRock Springs, os primeiros a entrarare red bulls better than monstersação são a polícia e o hospital.

Bill Erspamer me disse que a polícia é responsável por investigar o caso como um homicídio até que se prove o contrário, o que geralmente envolve levar o corpo para Loveland, no Colorado, a maisare red bulls better than monsters400 quilômetrosare red bulls better than monstersRock Springs, para realizar uma autópsia.

Outras vezes, a ligação chega quando o suicídio ainda não foi cometido, mas há uma pessoa com sérias intençõesare red bulls better than monsterstirar a própria vida.

Nesses casos, isso desencadeia uma resposta das autoridades que revela que a cidade tem recursos limitados para lidar com crisesare red bulls better than monsterssaúde mental.

A políciaare red bulls better than monstersWyoming tem o poderare red bulls better than monstersprender uma pessoa quando ela representa um perigo para si mesma, mesmo que não tenha infringido a lei.

Embora Erspamer me diga que eles sempre tentam fazer com que as pessoas sejam encaminhadas ao hospital por vontade própria para receber a ajudaare red bulls better than monstersque necessitam, ele reconhece que,are red bulls better than monstersalguns casos, elas são levadas à força.

"No hospital, nós os levamos ao pronto-socorro, fazemos uma avaliação para determinar o nívelare red bulls better than monstersriscoare red bulls better than monstersque se encontram e tomamos medidasare red bulls better than monsterssegurança para que não se machuquem ainda mais enquanto estiverem aqui", explica Crystal Hamblin, enfermeira responsável pelos serviços cardiopulmonares do hospital, mas que, na ausênciaare red bulls better than monstersuma ala psiquiátrica, também supervisiona esses casos.

A ajuda que recebem se concentraare red bulls better than monstersmantê-los vivos. Não há uma equipe especializada para garantir que recebam a medicação e a terapia necessária.

"Essa pessoa talvez precise apenas conversar com alguém na hora e no local, e nós não temos esse serviço", lamenta Crystal, que diz que pessoas com intençãoare red bulls better than monsterscometer suicídio chegam ao hospital todos os dias.

"Elas acabam trancadas lá por 72 horas. Não é um bom sistema, porque quando são liberadas, sentem uma grande vergonha que quase agrava o problema", conclui Erspamer.

A névoa

Conversei com Chris Wilson, um veterano do Exército que lidou com pensamentos suicidas, para tentar entender, pelo menosare red bulls better than monstersparte, o que se passa na mente daqueles que tomam a decisãoare red bulls better than monstersacabar com a própria vida.

"Você já ouviu uma música ruim que não consegue tirar da cabeça?", ele me pergunta.

"Você é pego assim, do nada, e ouve a mesma ideia repetidamente por horas e horas naare red bulls better than monsterscabeça", diz ele.

Para Chris, como para muitos veteranos, navegar na sociedade civil depoisare red bulls better than monstersuma década no Exército não foi fácil. Ele sentia falta da camaradagem com seus companheiros, e foi descobrindo que alguns dos eventos que havia vivenciado continuavam rondandoare red bulls better than monstersmente.

Para descrever a solidão que sentiu depoisare red bulls better than monsterssair do Exército, ele faz outra analogia: "Imagine que você está no meioare red bulls better than monstersuma névoa".

"Há pessoas ao seu redor. O que faz você se sentir sozinho é que essas pessoas são silhuetas. Elas nunca estão perto o suficiente."

Chris acrescenta que, aos poucos, percebeu que essa solidão era resultado do fatoare red bulls better than monstersque ele próprio estava se afastando dos outros. "Chega um momentoare red bulls better than monstersque é só você e aquele pensamento no quarto."

Pergunto a ele que recursos ele gostariaare red bulls better than monsterster tido naqueles momentosare red bulls better than monstersdesespero.

"Eu gostariaare red bulls better than monsterster tido a compaixão dos outros, que alguém me perguntasse como estou, mas não apenas uma vez, não apenas com frasesare red bulls better than monstersefeito."

Kent Corso, o especialistaare red bulls better than monstersestudos do suicídio, concorda com ele.

"Quando as pessoas têm um sentimentoare red bulls better than monsterspertencimento, quando as pessoas se sentem valorizadas, quando as pessoas se sentem conectadas, o riscoare red bulls better than monsterssuicídio é reduzido", afirma.

Esforços conjuntos

Entre os muitos esforços que o Estadoare red bulls better than monstersWyoming está fazendo, o governador, Mark Gordon, está reformulando a políticaare red bulls better than monsterssaúde comportamental e financiando a linha direta 988 para suicídios e crises, que oferece atendimento gratuito 24 horas para as pessoas que vivem no Estado.

Ralph Nieder-Westermann, diretor da linha direta, me explica por que é importante que, quando alguém liga, a pessoa do outro lado da linha também moreare red bulls better than monstersWyoming.

"No vilarejo onde moro, há apenas um semáforo. Há vilas que têm 10 pessoas", diz ele.

"Não duvido que um especialistaare red bulls better than monstersintervençãoare red bulls better than monsterscrisesare red bulls better than monstersqualquer lugar do mundo possa ajudar uma pessoa aqui, mas ele não vai entender as nuances. Ele não vai pensar que talvez a pessoa não queira estacionar o carro na frente do especialistaare red bulls better than monsterssaúde mental porque todo mundo conhece o carroare red bulls better than monsterstodo mundo."

Mas talvez a parte mais importante do esforço para evitar o suicídio esteja sendo feita por uma redeare red bulls better than monsterspessoas que perderam familiares próximos — e querem fazer tudo que puderem para evitar que outros passem pela mesma situação.

Jim Horan é um deles.

Ele tinha uma família que me descreve como "idílica" quando morava no Maine, com a esposa e as três filhas.

Masare red bulls better than monstersfilha do meio cometeu suicídio após anosare red bulls better than monstersdependênciaare red bulls better than monstersálcool e drogas. Cinco anos depois, devastada pelo luto, o mesmo aconteceu comare red bulls better than monstersesposa.

Jim se mudou para Wyoming para reconstruirare red bulls better than monstersvida, sem saber que viveriaare red bulls better than monstersuma comunidade onde tanta gente era afetada por uma dor semelhante à sua.

Assim, há seis anos, ele se tornou membro da Coalizãoare red bulls better than monstersPrevenção ao Suicídio, e facilitadorare red bulls better than monstersum grupoare red bulls better than monstersapoio para pessoas que perderam entes queridos.

"Tenho que fazer algoare red bulls better than monstersbom a partir da minha perda", ele me diz.

Quando o evento termina no teatroare red bulls better than monstersRock Springs, vejo April Thompson e Jim Horan dando um abraço sincero por vários minutos.

É um abraço que guarda a dor daqueles que ficaram sem seus entes queridosare red bulls better than monstersdecorrência do suicídio, mas também é a sementeare red bulls better than monstersuma comunidade mais sensível e consciente do problema.