Os jovens que estão se demitindo ao vivo no TikTok :x bet nacional

Às vezes tensos, mas muitas vezes engraçados e quase sempre estimulantes, esses vídeos curtos estão atraindo milhares – e até milhões –x bet nacionalvisualizações na plataformax bet nacionalrede social.

Mas o que está incentivando esta tendência, já batizadax bet nacional#quittok?

O que está acontecendo?

Os vídeos marcados com a hashtag #quittok podem assumir diferentes formatos. Pode ser a gravação da demissãox bet nacionalum funcionáriox bet nacionaluma chamada ao vivo pelo Zoom ou do momentox bet nacionalque ele entrega a cartax bet nacionaldemissão para o seu chefe. Todos os vídeos capturam o exato instantex bet nacionalque os profissionais se demitem,x bet nacionaltempo real.

Em setembrox bet nacional2022, Christina Zumbo,x bet nacional31 anos, que agora é uma ex-funcionária do governo australiano, compartilhou o momentox bet nacionalque ela clicou "enviar" para mandar seu e-mailx bet nacionaldemissão e aguardava ansiosa por uma chamadax bet nacionalvídeo do seu chefe.

Zumbo já havia compartilhado indicaçõesx bet nacionalproblemasx bet nacionalsaúde mental relacionados ao trabalho com seus 140 mil seguidores no TikTok. Ela conta ter percebido que outras pessoas da plataforma se identificaram com a postagem.

"Eu realmente me debati até tomar esta decisãox bet nacionalsair do emprego", segundo ela. "Eu me sentia como se estivesse desapontando minha equipe e meu gerente e [sem falar na] ideiax bet nacionalficar sem trabalho e sem nada engatilhado,x bet nacionalum mercadox bet nacionaltrabalho tumultuado na época."

"Decidi compartilhar esta jornada online porque simplesmente não se fala o suficiente sobre isso", afirma Zumbo.

Mas até ela ficou surpresa com o retorno extraordinário que recebeu online. Foram 53 mil curtidas e cercax bet nacional3 mil comentários no vídeo.

"Eu não tinha ideiax bet nacionalque tantas pessoas fossem ver, identificar-se e contar suas próprias histórias, seu medox bet nacionaldeixar o emprego atual ou seu forte desejox bet nacionalfazer o que eu fiz", conta Zumbro, que morax bet nacionalBrisbane, na Austrália. "É sempre uma surpresa positiva o sensox bet nacionalcomunidade que você percebe quando se abre para mostrarx bet nacionalvulnerabilidade real e identificável online."

Marisa Jo Mayes,x bet nacional29 anos, mora no Arizona, nos Estados Unidos, e também vinha usando o TikTok como "válvulax bet nacionalescape criativa e engraçada". Ela compartilhava conteúdo como formax bet nacional"combater a infelicidade no trabalho", até que decidiu demitir-se ao vivo do seu empregox bet nacionaluma companhiax bet nacionalaparelhos para uso médico.

"Eu ganhava um bom salário, conseguia viajar e trabalhava com um dos maiores nomes do setor, mas era totalmente infeliz", ela conta. "Eu estava passando pelo burnout mais profundo da minha vida, não conseguia pensarx bet nacionalnada além do trabalho e enfrentava problemasx bet nacionalsaúde causados pelo estresse."

O vídeox bet nacionalMayes tem 30 segundos e mostra os momentos tensos que antecederamx bet nacionalligação para o seu chefe e seu alívio instantâneox bet nacionalseguida. "É com tirar uma patax bet nacionalelefante do meu peito, mas também estou triste", diz a legenda do vídeo.

Dois anos depois do compartilhamento, no finalx bet nacional2020, o vídeo ainda é um dos momentos #quittok mais visualizados. São maisx bet nacional200 mil curtidas, no momento desta reportagem. E compartilhar o momento na plataforma pareceu natural para Mayes.

"Fazer um vídeo não foi uma decisão realmente consciente, pois era apenas algo que era parte da minha rotina", ela conta. "Eu vinha compartilhando grande parte da minha jornadax bet nacionalautoconhecimento,x bet nacionalforma que senti que seria natural compartilhar, já que era um enorme evento na [minha] vida."

Mas as reações foram contraditórias. "Desde 'oh, meu Deus, parabéns, você está vivendo o meu sonho' até 'você é apenas uma millennial mimada que merece ficar desempregada'", segundo ela.

Apesarx bet nacionalter ficado surpresa com os fortes sentimentos causados pelax bet nacionalpostagem, a maior parte do feedback foi esmagadoramente positiva, o que levou Mayes a continuar compartilhandox bet nacionaljornadax bet nacionalautodesenvolvimento até hoje.

"Os comentários negativos não me impediramx bet nacionalcontinuar a postar sobre a minha experiência depois da companhia, já que, para cada pessoa irritada com meu vídeo, havia provavelmente 10 inspiradas por ele", relembra Mayes.

Quais as causas?

A maioria dos jovens usuários do TikTok cresceu como nativos digitais, compartilhando todo tipox bet nacionalconquista online.

Segundo a coach e terapeuta Tess Brigham, da Califórnia, nos Estados Unidos, é até certo ponto natural que eles também compartilhem conversas particulares com empregadores sobrex bet nacionaldecisãox bet nacionalpedir demissão.

"É como esta geração tem experiências, é como eles aprenderam a viver no mundo", explica ela. "Se você crescer acostumado a gravar e compartilhar coisas, por que não compartilharia esses momentos maiores e mais significativos da vida?"

Mas ela acredita que também existe uma mudança mais básica nos comportamentos que inspira a tendência #quittok.

Os millennials (nascidos entre 1981 e 1995) e os jovens da geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) acompanharam a luta dos seus paisx bet nacionalempregos corporativos durante a crise econômicax bet nacional2008. Alguns desses jovens estão atoladosx bet nacionaldébitos estudantisx bet nacionalempregos com baixos salários.

Sua experiência inicial no trabalho também foi moldada pela covid-19. Os profissionais mais jovens nunca colocaram um péx bet nacionalum escritório.

Estes fatoresx bet nacionalestresse combinados, segundo Brigham, fizeram que os profissionais mais jovens, particularmente os da geração Z, passassem a priorizar a saúde mental, a felicidade e ambientesx bet nacionaltrabalho positivos. Com isso, eles observam o conteúdo que mostra as pessoas se demitindox bet nacional"ambientesx bet nacionaltrabalho tóxicos" e enfrentam os chefes injustosx bet nacionalforma profundamente inspiradora.

É o casox bet nacionalZumbo, que observou uma grande mudança no equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal e nas suas prioridades desde o início da pandemia.

"Acho que é importante assumir o controle das nossas vidas e ficar ativamente no caminhox bet nacionalque queremos estar,x bet nacionalvezx bet nacionalpercorrer um caminho que não queremos ou porque não conhecemos outro melhor", afirma ela.

"Compartilhar online minha demissão do emprego e refletir sobre a tomadax bet nacionalgrandes decisões na carreira é importante para mostrar que você está no controle dax bet nacionalprópria felicidade, você toma as decisões dax bet nacionalvida e, às vezes, um emprego é só um emprego, nãox bet nacionaltotal identidade."

O que isso significa?

As consequênciasx bet nacionallongo prazo das demissões ao vivo e da postagemx bet nacionalvídeos #quittok não estão exatamente claras, segundo Brigham. Não existe, por exemplo, formax bet nacionalprever como essas postagens podem afetar oportunidades futurasx bet nacionalcarreira.

Mas ela acredita que, enquanto ainda descobrimos tudo isso, a tendência #quittok tem o potencialx bet nacionalincentivar a transparência no mundo corporativo.

x bet nacional Leia a x bet nacional versão original desta reportagem x bet nacional (em inglês) no site x bet nacional BBC Worklife x bet nacional .