'Nos EUA, até conservadores defendem que empresas que lucraram com escravidão paguem reparação':betpix365 classica

Pinturabetpix365 classicaRugendas mostra Caisbetpix365 classicaValongo no Riobetpix365 classicaJaneiro

Crédito, IPHAN

Legenda da foto, Pinturabetpix365 classicaRugendas mostra Caisbetpix365 classicaValongo, principal mercadobetpix365 classicaescravizados, no Riobetpix365 classicaJaneiro

Natural do Brooklyn, tambémbetpix365 classicaNova York, e descendentebetpix365 classicaescravizados, Farmer-Paellmann diz que o contraste entre as ossadasbetpix365 classicaseus possíveis ancestrais e a opulência do mercado financeiro que se ergueubetpix365 classicatorno despertaram nela a consciênciabetpix365 classicaque as duas coisas estavam intimamente conectadas.

Pule Matérias recomendadas e continue lendo
Matérias recomendadas
betpix365 classica de :Temos os melhores relatórios de previsão, você está convidado a participar

O Banco do Nubank é um dos maiores bancos betpix365 classica Brasil, e seu nome está uma referência à ave mitológica 🌜 que representa o segundo ponto para os outros.

Origem do nome

Nossa coleção betpix365 classica jogos betpix365 classica meninas é ótima para todas as idades! Você

pode jogar qualquer jogo, betpix365 classica simples vestir-se ❤️ à competições betpix365 classica dança avançadas. Mostre

crazy time blaze como funciona

{k0}

Goliath, o gерiture, é o gigante bíblico mais conhecido. Ele é descrito como “um campeão das fileiras dos filisteus, cuja altura era betpix365 classica seis côvados e um par betpix365 classica palmos” (1 Samuel 17:4). Neste artigo, exploraremos a figura histórica e cultural por trás betpix365 classica Goliaath, suas fraquezas e a lição que sua história nos ensina.

A Força Bruta betpix365 classica Goliath

Com referências bíblicas descrevendo Goliath como um indivíduo betpix365 classica tamanho extraordinário, a compreensão do conceito betpix365 classica “Goliath” transcendeu as páginas da Bíblia e evoluiu para a linguagem cotidiana para descrever alguém ou algo betpix365 classica extraordinário ou imbatível.

  • Goliath representa algo ou alguém betpix365 classica enorme poder ("Um goliath betpix365 classica força").
  • Pode ser usado como um substantivo ou um adjetivo.
  • É frequentemente usado na mídia e no discurso cotidiano.

Hereditary Gigantism: A Closer Look

De acordo com um estudo genético da {nn} (NCBI), Goliath e os gigantes bíblicos que ele mencionou podem estar associados a um distúrbio genético raro llamado gigantismo hereditário.

Essa doença leva a extremos extremos no crescimento e desenvolvimento, que seria consistente com a representação bíblica betpix365 classica Goliath e seus irmãos.

Goliath in Popular Culture

Filmes:Do King Mahabali em''Era do Gelo 5'a Drago em''Como Treinar Seu Dragão'',personagens gigantes e misteriosos têm surgido como figuras betpix365 classica proa betpix365 classica {k0} algumas dos filmes infantis mais aclamados. Goliath recebeu homenagem para criar esses personagens fantásticos da mesma forma betpix365 classica {k0} que cobre as páginas mais antigas da bíblia

  • Mahabali - Era do Gelo 5
  • Drago - Como treinar seu dragão
  • Bourgoie Karkaroff – Harry Potter e a Taça betpix365 classica Fogo

Para Finalizar

Goliath forja méritos não apenas como um dos maiores gigantes biblicamente conhecidos, mas sim, como uma metáfora reconhecível e voz comum na linguagem.
O uso moderno da palavra o demonstra

Fim do Matérias recomendadas

Empresas bilionárias e centenárias americanas tinham, provavelmente, embetpix365 classicafundação, lucrado com o suor não remunerado dos africanos trazidos para trabalharbetpix365 classicacondiçãobetpix365 classicaescravidão no país até que,betpix365 classica1865, a escravidão fosse abolida.

Isso a impulsionou,betpix365 classica2000, a criar o Restitution Study Group - grupobetpix365 classicaadvogados e estudiosos que se dedica desde então a pesquisar e documentar o históricobetpix365 classicagrandes corporações com a escravatura e a demandar - extrajudicialmente ou nos tribunais - medidas compensatórias aos seus descendentes.

Pule Que História! e continue lendo
Que História!

A 3ª temporada com histórias reais incríveis

Episódios

Fim do Que História!

Já foram processadas 17 empresas, e outras tantas instituições optaram adotar medidasbetpix365 classicareparação histórica sem serem levadas à Justiça.

"Quando comecei a expor a cumplicidade corporativa (com a escravidão), a gente já ouvia que a nação tinha sido construída nas costasbetpix365 classicapessoas escravizadas", diz Farmer-Paellmann à BBC News Brasil.

"Mas até então isto era apenas uma ideia abstrata e a exigênciabetpix365 classicareparações era considerada uma demanda um tanto militante."

O primeiro processo do grupo foi movidobetpix365 classica2002. De lá para cá, ela diz, o debate público sobre a questão mudou significativamente na sociedade americana.

"Quando começamos a mostrar (por meiobetpix365 classicapesquisas e documentos) que as empresas existentes lucraram concretamente com a prática, mesmo os mais conservadores passaram a apoiar a ideiabetpix365 classicaque as empresas deveriam fazer algo", afirma.

"O movimento se popularizou porque as pessoas entendem que o dano foi cometido e que os beneficiários ainda estão vivos através destas empresas e portanto algo pode, sim, ser feito.”

O caminho trilhado por Farmer-Paellmann guarda semelhanças com uma trajetória que tem dado seus primeiros passos no Brasil.

Entre os fundadores e acionistas do BB estavam alguns dos mais notórios traficantesbetpix365 classicaescravizados da época - entre eles José Bernardinobetpix365 classicaSá, tido como o maior contrabandistabetpix365 classicaafricanos do período.

Em 18betpix365 classicanovembro, a presidente da instituição, Tarciana Medeiros, primeira mulher negra no cargo desde a fundação do BBbetpix365 classica1808, dissebetpix365 classicacomunicado no site oficial que "o Banco do Brasilbetpix365 classicahoje pede perdão ao povo negro pelas suas versões predecessoras e trabalha intensamente para enfrentar o racismo estrutural no país".

Para Farmer-Paellmann, as situações abordadas por ela nos Estados Unidos e as vistas no Brasil são semelhantes, com a nota “trágica”betpix365 classicaque, no Brasil, o númerobetpix365 classicadescendentesbetpix365 classicaescravizados é exponencialmente maior. Mas a lógica é a mesma.

“Nossos ancestrais trabalharam durante séculos sem remuneração, as mulheres foram forçadas a procriar, as pessoas foram torturadas para construir essa riqueza para as corporações”, diz a advogada.

"O mínimo que elas poderiam fazer agora é garantir que os descendentes que teriam sido os herdeiros se os ancestrais tivessem sido pagos acessem parte da riqueza que foi acumulada."

Leia a seguir os principais trechos da entrevista, editada por concisão e clareza.

A advogada Deadria Farmer-Paellmann

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Desde 2002, a advogada Deadria Farmer-Paellmann já processou 17 empresas americanas com laços históricos com a escravidão por reparação

betpix365 classica BBC News Brasil - Qual é a primeira iniciativa conhecidabetpix365 classicareparação e que resultados obteve?

betpix365 classica Deadria Farmer-Paellmann - Nos Estados Unidos, o primeiro movimentobetpix365 classicamassa para reparações da escravatura ocorreu no final do século 19. Foi iniciado pelos próprios ex-escravos e foi chamadobetpix365 classicaNational Ex-Slave Mutual Relief, Bounty and Pension Association (algo como Associação Nacionalbetpix365 classicaAjuda Mútua, Recompensas e Pensões para Ex-Escravos).

O grupo era liderado por uma mulher chamada Callie House, que acabou na prisão sob a acusaçãobetpix365 classicafraude. A lógicabetpix365 classicaHouse era a seguinte: naquele momento, a população apoiava pagamentobetpix365 classicapensão para pessoas escravizadas se juntaram às Forças Armadas para lutar na Guerra Civil. Se assim era, também fazia sentido que os africanos escravizados serviram ao governo durante maisbetpix365 classica300 anos nas mais diferentes funções também tivessem direito a pensões. E então ela solicitou ao governo essas pensões.

Ela até entrou com uma ação judicial (a primeirabetpix365 classicareparação pela escravidão no país,betpix365 classica1915) e acabou sendo presa pelo governo sob a alegaçãobetpix365 classicaque estava enganando os ex-escravos, fazendo-os acreditar que havia uma chancebetpix365 classicaeles terem sucesso neste pleito.

Outros movimentos surgiram desde então, liderados também por mulheres, como Queen Mother Audley Moore, já no século 20. Ela teve grande destaque no pedidobetpix365 classicacompensação pelo genocídio (dos escravizados), que é muito semelhante às reparações contemporâneas pela escravidão. O genocídio foi o sequestrobetpix365 classicapessoas, a destruição das suas identidades étnicas e uma variedadebetpix365 classicacondiçõesbetpix365 classicavida a que fomos submetidos.

E, agora, há um movimento mais moderno que realmente começoubetpix365 classicaalgum momento no início dos anos 2000, eu fiz parte desse movimento com essas demandasbetpix365 classicarelação à "cumplicidade corporativa com a escravidão", ao ladobetpix365 classicaorganizações importantes como a Coalizão Nacionalbetpix365 classicaNegros pela Reparações na América (conhecida pela siglabetpix365 classicainglês N'COBRA).

Minha organização, o Restitution Study Group (Grupobetpix365 classicaEstudobetpix365 classicaRestituição) tem sido mais ativo no litígio judicial e,betpix365 classicaparticular, no esforçobetpix365 classicatorno da cumplicidade corporativa que é (provar) que toda empresa que existe desde a época da escravatura mantém um papel cúmplice sobre a escravatura.

betpix365 classica BBC News Brasil - Como surgiu a ideiabetpix365 classicademandar reparações das grandes corporações, já que historicamente os movimentos pareciam mais focadosbetpix365 classicademandar compensações dos Estados?

betpix365 classica Farmer-Paellmann - Minha primeira aproximação à ideiabetpix365 classicaque empresas desempenharam um papel na escravidão foi quando fui contratada para fazer divulgaçãobetpix365 classicamídia sobre um cemitériobetpix365 classicarestos mortais africano descoberto nos arredoresbetpix365 classicaWall Street,betpix365 classicaNova York.

Aquele lugar continha os remanescentes da primeira geraçãobetpix365 classicaafricanos a ser trazida para a América (eram cercabetpix365 classica400 corpos). Eram pessoas enterradas com pingentesbetpix365 classicaprata ou com os dentes lixados, como é culturalmente vistobetpix365 classicaalgumas populações africanas. Aquelas pessoas que foram possivelmente as primeiras a conseguir sobreviver a todo o comércio transatlântico estavam enterradas ali, ao pébetpix365 classicaWall Street, a capital empresarial do mundo.

Foi nesse momento que eu entendi a clara conexão corporativa com a escravidão, e decidi que queria ir para a faculdadebetpix365 classicaDireito para construir um casobetpix365 classicareparação. Pensei que iria me concentrar no governo, mas acabei me concentrando nas corporações quando percebi que o governo federal teria que abrir mãobetpix365 classicasua imunidade soberana para ser processado (nos Estados Unidos, a União não pode ser processada judicialmente por malfeitos).

Mas com as empresas percebi uma variedadebetpix365 classicaabordagens possíveis, como fraude contra os consumidores ou mesmo a criaçãobetpix365 classicaáreas jurídicas apenas voltadas para a restituição. E foi esse o tipobetpix365 classicaação que construímos.

Também tivemos reclamaçõesbetpix365 classicadireitos humanos no nosso litígio, mas essencialmente comecei por telefonar às empresas e informá-las dabetpix365 classicahistória e exigir que pedissem desculpa e pagassem uma restituição pelabetpix365 classicaligação com a escravatura.

betpix365 classica BBC News Brasil - É possível saber o quanto as corporações estão relacionadas com a história da escravidão nos Estados Unidos? Quão generalizada foi essa conexão?

betpix365 classica Farmer-Paellmann - Essa conexão corporativa com a escravidão é muito rastreável. A primeira empresa que abordamos, a (seguradora) Aetna Incorporated, havia elaborado apólicesbetpix365 classicasegurobetpix365 classicavida sobre a vidabetpix365 classicaafricanos escravizados, tendo os proprietários desses escravizados como beneficiários. Na prática, o que eles faziam era proteger o investimento feitobetpix365 classicaum humano escravizado, já que pessoas eram bens muito caros para comprar.

As políticas da Aetna essencialmente deram aos potenciais detentoresbetpix365 classicabens humanos escravizados a confiança - e garantia -betpix365 classicapôr seu dinheiro neste tipobetpix365 classicainvestimento. Assim, pudemos fazer pesquisas genealógicas e encontrar políticas escravistas. Na verdade, liguei para eles, e eles tinham as políticasbetpix365 classicaseus arquivos e enviaram uma variedade delas, bem como informações sobre várias outras empresas que também tinham políticas sobre escravos.

Basicamente, o que passamos a fazer foi uma espéciebetpix365 classicainventário sobre como várias empresas começaram nos negócios com políticas escravistas e acabaram se transformandobetpix365 classicagrandes bancos ou instituições. É o caso do JP Morgan Chase, por exemplo.

Portanto, o trabalho é tão simples e básico quanto olhar para os relatórios anuais que as empresas têm, esses livros históricos. Os fundadores dos bancos estão muitas vezes envolvidos no comérciobetpix365 classicaescravos. Um exemplo é o Bank of America. Umbetpix365 classicaseus antecessores, o Providence Bank of Rhode Island, foi fundado por John Brown, um dos mais notórios comerciantesbetpix365 classicaescravos da história americana, e contou com a participação originalbetpix365 classicatodos os comerciantesbetpix365 classicaescravosbetpix365 classicaRhode Island.

Então, esses documentos que estão nas bibliotecas, nos arquivos, fornecem esses detalhes. O outro aspecto da pesquisa é olhar para as viagens transatlânticasbetpix365 classicacomérciobetpix365 classicaescravos. Há todo um bancobetpix365 classicadados configurado, o bancobetpix365 classicadados do comércio transatlânticobetpix365 classicaescravos, que pode mostrar às vezes os nomes dos acionistas desses bancos envolvidos no tráficobetpix365 classicaescravizados. Então, não é muito difícil. Às vezes,betpix365 classicaapenas cinco minutos, você encontra uma evidência contra uma corporação.

Africanos escravizadosbetpix365 classicapassagem pela área do Capitólio nos EUA

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Africanos escravizadosbetpix365 classicapassagem pela área do Capitólio nos EUA por voltabetpix365 classica1815

betpix365 classica BBC News Brasil - Uma vez que você encontre essas conexões, qual o seu trabalho a partir daí?

betpix365 classica Farmer-Paellmann - Nos Estados Unidos agora, por causa da pesquisa que fizemos nos anos 2000, começaram a ser aprovadas leisbetpix365 classicatodo o país chamadas leisbetpix365 classicadivulgação sobre a escravidão. Já são cercabetpix365 classica15 leis estaduais ou municipaisbetpix365 classicatodo o país. A primeira foibetpix365 classicaautoria do senador californiano Tom Hayden, e seu projeto se concentrou principalmente na indústriabetpix365 classicaseguros.

Mas a grosso modo o que a legislação diz é que qualquer empresa que faça negócios com o ente governamental onde a lei se aplica precisa relatar qual é abetpix365 classicaligação com o comérciobetpix365 classicaescravos e identificar ao máximo as pessoas que foram escravizadas, transformando issobetpix365 classicaum documento público e com algumas espéciebetpix365 classicaplanobetpix365 classicareparação.

Eles não são obrigadas a necessariamente pagar indenizações. Elas podem, por exemplo, criar um fundo para as pessoasbetpix365 classicauma determinada comunidade.

Outro dos pioneiros nessas leis foi a cidadebetpix365 classicaChicago, e, por isso o JP Morgan Chase forneceu seu relatório indicando que eles desempenharam um papel na escravidão. E imediatamente pagaram US$5 milhões.

O pagamento é uma indicaçãobetpix365 classicaque eles estão cientes do fatobetpix365 classicaterem uma conexão com a escravidão. Mas US$ 5 milhões como reparação é um insulto. E,betpix365 classicafato, temos uma expectativabetpix365 classicaque mais virá, mas pelo menos isso é uma demonstraçãobetpix365 classicareconhecimento.

Outra instituição, que não foi apanhada nas divulgações mas expôs abetpix365 classicaligação à escravatura, foi a Brown University. E o que a Brown fez foi criar uma comissão para estudarbetpix365 classicaligação com a escravidão e no final da pesquisa concluíram que John Brown, a mesma pessoa que criou o Bank of America, desempenhou um papel na fundação da Universidade, é por isso que ela se chama Brown.

O que eles concluíram é que tinham algumas conexões fortes, que houve algum financiamento inicial da universidade no comérciobetpix365 classicaescravos e por isso criaram um fundobetpix365 classicaUS$100 milhões. E assim começou a tendência que já é mundialbetpix365 classicacriar esse fundo fiduciáriobetpix365 classica100 milhões nas universidades.

Já há provavelmente cercabetpix365 classicaquatro outras universidades que seguiram a Brown University com a mesma quantidade, incluindo a Universidadebetpix365 classicaCambridge, no Reino Unido, com cem milhõesbetpix365 classicalibras. E esse dinheiro é destinado a beneficiar os descendentesbetpix365 classicaafricanos escravizados. Portanto, estes são os tiposbetpix365 classicacoisas que podem acontecer quando uma instituição toma conhecimento dabetpix365 classicahistóriabetpix365 classicacomérciobetpix365 classicaescravos.

betpix365 classica BBC News Brasil - Como uma reparação deve ser medida? Quais aspectos devem ser levadosbetpix365 classicaconsideração ao decidir quanto uma empresa com histórico ligado à escravidão deve pagar?

betpix365 classica Farmer-Paellmann - Não sou economista, então, provavelmente não sou a melhor pessoa para responder a essa pergunta. Mas o que acreditamos é que uma empresa pode fazer muito, há certos níveisbetpix365 classicafinanciamento que uma empresa pode fornecer sem sequer terbetpix365 classicareportar aos seus acionistas nos Estados Unidos. São até US$ 20 milhões anuais.

Com US$ 20 milhões investidos adequadamente, você pode realmente fazer a diferença. Eles podem fazer algo, e essa é a primeira coisa: US$ 5 milhões definitivamente não são suficientes. Já US$ 20 milhões por cem anos pode ser um pouco melhor.

betpix365 classica BBC News Brasil - Em que exatamente esse dinheiro da reparação deveria ser usado? Deveria ser destinado exatamente aos descendentesbetpix365 classicapessoas escravizadas por cada uma das empresas ou um uso mais amplo para a comunidade descendente deles?

betpix365 classica Farmer-Paellmann - Pode financiar algumas pesquisas, porque é claro que precisamos saber os detalhes da história. Mas, definitivamente, há uma necessidadebetpix365 classicahabitação,betpix365 classicamelhorar as condiçõesbetpix365 classicahabitação das pessoas, cuidadosbetpix365 classicasaúde, educação, todas essas coisas.

Observamos, por exemplo, nos Estados Unidos, comunidades inteiras que estão sendo gentrificadas e, portanto, os descendentesbetpix365 classicaafricanos escravizados estão sendo excluídosbetpix365 classicaseus próprios bairros. O que estamos tentando é conseguir dinheiro para comprar algumas dessas comunidades e garantir que a habitação continue acessível.

Quanto aos beneficiários, é muito difícil hoje identificar as pessoas específicas que foram escravizadas por uma dada empresa e isso se deve à natureza do comércio transatlânticobetpix365 classicaescravos. Se você olhar os registros do bancobetpix365 classicadados do comércio transatlânticobetpix365 classicaescravos, nossos antepassados não estão listados por nome. Fica escrito apenas “200 mulheres e 20 homens”.

Não nos foi dada a dignidadebetpix365 classicasermos listados pelo nome e, curiosamente, ao mesmo tempo na História havia os europeus migrando (para países da América) e todos os detalhes sobre seu pontobetpix365 classicapartida até seu novo local estão registrados. Era possível terem registrado quem éramos ebetpix365 classicaonde viemos, mas até certo ponto os responsáveis nunca tiveram a intençãobetpix365 classicaque sobrevivessemos e, claro, muitosbetpix365 classicanós trabalhamos até a morte, especialmentebetpix365 classicalugares como o Brasil e o Caribe.

Acho que seria mais apropriado se qualquer descendentebetpix365 classicaafricanos escravizados, independentementebetpix365 classicapoder ou não ser rastreado até aquela empresa específica, fosse um beneficiário. Enfatizo que eles deveriam ser descendentesbetpix365 classicaafricanos escravizados, esse deve ser o requisito. Mas, fora isso, é quase impossível identificar os detalhes.

betpix365 classica BBC News Brasil - Em maisbetpix365 classica20 anosbetpix365 classicaprocessos judiciais e rastreamentobetpix365 classicahistóricosbetpix365 classicaempresas, quantos casos você ganhou e que balanço faz?

betpix365 classica Farmer-Paellmann - Ir ao tribunal pode não ser necessariamente a melhor maneira, mas até certo ponto pode ser a única formabetpix365 classicafazer com que uma empresa leve o assunto a sério e, dependendo das leis que existem no seu país, pode ser a abordagem mais eficaz.

Por exemplo, sem leisbetpix365 classicadivulgação sobre relações históricas com a escravatura, algumas empresas tiveram a audáciabetpix365 classicamentir nos seus relatórios apresentados aos municípios e, por isso, estamosbetpix365 classicafasebetpix365 classicaplanejamento para litígios contra essas empresas por fraude ao consumidor. O litígio pode ser muito eficaz. Abrimos processos contra 17 empresas e estamos mirandobetpix365 classicamais três.

Mas devo repetir um ditado que um dos meus advogados sempre diz: "Nos corredores da Justiça, a Justiça está nos corredores". Muitas vezes você pode não conseguir ganhar o caso no tribunal, mas o que acontece é que diferentes tiposbetpix365 classicanegociações se iniciam ao longo do processo, fora dos tribunais, que tornam possível que essas empresas façam pagamentos.

Não tivemos que levar as universidades ao tribunal, por exemplo. Elas entenderam o potencial (prejuízo da situação) e, claro, sempre tiveram medo da possibilidadebetpix365 classicaprocessarmos e assumiram a responsabilidadebetpix365 classicafazer a coisa certa. Com as grandes corporações, eu diria, esta também seria a coisa mais adequada.

As pessoas realmente apreciam quando as empresas assumem responsabilidade porbetpix365 classicahistória. Eles estão absolutamentebetpix365 classicaposse da riqueza que pertence ao povo, porque nossos ancestrais trabalharam durante séculos sem remuneração, as mulheres foram forçadas a procriar, as pessoas foram torturadas para construir essa riqueza para as corporações. O mínimo que eles poderiam fazer agora é garantir que os descendentes que teriam sido os herdeiros se os ancestrais tivessem sido pagos acessem parte da riqueza que foi acumulada.

E a solução ideal seria por meiobetpix365 classicafundos. Até agora, (as empresas pagaram) cercabetpix365 classicaUS$ 20 milhões, mas esses pagamentos foram encaminados às principais instituições negras (do país) que não tiveram nada a ver com o movimentobetpix365 classicareparações. Funciona mais como um pedidobetpix365 classicadesculpas, mas nada que seja rastreável.

Realmente acreditamos que quando essas instituições tomam a decisãobetpix365 classicacriar fundosbetpix365 classicarestituição ou fazer quaisquer pagamentosbetpix365 classicareparações, isso deveria ir para um fundo fiduciário controlado pelos descendentesbetpix365 classicanegros escravizados. Para que haja um controle administrativo e para que não se relique um arranjo patriarcal,betpix365 classicaque não administramos nosso próprio dinheiro.

betpix365 classica BBC News Brasil - Qual é atualmente o caso mais bem-sucedidobetpix365 classicareparação histórica, nabetpix365 classicaavaliação, no mundo?

betpix365 classica Farmer-Paellmann - Há dois bons exemplos. Um é da Universidadesbetpix365 classicaGeorgetown, o 272. Descobriu-se que os jesuítas que fundaram a universidade venderam 272 pessoas para financiar este centro educacionalbetpix365 classicaprimeirabetpix365 classicaWashington D.C..

Os jesuítas estão trabalhando com os descendentes que foram identificados atravésbetpix365 classicatestesbetpix365 classicaDNA, porque neste caso foi possível localizar os restos mortais dessas pessoas que foram escravizadas bem como os nomes, pra conseguir rastreá-las (cercabetpix365 classica8 mil descendentes dos escravizados foram localizados).

Eles têm trabalhadobetpix365 classicaestreita colaboração já há vários anos e mais recentemente, houve uma contribuiçãobetpix365 classicaUS$ 27 milhões pagabetpix365 classicareparações a um fundo fiduciário e este tem sido um processo contínuobetpix365 classicaverdade e reconciliação entre os descendentes da Universidadebetpix365 classicaGeorgetown 272 e os jesuítas. Este é um resultado muito positivo.

O outro exemplo é o da Brown University, que criou o fundobetpix365 classicaUS$ 100milhões.

betpix365 classica BBC News Brasil - Essa discussão é bastante recente no Brasil e alguns críticos questionam se a essa altura seria justo cobrar reparações por ações tomadas há centenasbetpix365 classicaanos, quando essas companhias talvez tivessem outros donos e não tivessem ações negociadasbetpix365 classicamercado. Como responde a isso?

betpix365 classica Farmer-Paellmann - As empresas pertencem a pessoas físicas que,betpix365 classicamodo geral, perante a lei, com os ativos que adquirem como acionistas, adquirem também passivos. Isso é um fato conhecido, os acionistas sabem disso quando fazem o investimento, por isso é especialmente importante que essas empresas façam abetpix365 classicapesquisa corretamente para que o acionista saiba exatamente no que está se metendo. Os acionistas são responsáveis ​​por expiar crimes contra a humanidade com os quais lucraram.

betpix365 classica BBC News Brasil - Nabetpix365 classicaperspectiva, como esse debate público evoluiu nos últimos 20 anos nos Estados Unidos?

betpix365 classica Farmer-Paellmann - Bem, quando comecei a expor a cumplicidade corporativa, a gente já ouvia que a nação tinha sido construída nas costasbetpix365 classicapessoas escravizadas. Mas, até então, isto era apenas uma ideia abstrata e a exigênciabetpix365 classicareparações era considerada uma demanda um tanto militante.

Mas quando começamos a mostrar que as empresas existentes lucraram concretamente com a prática, mesmo os mais conservadores passaram a apoiar a ideiabetpix365 classicaque as empresas deveriam fazer algo, porque estãobetpix365 classicamelhor posição para isso.

O que aconteceu é que o movimento se popularizou porque as pessoas entendem que o dano foi cometido e que os beneficiários ainda estão vivos através destas empresas e algo pode, sim, ser feito.

betpix365 classica BBC News Brasil - Você vê a possibilidadebetpix365 classicareplicar no Brasil o caminho que você e seu grupo trilharambetpix365 classicarelação a reparações por ligação com a escravatura?

betpix365 classica Farmer-Paellmann - Eu acho que as situações são idênticas e a tragédia é que há muito mais descendentesbetpix365 classicaafricanos escravizados no Brasil do que nos Estados Unidos. O Brasil poderia repetir a trajetória, masbetpix365 classicaainda maior escala.