Dois turnossafari king slotsono: a forma esquecida como nossos antepassados dormiam:safari king slot

Legenda do áudio, Dois turnossafari king slotsono: a forma esquecida como nossos antepassados dormiam

Cercasafari king slot300 anos depois, no início dos anos 1990, o historiador Roger Ekirch visitou o Escritóriosafari king slotRegistros Públicossafari king slotLondres — um imponente edifício gótico, com belos arcossafari king slotentrada, que abrigou os Arquivos Nacionais do Reino Unido entre 1838 e 2003. Foi ali que, entre fileiras quase infinitassafari king slotdocumentos e manuscritos antigos, ele encontrou o depoimentosafari king slotJane Rowth.

Ekirch estava originalmente pesquisando para escrever um livro sobre a história das horas noturnas e, naquela época, buscava registros do período entre o início da Idade Média e a Revolução Industrial.

Ele havia descoberto que os depoimentos judiciais são muito esclarecedores. "Eles são uma fonte maravilhosa para historiadores sociais", afirma Ekirch, que é professor da Universidade Estadual da Virgínia, nos Estados Unidos. "Eles comentam sobre atividades muitas vezes não relacionadas ao crime propriamente dito."

Um dos temas que Ekirch temia ter que abordarsafari king slotalgum capítulosafari king slotseu livro sobre os hábitos noturnos seria o sono. Ele acreditava que o sono fosse não só uma necessidade universal, mas uma constante biológica, e não esperava encontrar nadasafari king slotnovo sobre o tema — até que um ponto estranho do testemunhosafari king slotJane Rowth chamousafari king slotatenção.

Ao ler o depoimento, ele encontrou duas palavras que nunca havia visto antes, mas que pareciam retratar um detalhe particularmente intrigante da vida no século 17: "primeiro sono".

"Posso recitar o documento originalsafari king slotcor quase inteiro", afirma Ekirch. Sua euforia com a descoberta ainda pode ser percebida, mesmo décadas depois.

'Sonho dos Magos'

Crédito, British Library**

Legenda da foto, Na Idade Média, era absolutamente normal que várias pessoas dormissem juntas. Viajantes que haviam acabadosafari king slotse conhecer compartilhariam a mesma cama, bem como patrões e seus servos

No seu testemunho, Jane descreve como, pouco antes dos homens chegarem àsafari king slotcasa, ela esafari king slotmãe haviam acordado do primeiro sono da noite. Não havia mais explicações — o sono interrompido era indicado como sendo algo comum e totalmente sem importância. "Ela se referiu ao caso como se fosse absolutamente normal", afirma Ekirch.

A existênciasafari king slotum primeiro sono indica que havia também um segundo sono — uma noite divididasafari king slotduas metades. Era apenas um hábito familiar ou haveria algo mais, além disso?

Prática generalizada

Pelos meses que se seguiram, Ekirch vasculhou os arquivos e encontrou muitas outras referências sobre esse fenômeno misterioso do duplo sono, ou "sono bifásico", como ele viria a denominá-lo.

Alguns relatos eram um tanto banais, como a menção feita pelo tecelão Jon Cokburne, que simplesmente o citousafari king slotpassagemsafari king slotum depoimento. Mas outros eram mais sombrios, como osafari king slotLuke Atkinson,safari king slotEast Ridingsafari king slotYorkshire, no norte da Inglaterra. Certa vez, ele cometeu um assassinato no iníciosafari king slotuma manhã, entre os dois sonos — esafari king slotesposa declarou que, muitas vezes, ele usava esse intervalo para ir até as casassafari king slotoutras pessoas com a intençãosafari king slotrealizar atos sinistros.

Quando Ekirch ampliousafari king slotpesquisa, incluindo bancossafari king slotdados onlinesafari king slotoutros registros escritos, logo ficou claro que o fenômeno era mais comum e difundido que ele havia imaginado.

Para começar, o primeiro sono é mencionadosafari king slotuma das obras mais famosas da literatura medieval, The Canterbury Tales ("Os contos da Cantuária",safari king slotportuguês),safari king slotGeoffrey Chaucer (escritos entre 1387 e 1400). O livro apresenta um concursosafari king slotcontar histórias entre um gruposafari king slotperegrinos.

Existe também uma menção no livro Beware the Cat ("Cuidado com o gato",safari king slottradução livre), escritosafari king slot1561 pelo poeta William Baldwin — um livro satírico considerado por alguns o primeiro romance já escrito. Ele conta a históriasafari king slotum homem que aprende a linguagemsafari king slotum gruposafari king slotgatos sobrenaturais assustadores. Um deles, chamado Mouse-slayer ("Assassinosafari king slotCamundongos",safari king slottradução livre), enfrenta julgamento por promiscuidade.

Mas isso é apenas o começo. Ekirch encontrou referências casuais ao sistemasafari king slotsonosafari king slotduas partessafari king slottodas as formas escritas que se pode imaginar — centenassafari king slotcartas, diários, livros médicos, escritos filosóficos, artigossafari king slotjornal e peçassafari king slotteatro. A prática aparece atésafari king slotcanções da época, como na balada Old Robin of Portingale: "... e, ao acordar do seu primeiro sono, você precisa tomar uma bebida quente; e, ao acordar do sono seguinte, suas mágoas se acalmarão..."

E o sono bifásico também não era exclusivo da Inglaterra. Ele era amplamente praticadosafari king slottodo o mundo pré-industrial. Na França, o sono inicial era chamadosafari king slot"premier somme", enquanto, na Itália, era o "primo sonno".

De fato, Roger Ekirch encontrou evidências do hábito atésafari king slotlocais distantes como a África, sul e sudeste asiático, Austrália, Oriente Médio — e no Brasil. Um registro colonial do Riosafari king slotJaneiro, datadosafari king slot1555, descreve que o povo tupinambá costumava comer depois do seu primeiro sono.

Lívio

Crédito, Alamy

Legenda da foto, Como muitos romanos, o historiador Lívio praticava o sono bifásico. Ele menciona o método nasafari king slotobra-prima, “A históriasafari king slotRoma”

Já um registrosafari king slotMascate,safari king slotOmã, explicava no século 19 que os habitantes locais se recolhiam para seu primeiro sono antes das 22 horas.

E Ekirch começou a suspeitar que esse método, longesafari king slotser uma peculiaridade da Idade Média, poderia ter sido a principal formasafari king slotdormir por milênios — um padrão antigo herdado dos nossos ancestrais pré-históricos. O registro mais antigo encontrado por Ekirch foi do século 8 antessafari king slotCristo, no épico grego A Odisseia, enquanto as indicações mais recentes dessa prática datam do início do século 20, quando,safari king slotalguma forma, ela caiu no esquecimento.

Como isso funcionava? Por que as pessoas dormiamsafari king slotdois turnos? E como algo que um dia foi tão comum acabou sendo completamente esquecido?

Era um momento vago

No século 17, a noitesafari king slotsono era mais ou menos assim:

Das 21 às 23 horas, as pessoas que tinham condições começavam a recostar-sesafari king slotcolchões forrados com palha ou trapos (os colchões dos ricos poderiam ter enchimentosafari king slotpenas), prontas para dormir por duas horas. Enquanto isso, nas camadas inferiores da sociedade, as pessoas precisavam acomodar-se sobre plantas espalhadas no solo ou, pior, no chãosafari king slotterra batida — talvez até sem cobertor.

Naquela época, muitas pessoas dormiam juntas, frequentemente acompanhadassafari king slotuma acolhedora variedadesafari king slotpercevejos, pulgas, piolhos, familiares, amigos, servos e — se estivessem viajando — também completos estranhos.

Para minimizar constrangimentos, o sono envolvia uma sériesafari king slotconvenções sociais rígidas, como evitar contato físico ou muitos movimentos durante a noite. E havia posições definidas para dormir. As meninas mais jovens, por exemplo, normalmente deitavam-sesafari king slotum lado da cama, com as mais velhas mais perto da parede, seguidas pela mãe e pelo pai, depois os filhos meninos — também dispostos por idade — e os que não eram membros da família depois deles.

Duas horas depois, as pessoas começavam a despertar desse sono inicial. O tempo acordado à noite normalmente começava pertosafari king slot23 horas e ia até cercasafari king slotuma hora da manhã, dependendo do horáriosafari king slotque as pessoas haviam ido para a cama.

Esse despertar geralmente não era causado por ruídos, nem por outras perturbações à noite. Também não havia alarme para despertar — os despertadores foram inventados apenassafari king slot1787, por um norte-americano que, ironicamente, precisava acordar no horário para vender relógios. As pessoas acordavamsafari king slotforma totalmente natural, da mesma forma que faziam pela manhã.

O período acordado era chamadosafari king slot"vigília" e era um intervalo surpreendentemente útil para realizar tarefas. "[Os registros] descrevem que as pessoas faziam quasesafari king slottudo depois que acordavam do primeiro sono", relata Ekirch.

Um dormitório, the Master of Mansel

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Dormirsafari king slotconjunto significava que as pessoas normalmente tinham alguém com quem falar quando acordavam para a “vigília”

Sob o fraco brilho da Lua, das estrelas, lâmpadas a óleo ou "velassafari king slotjunco" — uma espéciesafari king slotvela para residências simples, feitasafari king slotcaulessafari king slotjunco encerados — as pessoas se dedicavam a tarefas comuns, como colocar lenha no fogo, tomar remédios ou urinar (muitas vezes, no próprio fogo).

Para os camponeses, acordar significava voltar ao trabalho mais sério — seja sair para vistoriar os animaissafari king slotcriação ou realizar tarefas domésticas, como remendar roupas, pentear lã ou descascar os juncos a serem queimados. Ekirch encontrou o relatosafari king slotum servo que certa vez chegou a preparar um lotesafari king slotcerveja para seu patrão entre meia-noite e duas horas da manhã,safari king slotWestmorland, no noroeste da Inglaterra.

Naturalmente, os criminosos aproveitavam a oportunidade para percorrer as redondezas e causar problemas, como o assassinosafari king slotYorkshire. Mas a vigília era também um momento religioso.

Para os cristãos, havia orações elaboradas a serem rezadas, incluindo algumas especificamente recomendadas para esse período. Um padre chamou a vigíliasafari king slota hora mais "proveitosa" do dia — depoissafari king slotdigerir o seu jantar e encerrar as tarefas mundanas, "ninguém virá procurar você, exceto Deus".

Já as pessoas com disposição para a filosofia poderiam usar a vigília como um momentosafari king slotreflexão para pensar sobre a vida e ponderar sobre novas ideias. No final do século 18, um comerciante londrino chegou a inventar um dispositivo especial para registrar suas percepções noturnas mais ardentes — um "lembrador noturno", que consistiasafari king slotum blocosafari king slotpergaminho fechado com uma abertura horizontal que poderia ser usada como guia para escrever.

Mas, principalmente, a vigília era útil para a socialização — e para o sexo. Como explica Ekirchsafari king slotseu livro, At day's close: A history of nighttime ("No encerramento do dia: a história das horas noturnas",safari king slottradução livre), as pessoas muitas vezes sentavam-se na cama e apenas conversavam. E, durante essas estranhas horassafari king slotpenumbra, as pessoas que dividiam a cama conseguiam compartilhar um nívelsafari king slotinformalidade e conversas casuais dificilmente atingido durante o dia.

E, para os casais que conseguissem vencer a logísticasafari king slotcompartilhar a cama com outras pessoas, era também um intervalo conveniente para intimidade física. Depoissafari king slotum longo diasafari king slottrabalho manual, o primeiro sono eliminavasafari king slotexaustão e o período seguinte era considerado um excelente momento para concebersafari king slotenorme quantidadesafari king slotfilhos.

Depois que as pessoas ficavam acordadas por duas horas, normalmente elas voltavam para a cama. Esse segundo período era considerado o sono "da manhã" e poderia durar até amanhecer ou mais. Da mesma forma que acontece hoje, a horasafari king slotque as pessoas finalmente acordavam para o dia dependia da horasafari king slotque elas foram para a cama à noite.

Pessoas pesquisando no Escritóriosafari king slotRegistros Públicos

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, O Escritóriosafari king slotRegistros Públicos abrigava milharessafari king slotdepoimentos criminais da era medieval, que agora são guardados nos Arquivos Nacionaissafari king slotKew, a sudoestesafari king slotLondres

Adaptação antiga

Segundo Ekirch, existem referências ao sistemasafari king slotsonosafari king slotdois períodos espalhadas ao longosafari king slottoda a Antiguidade, o que indica que ele já era comum naquela época.

O sistema é mencionado casualmentesafari king slotobrassafari king slotescritores ilustres, como o biógrafo grego Plutarco (século 1 depoissafari king slotCristo), o viajante grego Pausânias (século 2 depoissafari king slotCristo), o historiador romano Lívio e o poeta romano Virgílio.

Posteriormente, a prática foi adotada pelos cristãos, que imediatamente perceberam o potencial da vigília como uma oportunidade para recitar salmos e fazer confissões. No século 6, São Bento ordenava aos monges que se levantassem à meia-noite para essas atividades e essa ideia acabou por espalhar-se por toda a Europa, gradualmente chegando à populaçãosafari king slotgeral.

Mas os seres humanos não são os únicos animais a descobrir os benefíciossafari king slotdividir o sono. Essa prática é amplamente adotada no mundo natural, com muitas espécies repousandosafari king slotdois ou até mais períodossafari king slotsono separados. Isso os ajuda a permanecer ativos nas horas mais benéficas do dia, quando eles têm maior possibilidadesafari king slotencontrar alimento, sem que eles próprios se tornem o lanchesafari king slotalguém.

Um exemplo é o lêmure-de-cauda-anelada. Esses icônicos primatassafari king slotMadagascar, com seus olhos vermelhos arrepiantes e caudas verticaissafari king slotpreto e branco, mantêm padrõessafari king slotsono surpreendentemente similares aos dos seres humanos da era pré-industrial. Eles são "catemerais", ou seja, eles ficam acordados durante a noite e o dia.

"Existem muitas variações entre os primatas,safari king slottermos da distribuição dasafari king slotatividade ao longo do períodosafari king slot24 horas", afirma David Samson, diretor do laboratório do sono e evolução humana da Universidadesafari king slotTorontosafari king slotMississauga, no Canadá. E, se o sonosafari king slotdois períodos é natural para os lêmures, ele se pergunta: pode ser esta a formasafari king slotque nós também evoluímos para dormir?

Roger Ekirch vinha alimentando o mesmo pressentimento havia muito tempo. Mas ele passara décadas sem encontrar nadasafari king slotconcreto que o comprovasse — nem que esclarecesse por que essa prática desapareceu. Até que,safari king slot1995, Ekirch leu uma reportagem no The New York Times sobre um experimento do sono realizado alguns anos antes.

A pesquisa foi conduzida por Thomas Wehr, cientista do sono do Instituto Nacionalsafari king slotSaúde Mental dos Estados Unidos, e envolveu 15 homens. Depoissafari king slotuma semana inicialsafari king slotobservação dos seus padrõessafari king slotsono normais, eles foram mantidos sem iluminação artificial à noite para reduzir suas horassafari king slot"luz do dia" — seja ela natural ou elétrica — das 16 horas habituais para apenas 10.

No restante do tempo, eles foram confinadossafari king slotum quarto sem luz nem janelas e totalmente imersos na escuridão envolvente. Eles não podiam ouvir música nem se exercitar — e foram induzidos ao repouso e ao sono.

Pinturasafari king slotpessoa dormindo e anjos no céu

Crédito, Alamy

Legenda da foto, O historiador Roger Ekirch se pergunta se hoje as pessoas conseguem se lembrar menossafari king slotseus sonhos que os nossos ancestrais porque agora é menos comum acordar no meio da noite

No início do experimento, todos os homens tinham hábitos noturnos normais — eles dormiamsafari king slotum turno contínuo que durava do final da noite até a manhã. Mas algo incrível aconteceusafari king slotseguida.

Depoissafari king slotquatro semanassafari king slotdias com 10 horas, os padrõessafari king slotsono dos participantes haviam se transformado. Eles não dormiam maissafari king slotum único período, massafari king slotduas metades, aproximadamente com a mesma duração. As duas partes eram separadas por um períodosafari king slotuma a três horas que eles passavam acordados.

Medições do hormônio do sono — a melatonina — demonstraram que seus ritmos circadianos também haviam se ajustado, o que demonstra que seu sono foi alteradosafari king slotnível biológico.

Wehr havia reinventado o sono bifásico. "Depois do meu casamento e do nascimento dos meus filhos, [ler sobre o experimento] foi provavelmente o momento mais emocionante da minha vida", relembra Ekirch. Quando ele escreveu para Wehr explicando a extraordinária coincidência entre o estudo científico e asafari king slotpesquisa histórica, "acho que posso afirmar que ele ficou tão radiante quanto eu", afirma.

Mais recentemente, uma pesquisasafari king slotDavid Samson, o diretor do laboratório do sono da Universidadesafari king slotToronto, confirmou essas descobertas — mas com uma fascinante reviravolta.

Em 2015, Samson recrutou voluntários locais da remota comunidadesafari king slotManadena, no nordestesafari king slotMadagascar, para um estudosafari king slotconjunto com colaboradoressafari king slotdiversas outras universidades. O local é um grande vilarejo ao ladosafari king slotum parque nacional. Não há infraestrutura elétrica,safari king slotforma que as noites locais são quase tão escuras quanto eram milênios atrás.

Pediu-se aos participantes, emsafari king slotmaioria, agricultores, que usassem um "actímetro" — um sofisticado dispositivo sensorsafari king slotatividade que pode ser usado para rastrear ciclossafari king slotsono — por 10 dias, para verificar seus padrõessafari king slotsono.

"Descobrimos que nas pessoas havia um períodosafari king slotatividade logo após a meia-noite até cercasafari king slot1h a 1h30 da manhã", afirma Samson, "a atividade era reduzidasafari king slotseguida até dormirem e permanecerem inativos, até acordarem, às seis horas, o que normalmente coincide com o nascer do sol".

Ou seja, o sono bifásico nunca desapareceu completamente — ele sobrevive até hoje nos bolsões mais distantes do mundo.

Nova pressão social

Coletivamente, essa pesquisa também forneceu a Ekirch a explicação que ele desejava sobre o motivo que levou a maior parte da humanidade a abandonar o sistemasafari king slotdois períodossafari king slotsono a partir do início do século 19. Como ocorreu com outras mudanças recentes do nosso comportamento, como a dependência do relógio, a resposta estava na Revolução Industrial.

Ilustraçãosafari king slotum quartosafari king slotelite, com camasafari king slotmadeira com quatro pilares e cortinas

Crédito, Alamy

Legenda da foto, No século 17, as elites ricas normalmente dormiamsafari king slotcamassafari king slotmadeira com quatro pilares e cortinas, para aquecer as pessoas e afastar os olhares curiosos dos visitantes

"A iluminação artificial tornou-se mais presente esafari king slotpotência aumentou — primeiro, foi [a iluminação] a gás, introduzida pela primeira vezsafari king slotLondres", explica Ekirch, "e depois, claro, a iluminação elétrica, mais para o final do século. Alémsafari king slotalterar o ritmo circadiano das pessoas, a iluminação artificial também permitiu naturalmente que as pessoas ficassem acordadas até mais tarde."

Mas, embora as pessoas não fossem mais para a cama às 21 horas, elas ainda precisavam acordar no mesmo horário pela manhã — o que prejudicava o seu repouso. Ekirch acredita que isso tornou seu sono mais profundo, porque era reduzido.

Alémsafari king slotalterar os ritmos circadianos da população, a iluminação artificial prolongou o primeiro sono e reduziu o segundo. "E consegui rastrear [essas alterações], quase a cada década, ao longo do século 19", afirma Ekirch.

Curiosamente, o estudosafari king slotSamsonsafari king slotMadagascar envolveu uma segunda parte — na qual a metade dos participantes recebeu luzes artificiais por uma semana, para ver se elas causavam alguma diferença. E, neste caso, os pesquisadores concluíram que não havia impacto sobre os seus padrõessafari king slotsono segmentados. Mas eles indicam que uma semana pode não oferecer tempo suficiente para que as luzes artificiais causem mudanças importantes —safari king slotforma que o mistério continua...

Mesmo que a iluminação artificial não seja a única causa, no final do século 20, a divisão entre dois períodossafari king slotsono havia desaparecido por completo. A Revolução Industrial não havia mudado apenas a nossa tecnologia, mas também a nossa biologia.

Nova ansiedade

Um efeito colateral importante da mudança dos hábitossafari king slotsonosafari king slotgrande parte da humanidade foi uma mudançasafari king slotcomportamento. Por um lado, começamos rapidamente a ridicularizar as pessoas que dormem demais e desenvolvemos preocupação com a relação entre acordar cedo e a produtividade.

Mas, para Ekirch, "o aspecto mais gratificantesafari king slottudo isso são as pessoas que sofremsafari king slotinsônia no meio da noite". Ele explica que nossos padrõessafari king slotsono agora estão tão alterados que ficar acordado no meio da noite pode nos causar pânico.

"Não quero diminuir a importância disso — eu mesmo, na verdade, sofrosafari king slotdistúrbios do sono e tomo medicamentos para isso." Mas, quando as pessoas aprendem que esse padrão pode ter sido totalmente normal por milênios, ele percebe que isso reduz um pouco a ansiedade.

Mas, antes que a pesquisasafari king slotEkirch gere uma derivação da dieta paleolítica e as pessoas comecem a jogar suas lâmpadas fora — ou, pior, dividam artificialmente seu sonosafari king slotdois com despertadores —, ele se empenhasafari king slotressaltar que o abandono do sistemasafari king slotsonosafari king slotdois períodos não significa que a qualidade do nosso sono hojesafari king slotdia seja inferior.

Apesar das notícias quase constantes sobre a grande incidênciasafari king slotdistúrbios do sono, Ekirch já argumentou que,safari king slotalguns aspectos, o século 21 é a erasafari king slotouro do sono — um períodosafari king slotque a maioriasafari king slotnós não precisa mais se preocuparsafari king slotser assassinado na cama, congelar até a morte ou remover piolhos, podendo dormir sem dores, sem a ameaçasafari king slotincêndios e sem estranhos deitados ao nosso lado.

Em resumo, o sonosafari king slotum único período pode não ser "natural", da mesma forma que belos colchões ergonômicos e a higiene moderna também não o são. "Ou seja, não existe retorno porque as condições mudaram", afirma Ekirch.

Nós podemos estar perdendo a oportunidadesafari king slotter conversas confidenciais na cama no meio da noite, sonhos psicodélicos e revelações filosóficas noturnas — mas, pelo menos, não acordamos cobertossafari king slotpicadas irritantes.

* Zaria Gorvett é jornalista sênior da BBC Future. Sua conta no Twitter é @ZariaGorvett.

** A imagem do Sonho dos Magos foi usada com permissão da Biblioteca Britânica. Ela faz parte do seu Catálogosafari king slotManuscritos Iluminados.

safari king slot Leia a íntegra desta reportagem safari king slot (em inglês) no site BBC Future safari king slot .

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