Como é viver no interior da nova cápsula espacial da Nasa:quote bwin
Queixas renovadas
Hoje, o papelquote bwinJohn Glenn é protagonizado por um ex-comandantequote bwinsubmarino e veteranoquote bwintrês missões com ônibus espacial, Steve Bowen. Pergunto a ele suas primeiras impressões sobre a Orion:
"É muito apertada", responde.
"É realmente pequena para quatro pessoas. Os dois indivíduos na partequote bwintrás ficam olhando para os assentos do piloto e do comandante acima deles", completa.
A Orion lembra vagamente a espaçonave usada no programa Apollo, que enviou uma tripulaçãoquote bwintrês astronautas à Lua - tem formato cônico e um escudo térmico para proteger a superfície inferior arredondada. Embora seja mais espaçosa, ainda precisa caber na parte superiorquote bwinum foguete - e, portanto, não é tão maior assim.
Enquanto as missões do programa Apollo levaram apenas alguns dias, com direito a pouso e passeio na Lua, as missões da Orion estão sendo planejadas para durar no mínimo três semanas - e não há previsãoquote bwinsaída da nave durante a jornada.
"Não sei se quatro pessoas vão conseguir se alongar confortavelmente ao mesmo tempo", diz Bowen, que passou toda a carreira trabalhandoquote bwinespaços confinados.
"Mas isso já foi feito antes, então, não acho que seja impeditivo. Você só precisa se certificarquote bwinque as pessoas estejam acostumadas a espaços apertados."
'Sardinhas trabalhando'
Além da cabinequote bwincomando, os engenheiros também precisam prever uma cozinha, áreaquote bwinrecreação e banheiro.
"Há ajustes que podemos fazer, como a configuração dos assentos. Assim que concluirmos esse aspecto, teremos uma compreensão melhor dos alojamentos e como vamos operar dentro deles", esclarece Bowen.
Para missõesquote bwinlonga duração até Marte, é quase certo que haverá um móduloquote bwinhabitação adicional. Mas, nos primeiros voos da Orion, os astronautas terãoquote bwinse contentar apenas com uma área totalquote bwinnove metros cúbicos - para trabalhar, dormir, fazer exercícios e relaxar.
Imagine passar várias semanas trancado com três colegasquote bwintrabalhoquote bwinuma sala pequena com um banheiro só. E, ainda por cima, no espaço.
"Em algum momento, chegaremos ao design final e vamos ter a chancequote bwindizer como vamos viver dentro dela por semanas a fio", afirma Bowen.
"Não imagino que alguém diga que é muito espaçosa, mas não ouvi ninguém reclamarquote bwinviver nessas limitações."
Riscosquote bwinvoo
Alémquote bwinajudar a resolver como tudo vai caber dentro da espaçonave, os astronautas também estão envolvidos nos testes para procedimentosquote bwinpouso e decolagem. Uma das maiores críticasquote bwinrelação aos ônibus espaciais, por exemplo, era a faltaquote bwinqualquer sistemaquote bwinescape, caso o foguete explodisse durante o lançamento. A preocupação ficou evidente quando o Challenger explodiu segundos após a decolagem,quote bwin1986, matando todos os sete tripulantes.
A Orion será lançada pelo maior foguete da Nasa, o Sistemaquote bwinLançamento Espacial (SLS, na siglaquote bwininglês). E, assim como a Apollo, contará com um sistemaquote bwinescapequote bwinemergência - um pequeno foguete na ponta da cápsula, capazquote bwinejetá-la para longe do veículo lançador, no casoquote bwinuma falha na decolagem.
O teste do sistema para abortar a missão vai acontecer nos próximos meses, conta Bowen.
"Vai ser realmente emocionantequote bwinver. Também estamos analisando o que acontece se algo der erradoquote bwinqualquer momento do voo, para que a equipe tenha mais chancesquote bwinsobreviver."
Retorno arriscado
A experiênciaquote bwinBowen como tripulantequote bwinsubmarino tem sido particularmente importantequote bwinrelação a encontrar a melhor maneiraquote bwinresgatar os astronautas e a espaçonave quando regressarem à Terra - possivelmente um dos estágios mais arriscadosquote bwinqualquer missão.
Enquanto os ônibus espaciais pousamquote bwinuma pista, a Orion vai cair no meio do oceano com o auxílioquote bwinum paraquedas, após entrar na atmosfera a cercaquote bwin11 quilômetros por segundo.
Bowen supervisionou recentemente o último testequote bwinrecuperação da Orion, realizado pela Nasa ao longo da costa da Califórnia.
"Ela não tem quilha, não tem propulsão própria, vai ficar basicamente flutuando por aí. Será um passeio interessante mesmoquote bwincondições marítimas desfavoráveis", avalia.
"Tive experiência suficiente no mar para ver alguns dos tripulantes mais durões ficarem gravemente doentes. Ficar enjoado é uma possibilidade real."
Como a Orion é muito pesada, a Marinha não consegue usar helicópteros para içar a cápsula até um navio. Após semanas - quem sabe até meses ou anos - dentro da espaçonave, a tripulação vai estar desesperada para sair, mas pode ser que tenhaquote bwinesperar mais um pouco para minimizar o riscoquote bwinafogamento.
"Afinal, esse veículo vai ficar no espaço por anos. Se formos a Marte, a condição física dos astronautas será muito diferente dos programas anteriores", ressalta Bowen.
"A questão équote bwinque momento você resgata a equipequote bwindentro da cápsula. Você deve retirar enquanto eles estão flutuando no oceano, ou é melhor arrastar [a cápsula] para o convésquote bwinum navio e retirá-los efetivamentequote bwinterra firme?"
Sonho antigo
A Orion foi idealizada há maisquote bwin10 anos, mas apenas após a recém-definida meta da Nasaquote bwinretornar à Lua o programa finalmente começou a tomar forma. Com o foguete SLS tambémquote bwinconstrução, e testes bem avançados do lançador, é razoável apostar que os astronautas farão seu voo inaugural até 2025.
"Na semana passada, começaram as soldagens na primeira espaçonave que transportará humanos além da órbita baixa da Terra pela primeira vezquote bwin50 anos", conta o astronauta.
"Ela está sendo construída. É ferragem real, é emocionante".
Apesar do desconforto, do enjoo e dos perigos, Bowen adoraria voar na espaçonave que está ajudando a desenvolver. E quais são as chancesquote bwinisso acontecer?
"Quem sabe?", diz ele, diplomaticamente.
"Ainda faço parte do escritórioquote bwinastronautas, meu nome está na lista. Estou aqui há algum tempo... Mas ainda me sinto bem!"
quote bwin Leia a versão original desta reportagem quote bwin (em inglês) no site BBC Future quote bwin .