O exemplo das cidades que passaram a oferecer transporte público gratuito:fit12bet
Dos novos usuários, 48% afirmaram usar regularmente a redefit12bettransporte público ao invésfit12betcarros.
"É um sucesso evidente, mesmo que esteja na fase inicial", diz Arnaud Passalacqua, professor da Escolafit12betPlanejamento Urbanofit12betParis e um dos pesquisadores do estudo.
"É um sinalfit12betque o transporte público gratuito poderia funcionarfit12betuma escala maior."
Mas o debate sobre se uma cidade grande, como Paris ou Londres, poderia replicar o modelofit12bettarifa gratuitafit12betDunquerque divide opiniões.
Os defensores da ideia argumentam que tornar o transporte público gratuito reduziria as emissõesfit12betcarbono e a poluição do ar, aliviaria as pressões sobre as famílias desfavorecidas e, diante das falhas expostas pela pandemia do atual sistema baseadofit12bettarifas, criaria um modelofit12betfinanciamento mais resiliente para o futuro.
Mas os críticos protestam contra a ideiafit12betabolir as tarifas, apontando os grandes desafiosfit12betcusto e infraestrutura envolvidos na transferênciafit12betuma política testadafit12betpequenas cidades para grandes centros metropolitanos.
Então, será que vale a pena para as grandes cidades incorporar o transporte público gratuito?
'Nova onda'
A ideiafit12bettransporte público gratuito não éfit12betforma alguma nova.
Na França, já é uma realidade para centenasfit12betmilharesfit12betpessoasfit12betmaisfit12bet30 municípios, como no vizinhofit12betDunquerque, Calais, no subúrbio marselhêsfit12betAubagne efit12betColombiers, subúrbiofit12betToulouse quefit12bet1971 realizou a primeira experiênciafit12betacabar com as tarifas na Europa.
Em 2013, a cidade estonianafit12betTallinn se tornou a primeira capital da União Europeia (UE) a implementar a mudança e, no ano passado, Luxemburgo, comfit12betpopulaçãofit12bet626 mil habitantes, se consagrou como o primeiro país a oferecer transporte público totalmente gratuito.
Agora há uma "nova onda"fit12betapoio à ideia do transporte gratuito na França, "baseada na criaçãofit12betredes (de transporte) mais sustentáveis e ecológicas que ajudem as comunidades mais necessitadas", diz Passalacqua.
"Por causa disso, cidades maiores estão começando a implementá-lo."
Em Paris, o transporte público gratuito para menoresfit12bet18 anos foi introduzido no ano letivofit12bet2020; Estrasburgo, a nona maior cidade da França, implementará a mesma políticafit12betsetembro.
Desde o mês passado, os quase um milhãofit12bethabitantes da região metropolitanafit12betNantes viajam gratuitamente nos finaisfit12betsemana.
E a região da Occitânia, no sul da França, onde vivem cercafit12betseis milhõesfit12betpessoas, introduziu uma política segundo a qual jovensfit12bet18 a 26 anos que pegam o trem pelo menos 30 vezes por mês não precisam pagar, com o duplo objetivofit12betajudar os trabalhadores mais jovens e reduzir as emissõesfit12betcarbono.
Alain Jund, vice-presidentefit12betpolíticafit12betmobilidade, transporte, viagens e ciclismo da Prefeiturafit12betEstrasburgo, diz que parte do motivo da mudança na cidade é a crise climática — a ideiafit12betque 80 mil jovens não precisarão maisfit12betcarona dos pais.
"Em Estrasburgo, os níveisfit12betpoluição são muito altos e isso está relacionado ao tráfegofit12betautomóveis", diz ele.
"Também é um problemafit12betsaúde pública. Estimamos que 500 pessoas [em Estrasburgo] morram por ano devido à poluição."
Mas as razões socioeconômicas também são um fator importante na políticafit12betEstrasburgo, cujo custo anual estimadofit12bet6 milhões a 8 milhõesfit12beteuros será coberto pelo orçamento geral do município.
As famílias com dois filhos economizariam 550 euros por ano no custo da passagem, diz a prefeitura, oferecendo economias significativas que ajudariam famíliasfit12betbaixa renda.
"Estamosfit12betuma crise econômica — e não apenas por causa da pandemia", explica Jund.
"Esta é uma medidafit12betsolidariedade e proteção do poderfit12betcompra. Mas é também uma questãofit12betproporcionar igualdade territorial entre quem está no centro da cidade e aqueles que estão nas zonas rurais, e proteger o direito à mobilidade — praticar esportes, ir ao cinema e circular livremente. Acreditamos que isso é importante."
'Preço a pagar'
De Dunquerque a Tallinn e Luxemburgo, no entanto, os experimentos com transporte público gratuito têm sidofit12betuma escala relativamente pequena, o que torna muito mais fácilfit12betgerenciar do quefit12betuma cidade grande.
Mas os defensores da proposta, estimulados pelo apoio a iniciativas que combatem a crise climática, dizem que agora é a horafit12betdar mais um passo adiante.
Audrey Pulvar, adjunta da prefeitafit12betParis, Anne Hidalgo, fez do transporte público gratuito uma promessa fundamental emfit12betcampanha para presidente da Île-de-France — região com 12 milhõesfit12bethabitantes que abrange oito departamentos franceses, incluindo Paris — nas eleições regionais.
De acordo com a propostafit12betPulvar, a gratuidade do transporte seria aplicada gradualmente até 2026, primeiro a menoresfit12bet18 anos, estudantes e desempregados — depois, a política seria estendida a todos os moradores nos finsfit12betsemana e, por fim, seria oferecida todos os dias.
"Precisamos mudar nosso modofit12betvida", diz Pulvar, que estima que a política pode custar 3 bilhõesfit12beteuros por ano.
De acordo com seus planos, esse déficit seria coberto por impostos sobre os veículos mais poluentes e empresasfit12betcomércio eletrônico como a Amazon, com base no imposto pioneiro da França sobre as grandes companhiasfit12bettecnologia.
A isso se somariam os "custos evitados"fit12betacidentesfit12betcarro, poluição e horasfit12bettrabalho perdidas por causa do trânsito, que ela diz custar à região 10 bilhõesfit12beteuros por ano.
Mas mesmo que haja um apoio crescente à ideia, nem todo mundo está disposto a abolir as tarifasfit12bettransporte.
Charles-Éric Lemaignen, vice-presidente do departamento nacionalfit12bettransporte da França (GART), ressalta que "embora seja gratuito, é apenas para o usuário, ainda haverá um preço a pagar".
Lemaignen argumenta que qualquer plano deve considerar se o dinheiro poderia ser melhor gastofit12betoutra área, se há capacidade suficiente para fazer frente ao inevitável aumento no uso da redefit12bettransporte e quão importante as vendasfit12betpassagem são para financiá-la.
"Em Lyon [a segunda maior cidade da França], a receita das passagens compradas por passageiros é muito maior do quefit12betDunquerque", diz ele.
"Isso terá um sério impacto na viabilidadefit12betum plano, porque é um golpe maior para as receitas."
Estas preocupações ecoam as conclusõesfit12betum estudo encomendadofit12bet2018 por Valérie Pécresse, a então presidentefit12betdireita da Île-de-France, sobre a viabilidadefit12betabolir as tarifas na região.
A pesquisa constatou que, embora a política levasse a um aumentofit12bet6% a 10% no númerofit12betpassageiros, custaria entre 2,2 e 3,3 bilhõesfit12beteuros, e a qualidade do serviço da rede seria reduzida.
Além disso, o usofit12betcarros cairia apenas 2%, e o impacto na igualdade social seria limitado porque maisfit12betum milhãofit12betpessoas na região já se beneficiamfit12betviagens gratuitas ou tarifas reduzidas.
"A pandemia dificultou ainda mais o financiamento por causa dos orçamentos apertados", acrescenta Lemaignen.
No entanto, os defensores da proposta acreditam que os custos foram exagerados, apontando para um imposto cobradofit12bettodas as empresas na França, conhecido como Pagamentofit12betMobilidade, que subsidia o transporte coletivo e faz com que, na maioria das cidades, a vendafit12betpassagens represente apenas cercafit12bet10-15% da receita.
No casofit12betDunquerque, esse imposto cobria o custofit12betacabar com a vendafit12betpassagens, que representava 10% da receita.
"Pagamos muito pouco [pelos custosfit12bettransporte público por meiofit12bettarifas] e isso significa que o trânsito livrefit12bettarifas é realmente mais fácilfit12betimplementar, especialmente porque a covid-19 reduziu ainda mais seu uso e, portanto, a receita da vendafit12betpassagens", diz Passalacqua.
Mas este não é o casofit12bettodos os lugares. De acordo com Passalacqua, as tarifas representam cercafit12betdois terços do orçamentofit12bettransportefit12betLondres, o que significa quefit12betremoção seria "muito mais complicada" e qualquer implementaçãofit12bettransporte gratuito precisaria ser feita gradualmente.
Na verdade, as diferentes formasfit12betfinanciamento do transporte públicofit12bettodo o mundo, desde programas 100% financiados pelo governo na Europa até lugares como Hong Kong, que investemfit12betpropriedades para gerar lucro, e as complicadas redes público-privadas no Reino Unido, também significam que o modelo francês pode ser difícilfit12betreplicar.
"É uma grande incógnita agora", avalia Passalacqua.
No momento, Paris suspendeu a implementação do transporte público gratuito para todos. Um relatório encomendado pela prefeita Hidalgo, publicadofit12betjaneirofit12bet2019, concluiu que a gratuidade do transporte "não era a única razãofit12betser da políticafit12betmobilidade".
Em vez disso,fit12betacordo com Quentin David, um dos autores do relatório, mirarfit12betcertos grupos, como os desempregados, para conceder transporte gratuito, poderia ser uma abordagem mais eficaz — melhorar a mobilidade social e os esforços ambientais sem levar à falência o governo local.
"Isso pode ajudar as pessoas sem os enormes custos financeiros para a cidade", diz ele.
'Grande equalizador'
No entanto, enquanto cidades como Paris refletem sobre a logísticafit12betfinanciamentofit12bettransporte gratuito e testam políticas voltadas para populações específicas, alguns especialistas acreditam que é necessário uma reavaliação completa da forma como vemos o fornecimentofit12bettransporte público.
Alguns argumentam que existe um valor inato e igualitáriofit12betdisponibilizar transporte livrefit12bettarifas aos passageiros.
"É um grande equalizador", diz Michel Van Hulten, ex-político holandês e um dos primeiros defensores do transporte público gratuito na Europa.
"Por que todos nós pagamos por necessidades comuns, como parques urbanos, bombeiros, parques infantis, sinaisfit12bettrânsito, limpeza das ruas e não pelo transporte público?"
Jenny McArthur, professorafit12betinfraestrutura urbana e políticas públicas da University College London (UCL), no Reino Unido, concorda que o foco na viabilidade financeira do setorfit12bettransporte após a queda drástica no númerofit12betpassageiros durante a pandemia significa que o valor mais amplofit12betum sistemafit12bettransporte público se "perdeu um pouco" no debate.
"O modelofit12betfinanciamento que funcionou até agora não é à provafit12betpandemias. Não podemos contar com as tarifas cobradas do usuário da forma como fazíamos", observa.
Em vez disso, McArthur acredita que o transporte público gratuito poderia ser uma solução mais resiliente e igualitária para as cidades.
"Haverá uma parcela substancial da forçafit12bettrabalho que ainda precisaráfit12bettransporte público", diz ela.
"As famíliasfit12betbaixa renda dependem muito do transporte público. Pode ser considerado como um bem público. Com as dificuldades econômicas no centro das cidades, agravadas pela pandemia, as ruas comerciais podem ser revitalizadas com o transporte público gratuito."
Por enquanto, à medida que os grandes centros tentam sair da pandemia, continua sendo uma incógnita se o transporte público gratuito poderia ter um efeito transformadorfit12betcidades como Paris.
"Nunca foi testado neste nível antes", diz Audrey Pulvar.
"Mas não é um erro ser o primeiro a tentar."
fit12bet Leia a versão original fit12bet desta reportagem (em inglês) no site BBC Work Life fit12bet .
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