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Como trabalhar demais está nos matando (literalmente):play futebol ao vivo
Só alguns meses atrás, quando começou a sentirplay futebol ao vivorepente uma forte pressão no peito, que ela passou a levar os sintomas mais a sério. No hospital, descobriram que ele tinha uma rupturaplay futebol ao vivouma artéria.
Este é um um sinal característico da dissecção espontânea da artéria coronária, uma doença cardíaca relativamente rara que afeta principalmente mulheres e pessoas com menosplay futebol ao vivo50 anos.
Quando disseram que ela precisaria se submeter a uma angioplastia para abrir a artéria, Choi pensou: "Não tenho tempo para isso. Tenho transferências programadas no trabalho e estou fazendo todo tipoplay futebol ao vivocoisa".
Assim como Choi, muitas pessoas também sofrem uma deterioração da saúde devido ao ritmo intensoplay futebol ao vivotrabalho. Uma nova pesquisa — descrita como o primeiro estudo a quantificar o impacto das longas jornadasplay futebol ao vivotrabalho na saúde — mostrou como a situação é desoladora.
Em artigo publicado no dia 17play futebol ao vivomaio, os autores,play futebol ao vivoinstituições como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), afirmam que, a cada ano, 750 mil pessoas morremplay futebol ao vivodoenças cardíacas isquêmicas e derrame, devido às longas jornadasplay futebol ao vivotrabalho. (A isquemia cardíaca, também conhecida como doença arterial coronariana, envolve o estreitamento das artérias. O que Choi teve é diferente da isquemia cardíaca comum, mas o estresse e a hipertensão são fatoresplay futebol ao vivorisco para ambos).
Em outras palavras, mais gente morreplay futebol ao vivoexcessoplay futebol ao vivotrabalho do queplay futebol ao vivomalária. Esta é uma crise global, que requer a atenção tantoplay futebol ao vivofuncionários, quantoplay futebol ao vivoempresas e governos. E se não resolvermos isso, o problema pode não apenas continuar, mas piorar.
Como o excessoplay futebol ao vivotrabalho afeta a saúde
No estudo, publicado na revista científica Environment International, os pesquisadores analisaram sistematicamente dadosplay futebol ao vivolongas jornadasplay futebol ao vivotrabalho, definidas como 55 horas ou mais por semana; seus impactos na saúde; e as taxasplay futebol ao vivomortalidade na maioria dos países, entre 2000 e 2016. Os autores controlaram fatores como gênero e nível socioeconômico, para extrair os efeitos genuínos do excessoplay futebol ao vivotrabalho na saúde.
O estudo constatou que o excessoplay futebol ao vivotrabalho é o maior fatorplay futebol ao vivorisco para doenças ocupacionais, sendo responsável por cercaplay futebol ao vivoum terço da carga totalplay futebol ao vivodoenças relacionadas ao trabalho.
"Eu, pessoalmente, como epidemiologista, fiquei extremamente surpreso quando calculamos esses números", diz Frank Pega, especialista técnico da OMS e principal autor do artigo.
"Fiquei extremamente surpreso com o tamanho do fardo."
Ele descreve os resultados como moderados, embora clinicamente significativos.
Há duas maneiras principais pelas quais o excessoplay futebol ao vivotrabalho pode reduzir a saúde e a longevidade. Uma delas é o impacto biológico do estresse crônico, com um aumento nos hormônios do estresse, levando à pressão arterial e colesterol elevados.
Em seguida, vêm as mudançasplay futebol ao vivocomportamento. Essas longas jornadas podem significar dormir pouco, não se exercitar muito, consumir alimentos que não são saudáveis e fumar e beber para lidar com a situação.
E há motivos específicos para nos preocuparmos com o excessoplay futebol ao vivotrabalho, tanto durante a pandemiaplay futebol ao vivocovid-19 quanto na vida que teremos depois. A pandemia intensificou algumas tensões laborais, criando novas formasplay futebol ao vivoesgotamento no ambienteplay futebol ao vivotrabalho.
A Índia se tornou o epicentro da pandemia global, com maisplay futebol ao vivo25 milhõesplay futebol ao vivocasosplay futebol ao vivocovid-19. Mas a pandemia também está afetando a saúdeplay futebol ao vivooutras formas.
Sevith Rao, médico e fundador da Associação Indiana do Coração, explica que as pessoas no sul da Ásia já apresentam alto riscoplay futebol ao vivodoença coronariana. Agora, "com a pandemiaplay futebol ao vivocovid-19, vimos um aumento do home office, o que obscureceu o equilíbrio entre trabalho e vida pessoal para muitos indivíduos, levando a alterações nos padrõesplay futebol ao vivosono e exercícios; isso, porplay futebol ao vivovez, aumenta o riscoplay futebol ao vivodoenças cardiovasculares e derrame".
Além disso, a pandemia resultou na pior crise econômica desde a Grande Depressão. E as recessões anteriores foram, na verdade, seguidas por jornadasplay futebol ao vivotrabalho mais longas.
"Parece quase um efeito perverso", reconhece Pega, dado o desemprego generalizado durante uma recessão.
Mas "a realidade parece ser que as pessoas que continuam empregadas precisam trabalhar mais para compensar as perdasplay futebol ao vivopostosplay futebol ao vivotrabalho".
Focosplay futebol ao vivoexcessoplay futebol ao vivotrabalho
De acordo com os dados do artigo, 9% da população mundial — número que inclui crianças — têm longas jornadasplay futebol ao vivotrabalho. E, desde 2000, o númeroplay futebol ao vivopessoas que trabalhamplay futebol ao vivoexcesso vem aumentando.
O excessoplay futebol ao vivotrabalho afeta diferentes gruposplay futebol ao vivotrabalhadoresplay futebol ao vivomaneiras distintas.
Os homens trabalham mais horas do que as mulheresplay futebol ao vivotodas as faixas etárias. O excessoplay futebol ao vivotrabalho atinge seu pico no início da meia-idade, embora os efeitos sobre a saúde possam se manifestar mais tarde. (Os autores do estudo usaram um períodoplay futebol ao vivo10 anosplay futebol ao vivointervaloplay futebol ao vivorelação ao aparecimento das doenças para rastrear os efeitos do excessoplay futebol ao vivotrabalho; afinal, a "morte por excessoplay futebol ao vivotrabalho" não acontece da noite para o dia.)
Os dados também mostram que as pessoas no sudeste asiático parecem ter as jornadas mais longas; e na Europa, as mais curtas.
Pega explica que pode haver razões culturais para que uma proporção maiorplay futebol ao vivopessoas na Ásia trabalhe mais horas. Além disso, muita gente trabalha no setor informalplay futebol ao vivopaíses asiáticosplay futebol ao vivobaixa e média renda.
"As pessoas na economia informal podem ter que trabalhar mais horas para sobreviver, podem ter vários empregos, podem não estar amparadas pelas leisplay futebol ao vivoproteção social", diz Pega.
Por outro lado, muitos europeus desfrutamplay futebol ao vivouma culturaplay futebol ao vivotrabalho que preza por longas férias e períodos significativosplay futebol ao vivodescanso. Essa atitude mais relaxada está consagrada na lei; por exemplo, a diretiva trabalhista da União Europeia proíbe os funcionáriosplay futebol ao vivotrabalhar maisplay futebol ao vivo48 horasplay futebol ao vivomédia por semana.
Mas mesmoplay futebol ao vivoalguns países europeus, especialmente fora da França e dos países escandinavos, tem havido uma proporção crescenteplay futebol ao vivotrabalhadores altamente qualificados trabalhando longas jornadas desde 1990 (após o auge do sindicalismo e das proteções relacionadas aos empregados).
De forma sintomática, o ministro da saúde da Áustria renunciou ao cargoplay futebol ao vivoabril, dizendo que havia desenvolvido pressão alta e altos níveisplay futebol ao vivoaçúcar no sangue devido ao excessoplay futebol ao vivotrabalho durante a pandemia. Seu anúncio público foi incomum, não apenas por causaplay futebol ao vivosua posiçãoplay futebol ao vivodestaque, mas também porque ele foi realmente capazplay futebol ao vivodeixar seu extenuante trabalho.
De volta a Seattle, Choi também teve sorte, já que seus colegas apoiaramplay futebol ao vivonecessidadeplay futebol ao vivodiminuir o ritmo no trabalho.
Mas, como nem todo mundo pode se dar ao luxoplay futebol ao vivotrabalharplay futebol ao vivohorários mais equilibrados e nem todo mundo vai receber um alerta antesplay futebol ao vivoter um derrame ou ataque cardíaco fatal, há uma necessidade urgenteplay futebol ao vivoenfrentar esta criseplay futebol ao vivosaúde.
Combatendo o excessoplay futebol ao vivotrabalho
Se a tendência continuar na mesma direção, o excessoplay futebol ao vivotrabalho — e os danos à saúde associados — só vão aumentar.
Isso é especialmente preocupante, visto como as sociedades glorificam o excessoplay futebol ao vivotrabalho ao ponto do esgotamento. E, à medida que nossa jornadaplay futebol ao vivotrabalho aumenta, com poucos sinaisplay futebol ao vivodesaceleração, também vai aumentar o númeroplay futebol ao vivopessoas que sofrem por dedicar horas demais à jornada laboral.
A responsabilidadeplay futebol ao vivointerromper esse ciclo recai sobre os empregadores e funcionáriosplay futebol ao vivoalguma forma, e todos terão que trabalhar juntos para conter o excessoplay futebol ao vivotrabalho e os problemas subsequentes atrelados a ele.
Em geral, Pega recomenda que os locaisplay futebol ao vivotrabalho adotem jornadas flexíveis, divisãoplay futebol ao vivotrabalho e outras maneirasplay futebol ao vivoequilibrar melhor os horários. Também devem levar a sério os serviçosplay futebol ao vivosaúde ocupacional.
"Nós, da Associação Indiana do Coração, acreditamos que mais educação e mais examesplay futebol ao vivorotina são essenciais para prevenir doenças cardiovasculares e derrame", diz Rao.
Obviamente, também há um papel que os trabalhadores individuais podem desempenhar na reformulaçãoplay futebol ao vivosuas atitudesplay futebol ao vivorelação ao trabalho: todos nós podemos tentar resistir ao impulso do excessoplay futebol ao vivotrabalho que nos mantém grudadosplay futebol ao vivonossos telefones até tarde da noite.
E quanto mais rápido os trabalhadores fizerem isso, melhor. Como o excessoplay futebol ao vivotrabalho é um risco que se acumula ao longo dos anos, evitar que se torne crônico poderia reduzir a gravidade dos piores riscos para a saúde (embora não haja evidências suficientesplay futebol ao vivoquando o risco deixaplay futebol ao vivoserplay futebol ao vivocurto prazo e passa a ser crônico).
Mas as mudanças mais radicais devem ocorrer a nível governamental.
"Já temos as soluções. Temos que instituir limites ao número máximoplay futebol ao vivohoras que deveríamos trabalhar", diz Pega, como no caso da diretiva trabalhista europeia ouplay futebol ao vivooutras leis sobre o direitoplay futebol ao vivose desconectar.
Em países com leis fortesplay futebol ao vivolimitação do trabalho, o segredo é fazer cumprir e monitorar essas leis. Eplay futebol ao vivopaíses com redes mais fracasplay futebol ao vivoproteção social, medidasplay futebol ao vivocombate à pobreza e programasplay futebol ao vivobem-estar social podem reduzir o númeroplay futebol ao vivopessoas que estão se matandoplay futebol ao vivotrabalhar por pura necessidade.
Em última análise, o problema do excessoplay futebol ao vivotrabalho — e todos os males que ele gera — vai continuar se não fizermos mudançasplay futebol ao vivonossas vidas profissionais. E mudar não é impossível.
"Podemos fazer alguma coisa", insiste Pega.
"Isso vale para todos."
play futebol ao vivo Leia a versão original play futebol ao vivo desta reportagem (em inglês) no site BBC Work Life play futebol ao vivo .
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