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Por que enaltecemos os workaholics?:instant roulette
Na verdade, está se expandindo para mais setores e profissões,instant rouletteformatos ligeiramente diferentes.
Novos estudos mostram que trabalhadoresinstant roulettetodo o mundo estão fazendo uma médiainstant roulette9,2 horas extras não remuneradas por semana —instant roulettecomparação com 7,3 horas um ano atrás.
Os espaçosinstant roulettecoworking estão cheiosinstant roulettecartazes nos encorajando a trabalhar mais. Empreendedoresinstant roulettetecnologia bilionários defendem sacrificar o sono para que as pessoas possam "mudar o mundo".
E desde a chegada da pandemiainstant roulettecovid-19, nossas semanasinstant roulettetrabalho ficaram mais longas; enviamos e-mails e mensagens pelo Slack (plataforma online para comunicação corporativa) à meia-noite, enquanto as fronteiras entre nossa vida pessoal e profissional se dissolvem.
Na verdade, não estamos tão longe dos anos Gekko quanto pensávamos. Mas uma coisa mudou: sabemos muito mais sobre as consequências do excessoinstant roulettetrabalho, e como o burnout pode afetar nossa saúde física e mental.
Porém, dada o quão arraigada é nossa admiração pela cultura do trabalho estressante, acabar com nossa obsessão pelo excessoinstant roulettetrabalho exigirá uma mudança cultural.
Será que o mundo pós-pandemia pode ser a oportunidadeinstant roulettetentar botar issoinstant rouletteprática?
Onde e por que isso acontece
O excessoinstant roulettetrabalho não é um fenômeno exclusivo do Vale do Silício ouinstant rouletteWall Street. As pessoas trabalham longas horasinstant roulettetodo o mundo, por vários motivos diferentes.
No Japão, a cultura da sobrecargainstant roulettetrabalho remonta à décadainstant roulette1950, quando o governo fez muita pressão para que o país fosse reconstruído rapidamente após a Segunda Guerra Mundial.
Na Liga Árabe, há um alto nívelinstant rouletteburnout entre os profissionais da área médica, possivelmente porque seus 22 membros são paísesinstant roulettedesenvolvimento com sistemasinstant roulettesaúde sobrecarregados, sugerem estudos.
Os motivos para o excessoinstant roulettetrabalho também dependem do setor.
Algumas das primeiras pesquisas sobre burnout na décadainstant roulette1970 afirmavam que muitas pessoasinstant rouletteempregos voltados para ajudar os outros, como funcionáriosinstant rouletteclínicas ou centrosinstant roulettereabilitação, tendiam a trabalhar horas extras, o que levava à exaustão física e emocional — uma tendência também revelada durante a pandemia.
Mas milhõesinstant rouletteprofissionais trabalham demais porque,instant roulettealguma forma, acham que é instigante — um símboloinstant roulettestatus que nos coloca no caminho do sucesso, que pode ser definido pela riqueza ou por uma postagem no Instagram que faz parecer que estamos vivendo uma vidainstant roulettesonho com o emprego dos sonhos .
A romantização do trabalho parece ser uma prática especialmente comum entre os "profissionais do conhecimento" nas classes média e alta. Em 2014, a revista americana New Yorker chamou essa devoção ao excessoinstant roulettetrabalhoinstant roulette"culto".
"Nós glorificamos o estiloinstant roulettevida, e o estiloinstant roulettevida é: você respira algo, dorme com algo, acorda e trabalha nisso o dia todo e depois vai dormir", diz Anat Lechner, professora clínicainstant rouletteadministração na Universidadeinstant rouletteNova York, nos EUA.
"E sucessivamente."
As origens
Masinstant rouletteonde vem essa tendênciainstant rouletteglamourizar a sobrecargainstant roulettetrabalho?
Por que,instant roulettepaíses ricos e ocidentais, como o Reino Unido e os Estados Unidos, existe a sensaçãoinstant rouletteque se matarinstant roulettetrabalhar é algo para se gabar?
As raízes desse fenômeno remontam à 'ética protestante do trabalho' no século 16 — uma visãoinstant roulettemundo sustentada por protestantes brancos na Europa que fazia o trabalho árduo e a busca pelo lucro parecerem virtuosos.
Sally Maitlis, professorainstant roulettecomportamento organizacional e liderança na Universidadeinstant rouletteOxford, no Reino Unido, explica que "mais tarde, o estímulo à eficiência que surgiu a partir da Revolução Industrial", assim como a forma como valorizamos a produtividade, "incorporaram ainda mais o valor do trabalho árduo e consistente, muitas vezes às custas do bem-estar pessoal".
Avance para a era yuppieinstant rouletteMargaret Thatcher (ex-primeira-ministra do Reino Unido) e Ronald Reagan (ex-presidente dos EUA), quando passar longas horas no escritório para sustentar o estiloinstant roulettevida baseado na ascensão social e no consumismo desenfreado da década se tornou mais comum.
Posteriormente, no final dos anos 1990 e no início dos anos 2000, os workaholics começaram a ser identificados não por blazers, mas sim por moletons, à medida que as startupsinstant roulettetecnologia se transformavaminstant roulettegigantes como Google e Facebook, e o poder foi transferido para o Vale do Silício.
A sociedade começou a glorificar os empreendedores que diziam querer mudar o mundo e nos contavam como estruturavam seus dias (bem longos) para conseguir isso.
Maitlis destaca uma mudança motivacional entre os Gordon Gekkos e os Mark Zuckerbergs do mundo; os últimos sentiam que eram movidos pela "paixão pelo produto ou serviço, ou por um propósito superior". (E grande parte dessa nova tecnologia acabou permitindo o tipoinstant roulettesobrecargainstant roulettetrabalho e burnout que enfrentamos hoje.)
Atualmente, muita gente trabalha mais do que deveria para pagar dívidas, simplesmente manter seus empregos ou subir na carreira (e,instant roulettemuitos casos, as empresas esperam que os funcionários trabalhem horas extras e estejam constantemente disponíveis).
Mas para aqueles que abraçam a cultura workaholic, também há um elemento performático, que pode ser manifestar sob a formainstant rouletteum carro novo para ostentar,instant rouletteuma 'carreira dos sonhos' por fazer algo significativo ou até mesmoinstant rouletteexaustão, exibida como uma espécieinstant roulettetroféu bizarro.
Séculos atrás, "os caras faziam duelos e ficavam com uma cicatrizinstant roulettecombate, que é quase uma espécieinstant roulettemedalhainstant roulettehonra. Você lutou e sobreviveu", diz Christina Maslach, professora eméritainstant roulettepsicologia da Universidade da Califórniainstant rouletteBerkeley, nos EUA.
"É quando você se gaba: 'Sim, eu não durmo'. É esse tipoinstant roulettecoisa."
Atalho para o burnout
Em paralelo a esse culto ao trabalho, no entanto, veio uma consequência desagradável — o burnout.
"O burnout tem ciclos — como se fosse redescoberto, depois morre, é redescoberto novamente", diz Maslach, que estuda o burnout desde os anos 1970.
Naquela época, o esgotamento profissional estava sendo estudadoinstant roulettevoluntáriosinstant rouletteclínicasinstant roulettereabilitaçãoinstant roulettedrogas e trabalhadores do setorinstant rouletteserviços humanitários, muitos dos quais ficavaminstant rouletteplantão durante a noite, e relatavam doresinstant roulettecabeça, depressão e irritabilidade no trabalho.
Uma década depois, quando a economia estava indo muito beminstant roulettelugares como os Estados Unidos e o Reino Unido, a obsessão capitalista disparou, e as pessoas começaram a trabalhar mais duro e por mais tempo. Mas, embora o excessoinstant roulettetrabalho tenha sido reverenciado, o burnout que se seguiu não foi.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define o burnout como uma síndrome "resultante do estresse crônico no localinstant roulettetrabalho e não administrado com sucesso", caracterizada por sentimentosinstant rouletteexaustão, sentimentos negativosinstant rouletterelação ao trabalho e redução da eficácia profissional.
Em outras palavras, deixa você se sentindo desumanizado, fisicamente e emocionalmente exausto e questionando por que aceitou o emprego. A OMS reconheceu formalmente o burnout como um 'fenômeno ocupacional'instant roulette2019.
"Hoje, a coisa pegou fogo", diz Lechner. Algumas décadas atrás, "a abrangência disso não era nada parecido com o que você vê hoje".
Embora grande parte da "cultura do burnout tenha vindoinstant rouletteWall Street", diz ela, é ainda pior agora, porque colocamosinstant rouletteum pedestal empreendedoresinstant roulettetecnologia que mal dormem.
Elon Musk, CEO da Tesla e da SpaceX, tuitouinstant roulette2018 que, quando se tratavainstant roulettesuas empresas, "há lugares muito mais fáceisinstant roulettetrabalhar, mas ninguém nunca mudou o mundo com 40 horas por semana".
"A velha distinção entre dia e noite ou: 'Vamos trabalhar até as 17h, depois vamos beber e dormir às 22h' é para o século 20. O século 21 é muito diferente", avalia Lechner.
"Vivemosinstant rouletteuma cultura que funciona 24/7. As redes sociais funcionam 24/7, o Amazon Prime é 24/7, tudo é 24/7. Não temos esses limites fixos."
O futuro
No entanto, embora estejamos trabalhando mais duro do que nunca e os jovens profissionais enfrentem uma combinação potencialmente tóxicainstant roulettegrandes pressões financeiras (dívida estudantil, combinada com salários mais baixos e preçosinstant roulettemoradia mais altos), pressão para encontrar "sua paixão" e pressão para arrumar um emprego estávelinstant rouletteum mercadoinstant roulettetrabalho cada vez mais inseguro, pode haver alguns pequenos sinaisinstant roulettemudança.
Em março, foi divulgado um levantamento feito por 13 analistas iniciantes do bancoinstant rouletteinvestimento Goldman Sachs que denunciava as condiçõesinstant roulettetrabalho na empresa. Os entrevistados disseram que trabalhavam uma médiainstant roulette95 horas semanais e dormiam cinco horas por noite.
"Isso está além do nívelinstant roulette'trabalho duro', é desumano/abusivo", disse um entrevistado na pesquisa, à qual a BBC teve acesso.
No TikTok, usuários da Geração Z desabafam sobre conflitosinstant roulettesaúde mental e criam comunidadesinstant rouletteque discutem abertamente sobre depressão, ataquesinstant roulettepânico e burnout.
E por mais exaustiva que a pandemia seja, ela também nos forçou a ver o equilíbrio entre a vida profissional e pessoalinstant rouletteuma maneira totalmente nova.
Em abril, o LinkedIn conduziu uma pesquisa com maisinstant roulette5 mil usuários durante duas semanas: 50% e 45% dos entrevistados disseram que a flexibilidadeinstant roulettehorário e localização e o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho, respectivamente, se tornaram mais importantes para eles desde o início da pandemia.
"A pandemia foi poderosa não apenas para destacar muitas das coisas que mais importam — saúde, família, relacionamentos — e para interromper algumas das rotinas e sistemas que mantinham as pessoas na esteira", analisa Maitlis.
Em resposta, algumas empresas começaram a falar sobre oferecer programasinstant roulettesaúde mental mais robustos para os funcionários, incluindo benefícios como sessõesinstant rouletteterapia ou acesso gratuito a aplicativosinstant roulettebem-estar.
No entanto, especialistas acreditam que é altamente improvável que estejamos entrandoinstant rouletteuma nova era que prioriza o bem-estarinstant roulettevez do excessoinstant roulettetrabalho.
Por exemplo, embora a tecnologia tenha possibilitado que trabalhemosinstant roulettecasa indefinidamente, ela também nos vincula a trabalhar o dia todo. Se houver uma conferência com profissionais baseadosinstant rouletteLondres, Tóquio, Nova York e Dubai, algumas pessoas terão que acordar mais cedo para participar.
Se não acordarem, a empresa encontrará alguém que o faça — porque, enquanto glamourizarmos dinheiro, status e realizações, sempre haverá pessoas que trabalharão duro para conseguir isso.
E no fim das contas, as empresas querem ganhar dinheiro.
"Nós desumanizamos o localinstant roulettetrabalho há muito tempo, e não estou dizendo isso com orgulho", afirma Lechner.
Para muitas empresas, permanece a lógica: trabalhe demais ou fique para trás.
É por isso que ela não acredita que o burnout será resolvidoinstant rouletteum futuro próximo.
"Não é necessariamente uma mensagem que as pessoas gostaminstant rouletteouvir."
"Elas acham que estabelecem uma relação com o empregadorinstant rouletteque: 'Eu trabalho muito, você cuidainstant roulettemim'. Novamente, esta é uma mentalidade do século 20."
Estamos numa encruzilhada: podemos priorizar o nosso bem-estar, ou priorizar o envioinstant rouletteum e-mail às 3h da manhã porque vai impressionar o chefe.
Deixar as pessoas trabalhareminstant roulettecasa só pode ajudar até certo ponto no sentidoinstant roulettealiviar o fardo — depende dos trabalhadores pararinstant roulettetornar o burnoutinstant roulettealguma forma desejável, e cabe às empresas pararinstant roulettefazer os trabalhadores sentirem que deveriam torná-lo desejável.
"Os locaisinstant roulettetrabalho podem ser ambientes muito prejudiciais à saúde — se temos alguma chanceinstant roulettemudar a forma como trabalhamos, a horainstant roulettefazer isso é agora", sugere Maslach.
"Se você pegar uma planta, colocá-lainstant rouletteum vaso, não regar, oferecer uma terrainstant roulettemá qualidade e luz do sol insuficiente, não importa o quão linda a planta era para começar — ela não vai prosperar."
instant roulette Leia a versão original instant roulette desta reportagem (em inglês) no site BBC Work Life instant roulette .
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