Bom Senso FC: Alex vê jogadores 'no limite' e pede voz a atletas:pixbet versão classica

Alex (à esquerda),pixbet versão classicapartida pelo Coritiba
Legenda da foto, Após oito anos na Turquia, Alex voltou ao Brasil e à rotina extenuante do calendário nacional
  • Author, Renata Mendonça
  • Role, Da BBC Brasilpixbet versão classicaSão Paulo

pixbet versão classica Uma tradicional e despretensiosa trocapixbet versão classicacamisas no gramado daria origem, um mês depois, a um movimento inédito e histórico no futebol brasileiro.

Quando Alex, meia do Coritiba, e Juan, zagueiro do Internacional, trocaram uniformes após o empate sem gols entre seus timespixbet versão classica1ºpixbet versão classicasetembro, os dois provavelmente jamais imaginariam que o tema daquela conversapixbet versão classicacinco minutos mobilizaria maispixbet versão classica800 jogadores a se unir para lutar por melhorias no futebol.

Tanto Alex como Juan jogaram por muito tempo no futebol europeu antespixbet versão classicaretornar ao Brasil no ano passado. Mas não demorou muito para que ambos sentissem o impacto do calendário brasileiro. Muitas partidas seguidas, pouco tempo para recuperação e quase nenhum para treinamento. Tudo isso fez com que Alex chegasse a uma conclusão.

"O futebol que a gente vive aqui é um contrassenso. Não tem períodopixbet versão classicaférias, nempixbet versão classicapreparação. Você joga domingo, recupera na segunda, e tem um treino leve na terça porque quarta já tem jogopixbet versão classicanovo. Não dá tempopixbet versão classicatreinar,pixbet versão classicarecuperar, nada", diz o meiapixbet versão classica36 anospixbet versão classicaentrevista à BBC Brasil.

Foi principalmente o calendário apertado e cheiopixbet versão classicajogos que impulsionou Alex, Juan, Seedorf (Botafogo), Rogério Ceni (São Paulo), Juninho Pernambucano (Vasco) e outros veteranos, e mais centenaspixbet versão classicajogadores mais jovens, a encabeçar um movimento que pede mudanças. O nome escolhido: Bom Senso FC.

"Não é uma briga pra mim nem para os mais velhos, é uma preocupação com o nosso futebol. A gente não quer brigar com ninguém, a gente só quer ser ouvido. O que a gente está pedindo é bom senso", argumenta Alex.

O meia do Coritiba ajudou a unir as vozes dos jogadorespixbet versão classicaum só grupo, com a ajudapixbet versão classicaum aplicativopixbet versão classicamensagens instantâneas no celular. As conversas passaram a girarpixbet versão classicatornopixbet versão classicaações para tentar promover as mudanças que o grupo defende.

Os jogadores conseguiram convocar uma reunião com a Confederação Brasileirapixbet versão classicaFutebol (CBF) para apresentar suas ideias e, no último domingo, organizaram um ato simbólico durante os jogos do Campeonato Brasileiro. Antespixbet versão classicatodas as partidas, os jogadores das duas equipes se abraçaram no centro do campo para demonstrar união.

Depois da reunião com a CBF, a entidade pediu um prazo - que acaba nesta semana – para dar uma resposta ao movimento. Um novo encontro será marcado com os representantes do Bom Senso FC para comunicá-los do que poderá ser feito aindapixbet versão classica2014 - ano atípico, por conta da Copa do Mundo.

Leia abaixo a entrevistapixbet versão classicaAlex à BBC Brasil.

pixbet versão classica BBC Brasil - Você passou oito anos jogando no Fenerbahce (Turquia), atuando no futebol europeu. O que você mais sentiu na volta para o futebol brasileiro?

pixbet versão classica Alex - Não tive um impacto tão grande porque, mesmo estando fora, eu acompanhava. A única coisa que começou a me chamar a atenção foi que muitos jogadorespixbet versão classicatodas as equipes passaram a sair lesionados, e os discursos dos treinadores eram parecidos, dizendo que tinham dificuldades com esses jogadores que estavam se machucando. Essa sequênciapixbet versão classicalesões foi o que me impressionou.

pixbet versão classica BBC Brasil - Você mesmo tem sofrido com as lesões neste ano...

pixbet versão classica Alex - A primeira lesão muscular da minha carreira foi agora, no primeiro turno. Eu estava acostumado com outra coisa. Lá (no exterior) você jogava no fimpixbet versão classicasemana, recuperava na segunda, treinavapixbet versão classicaleve na terça e pegava pesado a partirpixbet versão classicaquarta pra jogarpixbet versão classicanovo no sábado. Sópixbet versão classicaalguns meiospixbet versão classicasemana é que você jogava. Aqui eu tive essa lesão quando chegou um momento do campeonatopixbet versão classicaque jogamos 10, 12 partidas seguidas, todo domingo e quarta.

pixbet versão classica BBC Brasil - O Seedorf, um jogador conhecido internacionalmente e que teve uma carreira muito vitoriosa na Europa, chegou a ser vaiadopixbet versão classicacampo com o Botafogo neste ano. A que você atribui isso?

pixbet versão classica Alex - Eu estava vendo esse jogo e me causou muita estranheza o Seedorf ser vaiado. Mas pode ter certeza que, se fosse um calendário que respeitasse o jogador, essa quedapixbet versão classicarendimento dele jamais aconteceria. O Seedorf jogaria aqui o que jogou a vida toda. Mas isso está inseridopixbet versão classicatodo esse contexto.

pixbet versão classica BBC Brasil - Na reta final do Brasileiro, é possível perceber uma quedapixbet versão classicarendimento das equipespixbet versão classicageral, especialmente no segundo tempo. Por que isso acontece?

pixbet versão classica Alex - Chegou no limite. Nós, jogadores, sentimos muito isso, a sequênciapixbet versão classicajogos é muito grande. Para mim, o principal que pesa é que eu melhoro treinando, não jogando. No jogo, você desenvolve o que você treina. Jogando quarta e domingo, você não treina. Você ainda está tentando se recuperar do jogo anterior. Essa quedapixbet versão classicarendimento é natural, nem o Cruzeiro, que é líder e está sobrando no campeonato, consegue manter o mesmo ritmo no segundo tempo.

pixbet versão classica BBC Brasil - Quais são as principais diferenças do calendário brasileiro e europeu?

pixbet versão classica pixbet versão classica Alex - Na Europa, as equipes têm um períodopixbet versão classicapelo menos três ou quatro semanas para fazer pré-temporada. Isso depoispixbet versão classicaum mêspixbet versão classicaférias, coisa que no Brasil não acontece. Eu, por exemplo, com o Coritiba. Nós vamos acabar o Brasileiro no dia 8pixbet versão classicadezembro. Se chegarmos à final da Sul-Americana, jogaremos até dia 12pixbet versão classicadezembro. E o Estadual do ano que vem começapixbet versão classica12pixbet versão classicajaneiro. Não tem períodopixbet versão classicaférias, nempixbet versão classicapreparação. Isso é um contrassenso. Tem que ser respeitado o períodopixbet versão classicaférias e uma pré-temporada adequada.

pixbet versão classica BBC Brasil - As reclamações sobre o calendário são antigas. Por que esse movimentopixbet versão classicajogadores só surgiu agora?

pixbet versão classica Alex - O que aconteceu foi que criou-se um momentopixbet versão classicaque todos pensaram da mesma forma e que aceitaram se expor. Acho que nunca ninguém teve coragempixbet versão classicase juntar e levar isso pra frente.

pixbet versão classica BBC Brasil - Como surgiu o movimento?

pixbet versão classica Alex - Começoupixbet versão classicauma conversa depois do jogo comigo e com o Juan (Internacional), quando a gente foi trocar camisa e ele me disse que não estava dando mais, estava muito cansado pela sequênciapixbet versão classicajogos. O D'Alessandro também chegou junto, e a gente conversou por cinco minutos. Por coincidência, o Paulo André (Corinthians) me procurou no Twitter, eu não o conhecia, e pediu meu telefone. Daí a gente começou a trocar ideia, montamos um grupo no Whatsapp, e esse grupo tinha 20, 22 jogadores e foi aumentando. O foco da conversa era que nós não queríamos brigar com ninguém, apenas queríamos ser ouvidos na questão do calendário, das ferias, da preparação.

pixbet versão classica BBC Brasil - Como a CBF recebeu as reivindicações do Bom Senso FC?

pixbet versão classica Alex - Nós fomos recebidos pela CBF, pela TV Globo (detentora dos direitospixbet versão classicatransmissão das principais competições nacionais) e eles entenderam que não estamos aqui querendo afrontar ninguém, queremos apenas o que diz o nome do movimento: bom senso. Fizemos as nossas propostas, algumas eles aceitarão, outras não serão possíveis agora, mas o mais importante é que estamos sendo ouvidos.

pixbet versão classica BBC Brasil - Quais são os próximos passos do Bom Senso FC?

pixbet versão classica Alex - Os próximos passos são para agregar ainda mais. Tem coisas que nós não conhecemos. Eu não entro nesse méritopixbet versão classicapublicidade, patrocínio, não é minha área. Mas o que me incomoda são as coisaspixbet versão classicacampo,pixbet versão classicafutebol. O jogador tem que ser ouvido, quem vai pra campo somos nós. Então acho que o grupo vai seguir discutindo essas situações. Acredito que a partirpixbet versão classica2015 vai ficar um pouco melhor, porque 2014 é um ano atipico, tem Mundial. O grupo vai seguir, a gente chegoupixbet versão classicaum pontopixbet versão classicaque tem que colocar as situações reais para agregar.

pixbet versão classica BBC Brasil - Dá para o futebol brasileiro chegar ao nível europeupixbet versão classicatermospixbet versão classicaorganização?

pixbet versão classica Alex - Eu não gosto muito dessa comparação. O futebol é enraizado e faz parte da situação sociocultural do país. Não adianta falar das diferençaspixbet versão classicaum e outro, porque faz parte da cultura do nosso país. A gente tem que entender a nossa cultura e inserir o futebol nisso, fazendo issopixbet versão classicauma forma que agrade todo mundo, os organizadores, os patrocinadores, os jogadores, os técnicos e o principal, que são os torcedores.