Cinco desafios que aguardam os torcedores na Copa do Mundo:esportebet vip

Torcedores fazem fila diante do estádio Mané Garrinchaesportebet vipBrasília | Foto: ABr
Legenda da foto, Torcedores brasileiros terão que se adaptar a regras da Fifa durante Mundial

Passados os dois primeiros desafios, já no entorno do local do jogo, o torcedor ainda pode enfrentar algumas dificuldades.

Caso novos protestos como os que ocorreram durante a Copa das Confederações se repitam no Mundial, quem quiser ir às partidas precisará driblar possíveis bloqueios e checagensesportebet vipsegurança para entrar no estádio.

Se o ambiente nos arredores do palco da partida estiver livreesportebet vipprotestos, o torcedor poderá aproveitar o tempo que resta antes do início do jogo para comer alguma coisa ou tomar um refrigerante.

Mas os tradicionais ambulantes que costumam preencher as ruasesportebet vipdiasesportebet vipjogos não serão uma opção para o público da Copa. O espaço no entorno das arenas é reservado para produtos licenciados pela Fifa, o que também significa um custo maior para o torcedor.

Os próprios serviços oferecidos dentro do estádio ─ incluindo a vendaesportebet vipcerveja, algo proibidoesportebet vipcompetições nacionais ─ também sãoesportebet vipresponsabilidade da entidade, e os altos preços cobrados na Copa das Confederações também já foram alvoesportebet vipcríticas.

O último dos desafios para o torcedor tradicional que for a um jogo do Mundial será justamente se adaptar à maneiraesportebet vipassistir à partida: nadaesportebet vipacompanhar o jogoesportebet vippé, com o tradicional som das baterias nas arquibancadas e os bandeirões erguidos na torcida. Os brasileiros terão que adaptar seus costumes às normas da Fifa.

A entidade possui um códigoesportebet vipconduta para o torcedor nas competições que organiza e, nele, alguns dos comportamentos típicos da torcida brasileira no estádio são proibidos.

Abaixo, a BBC Brasil detalha os cinco desafios que o torcedor teráesportebet vipenfrentar para assistir à Copa sem decepções.

Ingressos

O preço alto e a logística da retirada das entradas são as duas principais dúvidas que podem se tornar obstáculos para o público que deseja ver um jogo da Copa ao vivo.

Os detalhes sobre a venda dos ingressos serão divulgados somente nesta sexta-feira. O anúncio estava previsto para 1ºesportebet vipjulho, mas a Fifa precisou fazer alguns ajustes após a Copa das Confederações e optou por adiá-lo.

A expectativa é grande, já que o próprio secretário da entidade, Jérôme Valcke, afirmou que os ingressos do Mundial serão os mais baratos da história do torneio.

Na África do Sul, o valor mais baixo cobrado por uma entrada da Copa foiesportebet vipUS$ 20 (R$ 44) para jogos da primeira fase ─ exceção feita à partidaesportebet vipabertura.

Torcedores retiram ingressos no Rioesportebet vipJaneiro | Foto: Tânia Rêgo/ABr

Os ingressos mais baratos são reservados somente para cidadãos do país-sede. No Brasil, 300 mil ingressos deste tipo estarão disponíveis ─ cercaesportebet vip10% do total. Eles poderão sair ainda maisesportebet vipconta para quem tem direito à meia-entrada (estudantes, idosos e beneficiáriosesportebet vipprogramas sociais do governo federal).

Ainda assim, o ex-jogador, campeão mundial e atual colunista esportivo Tostão avalia que a cotaesportebet vipingressos populares para a Copa não será suficiente para incluir o torcedoresportebet vipmais baixa renda.

"Vai ser barato o preçoesportebet vipjogosesportebet vipmenor expressão", disse à BBC Brasil. "Isso é só para dar uma desculpa, falar que o ingresso não é caro, mas é muito pouco."

Já para Christopher Gaffney, vice-presidente da Associação Nacional dos Torcedores (ANT) e um dos fundadores da entidadeesportebet vip2010, a Fifa deveria levaresportebet vipconsideração o salário mínimo do país-sede da competição na horaesportebet vipdeterminar os preços para o Mundial.

"Eles dizem que serão os ingressos mais baratos", afirma. "Se for muito mais barato do que na Alemanha, por exemplo, ótimo, porque o salário mínimo no Brasil é muito mais baixo do que lá também."

O CEO do Comitê Organizador Local (COL) da Copa, Ricardo Trade, disse à BBC Brasil que tanto o comitê como o governo federal já estavam satisfeitos com os valores decididos antes mesmo da Copa das Confederações e não fizeram nenhum apelo para que a Fifa reduzisse mais as entradas.

"Nós não pedimos e o governo federal também não pediu à Fifa para baixar os preços dos ingressos porque estamos realizando um trabalho importante para o país que é a realização dessa Copa do Mundo aqui."

Trade afirmou que a única discussão recente que teve com a Fifa a respeito dos ingressos foi para construir uma estratégia melhor nos postosesportebet viptroca ─ as longas filas para retirar as entradas foram uma das grandes reclamações dos torcedores na Copa das Confederações.

"A retirada dos ingressos nós podemos melhorar e vamos melhorar", disse o dirigente do COL. "Já conversei com eles para termos mais pontosesportebet viptroca, e esses pontos vão ser decididos estrategicamente junto com as cidades."

Acesso ao estádio

Desde o deslocamento entre as cidades-sede pelos aeroportos até a ida às arenas pelo transporte público ou privado, o torcedor teráesportebet vipestar preparado para enfrentar longas filas e outros transtornos ao longo do caminho.

As obrasesportebet vipinfraestrutura nos aeroportosesportebet vipalgumas das cidades-sede têm previsãoesportebet vipentrega apenas para abril ou maioesportebet vip2014, a menosesportebet vipum mês do início do torneio, e há riscosesportebet vipque não fiquem prontas a tempo.

Torcedores chegam à estaçãoesportebet vipmetrô próxima à Arena Pernambuco,esportebet vipRecife, dia 16esportebet vipjunho | Foto: Camilla Costa/BBC Brasil

Para receber 1 milhãoesportebet viptorcedores brasileiros e outros 600 mil estrangeiros esperados pelo governo federal durante a Copa, os aeroportos estarão operando constantemente emesportebet vipcapacidade máxima e, com isso, atrasosesportebet vipvoos e esgotamentoesportebet vippassagens podem se tornar problemas comuns durante o Mundial.

No caso do transporte até as arenas, as 12 cidades-sede também tinham projetosesportebet vipmelhorias para a mobilidade urbana que correm o riscoesportebet vipnão serem entregues até o início do torneio. Durante a Copa das Confederações, algumas das cidades ─ principalmente Recife, Fortaleza e Belo Horizonte ─ já apresentaram problemas nesse quesito.

Um dos grandes responsáveis pela organização dos dois eventos, Ricardo Trade, CEO do Comitê Organizador Local (COL), disse à BBC Brasil que os problemas foram pontuais e reiterou que as obrasesportebet vipmobilidade sãoesportebet vipresponsabilidade das cidades, e não do comitê.

"Isso éesportebet vipresponsabilidade da cidade, nós apenas supervisionamos e, para o ano que vem, eles já estão se ajustando para receber melhor os passageiros."

"Sem a mobilidade urbanaesportebet vipalgum momento você pode improvisar e fazer (ajustes)", afirmou. "Vamos realizar a Copa do Mundo, estando prontas as obrasesportebet vipmobilidade urbana ou não."

Trade diz ainda que grandes eventos como a Copa do Mundo sempre vão ter alguns problemas no transporte por conta do grande contingenteesportebet vipgente tentando se deslocar ao mesmo tempo. O dirigente do COL admite, no entanto, que novas estratégias estão sendo estudadas para amenizar possíveis transtornos.

"Em todo lugar, transportar 70 mil pessoasesportebet vipum curto períodoesportebet viptempo é difícil. Estamos vendo uma maneiraesportebet vipprender mais o espectador pra que nem todo mundo saia assim que acabar o jogo."

Segurança

Bloqueios policiais e revistas rigorosas a uma distânciaesportebet vipaté 2 km das arenas devem ser práticas comuns nas cidades-sede do Mundial ─ e o rigor pode ser ainda maior se os protestos que se espalharam pelo país durante a Copa das Confederações se repetiremesportebet vip2014.

Nesse caso, o torcedor deve estar preparado para um ambiente tenso nos arredores do estádio. Confrontos entre policiais e manifestantes poderão ocorrer nas viasesportebet vipacesso às arenas, com gás lacrimogêneo, bombasesportebet vipefeito moral e até balasesportebet vipborracha ─ armas não-letais das tropasesportebet vipchoque que podem acabar atingindo turistas.

Torcedores tentam escaparesportebet vipgás lacrimogêneo diante do estádio Mané Garrincha,esportebet vipBrasília | Foto: Reuters

Durante a Copa das Confederações, quando dezenasesportebet vipmilhares saíram às ruas, a polícia teveesportebet viplidar com situações como essas nas entradas dos jogos e foi acusadaesportebet vipcometer excessos na repressão aos manifestantes.

Na ocasião, a Fifa evitou comentar o assunto, mas o presidente da entidade, Joseph Blatter, afirmou nesta quarta-feira à agênciaesportebet vipnotícias alemã DPA que, se os protestos acontecerem novamente no Mundial, a Fifa teráesportebet vipse questionar se acertou ao escolher o Brasil como país-sede. Blatter acrescentou ainda que a Copa do Mundo "não pode sofrer com distúrbios".

A possibilidadeesportebet vipas mesmas cenas se repetiremesportebet vip2014, no entanto, é minimizada pelo COL (Comitê Organizador Local). Ricardo Trade, dirigente do comitê, disse considerar até positiva a manifestação política dos brasileiros e negou que isso possa atrapalhar o torneio no ano que vem.

"Eu até me senti orgulhoso do país estar se movimentando, das pessoas poderem se manifestar nessa ambiência", afirmou à BBC Brasil.

"Mas o que está acontecendo fora éesportebet vipresponsabilidade das autoridades públicas. Nós só vamos tentar garantir que o torcedor que tenha passado por algum apuro do ladoesportebet vipfora, quando entrar no estádio possa sentir aquele ambienteesportebet vippaz sensacional."

O vice-presidente da Associação Nacional dos Torcedores (ANT), Christopher Gaffney, cita, porém, o exemplo da final da Copa das Confederações, entre Brasil e Espanha, para ilustrar como possíveis confrontos entre manifestantes e policiais podem interferir no evento e até manchar a imagem do Brasil no exterior.

"A ação da polícia no Maracanã fez com que os jogadores sentissem o gás lacrimogêneo", diz Gaffney. "Foi a polícia então que passou a causar prejuízo para o evento, e não os manifestantes."

Comida e bebida

Pipoca, cachorro-quente e o típico churrasquinho brasileiro são alguns dos prazeres que o torcedor está acostumado a ter quando frequenta os jogos dos campeonatos nacionais.

Mas na Copa do Mundo esses hábitos alimentares devem mudar e vão exigir um investimento mais alto do público nas novas arenas.

Dentro e fora dos estádios, os ambulantes não poderão circular, e a comercializaçãoesportebet vipcomidas e bebidas será feita apenas por empresas licenciadas pela Fifa.

O serviço, porém, já foi alvoesportebet vipcríticas durante a Copa das Confederações por conta das longas e demoradas filas nos bares e restaurantes dos estádios e também dos preços altos ─ um cachorro-quente custava R$ 8, enquanto o amendoim saía por R$ 7.

Torcedor toma cervejaesportebet vipBelo Horizonte | Foto: AFP

Mais do que isso, faltou também abastecimento nos restaurantesesportebet vipalguns jogos. Ricardo Trade, CEO do Comitê Organizador Local, diz que o problema foi resultado da faltaesportebet viptempo que a Fifa teve para testar o serviço.

"A entrega tardia dos estádios causou uma sérieesportebet vipproblemas para nós. Faltou realizar eventos-teste mais completos, não tínhamos todas as áreas prontas para testaresportebet vipalguns estádios", afirmou Trade.

Do ladoesportebet vipfora, a tradicional cervejinha antesesportebet vipentrar no jogo continua garantida, mas terá preço tabelado e marcas determinadas. Apenas marcasesportebet vipuma das patrocinadoras oficiais da Fifa serão permitidas no raioesportebet vip2 kmesportebet viptorno do estádio.

Durante a Copa das Confederações, nos arredores das arenas, as latinhasesportebet vipcerveja não foram vendidas a menosesportebet vipR$ 5. Os ambulantes que costumam preencher as ruasesportebet vipdiasesportebet vipjogosesportebet vipSão Paulo,esportebet vipgeral, cobram R$ 3 por uma latinha e R$ 5 por duas.

A vendaesportebet vipcerveja dentro dos estádios, proibidaesportebet vipjogosesportebet vipcampeonatos nacionais no Brasil, é uma exceção aberta à Fifa. Na Copa das Confederações, nos bares das arenas, o preço mínimo do copoesportebet vipcerveja foiesportebet vipR$ 9.

Na opiniãoesportebet vipChristopher Gaffney, vice-presidente da Associação Nacional dos Torcedores, os altos preçosesportebet viptodos esses serviços acaba tornando o custoesportebet vipum jogo da Copa do Mundo inviável para a maioria dos torcedores brasileiros.

"Não é só o valor do ingresso. Se você quiser comer, você vai pagar quase R$ 10 por um cachorro quente, se quiser beber uma água, terá que pagar mais R$ 6", afirma. "O ingresso é apenas o preço mínimo para entrar na zonaesportebet vipconsumo."

Costumes

Acostumados a assistir aos jogosesportebet vipestádios desconfortáveis, sem lugares previamente determinados e com sol e chuva na cabeça, os torcedores brasileiros viverão na Copa do Mundo uma experiência próxima à europeia.

As novas e modernas arenas inauguradas para o Mundial atendem ao chamado "padrão Fifa" e oferecem conforto, cadeiras numeradas e uma cobertura quase total dos assentos.

Mas durante a Copa os torcedores brasileiros terão que adaptar algumas atitudes costumeiras praticadas nos estádiosesportebet vipcompetições nacionais.

Torcedoresportebet vipFortaleza | Foto: AFP

Seesportebet vipuma partidaesportebet vipCampeonato Brasileiro, por exemplo, o torcedor entra pelo setor do ingresso comprado e escolhe onde vai ficar na arquibancada, na Copa do Mundo essa escolha já estará determinada na compra da entrada para o jogo e deverá ser respeitada à risca ─ os voluntários e a própria segurança do estádio são encarregados da fiscalização.

Assistir aos jogosesportebet vippé também não é uma opção para o torcedor brasileiro, que está acostumado a se sentar apenas no intervalo ouesportebet vipmomentos tediosos da partida. Essa é apenas uma das determinações que aparecem no Códigoesportebet vipConduta do torcedor criado pela Fifa para as competições que organiza.

As tradicionais baterias que embalam os cantos da torcidaesportebet vipjogos nacionais não serão permitidas, assim como quaisquer outros instrumentos "ruidosos" ─ incluindo as caxirolas, um tipoesportebet vipchocalho criado pelo músico Carlinhos Brown especialmente para a Copaesportebet vip2014,esportebet vipuma tentativaesportebet viprepetir o frisson causado pelas vuvuzelas na África do Sul.

Para o vice-presidente da Associação Nacional dos Torcedores (ANT), Christopher Gaffney, as regras da Fifa sobre o comportamento da torcida nos estádios vão acabar "minando a cultura brasileira do futebol".

"Na Copa das Confederações, os jogadores do Brasil entravam no estádio com instrumentos musicais e tocavam antes e depois do jogo, mas o torcedor não podia fazer isso. É a inversãoesportebet vippapéis", afirmou à BBC Brasil.

"Antes, o torcedor brasileiro era um agenteesportebet vipprodução do espetáculo, agora ele vai ser apenas um consumidor."

Já Ricardo Trade, CEO do Comitê Organizador Local (COL) da Copa, vê como positivas tanto a modernização dos estádios como a mudançaesportebet vipcultura no futebol brasileiro.

"Na hora que você entra no estádio, e eu tenho muito orgulhoesportebet vipdizer isso, é impressionante, é como se estivesse na Europa", diz Trade. "O futebol é uma indústria que movimenta muito dinheiro, e essa mudança da própria cultura do futebol é muito importante."