Alta do dólar: Causas e consequências :betmotion ceo
- Author, Luís Guilherme Barrucho
- Role, Da BBC Brasilbetmotion ceoSão Paulo
betmotion ceo Em meio a diferentes apostas sobre o comportamento futuro do dólar, há apenas uma certeza por parte dos economistas: a moeda americana não deve voltar tão cedo à casa dos R$ 2, valorbetmotion ceoque era negociada no início do ano, apesar do recuobetmotion ceorelação ao real na semana passada.
Na última sexta-feira, o dólar comercial, que é usado no comércio exterior, perdeu fôlego e encerrou o pregão cotado a R$ 2,27, com desvalorizaçãobetmotion ceo0,56%.
No dia anterior, a divisa americana também já havia recuado.
Mesmo assim, o dólar já acumula valorização superior a 10% no ano frente à moeda brasileira e já se encontrabetmotion ceoum patamar próximobetmotion ceoR$ 2,30, considerado o limite superiorbetmotion ceouma "banda informal" aceita pelo governo para não prejudicar a inflação.
O ciclobetmotion ceoalta teve iníciobetmotion ceomeadosbetmotion ceomaio deste ano.
Desde então, o governo vem tentando frear o avanço da moeda americana.
Em junho, o Ministério da Fazenda zerou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para investimentos estrangeirosbetmotion ceorenda fixa e derivativos na esperançabetmotion ceoatrair dólares. O tributo vinha funcionando como uma espéciebetmotion ceo"barreira" à entradabetmotion ceodólares no país.
Simultaneamente, o Banco Central vem realizando leilões da moeda americana no mercado futuro (chamadosbetmotion ceo"swap cambial"), com o objetivobetmotion ceopuxar a cotação do dólar para baixo.
A BBC Brasil ouviu especialistas para entender o que há por trás da recente valorização do dólar e seus principais reflexos para a economia brasileira. Confira.
Causas
Consequências
Inflação
Uma das maiores preocupaçõesbetmotion ceorelação à valorização da moeda é a inflação. Nos últimos 12 meses encerradosbetmotion ceojulho, o Índice Nacionalbetmotion ceoPreços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial medida pelo IBGE, foibetmotion ceo6,27%, abaixo dos 6,7% registrados no período anterior, porém acima do centro da meta.
Desde 1999, o Brasil trabalha com um sistemabetmotion ceometasbetmotion ceoinflação anual. O centro da meta para 2013, estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional, ébetmotion ceo4,5% , mas o BC admite, ainda dentro da meta, uma variaçãobetmotion ceodois pontos percentuais para cima e para baixo.
"Com o dólar apreciado, os produtos importados ficam mais caros. Em paralelo,betmotion ceoalguns casos, a exportação passa a se tornar mais atraente para o produtor, que passa a vender para outros países (pois ele passa a receber mais reais pelo mesmo produto vendido ao exteriorbetmotion ceodólar). A menor oferta (no mercado interno) tende a elevar o preço nas prateleiras", diz Márcio Salvato, professorbetmotion ceoeconomia do Ibmec-MG.
Segundo o IBGE, os reflexos da alta do dólar ainda não puderam ser observados claramente na inflação do mês passado.
No entanto, o preço do pão francês, cuja matéria-prima, o trigo, é importada embetmotion ceomaioria, saiubetmotion ceouma deflaçãobetmotion ceo0,05% para uma altabetmotion ceo0,68%betmotion ceojunho para julho.
O mesmo aconteceu com a farinhabetmotion ceotrigo, que passoubetmotion ceo0,76% para 1,33% no período.
No grupo excursões, que inclui as viagens, o aumento da inflação foibetmotion ceo6,49%betmotion ceojulho, frente a uma variaçãobetmotion ceo0,49% no mês anterior, influenciado por uma alta do preço das passagens aéreas e tarifasbetmotion ceoônibus.
Viagens internacionais
O dólar mais alto tende a frear os gastos brasileiros no exterior que, no primeiro semestre deste ano, somaram US$ 12,3 bilhões (R$ 28 bilhões), recorde para o período.
Em julho deste ano, dados do BC já apontam queda, apesarbetmotion ceopequena, nas despesas internacionais com cartãobetmotion ceocrédito, na comparação com o mês anterior.
Mas especialistas advertem que embora o dólar mais alto possa reduzir os gastos com compras, não necessariamente diminuirá a disposição do brasileirobetmotion ceoviajar para fora do país.
"Disso dependerão outros fatores, como o turismo doméstico. O problema é que os preços no Brasil são proibitivos e até maiores do que osbetmotion ceofora", afirma Alessandra Ribeiro, economista da Tendências Consultoria.
Balança comercial
Em linhas gerais, a alta do dólar prejudica as importações, ao passo que beneficia as exportações.
Na avaliação dos economistas, o impacto será negativo na balança comercial (registro do que país vende e compra do exterior), que registra as importações e as exportações do país.
No acumulado do ano, o saldo está negativobetmotion ceoUS$ 5 bilhões, um recorde histórico.
"Grande parte do deficit [saldo negativo]betmotion ceonossa balança comercial se deve às importaçõesbetmotion ceocombustíveis pela Petrobras. A perspectivabetmotion ceoalta nos preços do petróleo pode piorar ainda mais essa situação", diz Ribeiro, da Tendências Consultoria.
Do lado das exportações, os economistas afirmam, por outro lado, que ainda é cedo para avaliar o impacto positivo da alta da moeda americana, especialmente para a indústria.
"Há muitas empresas que precisam importar componentes para depois vender seus produtos para o exterior", afirma Salvato, do Ibmec-MG.
Para Ribeiro, da Tendências consultoria, o benefício obtido pelo exportador com a valorização do dólar pode não se refletirbetmotion ceoum aumento das vendas.
"Pode haver um ganho nominalbetmotion ceorenda, devido à valorização do dólar ante ao real, mas isso não significa que as vendasbetmotion ceofato vão aumentar", explicou.
"Além disso, a demanda mundial está fraca e os produtos brasileiros, mesmo com o real mais barato, ainda são menos competitivos do que osbetmotion ceomuitos outros países emergentes", concluiu.