Centrais sindicais testam Dilma com paralisação nacional:bet365 re
- Author, Luís Guilherme Barrucho
- Role, Da BBC Brasilbet365 reSão Paulo
bet365 re A paralisação nacional dos trabalhadores marcada para esta quinta-feira deve funcionar como um "termômetro" para avaliar até que ponto o governo estaria disposto a negociar com os sindicatos.
Com um estilobet365 regestão diferente dobet365 reLula, seu antecessor, a presidente vem sendo alvo frequentebet365 rereclamaçõesbet365 relideranças sindicais por não dar ouvidos às reivindicações da classe.
Os trabalhadores vão cruzar os braços munidosbet365 reuma pauta comum. Os temas variam desde a reforma agrária ao fim do fator previdenciário, passando pela redução da jornadabet365 retrabalho para 40 horas semanais.
O ato, convocado pelas centrais sindicais e batizadobet365 re"Dia Nacionalbet365 reLutas", ocorre na esteira dos protestos que varreram o país no mês passado e levaram à construçãobet365 reuma "agenda positiva" por parte do governo, preocupado com a reação vinda das ruas.
Ambiente favorável
Embora tenham negado agir por "oportunismo", lideranças sindicais ouvidas pela BBC Brasil reconheceram que as manifestações criaram um ambiente favorável para a luta por seus pleitos.
Para Vagner Freitas, presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior entidade sindical do Brasil, o protesto, que promete paralisar maisbet365 re50 cidades brasileiras, foi organizado porque o governo "não atende ao pleito da classe trabalhadora".
"O trabalhador brasileiro melhoroubet365 revida, mas da portabet365 resua casa para dentro. Da porta da casa dele para fora, continua pagando um preço proibitivo para o transporte coletivo, que é precário, e trabalhando longas jornadas. Queremos que o governo sente conosco e negocie", afirma.
"De nada adianta ter ganhos salariais acima da inflação, como obtivemos nos últimos anos, se esse dinheiro é sugado pelo aumento do planobet365 resaúde privado que o trabalhador precisa contratar porque não pode contar com a saúde pública", acrescenta.
Ele, entretanto, evitou fazer críticas diretas à presidente Dilma Rousseff.
"A manifestação não é partidária. Não queremos derrubar a presidente, apenas queremos que esse governo realize as transformações sociais para as quais foi eleito".
Ricardo Patah, presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), concorda. Segundo ele, o protesto não é "contra Dilma", mas contra a "forma como o governo vem administrando as reivindicações da classe".
"O problema é que fazemos reuniões com o governo e nenhuma solução sai desses encontros. Estamos insatisfeitos", diz.
Patah reconhece que os protestos do mês passado deram força ao movimento.
"Em uma oportunidade importante, o governo cedeu. Por essa razão, não há melhor momento do que esse para reivindicarmos nossa pauta", diz.
Divergências internas
Embora tenham definido uma pauta única, as centrais sindicais divergem quanto à defesabet365 reoutros pontos, como o plebiscito e a reforma política, que terminaram não incluídos na agenda comum.
Freitas, da CUT, que é a favor da reforma política, encampada pelo PT e pelo governo, diz que levará a proposta isoladamente à manifestação.
"A discussão sobre a reforma política é fundamental para garantir eleições mais limpas", afirma.
Ele critica o presidente da Força Sindical e deputado federal Paulo Pereira, mais conhecido como "Paulinho da Força", que "defende o Congresso conservador".
"O Paulinho não tem interesse na reforma política porque teme não conseguir fundar seu partido", diz.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, rebate a acusação. Segundo ele, a central foi contra "a apropriação do movimento pelo PT".
"Somos contra um partido querer se aproveitarbet365 reuma manifestação legítima dos trabalhadores", defende.
Cisão?
Na avaliaçãobet365 recientistas políticos ouvidos pela BBC Brasil, o protesto, por outro lado, não significará um rompimento dos sindicatos com o governo que, segundo eles, fez concessões amplas aos trabalhadores na última década.
Nesse período,bet365 reacordo com dados do Dieese (Departamento Intersindicalbet365 reEstatística e Estudos Socioeconômicos), o poderbet365 rebarganhabet365 reentidades sindicais aumentou consideravelmente. Somente a proporçãobet365 reacordos salariais acima da inflação quintuplicoubet365 re2003 — anobet365 reque o ex-presidente Lula foi eleito até 2012.
O cientista política Milton Lahuerta, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) considera remota a possibilidadebet365 reruptura dos sindicatos com o governo pelo que chamoubet365 re"sindicalismobet365 reresultados".
"Atualmente, os sindicatos usam ao máximobet365 recapacidadebet365 rebarganha e atuam no limite da chantagem para viabilizar seus interesses. Não há nenhuma perspectiva ideológica ou política para a construçãobet365 reuma agenda propositiva", diz.
"Além disso, os sindicatos só abandonariam a base aliadabet365 redois casos: ou se fossem acolhidos pela oposição, o que é improvável, ou se a situação econômica do país se degradasse a tal ponto que as lideranças tivessembet365 rese opor ao governo para manterbet365 relegitimidade."
Já o cientista político Ricardo Caldas, da Universidadebet365 reBrasília (UnB), acredita que a manifestação foi motivada pelo "oportunismo" da CUT, uma das principais lideranças sindicais por trás do movimento.
"A CUT é visivelmente controlada pelo PT, que perdeu credibilidade junto à sociedade. O protesto nada mais é do que uma reafirmaçãobet365 reimportância do sindicato, que teme pelabet365 reprópria sobrevivência."