Que lições os partidos brasileiros podem tirar dos protestos?:jogo de damas online
- Author, Luís Guilherme Barrucho
- Role, Da BBC Brasiljogo de damas onlineSão Paulo
jogo de damas online A descrença nos partidos, traço comum nos protestos que se espalharam pelo país nas últimas semanas, expõe os problemas do atual modelo político brasileiro, mas também pode servirjogo de damas onlineestímulo para que surjam novas formasjogo de damas onlinerepresentatividade, na avaliaçãojogo de damas onlineespecialistas ouvidos pela BBC Brasil.
Segundo sociólogos e cientistas políticos, as legendas continuarão a ser a base do sistema democrático brasileiro, mas agora têm também uma oportunidadejogo de damas onlinese renovar e reorientar suas agendas para fazer frente aos novos anseios da população.
Os pesquisadores avaliam que as manifestações podem abrir caminho para mudanças no sistema político, com o surgimentojogo de damas onlinemecanismos que permitam, por exemplo, as candidaturas avulsas - sem filiação partidária, os chamados candidatos 'independentes' - assim como a convocaçãojogo de damas onlineplebiscitos e o fortalecimentojogo de damas onlineentidades civis nas diferentes instâncias do poder público.
Em meio à recente ondajogo de damas onlineprotestos no Brasil, a insatisfação com os partidos políticos têm sido recorrente nas redes sociais. Em São Paulo, integrantesjogo de damas onlinepartidos políticos presentesjogo de damas onlineuma das manifestações chegaram a ser vítimasjogo de damas onlineagressões verbais e físicas. Muitos acabaram expulsos do protesto e tiveram materialjogo de damas onlinecampanha rasgado e até queimado.
"Pelas manifestações, ficou claro que a sociedade quer maior diálogo com seus representantes, e não a extinção dos partidos políticos", diz à BBC Brasil o cientista político Ricardo Ismael, da PUC-Rio.
"O movimento é apartidário, mas não antipartidário. Há uma necessidade urgentejogo de damas onlineque os partidos interajam mais com a sociedade, reorientando e renovando suas agendas e práticas", acrescentou.
Cidadania
Ismael lembra que as legendas são apenas "parte integrante" do regime democrático, que não prescinde da "cidadania ativa" para funcionar.
"A pressão da sociedade também faz parte do sistema político", afirma o acadêmico. "Cabe a ela cobrar maior empenhojogo de damas onlineseus representantes. Democracia não se faz apenas com partidos."
O sociólogo Aldo Fornazieri, diretor da Fundação Escolajogo de damas onlineSociologia e Políticajogo de damas onlineSão Paulo (FESPSP), concorda. Para ele, no entanto, há uma "crisejogo de damas onlinerepresentação partidária", resultadojogo de damas onlineum distanciamento crônico e histórico entre a sociedade e seus representantes.
"O poder está completamente distante da sociedade", avalia Fornazieri. "É preciso urgentemente uma reforma política que preveja uma maior participação popular na república."
Ele acrescenta que, nesse contexto, poderiam surgir novas formasjogo de damas onlinerepresentação política, como a eleiçãojogo de damas onlinecandidatos independentes, sem filiação partidária, por exemplo. "Eu simpatizo muito com essa ideia, pois os partidos, por si só, não conseguem refletir os interessesjogo de damas onlinetodos os setores da sociedade."
Para o cientista político Paulo Baía, da UFRJ, os protestos mostraram o ocaso do "antigo modelojogo de damas onlinepoder ejogo de damas onlinepolítica dos partidos".
"Isso não significa, entretanto, que essa legendas vão deixarjogo de damas onlineexistir", observa. "Pelo contrário, elas vão terjogo de damas onlinese abrir e se oxigenar caso queiram sobreviver nos tempos atuais."
"As cenas que vimos contra integrantesjogo de damas onlinepartidos políticosjogo de damas onlinemanifestações não era essencialmente antipartidária", avalia Baía. "Era contra a tentativajogo de damas onlineos partidos se aproveitarem politicamentejogo de damas onlineum movimento como sempre fizeram ao longo da história desse país."
Temor
Já o cientista político Milton Lahuerta, professorjogo de damas onlineteoria política e coordenador do laboratóriojogo de damas onlinepolítica e governo da Universidade Estadual Paulista (Unesp)jogo de damas onlineAraraquara, vê com preocupação o que chamajogo de damas online"desqualificação dos partidos"jogo de damas onlinemeio à ondajogo de damas onlineindignação que varre o país.
"Há um sentimento generalizado nas ruasjogo de damas onlineindignação que passa a desqualificar partidos, o que abre o precedente para a ascensãojogo de damas onlinelíderes carismáticos", afirma. "A democracia não se beneficia da ruptura da sociedade com suas instituições políticas."
Segundo Lahuerta, há um "domínio da lógica econômica sobre a lógica política" que, acentuado durante a globalização, "ampliou o distanciamento entre a sociedade e seus representantes".
"O tempo da política é lento, enquanto o da economia é acelerado, especialmente com a interação dos mercados", analisa. "Isso cria problemas, pois o processo político, que exige reflexão, não acompanha o ritmo das demandas da população."
"Precisamos, na prática,jogo de damas onlineuma participação política mais qualificada, uma vez que nossos políticos participam pouco da decisãojogo de damas onlinequestões fundamentais que impactam a sociedade como um todo", acrescenta.
Lahuerta cita como exemplo dessa "desqualificação da política" as divergências partidárias que impedem a aprovaçãojogo de damas onlineprojetos importantes para o país.
"Em vezjogo de damas onlinebuscar soluções conjuntas, representantesjogo de damas onlinepartidos opostos preferem trocar acusações sobre a origem dos problemas. Isso enfraquece o ideal da república, pois é um pensamento puramente eleitoreiro", conclui o cientista político.