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COP 26: EUA dizem que ações concretas do Brasil importam mais que ausênciacasa aposta brasilBolsonarocasa aposta brasilcúpula do clima:casa aposta brasil
Além disso, os Estados Unidos foram informados que Bolsonaro tinha outros compromissos, mas que o Brasil seria representado pelo ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, e outras autoridades.
Durante visita a Roma para reunião do G20, Bolsonaro foi questionado diversas vezes por jornalistas brasileiros sobre os motivoscasa aposta brasilsua ausência na COP26.
Mas o presidente, que acabou escanteado por outros mandatários no G20 e enfrenta forte pressão internacional por causa do desmatamento, permaneceu calado.
A cúpula do clima reúne líderescasa aposta brasilmaiscasa aposta brasilcem países entre os dias 31/10 e 12/11casa aposta brasiltornocasa aposta brasildebates sobre os novos compromissos para garantir a meta do Acordocasa aposta brasilPariscasa aposta brasilmanter o aumento da temperatura média da Terracasa aposta brasil1,5°C.
O Brasil é considerado crucial nos esforços globais para evitar uma catástrofe climática no planeta.
Por isso, a decisãocasa aposta brasilBolsonaro não ir à COP26 gerou críticascasa aposta brasiloutros países ecasa aposta brasilorganizações ambientais.
Segundo o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, o mandatário brasileiro evitará a reunião do clima porque iriam jogar "pedras" nele.
Rosales, do Departamentocasa aposta brasilEstado dos Estados Unidos, refutou uma alegada faltacasa aposta brasilproximidade entre Bolsonaro e o presidente americano, Joe Biden, por nunca terem falado ao telefone ou se reunidocasa aposta brasilencontros bilaterais, incluindo durante o G20casa aposta brasilRoma.
A diplomata ressaltou que os dois países são parceiros estratégicos e que autoridades dos Estados Unidos estãocasa aposta brasilcontato frequente com seus pares brasileiroscasa aposta brasildiversas áreas, como economia, pandemia e meio ambiente.
O cientista político Oliver Stuenkel, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), explica à BBC News Brasil que essas conversas a portas fechadas são fundamentais para a relação entre países, sejam aliados ou não.
Há dois pontos fundamentaiscasa aposta brasiljogo: avançarcasa aposta brasiltemas importantes para os envolvidos e criar laços pessoais entre líderes para resolver problemas futuros.
"O fatocasa aposta brasilBolsonaro não ter essas reuniões bilaterais com outros chefescasa aposta brasilgovernocasa aposta brasilRoma é um sintoma do isolamento do país e acaba agravando isso ainda mais. É isso, por exemplo, que está atrapalhando a relação do Brasil com a China, porque Bolsonaro não tem intimidade com Xi Jinping para ser atendido por ele pessoalmente. E isso seria o natural a se fazer na diplomacia para destravar o problema da carne brasileira, que não consegue entrar no mercado chinês."
No caso Brasil-Estados Unidos, o país sul-americano já foi ameaçadocasa aposta brasilsanções econômicas e pode ter exportações barradas por causa do desmatamento (leia mais abaixo).
Mas para além do isolamento internacionalcasa aposta brasilBolsonaro, o que afinal o Brasil vai proporcasa aposta brasilconcreto na COP26? E como as propostas brasileiras têm sido recebidascasa aposta brasiloutros países?
Pressão e ceticismo
Durante o governo Bolsonaro, as estatísticas oficiais e os pesquisadores especializados têm apontado um forte crescimento do desmatamento e da emissãocasa aposta brasilgases do efeito estufa no Brasil.
Segundo o Instituto Nacionalcasa aposta brasilPesquisas Espaciais (Inpe), a destruição da Amazônia somou 10.129 km² entre agostocasa aposta brasil2018 e julhocasa aposta brasil2019, ultrapassando a marcacasa aposta brasil10 mil km² pela primeira vez desde 2008. Já no ano seguinte, o desmatamento teve nova alta,casa aposta brasil9,5%, para 11.088 km².
Dados do Observatório do Clima, organização que calcula anualmente as emissõescasa aposta brasilgases do efeito estufa no território brasileiro, apontam que o desmatamento da Amazônia durante o governo Bolsonaro subiucasa aposta brasilmédia 60% a mais do que na década passada.
A organização estima que o desmatamento e o uso do solo para pecuária correspondem a cercacasa aposta brasil80% das emissões do Brasil, colocando o país como o quarto maior emissor do mundo.
E, na contramão do mundo, o Brasil teve um aumentocasa aposta brasil9,5% nas emissõescasa aposta brasilgases poluentescasa aposta brasil2020, ante uma reduçãocasa aposta brasil7% na média global (por causa da paralisaçãocasa aposta brasilvoos, indústrias e serviços na pandemia).
O avanço do desmatamento e dos focoscasa aposta brasilincêndio no Brasil e a flexibilizaçãocasa aposta brasilregras ambientais pelo governo Bolsonaro levaram a uma pressão internacional sem precedentes para o país.
Líderes europeus, por exemplo, travaram o gigante acordo comercial entre Mercosul e União Europeia e criam obstáculos à entrada brasileira na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), conhecida como clube dos países ricos.
Durante a campanha eleitoral americana, o agora presidente Joe Biden chegou a ameaçar o Brasilcasa aposta brasilsanções econômicas por causacasa aposta brasilquestões ambientais.
Além disso, o Congresso dos Estados Unidos estuda criar uma lei que pode barrar a importaçãocasa aposta brasilitens como soja, gado e madeiracasa aposta brasilpaíses com índices altoscasa aposta brasildesmatamento florestal se o produtor rural e o importador americano não comprovarem que as origens desses produtos — e todacasa aposta brasilcadeia produtiva — passaram ao largocasa aposta brasiláreas ilegalmente desmatadas.
O Brasil é citado no texto como um exemplo do problema, e a medida, se for aprovada, pode barrar US$ 500 milhões (R$ 2,8 bilhões)casa aposta brasilexportações brasileiras.
Autoridades brasileiras tentam reverter essa situação. Em abrilcasa aposta brasil2021, por exemplo, Bolsonaro anunciou na Cúpula do Clima nos Estados Unidos o compromissocasa aposta brasilzerar até 2030 o desmatamento ilegal ecasa aposta brasilatingir até 2050 a neutralidadecasa aposta brasilcarbono (ou seja, reduzir as emissõescasa aposta brasilgasescasa aposta brasilefeito estufa tanto quanto possível e compensar as emissões restantes por meio do plantiocasa aposta brasilflorestas, por exemplo).
Mas esses e outros anúncioscasa aposta brasilmedidas ambientais do governo brasileiro têm sido recebidos com desconfiança no exterior por governos, organismos multilaterais, especialistas e ambientalistas.
"Em qualquer um desses locais, seja a COP26, seja o G20, o governo Bolsonaro vai ser cobrado por resultados primeiro. Isso porque ninguém mais acredita no governo Bolsonaro. É um governo que não tem mais credibilidade nem a menor moral na comunidade internacional pelo que faz e pelo que fala. O governo Bolsonaro falha nas principais pautas globais: na economia, na pandemia e no clima", disse Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
4 pontos da participação do Brasil na COP26
Durante a COP26, serão negociados compromissos ambientaiscasa aposta brasilpelo menos quatro áreas: proteçãocasa aposta brasilflorestas, financiamentocasa aposta brasilpaíses ricos a naçõescasa aposta brasildesenvolvimento, transição para carro elétrico e eliminação do usocasa aposta brasilcombustíveis fósseis.
Os dois primeiros, por exemplo, estão ligados aos pilares da participação brasileira na COP26. São pelo menos cinco, como explica reportagem da BBC News Brasil:
- recuperar a credibilidade do país com mudanças na política ambiental;
- garantir uma parcela significativa dos US$ 100 bilhões (R$ 560 bilhões) anuais que os países ricos preveem para financiar o impacto climáticocasa aposta brasilnações pobres;
- evitar que nações desenvolvidas criem punições a quem não seguir regras estabelecidas por elas (como metascasa aposta brasilemissão para setores específicos da economia, entre eles a agropecuária);
- regular finalmente o mercadocasa aposta brasilcréditocasa aposta brasilcarbono, que permitiria a países que não atingem as metas comprem o "crédito"casa aposta brasiloutras nações que estãocasa aposta brasildia com seus compromissos.
Além disso, o Brasil também decidiu assinar um importante acordo sobre proteçãocasa aposta brasilflorestas, sinalizando a outros países mudanças no discurso internacional do governo brasileiro sobre política ambiental.
O texto do acordo florestal, conhecido como Forest Deal, ainda não foi divulgadocasa aposta brasildetalhes, mas ele pode incluir, por exemplo, regulamentações que limitem comércio internacionalcasa aposta brasilprodutos ligados ao desmatamento e financiamento direto a povos indígenas para preservação do meio ambientecasa aposta brasilseus territórios.
Uma reportagem da BBC News Brasil revelou que, segundo um integrante da delegação brasileira ouvido sob condiçãocasa aposta brasilanonimato, o país não vai emperrar as negociações globais, mas também não irá aderir a metascasa aposta brasilreduçãocasa aposta brasilemissõescasa aposta brasilsetores específicos da economia, como corte da emissãocasa aposta brasilmetano na pecuária, promoçãocasa aposta brasilum menor consumocasa aposta brasilcarne, ou prazo para transiçãocasa aposta brasilcarro à gasolina para carro elétrico — compromissos que a União Europeia e o Reino Unido defendem.
A principal cobrança do Brasil na COP26 será que países ricos definam regras claras para pagar os US$100 bilhões por ano prometidos a naçõescasa aposta brasildesenvolvimento para projetos relacionados à contenção das mudanças climáticas. Para o Brasil, o governo quer ao menos US$ 10 bilhões (cercacasa aposta brasilR$ 56 bilhões)casa aposta brasilfinanciamento externo.
Os US$ 100 bilhões deveriam ser pagos todo ano,casa aposta brasil2020 a 2025. Mas os países desenvolvidos já não cumpriram a metacasa aposta brasil2020, e faltam mecanismos que definam onde os recursos podem ser depositados e o formatocasa aposta brasilescolha dos projetos contemplados.
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