COP26: Por que Brasil é crucial para evitar efeito catastrófico das mudanças climáticas:cassinos neteller
A grande maioria das emissões vem do desmatamento, seguida pela poluição energética.
Sem Amazônia, metas desandam
Além do impacto climático por ser um grande emissorcassinos netellercarbono, o Brasil, por causa da Amazônia, tem uma importância crucial para o sucesso ou fracasso da meta do Acordocassinos netellerPariscassinos netellermanter o aquecimento globalcassinos neteller1,5°C.
Um aquecimento maior do que esse tornaria diversas áreas do planeta inabitáveis, contribuiria para eventos climáticos extremos, significaria a extinçãocassinos netellerespécies e ameaçaria o fornecimentocassinos netelleralimentos no mundo, segundo cientistas.
Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, explica que algumas áreascassinos netelleralta absorçãocassinos netellercarbono da atmosfera, como a Amazônia e as geleiras do Ártico, podem derrubar por si só as metascassinos netellercontrole climático, se deixaremcassinos netellerexistir ou sofrerem muita degradação.
A floresta Amazônica ajuda a equilibrar o clima do planeta, ao capturar e estocar quantidades enormescassinos netellerdióxidocassinos netellercarbono (CO2), um dos principais gases do efeito estufa. Quando árvores são derrubadas, parte desses gases são liberados para a atmosfera e novas absorções deixamcassinos netellerocorrer. Também é da Amazônia que vem 70% das chuvas que irrigam as áreas agricultáveis do Centro Oeste, Sul e Sudeste do Brasil, destaca Astrini.
"Existem hotspots (focoscassinos netellerinteresse)cassinos netelleremissões no planeta que, se acionados, colocam a perder a metacassinos neteller1,5°C. São os oceanos, a Groenlândia, o Ártico e a Amazônia", diz o secretário-executivo do Observatório do Clima.
"A Amazônia estoca o equivalente a cinco anos das emissões globais. Junta todo o carbonocassinos netellercinco anoscassinos netelleremissões do mundo, isso está estocando na Amazôniacassinos netellerformacassinos netellerárvore e no solo. Se a gente perde a floresta, a gente perde a corrida pela manutenção do clima."
Mas por que a Amazônia estoca tanto carbono?
Por ser composta emcassinos netellermaioria por floresta primária, a Amazônia tem uma capacidade maiorcassinos netellerabsorçãocassinos netellerCO2 que áreas replantadas e reflorestadascassinos netelleroutras regiões do Brasil e do mundo.
As florestas primárias são aquelas que se encontramcassinos netellerseu estado original — não afetadas, ou afetadas o mínimo possível, pela ação humana. Por serem mais antigas, elas têm mais diversidadecassinos netellerespécies e guardam mais carbono.
É lá que vivem árvorescassinos netellercentenas ou milharescassinos netelleranoscassinos netelleridade, que cumprem um papel essencial na batalha contra as mudanças climáticas, porque agem como um enorme armazémcassinos netellerdióxidocassinos netellercarbono.
Uma pequena parte do CO2 que as árvores absorvem no processocassinos netellerfotossíntese é emitidacassinos netellervolta para a atmosfera durantecassinos netellerrespiração. A outra parte é transformadacassinos netellercarbono e usada na produção dos açúcares que a planta necessita para seu metabolismo.
A quantidadecassinos netellercarbonocassinos netelleruma árvore é medida pela espessura do tronco, onde o gás é armazenadocassinos netellerformacassinos netellerbiomassa. Por isso, quanto mais antiga uma árvore, mais carbono ela costuma armazenar. Porcassinos netellervez, a derrubadacassinos netelleruma árvore milenar vai provocar uma liberação maiorcassinos netellercarbono que a mortecassinos netelleruma árvore jovem.
Parte da floresta já emite mais carbono que absorve
Um dos efeitos do desmatamento é liberar o CO2 guardado na florestacassinos netellervolta na atmosfera, pela queimada ou pela decomposição da madeira cortada — processos que transformam o carbono das árvores novamentecassinos netellergás.
Por este motivo, os cientistas temem que a região deixecassinos netellerser um armazémcassinos netellercarbono e se transformecassinos netellerum importante emissorcassinos netellerCO2, acelerando os efeitos da mudança climática.
Um estudo publicado na revista científica Nature revelou que, por causa do aumento das queimadas e do desmatamento, a floresta amazônica brasileira liberou 20% mais dióxidocassinos netellercarbono na atmosfera do que absorveu entre 2010 e 2019.
Os pesquisadores identificaram uma divisão clara no volumecassinos netelleremissões entre a parte leste, mais desmatada, e a parte oeste da floresta, mais preservada.
"A parte leste da Amazônia, que está cercacassinos neteller30% desmatada, emitiu 10 vezes mais carbono que a região oeste, que está 11% desmatada", explicad a pesquisadora-chefe do estudo, Luciana Gatti, do Instituto Nacionalcassinos netellerPesquisa Espacial (Inpe).
"Esse é um impacto enorme. Estamos emitindo mais CO2 para a atmosfera, o que está acelerando as mudanças climáticas, mas também promovendo mudanças nas condições da estação seca, o que deixa as árvores ainda mais vulneráveis e propensas a produzir mais emissões."
Em 2020, segundo anocassinos netellergoverno Bolsonaro, o desmatamento na região da floresta foi o maior desde 2008, com uma taxacassinos netellerárea desmatadacassinos neteller10.851 km2, conforme dados do Inpe. Já o númerocassinos netellerfocoscassinos netellerincêndio registradoscassinos neteller2020cassinos netellertodo o território nacional foi o mais altocassinos netellerdez anos.
'Pontocassinos netellernão retorno'
O grande temor dos cientistas é que o desequilíbrio ambiental provocado pelo desmatamento da Amazônia alcance o chamado "pontocassinos netellernão retorno" (tipping point,cassinos netelleringlês), como é chamado o momentocassinos netellerque a degradação,cassinos netellerconjunto com as mudanças climáticas e a vulnerabilidade a incêndios, mudarãocassinos netellermaneira irreversível o ecossistema tropical da floresta.
Segundo o biólogo americano Thomas Lovejoy e o climatologista brasileiro Carlos Nobre, do Institutocassinos netellerEstudos Avançados da USP, esse "pontocassinos netellernão retorno" será alcançado quando entre 20% e 25% da floresta original forem desmatados.
Atualmente, pouco maiscassinos neteller18%cassinos netellertoda a floresta original foi desmatada,cassinos netelleracordo com dados do projetocassinos netellermonitoramento Mapbiomas, parceria entre universidades, ONGs, institutoscassinos netellertodos os territórios amazônicos e o Google.
Segundo as projeçõescassinos netellerNobre e Lovejoy, se o desmatamento continuar no ritmo atual, esse "pontocassinos netellernão retorno" chegará nos próximos 20 a 30 anos.
"Se chegarmos a esse ponto, aumentará a duração da estação seca e a temperatura da floresta. A partir daí, as árvores começarão a morrercassinos netellermaneira acelerada, e isso criará um ciclo vicioso. O que era floresta tropical ficará parecido com o cerrado brasileiro, mas como uma espéciecassinos netellersavana pobre, sem a rica biodiversidade do cerrado", disse Carlos Nobre à BBC News Brasil.
Secas prolongadas e escassezcassinos netelleralimentos
O Brasil é um dos países mais vulneráveis à desertificações decorrentes das mudanças climáticas, segundo cientistas. E o contínuo desmatamento na Amazônia contribui para reforçar essa tendência, porque o aumento das emissões impacta o aquecimento da Terra.
O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgado no dia 9cassinos netelleragosto, aponta que, por causa da mudança do clima, boa parte do Nordeste e o nortecassinos netellerMinas Gerais já têm enfrentado secas mais intensas e temperaturas mais altas que as habituais.
Criado na ONU e integrado por 195 países, entre os quais o Brasil, o IPCC é o principal órgão global responsável por organizar o conhecimento científico sobre as mudanças do clima.
"No cenário atual, você tem dois eventoscassinos netellerseca a cada 10 anos, ou seja uma seca a cada cinco anos. Num cenáriocassinos netelleraumentocassinos neteller4 graus centígradoscassinos netellertemperatura, você vai ter cinco eventoscassinos netellerseca a cada dez anos, ou seja, ano sim, ano não vai ter seca", exemplifica Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Hoje, segundo o IPCC, o mundo já teve um aumentocassinos neteller1,1°C na temperatura médiacassinos netellerrelação aos padrões pré-industriais. Secassinos neteller2030, a Terra deve alcançar um aumentocassinos neteller1,5°C,cassinos netellervárias regiões do Brasil o aumento será duas vezes maior, com temperaturas batendo a faixa dos 40°Ccassinos netellervárias partes do Semiárido, conforme o relatório do IPCC.
Nesse contexto, mudança climática e desmatamento na Amazônia se retroalimentam, colocando pressão tanto no Nordeste quanto nas demais regiões do Brasil.
"A retroalimentação estácassinos netellerque, no aumento da temperatura, a Amazônia começa a secar. E, ao começar a secar, ela está mais vulnerável ao fogo e ao desmatamento, e aumentacassinos netellercontribuição para o aquecimento do planeta, que fica ainda mais severo e ajuda a secar a floresta e a aumentar as estações secas", explica Astrini.
Como 70% das chuvas que irrigam as plantações do Centro-Oeste, Sul e Sudeste brasileiro vêm das águas evaporadas da Amazônia, a degradação da floresta também ameaça a agricultura brasileira e o abastecimentocassinos netelleralimentos no mundo, já que o Brasil é um dos maiores produtores.
"Para deixar mais dramática a situação, o Brasil não tem infraestruturacassinos netellerirrigação artificial. Só 5% da agricultura tem sistema irrigação. A agricultura brasileira é clima-dependente. Quando muda o clima, muda o regimecassinos netellerchuvas, você começa a perdercassinos netellertudo: perde economia, fluxo migratório, áreas agricultáveis", destaca Astrini.
"O Brasil é extremamente frágil para questõescassinos netellermudanças climáticas. E é um ator crucial no combate ao aumento da temperatura da Terra", completa secretário-executivo do Observatório do Clima.
* Com reportagemcassinos netellerCamilla Costa
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