COP26: Na contramão do mundo, Brasil teve aumentosuper futebol tvemissõessuper futebol tvCO2super futebol tvanosuper futebol tvpandemia:super futebol tv
Na COP26, a delegação brasileira deve oficializar a metasuper futebol tvreduzir as emissõessuper futebol tv37% até 2025,super futebol tv43% até 2030 e alcançar a neutralidadesuper futebol tvcarbonosuper futebol tv2050 — quando todas as emissões são reduzidas ao máximo e as restantes são compensadas por capturasuper futebol tvcarbono da atmosfera.
Durante o encontro, líderessuper futebol tvmaissuper futebol tv100 países vão negociar novos compromissos para garantir a meta do Acordosuper futebol tvParissuper futebol tvmanter o aquecimento globalsuper futebol tv1,5°C. Mais ainda não está claro como serão alcançados os objetivos climáticos do Brasil diantesuper futebol tvdois anos consecutivossuper futebol tvaumentos no desmatamento, nos focossuper futebol tvincêndio e nas emissõessuper futebol tvCO2.
Desmatamento é maior responsável por emissões
Em um anosuper futebol tvque milhõessuper futebol tvpessoas tiveram que trabalharsuper futebol tvcasa, serviços foram interrompidos e voos internacionais foram suspensos, erasuper futebol tvse esperar uma redução nas emissões no mundo. E foi o que aconteceu na maior parte dos países, mas não no Brasil.
Segundo os dados do SEEG, a poluição provocada pelo setorsuper futebol tvenergia diminuiu 4,5% no país durante a pandemia, mas os aumentos no desmatamento das florestas e nas emissões provocadas pela agropecuária foram grandes a pontosuper futebol tvanular essa redução na poluição energética.
"O setorsuper futebol tvenergia foi aquele que apresentou a maior queda percentualsuper futebol tvemissõessuper futebol tv2020. Esse resultado é um claro reflexo da diminuiçãosuper futebol tvatividades emissoras devido à pandemiasuper futebol tvcovid-19, quando foi necessário que as pessoas evitassem se deslocar", explicou Felipe Barcellos, pesquisador do Institutosuper futebol tvEnergia e Meio Ambiente, um dos autores do levantamento.
"Destaca-se a diminuiçãosuper futebol tvemissões nos transportessuper futebol tvpassageiros. O consumosuper futebol tvcombustível na aviação caiu pela metade. A demanda por gasolina e etanol também diminuiusuper futebol tvmaneira relevante."
Mas a categoria "mudanças no uso da terra", que engloba desmatamentos na Amazônia e no Cerrado, viu um aumentosuper futebol tv24% nas emissõessuper futebol tvrelação a 2019, com a liberaçãosuper futebol tv998 milhõessuper futebol tvtoneladassuper futebol tvgás carbônico na atmosfera. Isso é reflexo, segundo o Observatório do Clima, do forte crescimento do desmatamento desde o início do governo Bolsonaro.
Em 2020, o desmatamento na Amazônia foi o maiorsuper futebol tv11 anos, alcançando 10.851 km², segundo os dados oficiais do sistema Prodes/Inpe. A perdasuper futebol tvflorestas e mudanças no uso do solo são responsáveis pela maior fatia das emissões brutas brasileiras — 46%, segundo os dados do SEEG.
E a Amazônia é, segundo o relatório do Observatório do Clima, o bioma que historicamente mais tem emitido gases do efeito estufa, "decorrentes principalmente do avanço da pecuária sobre as florestas". Segundo o levantamento,super futebol tv2020, as emissões brutas na maior floresta tropical do mundo foram até sete vezes maiores do que no Cerrado, o segundo bioma que mais emitiu gás carbônico por desmatamento e pecuária.
"O principal fator a explicar a elevação (das emissões brasileiras) foi o desmatamento,super futebol tvespecial na Amazônia e no Cerrado. Os gasessuper futebol tvefeito estufa lançados na atmosfera pelas mudanças do uso da terra aumentaram 23,6%, o que mais do que compensou a queda expressiva verificada no setorsuper futebol tvenergia, que na esteira da pandemia e da estagnação econômica viu suas emissões regressarem ao patamarsuper futebol tv2011", diz trecho do relatório sobre emissões.
O levantamento do Observatório do Clima existe desde 2012 e é a principal referência nacional sobre emissõessuper futebol tvgases do efeito estufa. Ele segue as diretrizes do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas, e toma como base dados oficiais do Ministériosuper futebol tvCiência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Agropecuária também viu emissões aumentaram
As emissões da agropecuária sofreram altasuper futebol tv2,5% — o maior aumento desde 2010. Segundo o Observatório do Clima, isso ocorreusuper futebol tvparte porque a crise econômica reduziusuper futebol tv8% o consumosuper futebol tvcarne no Brasil.
Com isso, houve redução no abatesuper futebol tvanimais e as cabeçassuper futebol tvgado aumentaramsuper futebol tv2,6 milhões, o que, por usa vez, aumentou as emissõessuper futebol tvmetano pela chamada fermentação entérica — conhecido popularmente como "arroto do boi". Os autores do estudo reconhecem que houve grande avanço no Brasil na implementaçãosuper futebol tvtécnicassuper futebol tvagriculturasuper futebol tvbaixo carbono, mas defendem que é preciso fazer ainda mais.
"Esse crescimento (do usosuper futebol tvtécnicas sustentáveis) ainda está aquém dos patamares necessários para que possamos ver a trajetóriasuper futebol tvemissões do setor ser modificada e demonstrar o real potencial que o Brasil possuisuper futebol tvser uma agropecuáriasuper futebol tvbaixo carbono", disse Renata Potenza, coordenadorasuper futebol tvprojetos do Imaflora, e uma das autoras da pesquisa.
A agropecuária é responsável por 27% das emissões brutas brasileira. Somadas, a poluição provocada pelo desmatamento e a causada pela agropecuária representam 73% das emissões do Brasil.
"Para o Brasil, o melhor custo eficiência para reduzir emissões é diminuir o desmatamento. É a política mais barata, mais intensasuper futebol tvreduçãosuper futebol tvemissões e não traz prejuízos econômicos. De 2004 a 2012, o Brasil reduziusuper futebol tvmaissuper futebol tv80% o desmatamento sem que isso afetasse o seu crescimento econômico", disse à BBC News Brasil Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.
Quarto maior emissor histórico?
Durante a COP26, países pobres esuper futebol tvdesenvolvimento devem cobrar mais compensaçõessuper futebol tvnações ricas e destacar que elas falharamsuper futebol tvcumprir o compromissosuper futebol tvcontribuir com US$ 100 bilhões por anosuper futebol tvações para mitigação das mudanças climáticas.
Porsuper futebol tvvez, EUA, Reino Unido e União Europeia tentam obtersuper futebol tvgrandes países emergentes, como Brasil, Rússia, China e Índia, compromissos mais ambiciosossuper futebol tvcontrole do desmatamento e reduçãosuper futebol tvemissões.
A expectativa é que o Brasil seja um dos países mais pressionados, por causa do crescimento do desmatamento e das queimadas da Amazônia nos três primeiros anossuper futebol tvgoverno Bolsonaro.
Nessa quedasuper futebol tvbraço entre países ricos esuper futebol tvdesenvolvimento, a responsabilidadesuper futebol tvcada país pelo aquecimento do planeta será medida, entre outras maneiras, pelo seu volume atual e históricosuper futebol tvemissões. Integrantes do governo brasileiro reiteradamente usam o argumentosuper futebol tvque o Brasil não é um grande poluidor, para defender que cobrançassuper futebol tvmetas ambiciosas para controle climático devem ser dirigidas a países ricos.
Diferentes pesquisas que não levamsuper futebol tvconta desmatamento na contabilidadesuper futebol tvemissões colocam o Brasil na sétima ou sexta posição no rankingsuper futebol tvemissões, como responsável por cercasuper futebol tv3% do totalsuper futebol tvCO2 na atmosfera.
"O NDC (documentosuper futebol tvque países apresentam metas climáticas) do Brasil é mais ambicioso do que osuper futebol tvvários países do G20. O Brasil responde por menossuper futebol tv3% das emissões globais e nosso compromisso inclui uma meta não só para 2030, mas também uma metasuper futebol tvcurto prazo, para 2015, o que permite melhor monitorar as açõessuper futebol tvmitigação", diz texto que a delegação brasileira vai apresentar na COP26, a que BBC News Brasil teve acesso.
Mas um estudo, que levasuper futebol tvconsideração pela primeira vez o desmatamento ao contabilizar a liberação históricasuper futebol tvCO2, põe o Brasilsuper futebol tvquarto lugar no rankingsuper futebol tvemissões desde 1850. A China, gigante emergente que só pretende começar a reduzir suas emissões a partirsuper futebol tv2030, é apontada como o segundo maior emissorsuper futebol tvgases do efeito estufa no acumulado histórico, atrás dos Estados Unidos.
O levantamento foi feito pelo think tank internacional Carbon Brief e levasuper futebol tvconta dadossuper futebol tvemissõessuper futebol tvqueimasuper futebol tvcombustível fóssil, mudanças no uso do solo, produçãosuper futebol tvcimento e desmatamentosuper futebol tv1850 a 2021. Pesquisas anteriores consideravam no cálculo as emissões decorrentessuper futebol tvqueimasuper futebol tvcombustível, sem incluir a poluição provocada pela destruiçãosuper futebol tvflorestas.
"O Brasil tem um papel importante na discussão climática não apenas por causa da Amazônia, mas porque é um dos maiores emissores do mundo. Atualmente, ele estásuper futebol tvsexto lugarsuper futebol tvemissões e é o quarto maiorsuper futebol tvemissões históricas, apesarsuper futebol tvainda ser um paíssuper futebol tvdesenvolvimento com desafios para reduçãosuper futebol tvpobreza", afirmou à BBC News Brasil Carlos Rittl, especialistasuper futebol tvpolíticas públicas da Rain Forest Foundation, ONG ambiental da Noruega.
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