A históriaamor entre monge e freira que acaboucasamento:
"Eu apenas senti uma química, algo, e fiquei um pouco envergonhada. E pensei, Deus, ele sentiu isso também. E, quando o deixei sair pela porta, foi bastante estranho."
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Fim do Matérias recomendadas
Ela lembra que, cercauma semana depois, recebeu a mensagemRobert perguntando se ela iria embora para se casar com ele.
"Fiquei um pouco chocada. Eu usava um véu para que ele nem visse a cor do meu cabelo. Ele não sabia nada sobre mim. Na verdade, nada sobre minha criação. Ele nem sabia meu nome mundano", lembra ela.
Antesentrar na ordem carmelita — uma antiga ordem da igreja católica romana — aos 19 anos, a irmã Mary Elizabeth havia sido Lisa Tinkler,Middlesbrough.
Embora os pais dela não fossem religiosos, a peregrinaçãouma tia a Lourdes (França) despertou algoLisa quando ela tinha 6 anos,modo que ela pediu ao pai que construísse um altar no quarto dela.
"Eu tinha uma estatuetaNossa Senhora e uma garrafinhaáguaLourdes. Na verdade, eu achava que era a garrafinha que era benta e não a água — então eu só enchia da torneira e bebia a água", conta ela.
Lisa frequentava sozinha uma das igrejas católicas romanas emcidade natal e sentava sozinha no segundo banco — onde ela diz que desenvolveu um amor arrebatador pela Virgem Maria, mãeJesus, e finalmente o sentimentoque tinha uma vocação.
Um retirofimsemanaum mosteiro quando ela ainda era adolescente a convenceusua vocação. O mosteiro era dirigido por freiras carmelitasuma ordem que teve origem no século 12 e onde a vida era particularmente espartana, reclusa e rígida — mas ela decidiu que era essa a vida que queria levar.
Embora Lisa quisesse entrar imediatamente, a mãe dela — que estava preocupada com a decisão da filha — escreveu secretamente ao mosteiro para adiarpartida por alguns meses, para que Lisa pudesse passar mais um Natalcasa. Ela partiu no Ano Novo.
"Desde então, vivi como uma eremita. Tínhamos dois momentosrecreação por dia, cercameia hora, quando podíamos conversar. Caso contrário, você ficava sozinha emcela. Você nunca trabalhava com ninguém, sempre sozinha", diz.
Com o passar dos anos, a irmã Mary Elizabeth sentiu seu vocabulário diminuir, pois ela tinha pouco a conversar com as outras freiras — que eram décadas mais velhas que ela — exceto sobre o clima e a natureza no jardim. Ela via a mãe quatro vezes por ano atravésuma grade.
"Quando fiz meu aniversário21 anos, meu bolo e meus cartões passaram pela gaveta. E, quando meu sobrinho nasceu, ele passou por uma espécietoca-discos", ela ri, lembrando dos momentos com muito carinho.
Ela descreve a maneira como sentiu seu "mundo interior" se abrir à medidaque o mundo exterior se fechava para ela. Havia uma sensaçãocontentamento e realização. Mas, naquele dia na sala do convento, tudo mudou com o toqueuma manga e uma mensagem perguntando se ela abandonaria a vida monástica e se casaria.
Irmã Mary Elizabeth não deu a Robert uma resposta à pergunta dele e não sabia o que fazer.
Ele poderia não saber nada sobre ela, mas ela sabia um pouco sobre ele.
Em suas visitasOxford ao centroretiro carmelita,Preston, ele ocasionalmente rezava missas no mosteiro próximo e Lisa assistia aos sermões dele atravésuma grade.
Ao ouvir as anedotas dele enquanto pregava, ela ouviu trechosuma vida crescendo na Silésia, na Polônia, perto da fronteira alemã, e sobre o amor pelas montanhas. Embora ela diga na época que isso não teve um impacto profundo nela.
Hoje,repente, isso pode ter mudado.
"Eu não sabia o que era estar apaixonada e pensei que as irmãs pudessem ver issomeu rosto. Então, fiquei muito nervosa. Pude sentir a mudançamim e isso me assustou", diz ela.
A irmã Mary Elizabeth finalmente criou coragem para dizer à prioresa que achava que sentia algo por Robert, mas a resposta que obteve foidescrença.
"Ela não conseguia entender como isso tinha acontecido porque estávamos lá 24 horas por dia, sete dias por semana, sob a vigilância dela o tempo todo. A prioresa perguntou como eu pude me apaixonar com tão pouco contato", lembra ela.
A irmã Mary Elizabeth havia imaginado a reação da família, ouseu bispo, se ela fosse embora. Ela também lutou para saber se o relacionamento com Deus mudaria.
Mas a interação comsuperiora a levou a fazer algo estranhamente impetuoso.
"A prioresa foi um pouco mal-humorada comigo, então coloquei minhas calças e uma escovadentesuma bolsa e saí, e nunca mais voltei como irmã Mary Elizabeth", me conta Lisa hoje.
Robert havia enviado uma mensagem para ela dizendo que planejava visitar Preston novamente naquela noite. Desta vez, foi para encontrar um amigo carmelita para um conselhoum pub próximo, a primeira pessoa da ordemquem ele confiou para contar sobre a situação dele eLisa.
Lisa imaginou que eles se encontrariam no Black Bull, a cercaum quilômetro e meio dali, então foi para lá que ela decidiu ir.
Mas,vezser um momentoalegria, Lisa foi atiradaum profundo tumulto naquela noitenovembro2015.
"A chuva caía forte enquanto eu caminhava pela estrada Garstang. O tráfego seguia na minha direção com faróis brilhantes e eu apenas pensei 'Eu poderia terminar isso'", diz ela, referindo-se a um pensamento suicida momentâneo.
"Eu estava realmente lutando, pensei que deveria apenas impedir que isso acontecesse e Robert poderia seguir com a vida dele. Mas também me perguntei se ele realmente quis dizer o que disse sobre se casar."
Mas Lisa continuou andando até se encontraruma noitesexta-feira encharcada, sem casaco, vestidaseu hábito, do ladofora do Black Bull. Ela só criou coragem para entrar quando viu o monge lá dentro, por uma porta aberta.
"Quando a vi, meu coração parou", diz Robert.
"Mas, na verdade, fiquei paralisadomedo, nãoalegria, porque sabia naquele momento que tinha que ser inteiramente para Lisa, mas também sabia que não estávamos praticamente prontos para isso", diz ele.
Robert já era frade carmelita havia 13 anos. Ele foi um pensador, acadêmico e teólogo que chegou à vida monásticabuscasentido durante o que descreve como uma crisefé e identidade.
Olhando para trás, ele sente que suas raízes tornaram essa confusão quase inevitável — crescendouma região que recentemente fez a transição da Alemanha para a Polônia, com pai luterano e mãe católica.
Mas foi um período sombrio após um relacionamento fracassado que o levou a continuarbusca por realização na Inglaterra, onde, apesar da teologia protestante luteranaque se estabeleceu, foium mosteiro católico carmelita onde encontrou seu consolo.
"Eu não sabia muito sobre os carmelitas e não tinha pensadoser um monge. Na verdade, sempre desconfiei muito desse tipoexpressãofé", diz Robert.
Mas ele diz que a ordem o ensinou a abraçar a escuridão, as dificuldades e a crise a pontose sentir acomodado. No entanto, o encontro com Lisa — que ele mal conhecia como Irmã Mary Elizabeth — virouvidacabeça para baixo.
"Aquele toqueLisa na minha manga começou uma mudança, mas enquanto eu sentia algo crescendo gradualmentemeu coração, acho que nunca cheguei a um pontoque senti que estava me apaixonando loucamente. Porque ao se tornar um monge ou um freira, eles ensinam como lidar com emoções como o amor", diz Robert.
Ele explica que a mensagem dele para Lisa perguntando se eles poderiam se casar foi quase uma luta intelectual consigo mesmo.
"Quando ela apareceu no pub, o pequeno demôniomim ficou apavorado. Mas meu medo não era religioso ou espiritual, era puramente sobre como eu começaria uma nova vida aos 53 anos", diz ele.
A transição foi difícil, principalmente no início. Lisa se lembraum momento pouco antes do Natal, logo depois que ambos deixaram suas vidas monásticas.
"Olhei para Robert e ele estava angustiado e chorando. Naquele momento, nós dois chegamos ao fundo do poço e parecia que deveríamos ter um fim como oRomeu e Julieta e acabar com isso", diz Lisa.
"Foi muito difícil porque ele se sentia muito sozinho e tão isolado que não sabia o caminho a seguir. Mas nós apenas demos as mãos e superamos isso", diz ela.
Eles descrevem o momento no centroempregos quando ambos começaram a chorar quando questionados sobre suas habilidades transferíveis — e outra vez quando eles estavam dirigindoPreston para Yorkshire.
"Encomendei um livropolonês sobre freiras que deixaram suas ordens por vários motivos. Li e traduzi para Lisa no carro, mas ela teve que encostar na rodovia M62. Nós dois precisávamos chorar porque as histórias eram muito emocionantes e pudemos nos relacionar com elas", diz Robert.
O que lhes trouxe paz foi o que os guiou ao monasticismoprimeiro lugar — conectando-se comfé pessoal.
"Durante toda avida religiosa, você ouve que seu coração deveria ser indiviso e entregue a Deus. De repente, senti que meu coração estava se expandindo para abrigar Robert, mas percebi que também continha tudo o que tinha antes. E não sinto nada diferenterelação a Deus. Isso foi reconfortante para mim", diz Lisa.
Lisa primeiro encontrou trabalhouma casa funerária e depois como capelãum hospital. Embora estivesse chateada com uma cartaRoma dizendo que não era mais membro da ordem carmelita, Robert logo foi aceito na Igreja da Inglaterra.
Ambos se casaram e agora dividem uma casa na vilaHutton Rudby,Yorkshire do Norte — onde Robert foi nomeado vigário da igreja local. Eles ainda estãouma jornada para se ajustar à vida fora do monastério.
Lisa,particular, que estava isolada havia 24 anos e não tinha a vida acadêmica que Robert tinha antes, fala sobre se sentir como uma observadora do mundo exterior. Só agora ela está descobrindo quais estiloscabelo e roupas funcionam melhor para ela depoisuma vida com um hábito.
Ambos ainda anseiam por elementos da vida monástica. Lisa até diz que, se não fosse por Robert, voltaria a ser freira carmelita amanhã.
"Nós nos acostumamos tanto com o silêncio e a solidão que é difícil se reencontrar nos negócios do mundo. Você é puxadotantas direções diferentes, então é uma luta constante para mim e Robert permanecermos centrados e fundamentados", diz Lisa.
Mas eles encontraram uma solução que funciona.
"Muitas vezes penso que vivoum mosteiro aqui com Robert, como dois carmelitas, onde tudo o que fazemos é oferecido a Deus. Nós nos ancoramos na oração, mas o amor pode fazer um sacramentotudo o que você faz e percebo que nada realmente mudou para mim" conta ela.
Lisa diz que os dois concordam que há três deles no casamento.
"Cristo está no centro e vem antestudo. Se o retirássemos da equação, acho que não teria durado muito."
FotografiaIan Forsyth
- Este texto foi publicadohttp://vesser.net/geral-64147029