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É possível apagar as lembranças traumáticas do cérebro?:qual a melhor forma de apostar no futebol
É assim que Homero narra o episódio no canto IVqual a melhor forma de apostar no futebolOdisseia. Mas é tão fácil esquecer uma memória traumática? Existe alguma evidência científica que prove isso?
Por que essa facilidadequal a melhor forma de apostar no futebollembrar do que é ruim?
Nossa memória guarda muitas das coisas que acontecem com a gente durante o dia, mas grande parte acaba sendo esquecida.
No entanto, temos certa facilidadequal a melhor forma de apostar no futebolguardar as recordações ruins, apesarqual a melhor forma de apostar no futebolnão ser um processo gratuito: nosso sistema nervoso precisa modificar certos circuitos neurais, com a consequente síntesequal a melhor forma de apostar no futebolproteínas e gastoqual a melhor forma de apostar no futebolenergia celular.
É curioso: todo esse esforço para guardar uma memória que certamente nos deixará sequelas psicológicas e, no pior dos casos, nos causará transtornoqual a melhor forma de apostar no futebolestresse pós-traumático. Por quê?
Parte da explicação se baseia no fatoqual a melhor forma de apostar no futebolque estas experiências negativas estão fortemente associadas a emoções. E nosso cérebro classifica e armazena memórias com base emqual a melhor forma de apostar no futebolutilidade, considerando que aquelas vinculadas a emoções são úteis para nossa sobrevivência.
Se ficamos com muito medo ao atravessar uma área perigosa da cidade, o cérebro armazena isso para que não o façamos novamente.
A situação se complica quando a experiência é realmente traumática. Neste caso, nosso órgão pensante tende a esconder essas experiências, mas as armazena sem processar.
Como um mecanismo rápidoqual a melhor forma de apostar no futeboldefesa, tudo bem. O problema surge quando, por qualquer motivo, as lembranças ruins reaparecem. Aí o dano pode ser muito grande por se tratarqual a melhor forma de apostar no futebolexperiências que foram arquivadas "cruas", sem serem devidamente tratadas.
Luz e som para eliminar experiências traumáticas
A neurociência parece ter encontrado algumas peças do quebra-cabeça que podem nos ajudar. Até mesmo o menor fator poderia desempenhar um papel importante na horaqual a melhor forma de apostar no futeboldeterminar se guardamos ou excluímos uma memória.
Por exemplo, a luz, algo tão comum e que afeta a todos, inclusive as moscas (Droshopila melanogaster), que são capazesqual a melhor forma de apostar no futebolesquecer acontecimentos traumáticos quando mantidas no escuro. E tudo graças a uma proteína que atua como moduladora da memória e que — esta parte nos interessa — está evolutivamente bastante conservada.
Em outras palavras, a proteína está presentequal a melhor forma de apostar no futeboltodos os animais, inclusivequal a melhor forma de apostar no futebolhumanos. A explicação pode ser relativamente simples: a luz atua como um modulador das funções cerebrais, incluindo a manutenção da memória.
Sono, processador da memória
Os sons são outra peça importante, especialmente quando dormimos. O sono é essencial para o processamento da memória.
Durante o dia nosso cérebro instala aplicativos (memórias), e à noite os atualiza. Desta forma, a memória recém-adquirida seria transformadaqual a melhor forma de apostar no futebolmemóriaqual a melhor forma de apostar no futebollongo prazo durante o descanso noturno.
Seguindo este raciocínio, também poderíamos fazer o contrário: usar estímulos, neste caso auditivos, para desinstalar as experiências negativas, conforme asseguram pesquisadores da Universidadequal a melhor forma de apostar no futebolYork, na Inglaterra,qual a melhor forma de apostar no futebolum estudo recente.
Apesarqual a melhor forma de apostar no futebolestudos deste tipo ainda estaremqual a melhor forma de apostar no futebolfase experimental, poderiam ser muito úteis para desenvolver futuras terapias que permitam enfraquecer memórias traumáticas baseadasqual a melhor forma de apostar no futebolestímulos auditivos durante o sono.
Drogas promissoras
Algunsqual a melhor forma de apostar no futebolvocês podem estar se perguntando se no futuro serão vendidas pílulasqual a melhor forma de apostar no futebolluz ou pastilhasqual a melhor forma de apostar no futebolsom que nos ajudem a esquecer as lembranças ruins. Não temos a resposta, mas temos evidências científicasqual a melhor forma de apostar no futebolque alguns medicamentos já existentes poderiam contribuir para apagar a memória traumática.
O propranolol, por exemplo, medicamento usado no tratamento da hipertensão arterial e que permite a animais usadosqual a melhor forma de apostar no futebolexperimentosqual a melhor forma de apostar no futebollaboratório esquecer um trauma aprendido.
O segredo poderia estarqual a melhor forma de apostar no futeboluma proteína nos neurônios que determina se as memórias devem ser alteradas ou não. Se essa proteína for quebrada, as memórias se tornam modificáveis; e, se ela estiver presente, são mantidas.
Apesarqual a melhor forma de apostar no futebolserem trabalhos realizadosqual a melhor forma de apostar no futebolexperimentos com animaisqual a melhor forma de apostar no futebollaboratório, são um excelente modelo para o estudo do sistema nervoso. O cérebro humano, embora semelhante, é mais complexo. Vamos a ele então.
Um anti-inflamatório como escudo contra memórias intrusivas
As experiências traumáticas são muito difíceisqual a melhor forma de apostar no futebolesquecer e afetam seriamente as pessoas que passaram por elas.
Foi o que pensaram os pesquisadores da University College London (UCL), no Reino Unido, que acabaramqual a melhor forma de apostar no futebolpublicar um estudo descrevendo como a hidrocortisona — uma droga anti-inflamatória comumente usada para o tratamento da artrite — poderia favorecer o processoqual a melhor forma de apostar no futebolesquecimentoqual a melhor forma de apostar no futebolmemórias intrusivas se administrada após um evento traumático.
Curiosamente, o efeito foi diferente para mulheres e homens, dependendo do nívelqual a melhor forma de apostar no futebolhormônios sexuaisqual a melhor forma de apostar no futebolseu organismo. Por exemplo, homens com altos níveisqual a melhor forma de apostar no futebolestrogênio apresentaram menos recordações traumáticas.
Nas mulheres, aconteceu o contrário: níveis elevadosqual a melhor forma de apostar no futebolestrogênio as tornavam mais suscetíveis a lembranças ruins após o tratamento com hidrocortisona. Isso mostra que a mesma droga pode ter efeitos opostosqual a melhor forma de apostar no futebolalgumas pessoas; daí a importância da pesquisa com perspectivaqual a melhor forma de apostar no futebolgênero.
Atualmente, a hidrocortisona só tem sido eficaz quando administrada nas horas imediatamente após o trauma ou antesqual a melhor forma de apostar no futeboldormir, quando a memória se consolida. No entanto, a ciência continua avançando na esperançaqual a melhor forma de apostar no futebolacelerar o processo naturalqual a melhor forma de apostar no futebolesquecimento e limitar o sofrimento psíquicoqual a melhor forma de apostar no futebollongo prazo.
É verdade que este tipoqual a melhor forma de apostar no futebolestudo tem algumas limitações, já que estímulos traumáticos provocadosqual a melhor forma de apostar no futebolforma experimental podem não refletir a gravidadequal a melhor forma de apostar no futebolrecordaçõesqual a melhor forma de apostar no futeboluma experiência ruim na vida real.
Ainda assim, ele abre portas para o estudoqual a melhor forma de apostar no futebolnovos tratamentos para vítimasqual a melhor forma de apostar no futebolestresse pós-traumático. E talvez até a possibilidadequal a melhor forma de apostar no futebolapagar as lembranças ruins que as impedemqual a melhor forma de apostar no futebollevar uma vida normal.
Não sabemos o que acontecerá no futuro, mas se você está se perguntando, recomendamos assistir ao filme Brilho Eternoqual a melhor forma de apostar no futeboluma Mente sem Lembranças (2004). Talvez você encontre alguma pista do que está por vir.
*José A. Morales García é professor e pesquisador científicoqual a melhor forma de apostar no futebolneurociências na Universidad Complutensequal a melhor forma de apostar no futebolMadrid, na Espanha.
Este artigo foi publicado originalmente no sitequal a melhor forma de apostar no futebolnotícias acadêmicas The Conversation e republicado aqui sob uma licença Creative Commons. Leia aqui a versão original (em espanhol).
- Este texto foi publicadoqual a melhor forma de apostar no futebolhttp://vesser.net/geral-64143909
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