Por que sentimos mais dores à noite:pin up bet.com
Mas, quando precisarmos definir a dor, o assunto começa a se complicar.
Depoispin up bet.comdiversas alterações ao longo dos anos, a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP, na siglapin up bet.cominglês) convencionoupin up bet.com2020 defini-la como "uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada ou similar à associada a uma lesão real ou potencial dos tecidos".
Por isso, o consenso atual é que a dor é uma experiência dos sentidos, que possui um componente emocional desagradável e relembra, ou está relacionada ao que se sente no casopin up bet.comum dano físico qualquer.
Para que ela serve?
Temos a tendênciapin up bet.compensar nessa sensação como algo negativo, já que, por definição, trata-sepin up bet.comuma experiência desagradável. Mas o ser humano é uma máquina complexa e bem engrenada, que raramente tem funções que estão disponíveis sem que saiba por quê.
A finalidade da dor consistepin up bet.comnos avisar que algo não está bem. É um mecanismopin up bet.comsobrevivência que ajuda a nos manter a salvopin up bet.comperigos que podem ameaçar nossa integridade física.
Para fazer uma analogia, trata-sepin up bet.comum sistemapin up bet.comalarme que nosso cérebro possui para dizer que estamospin up bet.comrisco e precisamos nos colocar a salvo. E é desagradável justamente para sentirmos a necessidadepin up bet.comevitá-la.
Mas não é uma resposta a um estímulo, como se pensava no tempopin up bet.comDescartes (por exemplo, quando tocopin up bet.comalgo ardente e a dor me salvapin up bet.comme queimar porque faz com que eu retire a mão). A concepção moderna entende a dor como um produto do nosso cérebro, que é o órgão que nos diz onde, quanto epin up bet.comque forma sentimos dor.
É claro que os estímulos externos (como o calor que comentamos antes) enviam um sinal para os nervos periféricos conectados ao cérebro. E,pin up bet.comseguida, o cérebro irá processar esse sinal e convertê-lopin up bet.comoutra coisa: a chamada nocicepção.
Mas esta é apenas uma parte da experiência, já que o conceitopin up bet.comdor inclui nossa interpretação cognitiva e emocional da nocicepção.
Definitivamente, a dor nem sempre está relacionada diretamente à quantidadepin up bet.comestímulos dolorosos que recebemos, já que ela pode ser percebida napin up bet.comausência. Um exemplo extremo é o fenômeno do membro fantasma: existem pessoas cujo cérebro produz uma dor muito realpin up bet.comuma parte do corpo que foi amputada.
A teoria da portapin up bet.comcontrole
Por que, então, a sensação aumenta à noite, quando estamos a salvo na nossa cama? Como isso ajuda a sobrevivência? A explicação tem relação com os sistemaspin up bet.comprocessamento do nosso cérebro e com a ciência da percepção.
Perto dos anos 1960, o psicólogo Ronald Melzack e o neurocientista Patrick Wall propuserampin up bet.comteoria das comportas da dor. Segundo a teoria, existe na medula espinhal uma comporta que permite ou não a passagem dos estímulos dolorosos para o cérebro.
Em outras palavras, haverá certas coisas que farão com que a comporta se feche e sintamos menos dor e outras farão com que a comporta se abra e sintamos a dor com maior intensidade. Um exemplo é o ato mecânicopin up bet.comfriccionar a pele quando recebemos um golpe. A sensaçãopin up bet.comfricção concorre com a dor e reduzpin up bet.comintensidade.
No silêncio da noite, as vozes desses tigres soam mais alto, da mesma forma que nos lembramospin up bet.comalguma situação incômoda que experimentamos durante o dia e quase já tínhamos esquecido.
Sozinhos na escuridão, não há nada que nos distraia e ajude a fechar a comporta: nem imagens, nem sons, nem interações com os demais.
O pior momento: 4 da madrugada
Desde os anos 1960, novas teorias, técnicas e descobertas foram alimentando a ciência da dor.
Um estudo publicado na revista Brain no último mêspin up bet.comsetembro também indica os ritmos circadianos como um possível agente importante no fenômeno da intensificação noturna da dor.
A pesquisadora Inès Daguet e seus colaboradores conduziram um estudopin up bet.comlaboratório inovador que descobriu que o momento do diapin up bet.comque a dor é percebida com mais intensidade (também experimentalmente, neste caso) é às 4 horas da madrugada.
Uma possível explicação é a faltapin up bet.comsono, já quepin up bet.cominfluência também foi demonstrada. Mas, no modelopin up bet.comDaguet, o peso dos ritmos circadianos foi muito maior.
Essas mudanças podem estar relacionadas aos níveis críticospin up bet.comhormônios que temos durante o dia, como o cortisol, relacionado ao sistema imunológico e às inflamações, e a melatonina.
Apesarpin up bet.comtudo, é preciso não esquecer que se tratapin up bet.comum estudo experimental,pin up bet.comum ambientepin up bet.comlaboratório. Os participantes não se encontram no seu ambiente natural (dormindo napin up bet.comcama) e recebem estímulos dolorosospin up bet.comforma artificial (por meiopin up bet.comuma máquina indutorapin up bet.comcalor).
Alertas à ameaçapin up bet.compredadores
Os pesquisadores Hadas Nahman-Averbuch e Christopher D. King publicaram um comentário ao estudo anterior, indicando que, do pontopin up bet.comvista evolutivo, somos mais vulneráveis aos predadores à noite, quando estamos dormindo. Por isso, faz sentido que uma menor intensidadepin up bet.comestímulos seja suficiente para nos despertarpin up bet.comum perigopin up bet.compotencial.
Definitivamente, ainda são necessárias novas pesquisas para entender por que sentimos mais dores à noite, mas parece que o nosso cérebro continua tentando nos proteger para que os tigres (neste caso,pin up bet.comverdade) não nos comam enquanto dormimos.
* Rocíopin up bet.comla Vegapin up bet.comCarranza é pesquisadorapin up bet.compsicologia da Universidadepin up bet.comMálaga, na Espanha.
Este artigo foi publicado originalmente no sitepin up bet.comnotícias acadêmicas The Conversation e republicado sob licença Creative Commons. Leia aqui a versão originalpin up bet.comespanhol.
- Este texto foi publicado em http://vesser.net/geral-63456437
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