COP26: As principais quedasbet163.com.brbraço que envolvem Brasil nas negociações sobre mudança climática:bet163.com.br

A boneca Amal, que representa refugiados sírios, visita a COP26

Crédito, Jeff J Mitchell/Getty Images

Legenda da foto, Rascunho do acordo final prevê que países apresentem metas mais ambiciosasbet163.com.brreduçãobet163.com.bremissão até 2022

Outro ponto do texto diz que será que necessário que países ricos contribuam com mais do que os US$ 100 bilhões (R$ 550 bilhões) por ano que eles haviam prometido pagar a paísesbet163.com.brdesenvolvimento entre 2020 e 2025. Mas o rascunho do acordo não estabelece uma nova cifra. E até agora os US$ 100 bilhões prometidos por ano não foram cumpridos pelos países desenvolvidos.

Além disso, a proposta preliminarbet163.com.bracordo estabelece a necessidadebet163.com.bracelerar a eliminação do usobet163.com.brcarvão e combustíveis fósseis. Mas nenhuma data ou prazo para que isso ocorra consta do texto. As negociações continuam até sexta (12/11) e podem entrar pelo fimbet163.com.brsemana.

A expectativa é que grandes produtoresbet163.com.brpetróleo, como Arábia Saudita, pressionem para tirar do texto qualquer referência a cortesbet163.com.brsubsídios a combustíveis fósseis.

Mas que trechos desse relatório interessa ao Brasil? E quais os pontosbet163.com.brdisputa que devem esquentar as negociações até o final da semana?

Controlebet163.com.brquanto cada país rico está pagando

A principal demanda do Brasil e outros paísesbet163.com.brdesenvolvimento é receber mais compensação e financiamentobet163.com.brnações ricas para açõesbet163.com.brcombate ao aquecimento global e adaptação às mudanças climáticas.

Algumas regiões do mundo já convivem com secas prolongadas e temperaturas que beiram os 50°C. E os mais atingidos são justamente os países mais pobres. Os países ricos haviam prometidobet163.com.br2009 um financiamentobet163.com.brUS$ 100 bilhões por ano a paísesbet163.com.brdesenvolvimento para projetos ambientais entre 2020 e 2025. Mas esse valor não foi alcançadobet163.com.br2020 e nem será cumpridobet163.com.br2021.

Ativistas vestidos como líderes mundiais para protestarbet163.com.brGlasgow

Crédito, Jeff J Mitchell/Getty Images

Legenda da foto, Rascunho do acordo não traz detalhe sobre financiamentobet163.com.brpaíses ricos

O grande problema, segundo negociadores do Brasil e ambientalistas, é que faltam mecanismos sobre onde o dinheiro pode ser depositado e que pagamentos se enquadrambet163.com.brmitigação das mudanças climáticas. Também não há monitoramentobet163.com.brquanto cada país rico está aplicando.

Por causa dessa faltabet163.com.brcontrole, ambientalistas dizem que países ricos colocaram "na conta" desses US$ 100 bilhões até mesmo empréstimos com juros a nações pobres, e dinheiro que já era transferido historicamente como partebet163.com.brcompromissos anterioresbet163.com.brcombate à pobreza.

Durante a COP26, Brasil, Uruguai e Argentina tentam convencer os demais negociadores a criar um comitê permanente para monitorar quanto cada país rico está dando às naçõesbet163.com.brdesenvolvimento para combate às mudanças climáticas. Seria uma formabet163.com.bravaliar se a meta dos US$ 100 bilhões está ou não sendo cumprida- e quais países estão atrás nas suas promessas.

Mas, segundo a BBC News Brasil apurou junto a negociadores brasileiros, a União Europeia está bloqueando essa proposta. O bloco europeu não quer, por exemplo, apresentar as contribuiçõesbet163.com.brcada país, mas sim o total doado pelos integrantes do grupo.

Segundo negociadores e observadores que participam das negociações, países ricos querem estabelecer mecanismos para controlar se as metasbet163.com.brreduçãobet163.com.bremissões estão sendo cumpridas. Mas não aceitam o mesmo monitoramento para as promessas financeiras.

Cifra do dinheiro que será pago a partirbet163.com.br2025

Outro grande pontobet163.com.brimpasse é o valor que os países ricos deverão pagar a naçõesbet163.com.brdesenvolvimento a partirbet163.com.br2025, quando se encerra o período do pagamento dos US$ 100 bilhões anuais.

O rascunho do texto da COP26 reconhece que mais financiamento é necessário aos paísesbet163.com.brdesenvolvimento além dos US$ 100 bilhões prometidos por anobet163.com.br2020 a 2025. Mas o documento não estabelece a cifra que substituirá esses US$ 100 bilhões a partirbet163.com.br2025.

Ativistas protestam contra combustíveis fósseis fora do plenário da COP26

Crédito, Jeff J Mitchell/Getty Images

Legenda da foto, Ativistas protestam contra combustíveis fósseis fora do plenário da COP26 nesta quarta-feira

Brasil e demais países emergentes queriam que a cúpula do clima terminasse com um valor definidobet163.com.brfinanciamento para daqui a quatro anos. Uma alternativa seria ao menos estabelecer uma data para negociações sobre essa cifra, mas o texto preliminar do acordo também não prevê isso.

"Se não houver mais clareza sobre os mecanismosbet163.com.brfinanciamento, a responsabilidade pelo controle climático vai ter pendido mais para paísesbet163.com.brdesenvolvimento que já assinaram o acordobet163.com.brflorestas", disse à BBC News Brasil um negociador brasileiro.

Brasil, Indonésia e Congo, países com as maiores florestas tropicais, assinaram durante a cOP26, juntamente com maisbet163.com.br100 países, um acordo paralelo que prevê zerar o desmatamento no mundo até 2030.

Eliminaçãobet163.com.brcarvão e combustíveis fósseis

Enquanto os países possuidores das maiores florestas se comprometeram com ações para deixar suas matasbet163.com.brpé, os maiores emissoresbet163.com.brgases poluentes não se comprometeram com uma data para reduzir ou eliminar o usobet163.com.brcarvão e combustíveis fósseis.

Um negociador brasileiro criticou o fatobet163.com.brnão constar do texto um prazo para "transição energética". Ou seja, para que países que hoje usam combustíveis fósseis como fontebet163.com.brenergia transformembet163.com.brmatriz energética adotando alternativas sustentáveis, como energia solar.

Vários países ricos, como a Alemanha, ainda têmbet163.com.brcombustíveis fósseisbet163.com.brprincipal fontebet163.com.brenergia. Grandes países emergentes como China e Índia também dependem fortementebet163.com.bruma matriz energética poluente.

O texto preliminar do acordo falabet163.com.br"acelerar a eliminação do carvão ebet163.com.brsubsídios a combustíveis fósseis", mas não estabelece datas nem metas. Para um dos negociadores brasileiros ,foi um avanço incluir essa frase no documento, diante da forte pressão contrária da Arábia Saudita, que é grande produtorabet163.com.brpetróleo.

Mas outro negociador do Brasil diz que poderia ter havido mais ambição, ao menos estabelecendo a necessidadebet163.com.brhaver uma rápida transiçãobet163.com.brmatrizes energéticas sujas para renováveis.

Negociações continuam

As negociações para um acordo final vão continuar até sexta-feira e ainda podem se estender pelo fimbet163.com.brsemana. Até agora o Brasil aderiu a dois acordos paralelos: obet163.com.brflorestas, já mencionado acima, e a outro que prevê reduçãobet163.com.br30% nas emissõesbet163.com.brmetano, um dos principais gases do efeito estufa.

Esse compromisso sobre metano atinge a produçãobet163.com.brcarne brasileira, já que o boi emite esse gás durante a fermentação gástrica e 17% das emissõesbet163.com.brgases do efeito estufa do Brasil vêm da pecuária.

Mas lideranças do setor dizem que é possível alcançar a meta com manejo sustentável dos pastos, suplementação alimentar aos bois e redução do tempobet163.com.brvida dos animais até o abate. Grandes produtores como JBS, Marfrig e Minerva Foods já comunicaram que é possível cumprir e até ampliar a meta.

"Na parte da pecuária a forma mais eficiente é uma melhoria no ciclobet163.com.brvida. Com a redução do ciclobet163.com.brvida dos animais, há menos emissãobet163.com.brmetano. E no controle do desmatamento, fazemos monitoramento dos bois que vêm dos fornecedores", disse à BBC News Brasil o presidente da Minerva Foods, Fernando Queiroz.

O governo brasileiro tem adotado o discursobet163.com.brque,bet163.com.bragorabet163.com.brdiante, cabe aos países ricos ampliar seus compromissos.

"O Brasil como ator chave nas negociações fez movimentos importantes durante os primeiros dias e anunciamos metas climáticas ainda mais ambiciosas", declarou o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite,bet163.com.brdiscurso no plenário da COP26 nesta quarta-feira (10).

"É importante que os países desenvolvidos reconheçam a emergência financeira e mobilizem os recursos necessários para atingir os objetivos desejados nesta conferência. A meta dos 100 bilhõesbet163.com.brdólares não foi cumprida! E este valor já não é mais suficiente para que o mundo construa uma nova economia verde com uma transição responsável", completou o ministro.

Porbet163.com.brvez, a equipe técnicabet163.com.brnegociadores brasileiros diz que vai continuar a pressionar por mais clareza no formatobet163.com.brfinanciamentobet163.com.brpaíses ricos a nações pobres. O ponto principal nesse quesito é a criação do comitêbet163.com.brmonitoramento para controlar se as promessas financeiras vão ser cumpridas.

A grande dificuldade do Brasil estábet163.com.brrecuperar o peso histórico que sempre tevebet163.com.brnegociações climáticas, após a deterioraçào da imagem do país nos últimos dois anos. Em entrevista à BBC News Brasil, o embaixador Paulino Francobet163.com.brCarvalho Neto, que chefia as negociações, reconheceu os graves aumentosbet163.com.brdesmatamentos e emissões, e afirmou que há uma tentativabet163.com.br"corrigir" o problema.

"Reconhecemos que temos que enfrentar o desafio do desmatamento ilegal. O que nós queremos fazer agora é corrigir isso. Olhar com muita seriedade, envolver recursos no combate ao desmatamento, aumentar os recursos, sejam nacionais ou internacionais."

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