Mudanças climáticas: 5 boas notícias sobre a luta contra o aquecimento global:roleta roulette
"A esperança é que, sem deixar o sentidoroleta rouletteurgência, seja possível acelerar as soluções que nos permitam manter o a metaroleta roulette1,5ºC viva. Estamos justamente no momentoroleta rouletteque podemos fazer isso".
A economista ambiental especializadaroleta roulettepolítica climática e transição energética se refere ao apelo feito pelo Painel Intergovernamental da ONU sobre Mudanças Climáticas (IPCC) para limitar o aumento da temperatura global a um máximoroleta roulette1,5ºC.
Enquanto o mundo discute o tema na conferência climática COP26, na Escócia, confira aqui alguns aspectos positivos da luta contra um problema que já está causando efeitos devastadores na vidaroleta roulettemilhõesroleta roulettepessoas.
1. Comunidades locais estão protegendo a natureza com resultados extraordinários
Vandana Singh é membro da Climate Imagination Fellowship, um projeto da Arizona State University, nos Estados Unidos, que busca histórias positivas sobre o futuro para impulsionar ações no presente.
A primeira coisa que ela me alerta é sobre o uso do termo "positivo" no contexto das mudanças climáticas.
"Quero usar essa palavra sob a ótica das pessoas que já estão lutando, que já foram atingidas pelo apocalipse, sejam elas os indígenas, os pobres do Sul global, os negros ou as muitas mulheres que foram desproporcionalmente afetadas pelas mudanças climáticas", explica.
"Eles estãoroleta roulettesituação piorroleta roulettecomparação com a maioriaroleta roulettenós. E, no entanto, acho que a esperança vem não apenas porque já existem tecnologias alternativas, mas por causa dessas mesmas comunidades."
As mudanças climáticas, ressalta a autora, não é o único problema socioambiental que temos: a perda da biodiversidade é outro e, a ela, soma-se uma enorme desigualdade social.
"Quando olhamos para o problema climático sob uma perspectiva mais ampla e olhamos para as outras crises e como elas se relacionam, percebemos que elas têm as mesmas raízes", diz.
Ela diz que a "economia social globalizada é um sistema que basicamente destrói o resto da natureza, pois a considera, assim como um grande númeroroleta roulettepessoas, descartável e menos importante".
"Mas, se lutarmos contra essas crises, estaremos resolvendo muitos outros problemas que afligem a humanidade. E, para mim, isso é o positivo: é um projetoroleta roulettefelicidade verdadeira para todos."
"A maior fonteroleta roulettepositividade é a energia das pessoas."
Singh fala com entusiasmo dessa "energia" que encontrouroleta roulettediferentes continentes.
Ela conta o casoroleta rouletteuma mulher chamada Parvati, que viveroleta rouletteum dos Estados mais pobres e vulneráveis ao clima da Índia.
"Há 20 anos, ela e um gruporoleta roulettemulheres da aldeia viram que o lençol freático [o acúmuloroleta rouletteágua subterrânearoleta rouletteprofundidades relativamente rasas] emroleta rouletteárea fora reduzido pelo desmatamento, impulsionado pelo modeloroleta roulettedesenvolvimento adotado na Índia", afirma.
"Decidiram que iriam protegerroleta roulettefloresta e começaram a monitorá-la. Acordavam muito cedo e a patrulhavam(...). Sem educação formal, eles sabiam por experiência que uma floresta saudável é uma floresta biodiversa."
Duas décadas depois, um amigoroleta rouletteSingh os visitou e encontrou árvores com troncos grossos, animais que haviam voltado a prosperar ali e um lençol freático aumentado.
A históriaroleta rouletteParvati, assim como outras — não é uma exceção, frisa ela — ajudam-na a olhar para o futuro com otimismo.
"Parvati lidou com muitos problemas, não apenas as mudanças climáticas, e (estando fora) da estruturaroleta roulettepoder. E olha o que ela está fazendo!"
Então, "se ela pode ser positiva nessas circunstâncias, eu tenho que encontrar um caminho. Não se trataroleta roulettenegar a realidade, masroleta rouletteaceitar o quão difícil é reconhecer que estamos nessa situação horrível e a única saída é avançar coletivamente para apoiarmos uns aos outros."
"Essas comunidades têm o direitoroleta rouletteescolher o seu próprio caminho, são inteligentes, criativas, apaixonadas. É isso que me faz me manter positiva sobre o problema do clima".
O antropólogo David Bray, professor do Departamentoroleta rouletteTerra e Meio Ambiente da Florida International University, nos Estados Unidos, estudou as florestas comunitárias mexicanas e as considera "o melhor modeloroleta roulettemanejo local sustentável do mundo".
"Minha pesquisaroleta roulettemaisroleta roulette30 anos mostrou que quando as comunidades indígenas e locais controlam suas florestas para a produção comercialroleta roulettemadeira, tanto os humanos quanto a terra se beneficiam", escreveu eleroleta rouletteum artigo publicado no site acadêmico The Conversation.
O especialista explica que o sistema permite que a floresta eroleta roulettebiodiversidade sejam conservadas, mas também "mitiga as mudanças climáticas, porque, enquanto essas comunidades fazem suas colheitas, as florestas também coletam carbono, e ele é armazenadoroleta rouletteprodutosroleta rouletteconstrução e móveis, onde será mantido por décadas. "
Para Pérez-Cirera, o reconhecimento do "grande" papel que os povos indígenas têm desempenhado na proteção da natureza é uma "notícia muito boa".
"Percebemos que a natureza é uma grande aliada não só para resolver a crise climática, mas também para perseguir os objetivos do desenvolvimento sustentável."
Embora acredite ter havido uma "dignificação" das comunidades locais que zelam pelo "patrimônio natural do qual todos dependemos", ainda há muito por fazer, especialmente no que diz respeito aos seus direitos.
Singh reflete sobre o sofrimentoroleta roulettemuitos indígenas,roleta roulettealguns casos "ameaçados pela mineração e derramamentosroleta roulettepetróleo" e,roleta rouletteoutros, abalados pela violência e assassinatos.
"E veja o que eles alcançaram. Eles são um testemunho do espírito humano com o qual devemos aprender" e pelo qual sentir "esperança".
2. O tema nunca esteve tãoroleta roulettealta entre governos e empresas
"O clima nunca esteve tãoroleta roulettealta na agenda política. Se pensarmos no Acordoroleta rouletteParis [assinadoroleta rouletteabrilroleta roulette2016 e que estabeleceu medidas para reduzir as emissõesroleta roulettegasesroleta rouletteefeito estufa] (a questão) agora está ainda maior", diz Pérez-Cirera.
"Ter o primeiro-ministro chinês e o presidente dos Estados Unidos falando sobre o clima como umaroleta roulettesuas três prioridades políticasroleta roulettenível nacional é algo que nunca vimos antes."
Isso significa que o clima não se limita mais às agendasroleta rouletteorganizações ambientais ouroleta roulettealguns países, mas está se tornando um temaroleta rouletteinteresse econômico global, e "isso é definitivamente uma boa notícia".
Segundo o especialista, muitas empresas já começaram a reagir e estão percebendo que virão regulamentações governamentais mais rígidas. "Mas também que há demandas cada vez mais importantes dos consumidores."
Existem empresasroleta roulettediferentes partes do mundo que "estão estabelecendo metas alinhadas com a ciência, com [a metaroleta roulettemanter o aquecimento global abaixo de] 1,5ºC".
Em setembro, a Organização das Nações Unidas (ONU) anunciou que mais da metade dos setores que compõem a economia mundial se comprometeram a reduzir suas emissões pela metade na próxima década.
"Em cada um desses setores, pelo menos 20% das principais empresas por receita estão alinhandoroleta roulettetornoroleta roulettemetas setoriais específicas para 2030,roleta roulettelinha com a obtençãoroleta rouletteemissões líquidas zero até 2050, e que incluem metas como 60%roleta roulettegeração renovável no setorroleta rouletteenergia e 5%roleta roulettecombustível com emissão zero no setorroleta roulettetransporte marítimo".
Raúl Salazar, chefe regional para as Américas e o Caribe do Escritório da ONU para a Redução do Riscoroleta rouletteDesastres, também vê motivos para otimismo.
"Do nosso pontoroleta roulettevista, vemos que existe um compromisso importante dos níveis governamental e comunitário para avançar na redução do riscoroleta roulettedesastres e ameaçasroleta rouletteorigem climática."
"Há uma consciência muito clararoleta rouletteque se não forem tomadas medidas objetivas para lidar com as mudanças climáticas nos próximos dez anos, eventos climáticos extremos serão esmagadores, especialmente para os paísesroleta roulettedesenvolvimento."
3. Temos muito mais informações — e isso nos ajuda a prevenir desastres
O estudo das mudanças climáticas tem levado ao desenvolvimentoroleta roulettenovas ferramentasroleta roulettepesquisa e modelosroleta rouletteanálise.
"Temos mais dados e, quanto mais informações (acumulamos) ao longo do tempo, melhor podemos entender o que está acontecendo, bem como a direção e magnitude da mudança", diz Erika Podest, cientista do Gruporoleta rouletteCiclo e Ecossistemasroleta rouletteCarbono na Divisãoroleta rouletteCiências da Terra do Laboratórioroleta roulettePropulsão a Jato da Nasa, a agência espacial americana.
A Nasa possui uma frotaroleta roulettesatélites para monitorar o planeta, assim como outras agências espaciais, como a europeia e a japonesa.
E um gruporoleta roulettecientistas está usando a Estação Espacial Internacional para estudar o clima da Terra.
"Se conseguirmos entender como as coisas eram antes e qual foi a trajetória, podemos prever melhor como será o futuro e nos preparar, porque parteroleta roulettetodo esse processoroleta roulettecompreensão dos impactos das mudanças climáticas é tentar mitigar e se adaptar."
Por exemplo, detectar a vulnerabilidaderoleta rouletteáreas onde você deseja construir pode salvar vidas e reduzir perdas econômicas.
Na América Latina e no Caribe, diz Salazar, a coleta sistemáticaroleta rouletteinformações sobre danos e perdas causados por desastres nos permitiu tomar melhores decisões para o futuro.
"Em alguns casos, foram medidas concretasroleta roulettepreparação para emergências", embora existam lacunas importantes entre os países quando se trataroleta roulettecoletaroleta roulettedados.
"Se você me perguntar se estamos melhorando, acho que sim. As tendências regionais mostram que houve redução da mortalidade por efeito das ameaçasroleta rouletteorigem climática (furacões, inundações, deslizamentos) e geológica (terremotos, tsunamis)".
A análise dos dadosroleta rouletteeventosroleta roulettegrande e pequena escala levou a uma estimativaroleta rouletteque nove entre dez desastres ocorridos na região nos últimos 40 anos foramroleta rouletteorigem climática.
"Isso nos diz claramente que eles podem ser evitados e previstos com sistemas melhores, por exemplo, monitoramento meteorológico, alerta precoce", argumenta.
"Nesse sentido, serão originadas uma maior quantidaderoleta roulettemedidas governamentais para prevenir a perdaroleta roulettevidas."
O conhecimento dos dados também lhes permite desenvolver modelos probabilísticos "que ajudem os governos a quantificar a possibilidaderoleta rouletteperdas no futuro e, portanto, enumerar as medidas ou dotações orçamentárias para a prevençãoroleta roulettedesastres".
4. Fontes alternativasroleta rouletteenergia hoje são acessíveis
Pérez-Cirera explica que um dos fortes argumentos contra a energia eólica e solar no passado eram os custos dessas tecnologias. Isso mudou.
"Pensando nos custosroleta roulettemercado, a energia solar, por exemplo, é muito competitiva. Alcançou preços mínimos impressionantes, o que, com as políticas adequadas, a torna uma alternativa perfeitamente viável."
Outro argumento utilizado é que nem sempre há sol ou vento.
"Alguns políticos que tinham relações com a indústria do petróleo disseram que a energia renovável não era confiável. No entanto, já existem sistemasroleta roulettearmazenamentoroleta rouletteenergia disponíveis."
"Se você tem meses com muito vento, pode armazenar essa energia e usá-laroleta rouletteoutro momento. Antes, as bateriasroleta roulettearmazenamento eram muito caras, agora, são muito acessíveis."
As energias renováveis "já não são um sonho distante, estão mesmo disponíveis".
Podest menciona outras formas, como geotérmica e marés, e o avanço dos carros elétricos. E diz que, se desenvolvidasroleta rouletteforma responsável, podem ajudar a reduzir as emissõesroleta roulettedióxidoroleta roulettecarbono (CO2).
5. Estamos mais conscientes do problema e dispostos a agir
"O planeta está esquentando, e já estamos vendo os impactos das mudanças climáticas", diz Podest.
À medida que a situação piora, veremos eventos extremos com mais frequência: ondasroleta roulettecalor, ondasroleta roulettefrio, furacões mais intensos.
"Mas dá temporoleta roulettemudar ou pelo menos parar e começar a reverter os danos que causamos ao meio ambiente", afirma.
E esclarece que, "quanto mais rápido agirmos, melhores serão as chancesroleta roulettepreservar nosso planetaroleta rouletteforma habitável".
Para a especialista, "nunca é tarde demais". "Muitas pessoas podem pensar: 'Para quê? É melhor eu aproveitar todos os confortos da minha vida porque não há nada que possa ser feito'. Mas todos nós podemos fazer alguma coisa."
Segundo ela, as ações mais importantes no nível individual dizem respeito a minimizar o consumoroleta roulettecombustíveis fósseis, o usoroleta roulettecarros convencionais, recursos como eletricidade ou água. "Ser mais conscienteroleta roulettenosso impacto sobre o meio ambiente."
Na América Latina, diz Pérez-Cirera, temos grandes possibilidadesroleta rouletteescolher alimentos altamente nutritivos que deixam uma pequena pegadaroleta roulettecarbono.
Se queremos um futuro próspero e mais justo, temos que nos voltar para ver a natureza, ressalta.
"A ciência nos diz que a janela do tempo está se fechando, mas também nos diz que é possível. E o que indica o nívelroleta roulettepreocupação da sociedade também é um farolroleta rouletteesperança".
Assim, a consciência individual e coletiva sobre as mudanças climáticas cresce.
"É muito importante que não caiamosroleta rouletteum sentimentoroleta roulettedesesperança, mas simroleta rouletteempoderamento".
"Pensar que como consumidores temos poder, como eleitores temos poder, como indivíduos podemos fazer algo e que algo não é marginal, mas poderoso".
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