COP26: 3 gráficos que mostram governo Bolsonaro na contramãoglobalvip apostanovas metas climáticas:globalvip aposta

Bolsonaro e Joaquim Leite

Crédito, REUTERS/Adriano Machado

Legenda da foto, Bolsonaro e o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite. Na COP26, delegação brasileira tenta vender a imagemglobalvip apostaque política ambiental do Brasil mudou neste ano, após saídaglobalvip apostaRicardo Salles, do ministério

Alémglobalvip apostaampliar seus compromissos, o Brasil assinou um importante acordo sobre proteçãoglobalvip apostaflorestas durante a conferência, que estabelece como meta desmatamento zero no mundo até 2030. O documento prevê US$ 19,2 bilhõesglobalvip apostarecursos públicos e privados para ações ligadas à preservação das florestas, combate a incêndios, reflorestamento e proteçãoglobalvip apostaterritórios indígenas.

A dificuldade da delegação brasileira será convencer o mundoglobalvip apostaque as metas serão levadas a sério, dianteglobalvip apostadois anos consecutivosglobalvip apostapioraglobalvip apostatodos os indicadores ambientais do país.

A BBC News Brasil reuniuglobalvip apostatrês gráficos os dados que mostram como desmatamento, incêndios e emissõesglobalvip apostagás carbônico aumentaram durante o governo Bolsonaro.

Se isso não mudar, o Brasil dificilmente cumprirá as metas que acabaglobalvip apostaanunciar.

Maior desmatamento na Amazôniaglobalvip aposta12 anos

gráfico desmatamento

Crédito, Cecilia Tombesi/BBC

Em 2019 e 2020, dois primeiros anosglobalvip apostagoverno, o desmatamento na Amazônia alcançou o maior patamarglobalvip aposta12 anos, desde 2008.

De 2004 a 2012, durante o governo Lula, após a implementaçãoglobalvip apostaum plano agressivoglobalvip apostacombate ao desmatamento iniciado na gestão da então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o desmatamento na Amazônia caiu cercaglobalvip aposta80%. Ainda na gestão Lula,globalvip aposta2012, as taxas voltaram a subir e oscilaram para cima e para baixo até 2018.

Mas, nos dois primeiros anosglobalvip apostagoverno Bolsonaro, houve um crescimento significativo na destruição da floresta. A taxa anualglobalvip apostadesmatamento chegou a 10.851km2globalvip aposta2020, sendo que a taxa média nos dez anos anteriores eraglobalvip aposta6.493,8 km2.

Isso significa um aumentoglobalvip aposta67% na áreaglobalvip apostafloresta destruída.

Na segunda-feira (1), o governo brasileiro anunciou que vai antecipar a metaglobalvip apostazerar o desmatamento ilegalglobalvip aposta2030 para 2028, e alcançar uma reduçãoglobalvip aposta50% até 2027. A ideia, conforme anúncio do governo brasileiro, é que haja uma diminuição gradual da destruição da florestaglobalvip aposta15% ao ano entre 2022 e 2024, subindo para 40%globalvip apostareduçãoglobalvip aposta2025 e 2026, até alcançar desmatamento zeroglobalvip aposta2028.

Mas, para ambientalistas, o governo ainda não definiu ações concretas capazesglobalvip apostareverterglobalvip apostamaneira significativa a curvaglobalvip apostaaumento no desmatamento.

"Existe uma guerra contra o meio ambienteglobalvip apostacurso no Brasil e vai ser difícil esperar que governos, negociadores, empresas, investidores acreditemglobalvip apostauma mudança radicalglobalvip apostapostura do governo brasileiro no último anoglobalvip apostamandato do presidente Bolsonaro frente ao que aconteceu nesses últimos anos", diz o pesquisador e ambientalista Carlos Rittl, especialistaglobalvip apostapolítica pública da Rain Forest Foundation, ONG ambiental da Noruega.

Árvore

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A quantidadeglobalvip apostaCO2 estocadas pelas árvores pode ser medida pela espessura do tronco. Árvores centenárias, como as que vivem na Amazônia, estocam mais gases poluentes

A Amazônia tem importância crucial para o sucesso ou fracasso da meta do Acordoglobalvip apostaParisglobalvip apostamanter o aquecimento globalglobalvip aposta1,5°C. Um aquecimento maior do que esse tornaria diversas áreas do planeta inabitáveis, contribuiria para eventos climáticos extremos, significaria a extinçãoglobalvip apostaespécies e ameaçaria o fornecimentoglobalvip apostaalimentos no mundo, segundo cientistas.

Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, explica que algumas áreasglobalvip apostaalta absorçãoglobalvip apostacarbono da atmosfera, como a Amazônia e as geleiras do Ártico, podem derrubar por si só as metasglobalvip apostacontrole climático, se deixaremglobalvip apostaexistir ou sofrerem muita degradação.

A floresta Amazônica ajuda a equilibrar o clima do planeta, ao capturar e estocar quantidades enormesglobalvip apostadióxidoglobalvip apostacarbono (CO2), um dos principais gases do efeito estufa. Quando árvores são derrubadas, parte desses gases são liberados para a atmosfera e novas absorções deixamglobalvip apostaocorrer.

Também é da Amazônia que vêm 70% das chuvas que irrigam as áreas agricultáveis do Centro Oeste, Sul e Sudeste do Brasil, destaca Astrini.

"Existem hotspots (focosglobalvip apostainteresse)globalvip apostaemissões no planeta que, se acionados, colocam a perder a metaglobalvip aposta1,5°C. São os oceanos, a Groenlândia, o Ártico e a Amazônia", diz o secretário-executivo do Observatório do Clima.

"A Amazônia estoca o equivalente a cinco anos das emissões globais. Junta todo o carbonoglobalvip apostacinco anosglobalvip apostaemissões do mundo, isso está estocando na Amazôniaglobalvip apostaformaglobalvip apostaárvore e no solo. Se a gente perde a floresta, a gente perde a corrida pela manutenção do clima."

Emissõesglobalvip apostagases poluentes cresceram

Gráficoglobalvip apostaemissõesglobalvip apostaCO2 por fonte

O governo Bolsonaro oficializou durante a COP26,globalvip apostaGlasgow, a metaglobalvip apostaalcançarglobalvip aposta2050 a chamada neutralidadeglobalvip apostacarbono- quando as emissõesglobalvip apostaCO2 são reduzidas ao máximo e as restantes são inteiramente compensadas com reflorestamento ou tecnologiaglobalvip apostacapturaglobalvip apostagases do efeito estufa da atmosfera.

Mas o anúncio ocorre ao mesmo tempoglobalvip apostaque o Brasil registra o maior volumeglobalvip apostaemissõesglobalvip aposta14 anos, desde 2006. Na contramão do mundo, o país aumentouglobalvip apostaliberaçãoglobalvip apostagás carbônico na atmosferaglobalvip aposta2020,globalvip apostaplena pandemia do coronavírus.

Com a paralisaçãoglobalvip apostaserviços, voos e atividades comerciaisglobalvip apostaboa parte do ano, a média globalglobalvip apostaemissões caiu cercaglobalvip aposta7%globalvip aposta2020. No Brasil, no entanto, houve uma altaglobalvip aposta9,5%globalvip apostarelação a 2019, segundo dados do Sistemaglobalvip apostaEstimativasglobalvip apostaEmissõesglobalvip apostaGasesglobalvip apostaEfeito Estufa (SEEG), do Observatório do Clima.

O maior responsável foi o aumento no desmatamentoglobalvip aposta2020, que foi grande o suficiente a pontoglobalvip apostacompensar as reduções nas emissões causadas pela paralisação da economia durante a pandemia.

A poluição provocada pelo setorglobalvip apostaenergia diminuiu 4,5%globalvip aposta2020, mas os aumentos no desmatamento das florestas e nas emissões provocadas pela agropecuária anularam essa redução na poluição energética. A categoria "mudanças no uso da terra", que engloba desmatamentos na Amazônia e no Cerrado, viu um aumentoglobalvip aposta24% nas emissõesglobalvip apostarelação a 2019, com a liberaçãoglobalvip aposta998 milhõesglobalvip apostatoneladasglobalvip apostagás carbônico na atmosfera.

Já as emissões da agropecuária sofreram altaglobalvip aposta2,5% — o maior aumento desde 2010. As emissões da agropecuária sofreram altaglobalvip aposta2,5% — o maior aumento desde 2010. A perdaglobalvip apostaflorestas e mudanças no uso do solo são responsáveis pela maior fatia das emissões brutas brasileiras — 46%, segundo os dados do SEEG. Já a agropecuária responde 27% das emissões brutas brasileira.

Somadas, a poluição do desmatamento e da agropecuária representam 73% das emissões do país.

"Para o Brasil, o melhor custo eficiência para reduzir emissões é diminuir o desmatamento. É a política mais barata, mais intensaglobalvip apostareduçãoglobalvip apostaemissões e não traz prejuízos econômicos. De 2004 a 2012, o Brasil reduziuglobalvip apostamaisglobalvip aposta80% o desmatamento sem que isso afetasse o seu crescimento econômico", disse à BBC News Brasil Marcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima.

Focosglobalvip apostaincêndio

Gráficoglobalvip apostafocosglobalvip apostaincêndio ativos

Outro indicador que piorouglobalvip aposta2019 e 2020 foi oglobalvip apostafocosglobalvip apostaincêndioglobalvip apostatodo o território brasileiro. Em 2020, houve mais incêndios que nos últimos dez anos- a pior taxa desde 2010, segundo dados oficiais do Inpe.

No ano passado, o país registrou 222.798 focos, contra 197.632globalvip aposta2019, um aumentoglobalvip aposta12,7%. Neste ano, a contabilidadeglobalvip apostafocosglobalvip apostaincêndio ainda não fechou, mas a tendência é que haja uma reduçãoglobalvip apostarelação a 2020, mas ainda assim fique acima dos patamaresglobalvip aposta2018.

O fogo costuma ser usado para "limpar" áreasglobalvip apostaplantio e o aumentoglobalvip apostafocosglobalvip apostaincêndio funciona como um indicativoglobalvip apostadesmatamento ilegal. Em 2019, imagens da Amazônia queimando invadiram o noticiário nacional e internacional, gerando críticasglobalvip apostalíderes mundiais à política ambiental brasileira.

Jáglobalvip aposta2020, o Pantanal foi o bioma que mais sofreu com queimadas, e imagensglobalvip apostaanimais carbonizados viajaram o mundo. Foram registrados 22.119 focosglobalvip apostaqueimadas lá, cercaglobalvip aposta120% a mais que no ano anterior- o maior patamar desde que o levantamento começou a ser feito pelo Inpeglobalvip aposta1998.

Contramãoglobalvip apostametas climáticas?

Numa aparente guinadaglobalvip apostadiscurso sobre política ambiental, o presidente Jair Bolsonaro disse,globalvip apostamensagem gravada transmitida na COP26, que há espaço para "mais ambição" no controle climático e garantiu que o Brasil é "parte da solução" do problema.

Mas ambientalistas ainda estão céticosglobalvip apostaque os novos compromissos ambientais assumidos pelo Brasil serão alcançados, diante dos indicadoresglobalvip apostadesmatamento, emissões e incêndios nos dois primeiros anosglobalvip apostagoverno.

"Todos os índices ambientaisglobalvip apostaclima no Brasil nos últimos dois anos e meio. As emissões aumentaram por dois anos consecutivos, o desmatamento na Amazônia aumentou por dois anos, os incêndios aumentaram dois anos seguidos, as invasõesglobalvip apostaterras públicas também. O Brasil chega com credibilidade zero à conferência e precisa mostrar ações concretas para alcançar as metas", diz o secretário-executivo do Observatório do Clima, Márcio Astrini.

Já integrantes do timeglobalvip apostanegociadores brasileiros na COP26 reforçam que existe uma "nova postura" do governo federal quanto a temas ambientais desde a saídaglobalvip apostajunho do ministro Ricardo Salles do Meio Ambiente.

"É importante olhar as coisasglobalvip apostamaneira prospectiva. Não é simples, mas queremos procurar, na medida do possível, desfazer a percepção a nosso ver hoje equivocada - e eu sublinho hoje -globalvip apostaque nós não reconhecemos que existe um problemaglobalvip apostadesmatamento e que também não estamos tomando medidas concretas para conter o desmatamento", disse um dos negociadores brasileiros à BBC News Brasil.

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