Burnout saiu do mundo do trabalho e invadiu outras esferas da vida, diz escritorajogos sem flashlivro sobre millennials:jogos sem flash

Mulher sentadajogos sem flashcadeirajogos sem flashescritório, reclinada, com papéisjogos sem flashcima seus olhos - indicando que ela está cansada

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, A jornalista americana Anne Helen Petersen diz que percepçãojogos sem flash'passar o tempo inteiro resolvendo problemas' se espalha pela sociedade contemporânea

Petersen estava com o livro praticamente pronto quando chegaram as primeiras notícias sobre a covid-19. Ela afirma, no entanto, que a pandemia só acentuou os efeitosjogos sem flashquem já sofriajogos sem flashburnout.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o burnout não é uma "condição médica", mas está listada pela entidade, desde 2019, na Classificação Internacionaljogos sem flashDoenças (CID) como "fenômeno ligado ao trabalho".

Para a jornalista, a síndrome saiu do mundo profissional e invadiu outras esferas da vida.

"As características do burnout mudam conforme o tempo. Pessoas que trabalhavam ou ainda trabalham por muitas horasjogos sem flashfábricas, sem tempo para elas mesmas, sofrem uma formajogos sem flashburnout. Mas hoje isso se relaciona a todos os outros componentes da vida cotidiana. Tudo parece trabalho. Redes sociais podem parecer trabalho quando postar está ligado à ideiajogos sem flashperformance ejogos sem flashtransformar o indivíduojogos sem flashuma marca. Criar filhos envolve uma pressão para não falhar e não comprometer o futuro financeiro das crianças."

Retratojogos sem flashAnne, que tem sorriso contido

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Legenda da foto, 'Fomos criados para acreditar que, se nos esforçássemos o suficiente, poderíamos ganhar no sistema', diz Anne Helen Petersen

Petersen defendejogos sem flashEu Não Aguento Mais Não Aguentar Mais que os millennials na verdade não tiveram vida fácil e entraram na fase adulta quando se consolidou a transformação do mercadojogos sem flashemprego nos EUA e no mundo.

Aumentojogos sem flashcortejogos sem flashpessoal por eficiência empresarial, desregulamentaçãojogos sem flashleis trabalhistas e preferência posterior por empregados sem vínculos resultaramjogos sem flashum ambientejogos sem flashmenos oportunidades e piores condições, mas onde ainda prevalece a ideiajogos sem flashque estudo e trabalho duro são garantia para alcançar sucesso.

"Fomos criados para acreditar que, se nos esforçássemos o suficiente, poderíamos ganhar no sistema - do capitalismo e da meritocracia americana", diz um trecho do livro. "Convencemos trabalhadoresjogos sem flashque as péssimas condições são normais,jogos sem flashque se rebelar contra isso é sintomajogos sem flashuma geração mimada."

O burnout, que é caracterizado por cansaço extremo, sentimentosjogos sem flashnegatividade ou distânciajogos sem flashrelação ao próprio trabalho e reduzida eficácia profissional, representa na visãojogos sem flashPetersen uma "reação ao estadojogos sem flashprecariedade".

"É uma forma diferentejogos sem flashdesespero quando há dificuldade para descrever o que você está sentindo, aquela irritação ao fundo: por que existe essa raiva, por que não acho um caminho diferente?"

A jornalista credita esse sentimento difuso a um aumento da desigualdade social e à sensação nas pessoasjogos sem flashque a qualquer momento elas podem sair do patamar mínimojogos sem flashqualidadejogos sem flashvida.

Uma pesquisa com maisjogos sem flash30 mil trabalhadoresjogos sem flash31 países, encomendada pela Microsoft para a série The Work Trend Index e divulgadajogos sem flashmarçojogos sem flash2021, mostrou que:

- 54% dos entrevistados sentem que estão trabalhandojogos sem flashexcesso

- 39% relatam estadojogos sem flashexaustão

- 41% pensamjogos sem flashpedir demissão

No Brasil, um levantamento da Universidade Federal do Rio Grande do Sul com 201 técnicosjogos sem flashenfermagem indicou que 70% relataram sintomasjogos sem flashburnout.

Geração Z x Millennials

Celular sem bateria

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Gerações mais novas têm relação potencialmente problemática com o celular e as redes sociais

Nascida depois dos millennials, a Geração Z (de 1995 a 2010) se divide entre os que são críticos dos mais velhos e os que sentem empatia por também viverem a sensaçãojogos sem flash"burnout permanente".

"Eu vejo duas correntes nas novas gerações. Uma que critica os millennials e diz que eles são preguiçosos e questionam 'por que eles reclamam o tempo inteiro? A gente vai mostrar como se faz'. E tem outra que já experimenta um burnout no ensino médio ou na faculdade e se pergunta 'bom, se agora é assim, como vai ser o resto da minha vida'? Mas a nova geração também está indo para cima, contestando as ideias sobre o que define sucesso, o que define uma carreira ou como a vida deve ser. Eu não sei o que vai sair disso, mas já me dá esperança".

Ambas as gerações têm uma relação particular e muito forte com o celular e as redes sociais - e pesquisas apontam que isso pode ser um problema.

De um lado, há a necessidadejogos sem flashconsumir esse conteúdo compulsivamente (millennials olham o celular 150 vezes por dia, segundo um estudojogos sem flash2013) e do outro se desenvolve uma sensaçãojogos sem flashcansaço e esgotamento (o consumojogos sem flashcelularjogos sem flash2016 nessa faixa etária já ultrapassava 6 horas por dia).

Ela narra no livrojogos sem flashprópria experiência scrollando (deslizando a tela) pelo Instagramjogos sem flashque se pega por vezes "menos interessadajogos sem flashver o que os outros postaram e maisjogos sem flashsaber quantas pessoas curtiram a foto que eu postei na noite anterior" e "a considerar experiências, enquanto estamos tendo essa experiência, a partirjogos sem flashlegendas futuras [dos posts] e a pensarjogos sem flashviagens como válidas somente quando documentadas para consumo público".

Essa misturajogos sem flashpreocupação com imagem e performance potencializada por um mecanismo - os algoritmos das redes sociais - cada vez mais comparado ao víciojogos sem flashdrogas tem cobrado um preço sobre a saúde mental das pessoas.

"As pessoas que me disseram ter uma relação mais saudável com as redes tiram 'sabáticos' das mídias sociaisjogos sem flashtemposjogos sem flashtempos, deletando os apps do celular por esse período. Eu não tenho Facebook no meu telefone, mas eu tenho Instagram, porque é o jeito padrãojogos sem flashusar a plataforma. Talvez o jeito seja tratar as redes sociais não como um hábito, mas um ritmojogos sem flashque você quebrajogos sem flashvezjogos sem flashquando. Mas,jogos sem flashnovo, eu ainda não consegui fazer isso", admite.

Primeiro passo para combater o burnout

Anne Helen Petersen diz que não há uma receita para curar o burnout, nem com "appsjogos sem flashprodutividade" e "life hacks" (dicas espertas para facilitar a vida), pois o problema é estrutural. Mas ela oferece um primeiro passo para encarar o problema:

"As pessoas estão lidando com um burnoutjogos sem flashlongo prazo nessa fase da pandemia. Elas estão lidando com situações que talvez nunca fossem identificadas como burnout. E isso tem a ver com medo e com a sensaçãojogos sem flashestar no limite, não é mesmo? Então acho que o primeiro passo é dizerjogos sem flashalto e bom som e identificar o que está acontecendo. É a faltajogos sem flashlimitesjogos sem flashrelação ao meu trabalho? Às vezes as pessoas precisam ser realmente honestas e perguntar se 'é assim mesmo a carreira que eu quero?' ou tomar uma decisão crucialjogos sem flashvida e mudar o seu rumo."

A jornalista termina o livro com uma espéciejogos sem flashameaça vinda dos millennials e das novas gerações: "Subestime-nos porjogos sem flashconta e risco: temos muito, muito pouco a perder".

Ela explica a última frase dizendo que éjogos sem flashesperançajogos sem flashque "as pessoas sintam que vale a pena viver, que o futuro vale a pena e que elas querem lutar para mudar as coisas".

"Às vezes acho que as pessoas nem esperam tanto da vidajogos sem flashtermosjogos sem flashconquistas, sucesso e ter bens. Elas querem se sentir ok todos os dias".

Línea

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