Por que falar palavrão nos dá uma sensação tão boa?:2a play betspeed
Segundo ela, é o tipo2a play betspeedlinguagem que usamos tanto quando estamos2a play betspeedchoque, surpresos, eufóricos, queremos ser engraçados ou ofensivos... mas é um fenômeno cultural que só faz sentido dentro2a play betspeeduma comunidade, grupo linguístico, sociedade, país ou religião.
"Nós decidimos o que é palavrão por consenso. E muito desse consenso tem a ver com o que é tabu2a play betspeeduma cultura específica:2a play betspeedalguns lugares, se ofende muito por partes do corpo,2a play betspeedoutros por nomes2a play betspeedanimais, doenças ou certas funções do organismo", explica Byrne.
Mas há um elemento-chave sobre os palavrões: "Para ter esse impacto emocional, você precisa brincar com um tabu nessa sociedade2a play betspeedparticular".
Em caso2a play betspeeddúvida, Byrne esclarece: "É o tipo2a play betspeedlinguagem que você consideraria não usar2a play betspeedcertas circunstâncias, por exemplo,2a play betspeeduma entrevista2a play betspeedemprego ou ao conhecer os pais do seu namorado pela primeira vez".
Por que falamos palavrão?
É claro que pode haver algumas pessoas que nunca falam palavrão, mas muitos2a play betspeednós identificamos aquela súbita sensação2a play betspeedalívio ao proferir um impropério, a sensação2a play betspeedque certas palavras são carregadas com uma camada extra2a play betspeedenergia .
Byrne conta que uma das coisas mais interessantes com que se deparou durante2a play betspeedpesquisa [analisando estudos2a play betspeedcasos médicos] foi o fato2a play betspeedque pessoas que foram submetidas a uma hemisferectomia [remoção2a play betspeedum lado do cérebro devido a um dano irreparável] podem perder a capacidade2a play betspeedfalar, mas não completamente.
"A pessoa perde a maior parte da linguagem, mas ela ainda será capaz2a play betspeedfalar palavrão", diz Byrne.
"Parece que estabelecemos conexões emocionais muito fortes com certos tipos2a play betspeedlinguagem, e isso é armazenado separadamente do resto da nossa linguagem. Você pode remover [parte do cérebro] e anular completamente a capacidade2a play betspeedalguém2a play betspeedusar a linguagem2a play betspeedforma deliberativa e planejada como estou fazendo agora. Mas elas ainda podem falar palavrões espontaneamente."
"O xingamento está tão profundamente ligado às emoções, que os movimentos musculares necessários para proferir palavrões são armazenados2a play betspeedvários lugares. Portanto, temos backups quando precisarmos deles", completa.
Uma palavra substituta resolveria?
"Eu me perguntei se haveria algum sentido2a play betspeedfalar palavrão quando você está com dor, e se isso ajuda2a play betspeedalguma forma", diz Richard Stevens, professor2a play betspeedPsicologia na Universidade2a play betspeedKeele, no Reino Unido, e responsável pelo Laboratório do Palavrão, onde realiza experimentos.
Um deles, para ver se os palavrões podem nos ajudar a lidar com a dor ou situações extremas, consiste simplesmente2a play betspeedenfiar a mão2a play betspeedum balde cheio2a play betspeedgelo, para ver quanto tempo você aguenta. A pessoa faz isso duas vezes: uma vez falando palavrões2a play betspeedverdade e, na outra, expressões substitutas polidas.
Os especialistas descobriram que, ao falar palavrões2a play betspeedverdade, as pessoas se saíam melhor e conseguiam manter a mão por mais tempo no gelo, mas as palavras substitutas completamente arbitrárias não funcionavam porque não tinham o impacto emocional2a play betspeedum palavrão real. Por que isso acontece?
"Normalmente vemos um aumento na frequência cardíaca nas condições2a play betspeedxingamento,2a play betspeedcomparação com a palavra neutra. Isso parece indicar algum tipo2a play betspeedresposta emocional ao palavrão, e sabemos que o xingamento é um tipo2a play betspeedlinguagem emocional", diz Stevens.
"A hipótese com que trabalhamos é que, quando as pessoas falam palavrão com dor, elas estão na verdade aumentando seus níveis2a play betspeedestresse e trazendo à tona um fenômeno chamado analgesia induzida por estresse [em que você é insensível à dor], que faz parte da resposta mais ampla2a play betspeedluta ou fuga", acrescenta.
Os animais também xingam?
Mas não são apenas os humanos que xingam. Byrne diz que existem alguns estudos com chimpanzés que envolvem essencialmente a criação destes animais2a play betspeeduma versão ampliada2a play betspeeduma casa2a play betspeedfamília.
Os especialistas2a play betspeedprimatas americanos Deborah e Roger Foots "só falavam perto dos chimpanzés usando linguagem2a play betspeedsinais. E ensinaram a eles sinais para todos os tipos2a play betspeedcoisas", explica Byrne.
Na natureza, os chimpanzés tendem a se comunicar jogando suas fezes — mas os Foots tornaram isso um sério tabu ao treinar os animais que compartilhavam a casa com eles a usar um penico.
"Depois2a play betspeedfazer isso, os chimpanzés começaram a usar o sinal que aprenderam para descrever 'evacuação ou sujeira' da mesma forma que os falantes da língua inglesa usam essa palavra para tudo relacionado a 'cagadas'", diz Byrne.
"Eles [os chimpanzés] usavam para expressar2a play betspeedfrustração, para protestar, e começariam a usar o sinal para chamar outros chimpanzés2a play betspeed'macaco sujo', que é o pior insulto que eles poderiam usar."
E não para por aí. "Roger e Deborah Foots escrevem sobre caminhar pelo laboratório e ouvir esses chimpanzés batendo a parte2a play betspeedtrás das mãos na parte2a play betspeedbaixo do queixo [o sinal2a play betspeed'sujo'] com tanta força que os dentes batiam junto", acrescenta.
"E isso, para mim, foi provavelmente uma das partes mais interessantes da pesquisa para o meu livro: a compreensão2a play betspeedque, assim que você tem um tabu e os meios para expressá-lo, algo como um palavrão pode surgir", conclui Byrne .
Editado por Eva Ontiveros.
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