Por que este psicólogo americano diz que o jornalismo está sendo destruído pela internet:codigo do sportingbet

Homem segurando tablet e celular rodeado por notícias

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, 'A informação vemcodigo do sportingbettodos os lados, sem os filtros, que eram os processoscodigo do sportingbetapuração do jornalismo', diz Robert Epstein

Ele acusava a empresacodigo do sportingbetter difundido notícias favoráveis à candidata democrata Hillary Clinton no começo da campanha para as eleições presidenciais americanascodigo do sportingbet2016. Hillary acabou derrotada pelo atual presidente, Donald Trump.

O então diretorcodigo do sportingbetpesquisa do Google, Amit Singhal, rejeitou as alegações e disse que a empresa "nunca interferiu na ordenaçãocodigo do sportingbetresultadoscodigo do sportingbetbuscas feitas sobre temas políticos ou algum outro assunto, com o objetivocodigo do sportingbetmanipular a opiniãocodigo do sportingbetseus usuários."

Epstein insiste, porém, que o setorcodigo do sportingbettecnologia precisacodigo do sportingbetmais monitoramento, sem o qual a atuação dessas corporações gigantescas pode ser extremamente nociva à democracia.

Para ele, "ninguém, nenhuma empresa, nenhuma entidade deve ter tanto poder concentrado, e ficar imune ao monitoramento."

A premissacodigo do sportingbetEpstein é que empresas como Google, Facebook e WhatsApp são "forças do caos", que não prestam contascodigo do sportingbetsuas metas e processos a ninguém. "Elas são as forças mais poderosas do mundo atual e, com elas, todas as redes sociais."

Epstein acredita que, atualmente, uma das maneiras mais eficazescodigo do sportingbetexercer influência política, por exemplo, é "doar dinheiro a um candidato para que ele use a tecnologia para garantircodigo do sportingbetvitória nas urnas."

Ele disse não ter se surpreendido com a proliferaçãocodigo do sportingbetmensagens falsas durante a campanha eleitoral no Brasil, que para muitos foi um dos fatores determinantes do resultado das eleições, apesarcodigo do sportingbetpesquisa do Ibope ter indicado que a influência das redes sociais não foi tão grande quanto imaginado.

Ilustraçãocodigo do sportingbetfantoche para simbolizar manipulação

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Pesquisador está desenvolvendo sistemacodigo do sportingbetmonitoramento para conter disseminaçãocodigo do sportingbetnotícias falsas

"Hoje cria opiniões quem gritar mais alto e falar aos medoscodigo do sportingbetsegmentos e ideias pré-concebidas do público. Sem controle, sem processos, sem prestar contas a ninguém. Isso é um futuro bom? De jeito nenhum. Acho que estamos indo numa direção muito perigosa."

Há seis anos, Epstein se dedica a estudar a operação do Facebook e principalmente a do Google, a maior plataformacodigo do sportingbetbusca do mundo.

"Já existia um bom volumecodigo do sportingbettextos científicos sobre como os resultadoscodigo do sportingbetbuscas na internet influenciavam as escolhas e compras dos usuários. Especificamente, a ordemcodigo do sportingbetque as respostas às buscas eram apresentadas acabava por determinar a decisão final do usuário."

Fascinado pela quantidadecodigo do sportingbetinformação disponível, Epstein reuniu num pequeno grupo alunos e amigos, e com eles começou a fazer testes.

Em vezcodigo do sportingbet"compras", Epstein propôs testar a influência da ordemcodigo do sportingbetapresentação dos resultadoscodigo do sportingbetbuscascodigo do sportingbetquestões políticas durante a campanha eleitoral.

Baseadocodigo do sportingbetpesquisas semelhantes, Epstein esperava um impacto entre 2% e 4%.

"No primeiro teste, a ordemcodigo do sportingbetapresentaçãocodigo do sportingbetresultado da busca alteroucodigo do sportingbet48% a intençãocodigo do sportingbetvoto", ele diz.

"No segundo teste, a alteração foicodigo do sportingbet63%."

"Fiquei horrorizado", ele diz.

Pessoas usando smartphone

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Para Epstein, empresas como Google, Facebook e WhatsApp são 'forças do caos'

"Algo aparentemente tão simples tinha um impacto tão vasto, tão profundo, era capazcodigo do sportingbetmudar as opiniões das pessoas sobre os candidatos numa escala enorme."

Em 2014, Epstein levou seu laboratóriocodigo do sportingbetpesquisa para a Índia. Ele queria repetir os testes na eleição que elegeu o novo parlamento da "maior democracia do mundo", com 815 milhõescodigo do sportingbeteleitores.

"Os resultados foram idênticos aos dos Estados Unidos", Epstein diz. "Os eleitores indianos foram igualmente afetados pelo modo e ordemcodigo do sportingbetque os candidatos eram apresentadoscodigo do sportingbetbuscas."

"Estas são questões muito sérias", Epstein continua, "quem controla essas empresas? Como funcionam internamente? A quem eles respondem? O impactocodigo do sportingbetempresas como essas jamais existiu na história humana."

"Vivemos numa eracodigo do sportingbetprofundas transformações ecodigo do sportingbetpoderes que jamais acreditamos ser capazescodigo do sportingbetinfluenciar o modo que pensamos e que agimos", acrescenta ele.

"E o pior ainda vem por aí", ele diz - os "realfakes" ou "deepfakes", aplicativos capazescodigo do sportingbetcriar fotos e vídeos colocando uma pessoacodigo do sportingbetqualquer cenário ou situação, fazendo e dizendo algo que nunca teria feito ou dito na vida real.

"Vamos começar a ver esse tipocodigo do sportingbetfakes muitocodigo do sportingbetbreve sendo usadocodigo do sportingbetlarga escala", ele alerta.

Mulher sentada no chão usando laptop rodeada por revistas e jornais

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, 'Para enfrentar a tecnologia, só mais tecnologia', diz Epstein

"A manipulação dos resultadoscodigo do sportingbetbusca pela alteração do algoritmo e pela criaçãocodigo do sportingbet"eventos efêmeros, a capacidadecodigo do sportingbetplataformascodigo do sportingbeteliminar contas sumariamente e divulgar, atravéscodigo do sportingbetconteúdo fornecido por terceiros, informações falsas - como se viu recentemente no Brasil, com o WhatsApp -, acontecem porque nossas instituições ainda estão vivendo num mundo onde nada disso existe", diz Epstein.

O pesquisador está, neste momento, desenvolvendo um sistemacodigo do sportingbetmonitoramentocodigo do sportingbetplataformas online que, segundo ele, pode ser a única saída para conter a disseminaçãocodigo do sportingbetinformação manipulada.

"A única solução viável que vejo são sistemascodigo do sportingbetmonitoramento capazescodigo do sportingbetcaptar imediatamente distorções e conteúdo falso, e fornecer provascodigo do sportingbetambos", diz Epstein.

"Provas substanciais, capazescodigo do sportingbetapoiar um processo legal, um litígio e outras medidas legais."

A meta a longo prazo, ele diz, é "tornar plataformas online mais responsáveis e dar mais apoio ao jornalismo, restaurandocodigo do sportingbetcapacidadecodigo do sportingbetdisseminar informação."

Mas, ele acrescenta, "um sistema desses é caro. É preciso investimento para isso. Mas, para enfrentar a tecnologia, só mais tecnologia".

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