Por que o Brasil se transformoupixbet grupo whatsappterreno fértil para a difusãopixbet grupo whatsappnotícias falsas durante as eleições:pixbet grupo whatsapp

Rapazpixbet grupo whatsapplabirintopixbet grupo whatsappnotícias falsas

Crédito, Ilustração Brum

Legenda da foto, Polarização, uso generalizado do WhatsApp e Judiciário pegopixbet grupo whatsappsurpresa ajudaram na disseminaçãopixbet grupo whatsappnotícias falsas no Brasil| Ilustração: Brum

Nas palavras do procurador regional eleitoralpixbet grupo whatsappSão Paulo, Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, "cada eleição traz uma surpresa, essa trouxe muitas". "Não é que o sistemapixbet grupo whatsappJustiça tenha sido pegopixbet grupo whatsappcalça curta. Acho que foi, mas não foi sozinho. Todo mundo foi pegopixbet grupo whatsappsurpresa", afirma, citando o espaço inesperado que as redes ocuparam durante a campanha, napixbet grupo whatsappopinião.

Afinal, o Brasil tinha as condições ideais para a propagaçãopixbet grupo whatsappnotícias falsas durante as eleições? E como solucionar esses problemas, pensando no futuro?

Ilustraçãopixbet grupo whatsapphomem gritando para homens e mulherespixbet grupo whatsappum alto-falante

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Para pesquisadores, polarização e apego a pontopixbet grupo whatsappvista ajudam a acreditar e repassar notícias falsas

1) Sociedade, política e acesso à internet

Na visãopixbet grupo whatsapppesquisadores, a difusãopixbet grupo whatsappnotícias falsas no Brasil é causada por fatores sociais e políticos, antes que tecnológicos.

"No mundo todo, passamos por um processo no qual as instituições que fazem a mediação da relação das pessoas com a busca da verdade, como a ciência e o jornalismo, estão numa crise", observa Cruz, do InternetLab. "As novas tecnologias têm um papelpixbet grupo whatsappdiversificar as fontespixbet grupo whatsappinformação das pessoas, que procuram outros tipospixbet grupo whatsappprodutorespixbet grupo whatsappinformação - não só jornalística."

Muitos acabam caindo, diz ele,pixbet grupo whatsappfontespixbet grupo whatsappinformação que produzem, na realidade, propaganda política - e acreditam nela e propagam o conteúdo por causapixbet grupo whatsappsua posição dentropixbet grupo whatsappuma sociedade extremamente polarizada.

Napixbet grupo whatsappvisão, então, a crise das instituiçõespixbet grupo whatsappmediação se soma a uma divisão política muito agravada no Brasil desde 2013, ano das grandes manifestações no país, epixbet grupo whatsappespecialpixbet grupo whatsapp2014, quando novos atores surgiram: "uma nova safrapixbet grupo whatsappmilitantespixbet grupo whatsappdireita, mais massificados e organizadospixbet grupo whatsapprede".

E os novos atores, com quem a mídia tem dificuldadepixbet grupo whatsappcompetir "porque um veículopixbet grupo whatsapppropaganda faz dez manchetespixbet grupo whatsappuma hora" enquanto a imprensa profissional mobiliza mais recursos para produzir reportagenspixbet grupo whatsappverdade, produzem só para um lado do espectro político e se projetam.

Pablo Ortellado, pesquisador do Monitor do Debate Político no Meio Digital, da USP concorda. Para ele, o problema não é tecnológico e tampouco tem a ver especialmente com a educação.

É social e político, ligado diretamente a uma sociedade polarizada como o Brasil está agora. O segundo turno, por exemplo, foi uma "disputapixbet grupo whatsapprejeição". De acordo com pesquisa Datafolhapixbet grupo whatsapp25pixbet grupo whatsappoutubro, poucos dias antes da votação, 44% dos eleitores disseram que não votariampixbet grupo whatsappjeito algumpixbet grupo whatsappBolsonaro, enquanto 52% rejeitavam o rival Fernando Haddad (PT). Bolsonaro cresceu com o sentimentopixbet grupo whatsappantipetismo.

"A polarização é uma organização do debate políticopixbet grupo whatsappdois polos, na qual um considera o outro polo ilegítimo, gerando tomadaspixbet grupo whatsappposição automaticamente contrárias ao outro", afirma Ortellado. "Isso torna as pessoas muito apaixonadas, e a capacidadepixbet grupo whatsappreflexão crítica cai. É por isso que as pessoas não conseguem reconhecer que estão recebendo notícias falsas."

Campanhas e redes só se aproveitam da polarização, diz ele, e a desinformação se propaga independentemente da rede social usada. E há, sabemos, produção profissionalpixbet grupo whatsappnotícias falsas: empresas que vendem perfis falsos - mantidos por pessoas reais - para campanhas, produçãopixbet grupo whatsappboatos (em 2010,pixbet grupo whatsappblogs; atualmente, no Facebook, WhatsApp etc) e páginas profissionaispixbet grupo whatsappnotícias falsas no Facebook, entre outros.

Então, "se existe terreno fértil - e no Brasil a polarização política e ascensão da militância mais conservadora explicam isso - o receptorpixbet grupo whatsappnotícias falsas está mais propenso a não só recebê-las, como repassá-las", avalia Cruz.

'Acesso limitado à internet'

Yasodora Córdova, pesquisadora da Digital Kennedy School e do First Draft News,pixbet grupo whatsappHarvard, elenca outros fatores sociais para a difusãopixbet grupo whatsappdesinformação no Brasil: a faltapixbet grupo whatsappveículospixbet grupo whatsappimprensa locais, a faltapixbet grupo whatsappbibliotecas e o acesso limitado à internet no Brasil.

Para ela, o combate à proliferaçãopixbet grupo whatsappnotícias falsas deve apoiar-se nos pilares da educação,pixbet grupo whatsappbibliotecas epixbet grupo whatsapp"instituições que se comunicam online com frequência,pixbet grupo whatsappmodo que pudéssemos confiar nas informações". Ela explica: ministérios, prefeituras, órgãospixbet grupo whatsappgoverno não têm estrutura para fazer comunicação online e não têm páginas informativas.

"Não temos um mínimopixbet grupo whatsappestrutura informacional online", afirma. Além disso, "não temos veículos locais, mas temos uma tradiçãopixbet grupo whatsappfazer fofoca". "A notícia sempre se espalhou no boca a boca. Ambiente perfeito pra migrar para o WhatsApp - que permite até áudio."

Homem segura celular cuja tela exibe logo do WhatsApp

Crédito, Reuters

Legenda da foto, WhatsApp começou como ferramentapixbet grupo whatsappmensagens interpessoais, mas aos poucos virou umapixbet grupo whatsappcomunicaçãopixbet grupo whatsappmassa - mas ainda assim sigilosa

2) Papel do WhatsApp

Com 120 milhõespixbet grupo whatsappusuários no país, o WhatsApp virou um importante campopixbet grupo whatsappbatalha durante a campanha, embora seu real impacto seja difícilpixbet grupo whatsappmedir.

Por ser uma rede gratuita e oferecida amplamente no Brasil por operadoras que não descontam o uso da internet no WhatsApp do pacotepixbet grupo whatsappdados - ou seja, na prática, oferecendo acesso à internet só pela rede - ela adquiriu usos diferentes no país.

Não é só apenas um aplicativopixbet grupo whatsappmensagens instantâneas, é também uma espéciepixbet grupo whatsapprede social, com pessoas participandopixbet grupo whatsappgrupos para papear com quem não conhecem, alémpixbet grupo whatsappse informarem por meio do WhatsApp. Tudo issopixbet grupo whatsappuma rede criptografada - o que significa que o aplicativo não tem acesso ao conteúdo compartilhado entre as pessoas.

Segundo o WhatsApp, maispixbet grupo whatsapp90% das mensagens enviadas na plataforma no Brasil são entre duas pessoas, e a maioria dos grupos tem cercapixbet grupo whatsappseis pessoas.

Conforme definiu o jornal Washington Postpixbet grupo whatsappeditorial no dia 25/10, o aplicativo não é só umpixbet grupo whatsappmensagens privadas, é, assim como o Facebook, um publicador também e, por isso, deve ter responsabilidades iguais às da rede social.

Na visãopixbet grupo whatsappOrtellado, o WhatsApp nasceu como ferramentapixbet grupo whatsappcomunicação interpessoal, mas aos poucos somou funcionalidadespixbet grupo whatsappcomunicaçãopixbet grupo whatsappmassa, com grupos grandes e transmissãopixbet grupo whatsappmensagens e reencaminhamentos.

"A comunicaçãopixbet grupo whatsappmassa sigilosa é um problema porque é uma comunicação com o público fora da esfera pública. Você não sabe o que está sendo feito, não consegue fazer contraponto e não consegue identificar os autores da comunicação."

Para alguns pesquisadores, essas característicaspixbet grupo whatsappcomunicaçãopixbet grupo whatsappmassa e quasepixbet grupo whatsapprede social criaram o ambiente ideal para a proliferaçãopixbet grupo whatsappnotícias falsas. Além disso, o fatopixbet grupo whatsappque muitas pessoas só têm acesso à internet por ali - sem poder checar outras fontespixbet grupo whatsappinformação - também pode contribuir para o fenômeno. E, sendo gigante no Brasil, o WhatsApp acabou servindo não só como meio, mas como catalisador do problema.

Pessoa usando celular

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, É difícilpixbet grupo whatsappmedir o impacto do WhatsApp, mas campanhas investiram no aplicativo, até comprando pacotespixbet grupo whatsappdisparopixbet grupo whatsappmensagenspixbet grupo whatsappmassa

Importância da rede

Antespixbet grupo whatsappa campanha começar, políticos participarampixbet grupo whatsappseus tradicionais encontros para traçar alianças e conseguir mais tempopixbet grupo whatsappTV. O ganhador do pleito, Jair Bolsonaro (PSL), começou com 8 segundospixbet grupo whatsappcada bloco no horário eleitoral da TV, o que levou a análises apontando que ele poderia ter dificuldades no pleito.

Mas Bolsonaro terminou o primeiro turno com 46% dos votos. Diferença enormepixbet grupo whatsappGeraldo Alckmin (PSDB), que começou as eleições com quase metade do totalpixbet grupo whatsapptempopixbet grupo whatsappTV reservado a todos os candidatos e uma votaçãopixbet grupo whatsapp4,76% no primeiro turno.

O que explica esse fenômeno?

Não significa, diz Cruz, da InternetLab, que o WhatsApp tenha substituído sozinho a TV.

"A TV deixoupixbet grupo whatsappter um papel preponderante, mas foi substituída por vários coadjuvantes." Para ele, é preciso levarpixbet grupo whatsappconsideração o "intricado hábitopixbet grupo whatsappconsumopixbet grupo whatsappinformação no Brasil", onde nenhuma rede é unanimidade.

Ele observa que os debatespixbet grupo whatsappTV e entrevistas no Jornal Nacional, da Globo, por exemplo, tiveram picos enormespixbet grupo whatsappengajamento nas redes sociais e "repercutirampixbet grupo whatsappforma dilatada no tempo porque os vídeospixbet grupo whatsappcandidatos foram repercutidos no Facebook, no YouTube e no WhatsApp".

De qualquer forma, segundo pesquisa Datafolha, o WhatsApp era a rede mais utilizada pelos eleitores - 65% declararam ter conta. E quase metade diz acreditar nas informações compartilhadas pelo aplicativo.

O levantamento foi feito nos dias 24 e 25pixbet grupo whatsappoutubropixbet grupo whatsapp2018, com 9.173 entrevistas presenciaispixbet grupo whatsapp341 municípios.

arte com o logo do WhatsApp

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Acadêmicos e organizações não-governamentais brasileiras fizeram propostas para a contençãopixbet grupo whatsappnotícias falsaspixbet grupo whatsappgrupos do WhatsApp às vésperas da eleição

Campanhas no WhatsApp

O que se sabe é que,pixbet grupo whatsapp2018, as campanhas identificaram a rede social como relevante para convencer eleitores e investiram nela. Reportagem da BBC News Brasil mostrou como elas obtiveram softwares capazespixbet grupo whatsappcoletar dadospixbet grupo whatsappusuários no Facebook - telefones segmentados por curtidaspixbet grupo whatsapppáginas, sexo, idade, região, por exemplo - e enviar mensagenspixbet grupo whatsappmassa no WhatsApp, com softwares que permitiam o disparo para até 300 mil números. Também criaram grupos na plataforma com esses números e se utilizarampixbet grupo whatsappoutros tipospixbet grupo whatsappbancospixbet grupo whatsappdados (vendidos ilegalmente, por exemplo).

Além disso, diversas reportagens mostram como a campanhapixbet grupo whatsappBolsonaro investiu na rede. Uma reportagem da Folhapixbet grupo whatsappS.Paulo afirmou que a campanhapixbet grupo whatsappBolsonaro teria se validopixbet grupo whatsappcaixa 2 para financiar uma redepixbet grupo whatsappnotícias falsas no WhatsApp. O candidato do PSL nega a acusação e diz que a militância a seu favor na plataforma é orgânica.

E muita desinformação circulou pela plataforma. Um trabalho da agênciapixbet grupo whatsappchecagempixbet grupo whatsappnotícias Lupa, com base no sistema que monitora conteúdo disseminado por meiopixbet grupo whatsappgrupos públicospixbet grupo whatsappWhatsApp desenvolvido por Fabrício Benevenuto, professorpixbet grupo whatsappCiência da Computação da UFMG, mostrou que só 4 das 50 imagens que mais circularampixbet grupo whatsappgrupos entre os dias 16pixbet grupo whatsappagosto e 7pixbet grupo whatsappoutubropixbet grupo whatsapp2018 eram 100% verdadeiras.

Resultadospixbet grupo whatsappuma pesquisa Ibope/Estado/TV Globo mostrou, no entanto, um impacto menor do WhatsApp Nas eleições. Trêspixbet grupo whatsappcada quatro eleitores disseram não ter recebido mensagens desfavoráveis a algum candidato à Presidência na semana que antecedeu o primeiro turno. E só um quarto daqueles que viram propaganda na rede disseram que isso ajudou na decisão do voto. O Ibope ouviu 3.010 eleitorespixbet grupo whatsapp21 a 23pixbet grupo whatsappoutubro. A margempixbet grupo whatsapperro das duas pesquisaspixbet grupo whatsappdois pontos porcentuais para mais ou para menos.

Por que tanta diferença nos resultados, pensando no que mostrou a pesquisa Datafolha? Para Ortellado, "as pessoas que recebem notícias falsas não as reconhecem como notícias falsas" - então não poderiam ter respondido à pesquisapixbet grupo whatsappforma precisa. "Aliás, as notícias falsas só se propagam quando não são percebidas como tal."

Soluções para a plataforma

Antes do segundo turno, Ortellado, a jornalista Cristina Tardáguila, diretora da Lupa, e Benevenuto, da UFMG, publicaram uma carta no jornal americano The New York Times pedindo que o WhatsApp promovesse mudanças na plataforma no Brasil.

Exemplo: por que o número escolhido para limitar o encaminhamentopixbet grupo whatsappmensagens por usuário é 20? Na Índia, o número máximo foi reduzido para cinco depoispixbet grupo whatsappcasospixbet grupo whatsapplinchamento provocados por notícias falsas disseminadas pelo aplicativo.

À BBC News Brasil, antes da publicação da carta no New York Times, o WhatsApp havia dito: "A Índia tem uma das mais altas quantidadespixbet grupo whatsappconteúdo encaminhado, por isso estamos testando um limite mais baixo no país para ajudar a enfrentar o desafio da desinformação. O limitepixbet grupo whatsapptodo o mundo, incluindo o Brasil, épixbet grupo whatsapp20 mensagens".

Os pesquisadores sugerem que essa regra mude durante períodos eleitorais. Também propõem que a empresa diminua o tamanhopixbet grupo whatsappgrupos - que hoje podem ter até 256 participantes - durante o período e limite o enviopixbet grupo whatsappmensagens simultâneas, hoje para até 256 contatospixbet grupo whatsappuma vez.

A rede, sob muitas críticas no Brasil, respondeu dizendo que não seria possível implementar as mudanças a tempo. Usuários teriam que atualizar o aplicativo para que as mudanças se concretizassem, entre outros obstáculos.

Claire Wardle, diretorapixbet grupo whatsapppesquisa do First Draft News, laboratório ligado à Universidade Harvard, e uma das idealizadoras do Comprova (a coalizãopixbet grupo whatsappjornalistas contra notícias falsas), admite que um dos grandes desafios do grupo foi difundir o conteúdo verdadeiro no WhatsApp. A ideia para o futuro, diz ela, é criar uma espéciepixbet grupo whatsappredepixbet grupo whatsapp"embaixadores" importantespixbet grupo whatsappdiferentes grupos que possam receber a checagempixbet grupo whatsappnotíciaspixbet grupo whatsappmensagens individuais e difundi-las nos grupos.

Cruz, da InternetLab, pensapixbet grupo whatsappuma solução que vai pelo mesmo caminho: umpixbet grupo whatsappque o WhatsApp funcionasse para que os veículospixbet grupo whatsappimprensa atuassem bem dentro da rede. "A gente tem que tentar produzir arranjos políticos e econômicos que privilegiam a mediação por veículos profissionais", afirma. Hoje, esses veículos praticamente não difundem seu conteúdo no espaço do WhatsApp.

Wardle diz que o ideal é que, ao menos no dia das eleições, governo, instituições e plataformas trabalhem juntos para conter notícias falsas.

Mas a pesquisadora faz um alerta: uma regulação das redes pode potencialmente levar a censura - uma preocupação compartilhada por todos os pesquisadores entrevistados pela BBC News Brasil. A ideia, dizem, não é interferir na criptografia do WhatsApp ou no conteúdo distribuído pela rede, mas pensarpixbet grupo whatsappsoluções focadaspixbet grupo whatsappseu modelopixbet grupo whatsappdistribuiçãopixbet grupo whatsappconteúdo.

Pessoa com alto-falante

Crédito, Getty Images

Legenda da foto, Pesquisador na Índia está coletando mensagens no WhatsApp para criar modelo que prevê como são notícias falsas

Na Índia, o professorpixbet grupo whatsappCiência da Computação Ponnurangam Kumaraguru, o PK, está desenvolvendo um aplicativo que poderá possivelmente verificar as notícias compartilhadas no WhatsApp do usuário.

PK está monitorando 800 grupos públicos no WhatsApp no país e coletando mensagens para criar um modelopixbet grupo whatsappcomo são notícias falsaspixbet grupo whatsapptexto, áudio, vídeo e imagem. Com isso e a partirpixbet grupo whatsappmachine learning ("aprendizadopixbet grupo whatsappmáquina", que reconhece padrões e aprende com seus erros para evoluir e refinarpixbet grupo whatsappatuação), espera conseguir mostrar se um conteúdo é falso. A ideia, explica ele à BBC News Brasil, é criar um aplicativo que funcionaria no celular junto com o WhatsApp e mostraria, a pedido do usuário, uma espéciepixbet grupo whatsappnota para a mensagem selecionada.

Há soluções diferentes. O WeChat, aplicativopixbet grupo whatsappmensagens, rede social epixbet grupo whatsapppagamentos extremamente popular na China, por exemplo, criou uma espéciepixbet grupo whatsapp"aplicativo dentro do aplicativo" que mostra,pixbet grupo whatsappabas diferentes, os boatos mais difundidos, as notícias falsas que o usuário leu ou compartilhou, o númeropixbet grupo whatsappnotícias desmentidas e quem as checou.

O WhatsApp tem afirmado que trabalha no Brasil com agênciaspixbet grupo whatsappchecagempixbet grupo whatsappnotícias e que bloqueou milharespixbet grupo whatsappcontas durante as eleições que tinham comportamentopixbet grupo whatsappspam.

3) Como a Justiça enfrentou a difusãopixbet grupo whatsappnotícias falsas

A ministra do STF Rosa Weber, atual presidente do TSE

Crédito, Roberto Jayme/Ascom/TSE

Legenda da foto, TSE está 'entendendo o fenômeno' das notícias falsas, afirmou a ministra Rosa Weberpixbet grupo whatsappcoletivapixbet grupo whatsappimprensa

A suposta omissão ou demora do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para lidar com o problema da proliferaçãopixbet grupo whatsappnotícias falsas no Brasil foi alvopixbet grupo whatsappcríticas durante a campanha, e é o terceiro fator para a composiçãopixbet grupo whatsappum "ambiente fértil" para o fenômeno no Brasil.

Embora especialistas sejam categóricospixbet grupo whatsappdizer que a regulaçãopixbet grupo whatsappplataformas e legislação específica sobre notícias falsas possam incorrerpixbet grupo whatsappcensura, os entrevistados pela BBC News Brasil concordam que os esforços do TSE deixaram a desejar.

Para investigar casos específicos, os TREs têm que ser provocados pelos Ministérios Públicos ou partidos políticos.

Em 28/10, a ministra Rosa Weber, presidente do TSE, disse que o tribunal saiu como vencedor, e não derrotado, no combate às notícias falsas. No primeiro turno, quando boatos sobre fraudes nas urnas tomaram o pleito, ela havia dito que o TSE ainda estava "entendendo o fenômeno" das notícias falsas, que não seriam "de fácil compreensão,pixbet grupo whatsappfácil prevenção".

Para combater o problema, o TSE promoveu um seminário internacional sobre o tema, criou acordos com partidos e especialistaspixbet grupo whatsappmarketing político e criou um conselho consultivo no ano passado para discutir o fenômeno (que se reuniu poucas vezes desdepixbet grupo whatsappcriação). Mas não foi o suficiente.

No dia do primeiro turno, apenas um TRE, o TRE-MG, conseguiu desmentir uma notícia falsa relacionada a uma urna. E então, só depois do dia do primeiro turno, o TSE chamou reuniões com pesquisadores e fez reuniões e exigências ao WhatsApp.

suposta fraudepixbet grupo whatsappurna, negada pelo TSE

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, 'Fraude'pixbet grupo whatsappurna é imagem falsa, afirma TRE-MG, que fez vídeo para rebater imagens

"O TSE foi pegopixbet grupo whatsappsurpresa no volumepixbet grupo whatsappnotícias falsas difundidas. Já havia uma previsão, era uma coisa estimada inclusive por causa das eleições nos Estados Unidos", diz Roberta Gresta, assessora jurídica do TRE-MG e professorapixbet grupo whatsappdireito eleitoral da PUC Minas. "Mas a intensidade surpreendeu, principalmente daquelas atacando a própria Justiça eleitoral."

A rede social usada para essa difusão também. A reforma eleitoral do ano passado, que rege a forma como as eleições serão reguladas, não foi pensada considerando o WhatsApp, por exemplo.

"A legislação para a eleição futura é baseada na eleição passada. Há sempre um hiato, não tem como ser diferente", afirma Luiz Carlos dos Santos Gonçalves, procurador regional eleitoralpixbet grupo whatsappSão Paulo.A Constituição exige que as normas sobre o processo eleitoral tenham sido aprovadas um ano antes da eleição. Ou seja, as eleiçõespixbet grupo whatsapp2018 estão sendo regidas pela legislaçãopixbet grupo whatsapp2017, que foram baseadas nas eleiçõespixbet grupo whatsapp2016.

"Achávamos que o Facebook ia ser o grande problema da internet nessas eleições porque foipixbet grupo whatsappeleições passadas. Não tinha como razoavelmente prever que seriam grupos fechados no WhatsApp que iam fazer a diferença", afirma. "E vai acontecerpixbet grupo whatsappnovo a mesma coisa no futuro."

De qualquer forma, para Gabriela Rollemberg, vice-presidente da comissãopixbet grupo whatsappdireito eleitoral da OAB Nacional, a solução do problema não passa pela legislação. "A lei não dá conta. O WhatsApp é uma rede fechada. A gente acaba tendo uma dificuldadepixbet grupo whatsappcompatibilizar as normas com a realidade", afirma.

Mulher votapixbet grupo whatsappSão Paulo

Crédito, AFP

Legenda da foto, Especialistas explicam como lei eleitoral é feita pensando nas eleições anteriores - e não previram, portanto, a importância do WhatsApp

E o que a Justiça poderia fazer?

Se soubesse como se daria a dinâmicapixbet grupo whatsappdifusãopixbet grupo whatsappnotícias falsas na campanha, o procurador regional eleitoral Luiz Gonçalves diz que teria reorientado suas prioridadespixbet grupo whatsapptrabalho, criando grupospixbet grupo whatsappmonitoramento da internet, oficiando empresas e exigindo compromissos, fazendo outro tipopixbet grupo whatsappacompanhamento.

Daqui para frente, na opinião da advogada Gabriela Rollemberg, a Justiça terá que abrir "canalpixbet grupo whatsappdiálogo mais amplo com WhatsApp para criar algum tipopixbet grupo whatsappferramentapixbet grupo whatsappcontrole, mas sem censura". O diálogo e o trabalhopixbet grupo whatsappconjunto também deverão ser tocados com agênciaspixbet grupo whatsappchecagempixbet grupo whatsappnotícias. "Não é um desafio que a Justiça Eleitoral vai resolver sozinha. É um trabalho coletivo e a sociedade civil tem papel importante, com a colaboração não só das empresaspixbet grupo whatsapptecnologia, mas também dos estudiosos da matéria e da própria imprensa."

A BBC News Brasil pediu uma entrevista com um representante do TSE para falar do tema, mas não obteve resposta.

Para Gresta, do TRE-MG, a atuação do tribunal mineiro na resposta imediata à acusaçãopixbet grupo whatsappfraude "é exemplar e devemos nos pautar por isso para enfrentar o problema". "Mas um tribunal não pode se precipitar se não conseguir obter um esclarecimento necessário."

De qualquer forma, diz ela, "se a gente não contar com a capacidade crítica das pessoas, vai ser um eterno enxugar gelo".

Cruz, do InternetLab, lembra que estamos passando por "um períodopixbet grupo whatsapptransição importante". Para ele, Judiciário, Legislativo, academia e a mídia não previram como seria a campanha. "É um processo. Não dá para pular a curvapixbet grupo whatsappaprendizado."

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