Os 3 erros que levaram às invasõesBrasília, segundo especialistas:
Em resposta, Lula anunciou neste domingo (08/01) uma intervenção federal na áreaSegurança Pública do Distrito Federal.
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A Inglaterra tem uma rica história {k0} relação à Copa do Mundo Futebol. Desde a sua estreia in ♣️ 1950, um conjunto inglês para ter se tornado numa das primeiras forças da fugabol mundial
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Para chegar aos edifícios, os invasores enfrentaram policiais militares e as equipessegurança do STF, Congresso e Palácio do Planalto.
De acordo com imagens e relatos feitos por canaisTV como a GloboNews, os bolsonaristas danificaram gravemente diversos ambientes dos três prédios.
A invasão, no entanto, aconteceuuma das áreas que, supostamente, deveriam ser mais bem guardadas do país.
Diante disso, a pergunta que especialistas têm se feito nas últimas horas é: que erros foram cometidos pelas autoridades e que levaram à invasãotrês dos mais importantes prédios do Brasil?
Alertas subestimados
A possibilidadeinvasão a prédios públicos na Esplanada dos Ministérios e na Praça dos Três Poderes, na área centralBrasília, já vinha circulandogruposWhatsApp bolsonaristas há pelo menos quatro dias.
Diversas convocações foram feitas pelas redes sociais e a expectativa eraque dezenasônibus com apoiadoresBolsonaro chegassem a Brasília neste finalsemana.
A BBC News Brasil teve acesso a um vídeo que circulouum desses gruposque há uma clara convocação para a invasão.
"Ninguém está falandoacampar, nada… nós estamos falandotomar Brasília como o povo do Sri Lanka fez", diz um trecho do vídeo com imagens da invasão do palácio presidencial do país asiático,julho2022.
Para o ex-secretáriosegurança pública do Distrito Federal Arthur Rodrigues, houve negligência das forçassegurança locaisrelação ao tamanho das manifestações.
"Essa manifestação estava prevista e eraconhecimento público. Sabia-se há muito tempo sobre a possibilidadehaver quebra-quebra. Claramente, o efetivo colocado para lidar com essa manifestação não foi compatível com o tamanho da mobilização", diz o ex-secretário.
Até o momento, não foram divulgados os números oficiais sobre a quantidadeinvasores e a quantidadepoliciais militares presentes na área atingida. As imagens veiculadas, no entanto, mostram que o númeroagentessegurança era bastante inferior aoinvasores.
Imagens transmitidas por canaisTV mostram um agentesegurança montadoum cavalo sendo cercado e agredido por bolsonaristas nas imediações do Congresso Nacional sem qualquer apoio ou reforço policial.
Para o presidente do conselhoadministração do Fórum BrasileiroSegurança Pública (FBSP), Cássio Rosa, os alertasrelação às manifestações foram subestimados.
"O aparatosegurança colocado pelo governo do Distrito Federal não era adequado para o tamanho da manifestação. A PM local é extremamente bem treinada para lidar com multidões. Se o efetivo fosse compatível, dificilmente estaríamos tendo esse tipoinvasão", afirmou Rosa.
Procurada, a SecretariaSegurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) não respondeu às questões da reportagem.
Demora no uso da Força Nacional
Um outro elemento destacado pelos especialistas foi a demora na mobilização das tropas da Força Nacional.
No sábado (7/1), o ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), anunciou que autorizou o uso da Força para garantir a segurança na área da Esplanada dos Ministériosfunção dos protestos que estavam sendo convocados por bolsonaristas.
"Alémtodas as forças federais disponíveisBrasília, e da atuação constitucional do Governo do Distrito Federal, teremos nos próximos dias o auxílio da Força Nacional. Assinei agora portaria autorizando a atuação,faceameaças veiculadas contra a democracia", disse Dinoseu perfil no Twitter.
A previsão inicial eraque a manifestação mais forte fosse ocorrer na segunda-feira (9/1). A autorização dada por Dino previa o empregotropas da Força Nacional entre o sábado e a segunda-feira.
Na avaliação do ex-policial civil, cientista político e membro do FBSP Guaracy Mingardi, houve demora na utilização das tropas.
"O governo federal demorou a mobilizar Força Nacional. Os agentes dessa tropa, que são formados por policiais militarestodo o país, deveriam ter sido reunidos mais cedo e colocadosprontidão. Ainda é cedo para avaliar, mas acredito que pode ter faltado agilidade nessa mobilização", afirmou Mingardi.
Arthur Rodrigues, porvez, avalia que a convocação da Força Nacional pode ter tido um efeito colateralrelação ao objetivo final do governo federal, que era garantir a segurança da Esplanada dos Ministérios.
"O uso da Força Nacional foi inócuo porque aliviou,certa medida, a responsabilidade do governo do Distrito Federalgarantir a segurança na região, e colocou isso no colo do governo federal. Quem está acostumado a atuar naquela região é a PM", disse Rodrigues.
A reportagem questionou o Ministério da Justiça sobre as alegações feitas pelos especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, mas o órgão não respondeu às perguntas até o momento.
Leniência com acampamento e militantes bolsonaristas
Outro ponto indicado por especialistas que pode ter contribuído para a dimensão dos atos deste domingo foi a suposta leniência das autoridadesrelação ao acampamentobolsonaristasfrente ao Quartel General do Exército e com os militantes violentos que participaramatosvandalismo nas últimas semanas.
No dia 12dezembro do ano passado, data da diplomaçãoLula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um grupobolsonaristas ateou fogocarros, ônibus e tentou invadir a sede da Polícia Federal,Brasília.
Os atos aconteceram após a prisãoum indígena bolsonarista determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) AlexandreMoraes.
Apesar da violência empregada pelos militantes, a PM do Distrito Federal não prendeu ninguém, o que gerou críticasuma suposta conivência das forçassegurança locais com os bolsonaristas.
Dias depois, porém, um militante bolsonarista foi preso porligação com uma tentativaatentado a bomba ao Aeroporto InternacionalBrasília.
George WashingtonSousa confessou ter montado a bomba ,segundo a polícia.
Segundo depoimento prestado por ele à Polícia Civil do Distrito Federal,intenção era que a bomba gerasse caos e levasse à imposiçãoum estadosítio antes da posseLula como presidente.
Em seu depoimento, Sousa disse que encontrou militantes dispostos a conduzir o atentado no acampamentobolsonaristasfrente ao Quartel General do Exército.
Apesar disso, as autoridades do Distrito Federal não desmobilizaram o acampamento. Centenaspessoas ocupam uma áreafrente à sede da força há pouco maisum mês.
Agentes do governo local chegaram a tentar desocupar a região, mas foram rechaçados pelos militantes e recuaram.
Nos dias que se seguiram, bolsonaristas e militantesfavorpautas como o fechamento do Congresso Nacional e intervenção militar seguiam indicando o acampamentoBrasília como um pontoencontro do grupo.
Para Cássio Rosa, a forma como as autoridades locais lidaram tanto com o acampamento quanto com os atosvandalismo do dia 12dezembro deram combustível para os episódios deste domingo.
"Os momentos seguintes aos atosvandalismo no ano passado foram uma oportunidadearrefecer os ânimos. Era uma chancenegociar, conversar e tirar aquelas pessoas daquele acampamento, mas, infelizmente, isso não aconteceu", disse.
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