Sebastião Salgado: Judiciário é 'grande aliado' na proteção da Amazônia, diz fotógrafo brasileiro:casino online brasileiro

"O único poder que nos respondeu foi o Judiciário, que teve uma participação muito séria", acrescenta Salgado. O STF determinou que o governo federal adotasse medidas para conter o avanço da pandemia entre indígenas.

Para o fotógrafo, considerado um dos maiores da atualidade, o governo do presidente Jair Bolsonaro tem o objetivocasino online brasileiroacabar com as instituições que atuam na preservação da floresta. Ao mesmo tempo, diz ele, há uma frentecasino online brasileiroresistência no Brasil, que tem o Judiciário como grande aliado na preservação do bioma amazônico.

Salgado estima que o desmonte das instituições ambientais é provisório e acabará com o fim do governo Bolsonaro. "Elas estão temporariamente paralisadas trabalhando para o lado mau da nação. Elas voltarão a ser o que sempre foram", afirma o fotógrafo, acrescentando que se não fosse a Funai (Fundação Nacional do Índio), ele jamais teria feito a atual exposição, para a qual visitou dez povos indígenas.

"A Funai, que sempre foi uma instituiçãocasino online brasileiroproteção à população indígena e era dirigida por antropólogos e sociólogos, hoje protege o agronegócio destruidor e é comandada por um policial federal sem nenhuma qualificação para o cargo", diz ele, acrescentando que o mesmo ocorre com o Ibama, que "não tem mais nenhuma capacidadecasino online brasileiropressão e controle".

Em nota, o presidente da Funai, Marcelo Xavier, afirmou que "a declaração do fotógrafo Sebastião Salgado, cumpre esclarecer que, quando dirigida por antropólogos e sociólogos, a Fundação Nacional do Índio (Funai) acumulou uma sériecasino online brasileiroproblemas, frutocasino online brasileirodécadascasino online brasileirofracasso da política indigenista brasileira que, no passado, era guiada por interesses escusos, faltacasino online brasileirotransparência e forte presençacasino online brasileiroorganizações não-governamentais. Um cenário dominado por intermediários, no qual os indígenas eram feitoscasino online brasileiromassacasino online brasileiromanobra".

Xavier disse ainda não há demérito no fatocasino online brasileiroa Funai ser comandada por um policial federal, "dado que a Polícia Federal tem um dos maiores índicescasino online brasileiroreconhecimento no combate à corrupção, que tanto assolou o paíscasino online brasileirogovernos passados. Da mesma forma, não há deméritocasino online brasileiroilaçãocasino online brasileiroproximidade com o agronegócio, uma vez que tal atividade é fundamental para a garantia da segurança alimentar, principalmentecasino online brasileirotemposcasino online brasileiropandemia."

O presidente da Funai disse que o órgão tem atuado com medidas práticascasino online brasileiroapoio à população indígena. Ele cita como exemplo a entregacasino online brasileirocercacasino online brasileiro650 mil cestas básicas a aldeiascasino online brasileirotodo o país desde o início da pandemia.

Xavier ainda faz críticas ao fotógrafo. 

"Muito me admira que um profissional da fotografia, sem formaçãocasino online brasileiroantropologia ou sociologia, se sinta à vontade para opinar sobre a condução da política indigenista do Estado Brasileiro, bem como sobre a formação do dirigente atual da Funai."

"O governo Bolsonaro é mau. As propostas dele são todas ruins, seja contra negros, mulheres, indígenas ou ainda acasino online brasileiroarmar o povo brasileiro. São todas propostas profundamente violentas. Espero que esse mal seja curado nas próximas eleições", ressalta o fotógrafo.

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Apesarcasino online brasileiroconsiderar que o governo Bolsonaro é "predador" e que ele facilita o desmatamento da Amazônia (ao reduzir a fiscalização, flexibilizar normas e dar estímulo a atividades ilegais), Salgado afirma que a destruição da floresta começou há 40 e que a maior parte ocorreu antes da chegada do atual presidente ao poder.

O governo Bolsonaro argumenta que o desmatamento tem crescido quase continuamente desde 2012, ainda no governo Dilma Rousseff. Críticoscasino online brasileirosua gestão ressaltam que o problema se agravou nos últimos dois anos.

Salgado considera que falta "honestidade planetária" e um desejo realcasino online brasileiroproteção desse espaço. Segundo ele, a destruição da floresta acontece por causa da sociedadecasino online brasileiroconsumo.

Ele afirma que uma grande parte da destruição da Amazônia é para produzir carne e soja, que nesse caso serve para alimentar vacas e porcos "franceses, chineses e russos." A demanda por madeira da Amazônia também deveria acabar, diz o fotógrafo, citando a utilização do ipê brasileirocasino online brasileirouma importante bibliotecacasino online brasileiroParis.

O acordo Mercosul-União Europeia — aprovadocasino online brasileiro2019, mas com a ratificação paralisada na Europa justamente por conta da política ambiental do governo brasileiro — resultará, diz ele, no aumento do consumo europeucasino online brasileiroprodutos agrícolas brasileiros a preços baixos, sendo que uma grande parte disso favorecerá a destruição da Amazônia.

"Nós precisamos do apoio do planeta, da pressão políticacasino online brasileirotodos os países, da pressão econômica sobre o governo Bolsonaro para proteger esse bioma."

Segundo o fotógrafo, deveria haver boicotescasino online brasileiroprodutos oriundos do desmatamento da floresta. "Precisamos que o mundo inteiro tenha políticas responsáveis e que seus consumidores sejam honestos. Caso contrário será muito difícil proteger a Amazônia."

Imersão na floresta

Realizadacasino online brasileiroum momentocasino online brasileiroque recordescasino online brasileirodesmatamento vêm sendo sucessivamente batidos, a exposição Amazônia, exibida na Filarmônicacasino online brasileiroParis, "é uma nova apresentação" da região, diz Salgado.

As maiscasino online brasileiro200 fotografias mostram a diversidade das paisagens, a começar por suas montanhas, que quase ninguém conhece, além do modocasino online brasileirovidacasino online brasileirodiferentes tribos.

Salgado fotografou as montanhas da Serra do Imeri, onde estão os picos mais altos do Brasil, fez imagens aéreas dos rios, tiradascasino online brasileirohelicópteros durante missões do Exército, e chegou até a criar um estúdio na mata para fotografar os índios, alémcasino online brasileiroreunir testemunhoscasino online brasileirolideranças indígenas sobre a necessidadecasino online brasileiropreservar suas culturas e suas terras.

A cenografia da exposição, realizada por Lélia Wanick Salgado, curadora da mostra, garante logo na entrada uma imersão na floresta: a sensação do visitante écasino online brasileirose embrenhar na mata ao percorrer os espaços sinuosos entre as fotos suspensas.

A escolha da Filarmônicacasino online brasileiroParis não foi por acaso. A exposiçãocasino online brasileiroSalgado conta com uma trilha sonora criada para a mostra pelo compositor francês Jean-Michel Jarre, que utilizou arquivos sonoros da Amazônia que integram o acervo do museu Etnográficocasino online brasileiroGenebra.

Há também duas salas com projeçõescasino online brasileiromaiscasino online brasileirouma centenacasino online brasileirofotos, acompanhadas da música Erosão,casino online brasileiroHeitor Villa-Lobos, ecasino online brasileirouma composiçãocasino online brasileiroRodolfo Stroeter.

Salgado inicioucasino online brasileiro2013 suas inúmeras viagens à Amazônia, que duraram até 2019, para realizar essa mostra. Ela pode ser considerada uma continuidadecasino online brasileiroseu trabalho Genesis, que mostravam áreas do planeta ainda não afetadas pela civilização.

A exposição mostra a beleza da floresta, sob o olhar estéticocasino online brasileiroSalgado, reforçando a ideiacasino online brasileiroque isso deve ser preservado. Antescasino online brasileiroentrar nesse espaço, o visitante pode observar um mapa mostrando as áreascasino online brasileiroreservas indígenas, terras da União, unidadescasino online brasileiroconservação e as zonas desmatadas, que representam atualmente 17,25% da Amazônia.

"Amazônia" seguirá para outras cidades no segundo semestre deste ano: São Paulo, Riocasino online brasileiroJaneiro, Roma e Londres e o roteiro poderá ser ampliado.

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