A históriafoguetinho cassinoBolsonaro com a hidroxicloroquinafoguetinho cassino6 pontos:foguetinho cassinotuítesfoguetinho cassinoTrump à CPI da Covid:foguetinho cassino

Bolsonaro com caixafoguetinho cassinocloroquina,foguetinho cassinofotofoguetinho cassinojulhofoguetinho cassino2020

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Bolsonaro com caixafoguetinho cassinocloroquina,foguetinho cassinofotofoguetinho cassinojulhofoguetinho cassino2020; medicamento recebeu promoção oficial no Brasilfoguetinho cassinomodo destoante das recomendações científicas internacionais

Por aqui, o presidente Jair Bolsonaro manteve até este ano a defesa da cloroquina e da hidroxicloroquina como parte do que chamoufoguetinho cassino"tratamento precoce", emborafoguetinho cassinodeclarações recentes tenha admitido que não existe medicamento "certo" para tratar a covid-19.

Na quinta-feira (20/05), Bolsonaro revelou que voltou a usar cloroquina recentemente após sentir sintomasfoguetinho cassinocovid-19.

"Não vou falar o nome (do remédio) para não cair a live", disse Bolsonaro durante transmissão na internet. As empresasfoguetinho cassinotecnologia têm encerrado transmissões que propagam notícias falsas sobre a covid-19, como promover a suposta eficácia da hidroxicloroquina.

"Aquele negócio que o pessoal usa para combater a malária, eu usei lá atrás e no dia seguinte tava bom. E vou dizer mais: há poucos dias estava me sentindo mal e, antes mesmofoguetinho cassinoprocurar o médico... Olha só que exemplo estou dando: tomei depois aquele remédio porque estava com sintoma. Tomei, fiz exame, não estava (doente). Mas, por precaução, tomei."

Essa não foi a primeira referência à cloroquina que o presidente faz durante essas transmissões ao vivo pelo seu canal do YouTube sem mencionar o nome do medicamento.

Nas outras vezes, Bolsonaro também disse que omitia o nome para que a transmissão não fosse tirada do ar. A promoçãofoguetinho cassinoremédios sem eficácia comprovada contra a covid-19 viola regras do YouTube cuja pena poderia incluir o bloqueio total do canal caso houvesse um grande númerofoguetinho cassinoreincidências.

Essas drogas voltaram aos holofotes da CPI da Covid nesta semana, com o depoimento do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (leia mais abaixo), na quarta e quinta-feira (19 e 20/5), e com o depoimento adiado para terça-feira (25/5) da secretáriafoguetinho cassinoGestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como "capitã cloroquina" por defender o uso desta na pandemia.

Veja a seguir o históricofoguetinho cassinocomo essas drogas destinadas originalmente para tratar malária, artrite e lúpus ascenderam durante a pandemia e acabaram, no Brasil, incorporadas a discursos e iniciativas governamentais brasileiras que destoam da recomendaçãofoguetinho cassinoagências internacionais e tambémfoguetinho cassinoevidências científicas.

1- Trump adere à cloroquina - mas seu governo a abandona

"Muita coisa boa saiu da hidroxicloroquina. Vocês ficariam surpresos com quantas pessoas tomaram (o medicamento), especialmente profissionais da linhafoguetinho cassinofrente, antes que sejam contaminados. Eu mesmo estou tomando. Estou tomando agora mesmo, comecei há algumas semanas", disse a jornalistas,foguetinho cassino18foguetinho cassinomaiofoguetinho cassino2020, o então presidente dos EUA, Donald Trump.

Trump fala e gesticula sentadofoguetinho cassinosalafoguetinho cassinoreunião na Casa Branca

Crédito, BRENDAN SMIALOWSKI/AFP

Legenda da foto, 'Estou tomando agora mesmo, comecei há algumas semanas', disse Trump sobre a hidroxicloroquinafoguetinho cassinomaiofoguetinho cassino2020

Na época, Trump já estava contrariando uma recomendaçãofoguetinho cassinoseu próprio governo: a FDA, agência americana regulatóriafoguetinho cassinomedicamentos, havia advertido contra o uso da cloroquina forafoguetinho cassinotestes clínicos, depoisfoguetinho cassinosurgirem evidênciasfoguetinho cassinoque o medicamento causaria arritmia cardíacafoguetinho cassinopacientes.

E, antesfoguetinho cassinodizer que tomava hidroxicloroquina, Trump já a elogiava como a droga que poderia "virar o jogo contra o vírus". Essa defesa começoufoguetinho cassinomarçofoguetinho cassino2020, quando dois estudos ganharam espaço na imprensa americana e nas postagensfoguetinho cassinoTrump no Twitter.

Um deles é um estudo do instituto francês IHU-Méditerranée Infection, alegando que "a cloroquina e a hidroxicloroquina eram eficientes contra o SARS-CoV-2".

Mais tarde, o diretor do IHU e um dos autores do estudo, Didier Raoult, foi denunciado pela Sociedadefoguetinho cassinoPatologia Infecciosafoguetinho cassinoLíngua Francesa (SPILF) por "promoção indevidafoguetinho cassinomedicamento", embora ele ainda mantenha a defesafoguetinho cassinoseu estudo e do uso da hidroxicloroquinafoguetinho cassinoalguns casos.

"Rapidamente isso (a cloroquina) foi politizado, porque Trump endossou o estudo ao tuitar a respeito. Daí aconteceu que se você fosse republicano, basicamente tinhafoguetinho cassinoser a favor do estudo e se fosse democrata tinhafoguetinho cassinoser contra", disse recentemente à BBC News Brasil a cientista holandesa Elisabeth Bik, uma das primeiras a apontar problemas no estudo francês.

"Virou algo grande: muitas pessoas passaram a defender o estudo. Mas os cientistas estavam emfoguetinho cassinomaioria vendo que o medicamento não era útil", disse Bik.

No dia seguinte a Trump tuitar sobre o estudo,foguetinho cassinomarço, a venda da cloroquina e da hidroxicloroquina aumentou 46 vezesfoguetinho cassinorelação a um dia normal nas farmácias americanas, segundo um levantamento do The New York Times.

Simultaneamente, o segundo "estudo" sobre o tema a ganhar holofotes nos EUA é, na verdade, um arquivofoguetinho cassinoGoogle Docs que entroufoguetinho cassinoevidência depoisfoguetinho cassinoseu autor, Gregory Rigano, ter dito na emissora Fox News que a hidroxicloroquina era capazfoguetinho cassino"eliminar o vírus completamente".

Segundo o Washington Post, porém, Rigano não é médico ou cientista, e sim advogado.

Ele alegou que seu estudo havia sido elaborado "em consulta com a Escolafoguetinho cassinoMedicina da Universidade Stanford", o que a universidade negou.

Em 29foguetinho cassinojunho, o médico Anthony Fauci, que chefia a força-tarefa americanafoguetinho cassinocombate à pandemia, foi enfáticofoguetinho cassinouma declaração contra a hidroxicloroquina.

"Sabemos que cada um dos bons estudos - e por bom estudo eu me refiro a estudosfoguetinho cassinocontrole randomizados nos quais os dados são robustos e confiáveis - mostrou que a hidroxicloroquina não é eficaz no tratamento da covid-19", disse Fauci.

No outro lado do Atlântico, países europeus haviam começado,foguetinho cassinomaiofoguetinho cassino2020, a determinar a suspensão do uso do medicamentofoguetinho cassinoseus protocolosfoguetinho cassinotratamento contra a covid-19.

2 - Bolsonaro inicia promoção do remédio e mudanças regulatórias

Jair Bolsonaro sorri e segura embalagemfoguetinho cassinohidroxicloroquina

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Bolsonaro fez uma sériefoguetinho cassinoapelos públicos para o uso da hidroxicloroquina como suposto 'tratamento precoce' contra a covid-19

A primeira referênciafoguetinho cassinoBolsonaro à hidroxicloroquina foifoguetinho cassinouma livefoguetinho cassino19foguetinho cassinomarçofoguetinho cassino2020, quando o presidente, sem citar a droga nominalmente, afirmou que "os Estados Unidos liberaram um remédio com o potencialfoguetinho cassinotratar o coronavírus".

Na verdade, o que havia acontecido naquele dia é que Donald Trump tinha pedido agilidade à agência FDA na liberaçãofoguetinho cassinoterapias que pudessem ter efeito contra a covid-19.

A agência chegou a emitir autorizaçãofoguetinho cassino"uso emergencial" à hidroxicloroquina e à cloroquina para um número limitadofoguetinho cassinocasos hospitalaresfoguetinho cassinocovid-19, mas, no mês seguinte, advertiu contra seu uso e,foguetinho cassino15foguetinho cassinojunho, foi além: revogou a autorização para o uso emergencial da droga, argumentando que "diantefoguetinho cassinoeventos cardíacos sérios e outros potenciais efeitos colaterais sérios, os conhecidos e potenciais benefícios da hidroxicloroquina não compensam mais os conhecidos e potenciais riscos do uso autorizado".

Se a rejeição oficial à cloroquina na maior parte do mundo começou ainda no primeiro semestre da pandemia, no Brasil o caminho foi o oposto.

Entre marçofoguetinho cassino2020 e janeirofoguetinho cassino2021, houve ao menos quatro medidas federais promovendo diretamente ou facilitando a prescrição do medicamento, segundo o levantamento Direitos na Pandemia, feito por pesquisadores do Centrofoguetinho cassinoEstudos e Pesquisasfoguetinho cassinoDireito Sanitário da USP (Cepedisa)foguetinho cassinoparceria com a Conectas Direitos Humanos.

Entre essas medidas estão um protocolo do Ministério da Saúdefoguetinho cassino20foguetinho cassinomaiofoguetinho cassino2020, recomendando o uso da cloroquinafoguetinho cassinotodos os casosfoguetinho cassinocovid-19, e o aplicativo TrateCov, também do ministério, que sugeria a médicos a prescriçãofoguetinho cassinodrogas como hidroxicloroquina, cloroquina, ivermectina e azitromicina, mas foi tirado do ar pouco depois.

3 - Trocasfoguetinho cassinoministros

A aposta na cloroquina virou o estopim para a saídafoguetinho cassinodois ministros da Saúde nos primeiros meses da pandemia: Luiz Henrique Mandetta foi demitidofoguetinho cassino16foguetinho cassinoabrilfoguetinho cassino2020 e Nelson Teich entregou o cargofoguetinho cassino15foguetinho cassinomaio.

Em livro publicadofoguetinho cassinosetembro do ano passado, Mandetta escreveu que "ele (Bolsonaro) queria no seu entorno pessoas que dissessem aquilo que ele queria escutar. (...) Nunca na cabeça dele houve a preocupaçãofoguetinho cassinopropor a cloroquina como um caminhofoguetinho cassinosaúde. A preocupação dele era sempre 'vamos dar esse remédio porque com essa caixinhafoguetinho cassinocloroquina na mão os trabalhadores voltarão à ativa, voltarão a produzir'. (...) O projeto dele para combate à pandemia é dizer que o governo tem o remédio e quem tomar o remédio vai ficar bem. Só vai morrer quem ia morrerfoguetinho cassinoqualquer maneira".

E Teich, ao anunciarfoguetinho cassinodemissão e ser substituído por Eduardo Pazuello, declarou que não queria "manchar minha história por causa da cloroquina".

Mandettafoguetinho cassinodepoimento à CPI

Crédito, EPA

Legenda da foto, Mandettafoguetinho cassinodepoimento à CPI;foguetinho cassinolivro, ex-ministro escreveu que "ele (Bolsonaro) queria no seu entorno pessoas que dissessem aquilo que ele queria escutar. (...) Nunca na cabeça dele houve a preocupaçãofoguetinho cassinopropor a cloroquina como um caminhofoguetinho cassinosaúde. A preocupação dele era sempre 'vamos dar esse remédio porque com essa caixinhafoguetinho cassinocloroquina na mão os trabalhadores voltarão à ativa, voltarão a produzir'"

4 - Bolsonaro pega covid-19 e se trata com hidroxicloroquina

"Estou muito bem e credito isso não só ao atendimento dos médicos, mas pela forma como ministraram a hidroxicloroquina, que (teve) reação quase imediata. Poucas horas depois já estava me sentindo muito bem", disse Bolsonaro a jornalistasfoguetinho cassino7foguetinho cassinojulho, quando confirmou que havia testado positivo para a covid-19.

Antes e depoisfoguetinho cassinoseu diagnóstico, Bolsonaro deu muitas declarações promovendo o medicamento entre a população.

"Quem forfoguetinho cassinodireita toma cloroquina, quem forfoguetinho cassinoesquerda toma tubaína", afirmoufoguetinho cassinomaio do ano passado. "Sou a prova vivafoguetinho cassinoque a cloroquina deu certo", disse o presidentefoguetinho cassinoagosto.

Por várias vezes, Bolsonaro se deixou fotografar e filmar com embalagensfoguetinho cassinocloroquina, no que foi considerado por muitos uma autêntica campanha promocional do medicamento.

Um dos mais expressivos destes momentos foi quando o presidente mostrou uma caixafoguetinho cassinocloroquina às emas que habitam os jardins do Palácio da Alvorada. Os animais olhavam surpresos para o presidente que, sorridente, lhes mostrava a embalagem do medicamento.

Essas atitudes levaram críticos do presidente a dizer que Bolsonaro tinha se tornado o maior "garoto propaganda" do remédio no Brasil e que suas declarações colaboravam para confundir a opinão pública disseminando a falsa impressãofoguetinho cassinoque o medicamento era capazfoguetinho cassinoprevenir o agravamento da covid-19.o que permanece sem comprovação científica.

No entanto, do pontofoguetinho cassinovista científico, a curafoguetinho cassinoBolsonaro não pode ser atribuída à cloroquina:foguetinho cassinoparte das pessoas contaminadas pelo coronavírus, o curso normal da covid-19 é a eliminação do vírus pelo organismo sem a necessidadefoguetinho cassinointernação oufoguetinho cassinomedicação.

"Não há controvérsiafoguetinho cassinotorno da cloroquina pelos cientistas, como às vezes se dá a impressão. Todas as entidadesfoguetinho cassinosaúde indicam seu banimento. Estudos apontam parafoguetinho cassinoineficáciafoguetinho cassinocasos leves ou gravesfoguetinho cassinocovid-19 desde o primeiro semestrefoguetinho cassino2020", diz à BBC News Brasil a médica Karina Calife, professora do Departamentofoguetinho cassinoSaúde Coletiva da Santa Casafoguetinho cassinoSão Paulo e coautora, na Rede Brasileirafoguetinho cassinoMulheres Cientistas,foguetinho cassinouma nota técnica sobre a hidroxicloroquina que será disponibilizada à CPI da Covid.

"Do pontofoguetinho cassinovista da ciência, (o uso da cloroquina) é indefensável por um profissionalfoguetinho cassinosaúde. Existe entre médicos uma divergência pontual (em referência aos médicos que defendem a droga e a receitam), mas ela não está baseada na ciência. E a boa prática médica tem que estar baseadafoguetinho cassinoevidências", prossegue Calife.

5 - "Tratamento precoce"

A despeito disso, a promoção dos medicamentos evoluiu para a defesa, por partefoguetinho cassinoBolsonaro e do ministério sob Pazuello, do que passou a ser chamado "tratamento precoce", coquetelfoguetinho cassinoremédios que inclui a hidroxicloroquina, a azitromicina, a ivermectina e a nitazoxanida, além dos suplementosfoguetinho cassinozinco e das vitaminas C e D.

Bolsonaro bebe copofoguetinho cassinoágua com comprimidofoguetinho cassinohidroxicloroquina

Crédito, Reprodução

Legenda da foto, Em transmissão ao vivo para milharesfoguetinho cassinopessoas, Bolsonaro tomou um comprimidofoguetinho cassinohidroxicloroquina

"O tratamento precoce salva vidas. Por isso, temos falado dia após dia, 'não fiquefoguetinho cassinocasa', receba o diagnóstico clínico do médico. Receba o tratamento precoce", disse Pazuello,foguetinho cassinoseu discursofoguetinho cassinoposse como ministro,foguetinho cassinosetembro.

Um mês depois, Bolsonaro questionou a corrida por vacinas, opinando que seria "mais barato e fácil investir na cura". "Eu tomei a hidroxicloroquina, outros tomaram a ivermectina, outros tomaram Annita (nitazoxanida), e deu certo. E, pelo que tudo indica, todo mundo que tratou precocemente com uma dessas três alternativas aí foi curado."

Em tuíte que mais tarde foi apagado, o perfil do Ministério da Saúde orientava as pessoas: "ao apresentar sintomas da covid-19, #nãoespere, procure uma unidadefoguetinho cassinosaúde e solicite o tratamento precoce".

Nada disso tem qualquer embasamento científico. Em março deste ano, um painelfoguetinho cassinoespecialistas internacionais da Organização Mundial da Saúde publicou estudo no periódico BMJ apontando que a hidroxicloroquina não deveria ser usada como preventivo à covid-19, uma vez que o medicamento "não teve efeito significativo na infecção por covid-19 confirmadafoguetinho cassinolaboratório e provavelmente aumentava o riscofoguetinho cassinoefeitos adversos".

Em janeiro deste ano, Pazuello mudou discurso, afirmando que o Ministério da Saúde havia defendido o "atendimento precoce", e não o "tratamento precoce", algo contradito por suas declarações prévias e pelas iniciativas do ministério.

Em relatório que mensura a desinformação durante a pandemia, a organização Artigo 19 afirma ter feito quatro pedidosfoguetinho cassinoesclarecimento ao Ministério da Saúde sobre o "kit"foguetinho cassinomedicamentos do tratamento precoce, mas nenhuma das respostas esclareceu o embasamento científico por trás da recomendação oficial. "Há o riscofoguetinho cassinouso da máquina pública para disseminar equívocos, mitos e notícias absolutamente desprovidosfoguetinho cassinobom senso, que afetam a população como um todofoguetinho cassinosuas garantias mais básicas, como vida e saúde", diz o relatório.

6 - CPI da Covid

A CPI da Covid,foguetinho cassinocurso no Senado para investigar ações e omissões do Poder Executivo na pandemia, voltou a trazer a hidroxicloroquina para o centro dos debates.

Pazuello (ao centro) chegando à CPI

Crédito, Reuters

Legenda da foto, Pazuello (ao centro) chegando à CPI; ele disse que ministério agiu para dar autonomia e orientação aos médicos no usofoguetinho cassinoremédios que já estavam sendo usados

Questionado a respeito, o ex-ministro Eduardo Pazuello afirmou que "29 países do mundo têm protocolosfoguetinho cassinouso da cloroquina para a covid-19, então não é tão difícil entender que o médico olhe para isso e tente usar o medicamento off label (para um uso diferente do prescrito na bula,foguetinho cassinomodo experimental). Redigimos uma nota informativa (nota técnica 17) seguindo o Conselho Federalfoguetinho cassinoMedicina dando autonomia aos médicos: 'se você prescrever, atenção para a dosagemfoguetinho cassinosegurança e não use na fase final da doença, que não é a melhor formafoguetinho cassinousar'".

Essa nota técnica foi criticada pelo documento da Rede Brasileirafoguetinho cassinoMulheres Cientistas, que diz que "essa recomendação tem ocorrido a despeitofoguetinho cassinosua rejeição técnico-científica por múltiplas entidades médicas e regulatórias". O documento pede que as drogas que compõem o "tratamento precoce" sejam banidasfoguetinho cassinopacientes com covid-19.

No segundo diafoguetinho cassinodepoimento, Pazuello disse que nunca mandou comprar no ministério nenhum comprimidofoguetinho cassinohidroxicloroquina. Sobre o aplicativo TrateCov, declarou que o programa foi "hackeado e lançado por um hacker". No entanto o TrateCov foi lançado oficialmente pelo Ministério da Saúde, com direito a programa na TV Brasil e postagens no Twitter para promoção do aplicativo.

Ainda na CPI, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou,foguetinho cassinoseu depoimento,foguetinho cassino4foguetinho cassinomaio: "Me lembrofoguetinho cassinoele (Bolsonaro) perguntar sobre a cloroquina, falar sobre isolamento vertical, que era algo que a gente não recomendava. Mas ele tinha provavelmente alguma outra fonte, aí teria que perguntar pra ele",foguetinho cassinoreferência ao "aconselhamento paralelo" que críticos dizem haver no governo para orientar a tomadafoguetinho cassinodecisões pelo presidente - algo que aliados negam.

Em 11foguetinho cassinomaio, o presidente da Anvisa (Agência Nacionalfoguetinho cassinoVigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, reafirmoufoguetinho cassinoseu testemunho perante os senadores que todos os estudos científicos confiáveis concluídos até o momento apontam que a cloroquina não funciona contra a covid-19.

Barra Torres disse que não houve pressão do governo federal sobre a agência para a aprovação da cloroquina para o combate ao coronavírus, mas confirmou que foi levantada a possibilidadefoguetinho cassinose mudar a bula da cloroquinafoguetinho cassinouma reuniãofoguetinho cassinoministros.

"Só quem pode modificar a bulafoguetinho cassinoum medicamento registrado é a agência reguladora do país (a Anvisa), mas desde que solicitado pelo detentor do registro", declarou Barra Torres.

Ou seja, a mudança poderia acontecer se requisitada pelos laboratórios que produzem a cloroquina, caso se confirmasse cientificamente que o medicamento é eficaz para outras finalidades — o que não foi o caso até o momento.

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