Vacina contra a Covid-19: Pró-ivermectina, empresário que produz Sputnik V no Brasil critica Anvisa e diz que Bolsonaro não nega ciência:twitter zebet
A União Química feztwitter zebetjaneiro um pedido à Agência Nacionaltwitter zebetVigilância Sanitária (Anvisa) para a agência liberar o uso emergencial dessa vacina — estudos feitos na Rússia apontaram que ela tem uma eficáciatwitter zebet91,6%.
A agência diz que, depoistwitter zebetmaistwitter zebetdois meses, a empresa ainda não forneceu todas as informações básicas que ela precisa para começar a analisar o caso.
A Sputnik já foi aprovada por 56 países, e maistwitter zebet80 milhõestwitter zebetdoses já foram compradas pelo governo federal e por Estados e cidades brasileiros, mas elas só poderão ser aplicadas quando e se a Anvisa autorizar.
O impasse continuou depoistwitter zebetuma reunião na terça-feira (23/3), a mais recentetwitter zebetuma sérietwitter zebetencontros entre a Anvisa e a União Química.
"Você já ouviu falartwitter zebetpêlo no ovo? Pêlo no ovo", diz Fernando Marquestwitter zebetentrevista à BBC News Brasil.
A empresa começou a produção da vacina no país,twitter zebetprojeto piloto, e diz que poderá produzir 8 milhõestwitter zebetdoses por mês após o aval da agência.
O empresário trabalha há quase 50 anos no mercado farmacêutico, à frente do negócio da família, e tentou se lançar na política nas últimas eleições, quando foi o candidato mais rico no país inteiro.
'Brincadeiratwitter zebetvacina?'
Marques nega quetwitter zebetempresa tenha alguma dificuldade para atender às exigências da Anvisa.
"Estamos informando e nunca paramostwitter zebetinformar. Nossa empresa está há 85 anos no mercado. Não estamos brincando, porra. Brincadeiratwitter zebetvacina? Isso não existe! Isso não é brincadeira, é coisa muito séria."
Ele afirma que a Sputnik ainda não foi aprovada porque a Anvisa se atém a pontos que ele considera menos importantes e dá um exemplo hipotético:
"São coisas absurdas. 'Segundo o FDA [Food and Drug Administration, agência equivalente à Anvisa nos Estados Unidos], na fase 2 (da pesquisa), tem que usar o ratinho branco e os russos só usam um outro tipotwitter zebetrato'. O que importa a cor do gato? O que importa é que gato mata o rato. É uma loucura isso…"
Não é o que alega a Anvisa.
Até a semana passada, a agência ainda cobrava da empresa informações como dadostwitter zebetsegurança e eficácia, relatóriostwitter zebetanálises, texto da bula da vacina, avaliações e planostwitter zebetgerenciamentotwitter zebetriscos, entre outros pontos.
A agência disse depois da última reunião que ainda faltam informações sobre a "caracterização, produção e controletwitter zebetqualidade da vacina" e que ainda não recebeu os dados brutos da pesquisa, "como é usual na avaliaçãotwitter zebetvacinas e medicamentos".
Marques acredita que a agência deveria ter outra postura frente à gravidade do surtotwitter zebetcovid-19, que já matou maistwitter zebet300 mil pessoas no Brasil e levou o país a seu "maior colapso sanitário e hospitalar da história".
"O que é mais importante? Combater a pandemia? Ou se prendertwitter zebetalgumas coisas burocráticas? Quando tiver coisas que podem ser mais importantes, deixa que passe. A Anvisa tem que ter rigor, mas desconhecer o que está acontecendo no mundo e onde está entrando a Sputnik?"
'Não acho que Bolsonaro negue a Ciência'
Fernando Marques,twitter zebet66 anos, assumiu o comando da União ainda muito novo,twitter zebet1979 — a empresa tinha sido comprada pelo seu pai uma década antes.
Ele tentou se lançar na política há três anos, quando se candidatou a senador no Distrito Federal pelo partido Solidariedade - cujo fundador e presidente é Paulinho da Força, denunciado por corrupção e lavagemtwitter zebetdinheirotwitter zebetcaso que corre no Supremo Tribunal Federal.
Marques foi o candidato mais rico das últimas eleições, com um patrimônio declaradotwitter zebetR$ 688 milhões. Passou longetwitter zebetse eleger.
Na época, ele apoiou o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o "melhor candidato para governar o país", como ele dissetwitter zebetentrevista.
Bolsonaro já era conhecido por se colocar contra fatos científicos comprovados — naquela época, ele questionava as evidências das mudanças climáticas.
Desde então, o presidente é criticado por negar a gravidade da pandemia, indicar o usotwitter zebetmedicamentos sem eficácia comprovada e questionar a segurança das vacinas.
A ciência é justamente a áreatwitter zebetque Marques trabalha, mas o empresário diz que a postura do presidente não o incomodou. "Não acho que ele negue a ciência", opina Marques.
"Se você pesquisar, na África, onde a população toma ivermectina, tem país que não tem casotwitter zebetcovid. Não foi feito (estudo clínico), mas o que é que tem. Resolve? Passa? Ninguém vai morrer porque tomou ivermectina."
De acordo com o Centrotwitter zebetControle e Prevençãotwitter zebetDoenças da África, todos os países da África já registraram casostwitter zebetcovid-19.
E, embora não haja estudos conclusivos sobre se a ivermectina deve ou não ser usada para covid-19, os médicos alertam que o uso indevidotwitter zebetmedicamentos causa problemas gravestwitter zebetsaúde e pode matar.
"A invermectina é uma droga que também penetra no cérebro quando ele está inflamado, e ela deprime mais ainda o cérebro e piora a qualidade do despertartwitter zebetum paciente intubado. Essa tem sido uma intercorrência frequente nos pacientes que usaram esse remédio antes chegar à UTI", afirmou recentemente à BBC News Brasil o médico intensivista Ederlon Rezende.
"Então, tem dessas coisas", continua Marques. "Eu não sei falar se isso é bom ou se isso é ruim, cada um age datwitter zebetforma. Eu não tenho nada a ver com o Bolsonaro."
O empresário conta que conheceu o presidentetwitter zebetum evento e que estevetwitter zebetcerimôniastwitter zebetposse no Palácio do Planalto porque foi convidado pelos ministros que estavam assumindo.
Marques também foi um dos empresários que fizeram parte da comitivatwitter zebetBolsonaro à China no ano passado. Ele explica que foi até lá para tentar abrir novos mercados para o mesmo produto que estimula a lactaçãotwitter zebetvacas que ele tentava vender para os russos.
"Não tenho relacionamento nenhum com o presidente da República", reforça.
"É engraçado que primeiro a imprensa disse que a Sputnik era a vacina do Bolsonaro. Aí agora com os governadores do Norte e do Nordeste correndo atrás da Sputnik virou a vacina do Lula. É vacina do povo, gente, pelo amortwitter zebetDeus. Não é vacinatwitter zebetum nemtwitter zebetoutro. Tem que acabar com esse negócio."
'Monopólio da Fiocruz e do Butantan'
A vacina russa foi a primeira a ser aprovada por uma agência reguladora, a da própria Rússia,twitter zebetagosto do ano passado, mesmo antes dos estudos sobretwitter zebeteficácia serem concluídos.
Isso, junto com a faltatwitter zebettransparência do governotwitter zebetVladimir Putin com os dados da pesquisa, fizeram muita gente desconfiar se a Sputnik V funcionava mesmo.
Mas testes publicadostwitter zebetuma das revistas científicas mais respeitadas mostraram que ela é segura e protege contra a covid-19.
No Brasil, a liberação está travada na Anvisa. A agência devolveu o pedidotwitter zebetuso emergencial da União Química logotwitter zebetcara, aindatwitter zebetjaneiro. A agência diz que existem pendências até hoje.
Fernando Marques afirma que interesses políticos e econômicos ligados às vacinas no Brasil têm dificultado a aprovação da Sputnik V.
"Lá na Argentina (a Sputnik) entrou. México, agora, entrou. A Angela Merkel pediu a transferênciatwitter zebettecnologia. A Itália também pediu. E aqui não deixam entrar."
O empresário questiona por que só existem duas fábricastwitter zebetvacinas para pessoastwitter zebetfuncionamento no Brasil, o Instituto Butantan e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Como mostrou uma reportagem da BBC News Brasil, o país tem 30 fábricastwitter zebetvacinas para gado e apenas duas para humanos.
"Isso é um monopólio que existe há 70 anos. E o que eu estou fazendo? Quebrando o monopólio. Mas existe uma defesatwitter zebetmercado. Está difícil entrar, estou tomando pancada."
A consequência desse monopólio, diz Marques, é a "faltatwitter zebetvacina… gente morrendo".
Um bom negócio
A União Química não estava envolvida quando se começou a falar da Sputnik V no Brasil. Foi o governo do Paraná que anunciou primeiro que estava negociando uma parceria com o Instituto Galameya e o Fundo Soberano Russo, responsáveis pela vacina.
Mas a farmacêutica paulista foi quem fechou um acordo para fabricar a vacina no Brasil e distribuí-la aqui e no resto da América Latina.
Marques diz que a oportunidade surgiu porque ele já negociava com o governo russo a vendatwitter zebetuma substância que estimula a produçãotwitter zebetleitetwitter zebetvacas quando a pandemia começou. "Foi uma coincidência."
O acordo prevê a transferência da tecnologia para a empresa brasileira, que ainda não tem experiência na áreatwitter zebetvacinas.
Não está previsto o pagamentotwitter zebetroyalties, explica Marques: "A Rússia não tem empresas farmacêuticas com filiais pelo mundo para ganhar dinheiro vendendo remédio. Ceder a tecnologia da Sputnik para o mundo é um ato humanitário".
Com a perspectivatwitter zebetfornecer milhõestwitter zebetdoses, é a Sputnik V é uma grande oportunidadetwitter zebetnegócio para a União Química, que faturou R$ 2,7 bilhões no ano passado — isso é cercatwitter zebetmetade da receita da maior empresa nacional do setor, a EMS.
"'Ah, você quer ganhar dinheiro'. 'Ah, você vai abrir capital', 'Ah, quanto vai valer atwitter zebetempresa?'. Isso não me interessa, não me falta nada, eu sou um cara bem sucedido", afirma Marques.
"Eu podia estar curtindotwitter zebetum iate, passeando, mas estou trabalhando. Eu estavatwitter zebetMoscou, 17 graus abaixotwitter zebetzero, tratandotwitter zebetbuscar tecnologia para produzir vacina e parece que estou fazendo um ato criminoso. Eu quero. Ajudar. A salvar. Vidas."
Áudio para o 'presidente'
Também não foi para Bolsonaro que ele mandou uma mensagemtwitter zebetáudio que circulou há alguns dias pelo WhastApp.
Marques começa a mensagem se apresentando para o "presidente" e depois denuncia quetwitter zebetempresa está sendo prejudicada porque "eles querem manter a coisa com a Fiocruz e com o Instituto Butantã".
"Butantã na mão do Doria e Fiocruz na mão do PT, PCdoB. E, porra, não tem vacina, o povo tá morrendo", disse ele na mensagem.
O empresário falou ainda que sentiu-se "humilhado" pela forma como o presidente da Anvisa, Antônio Barra, o tratou. Barra negou ter destratado o dono da União Química.
A farmacêutica depois divulgou uma nota para esclarecer que tudo não passoutwitter zebetum "desabafo emocionado" do seu dono, que fica desesperado por ver tantas mortes por covid-19 e ainda não poder ajudar com a imunização.
Também esclareceu que o "presidente" ao qual Marques se referia era Luciano Hang, presidente da redetwitter zebetvarejo Havan — aliadotwitter zebetprimeira hora do presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro disse recentemente a apoiadores que "outra empresa, grande, conhecida, tem 20 milhõestwitter zebetdoses para vender e não consegue. Daí um cara falou comigo. Falei: não posso interferir. Não posso, não. Não vou interferir na Anvisa".
O dono da União Química diz que o presidente estava falandotwitter zebetoutra empresa. "Estão misturando as bolas. Querem sujar a água para a Sputnik. Isso aí não tem nada a ver. Eu perdi 10 milhõestwitter zebetdoses no primeiro semestre, eu tenho que resolver isso, senão eu vou perder os 10 milhões do segundo semestre."
Um documento do Departamentotwitter zebetSaúde dos Estados Unidos revelou que o governo americano, sob a Presidênciatwitter zebetDonald Trump, pressionou o governo brasileiro para rejeitar a compra da Sputnik V. O governo federal anunciou a compra da Sputnik no finaltwitter zebetjaneiro, depois da possetwitter zebetJoe Biden. Estados e cidades fecharam seus próprios acordos desde então.
"Esta parte diplomática eu não consigo avaliar", diz Marques. "Mas por aí você qual é o nível dos interesses comerciais por trás disso."
Novo pedido emergencial
Marques também nega quetwitter zebetempresa faça lobby no Congresso para tentar influenciar o Congresso para facilitar a aprovação da Sputnik.
"Isso é mentira", diz o empresário. "O senhor Rogério Rosso (ex-deputado federal pelo PSD e atual diretortwitter zebetnegócios internacionais da União Química) é um puta executivo, um cara preparadíssimo. Eu não fui no Senado, não visitei deputado. Quem está fazendo lobby é que quer matar as pessoas, quem briga contra a vacinatwitter zebetcovid, são os genocidas."
Foi aprovada no iníciotwitter zebetmarço uma lei que facilitou a liberação da Sputnik no Brasil. "Sem um voto contra", ressalta o dono da União Química.
Até então, o pedidotwitter zebetuso emergencialtwitter zebetum imunizante só poderia ser feito se ele tivesse sido aprovado pelas agências dos Estados Unidos, Japão, União Europeia e China. A nova legislação incluiu a agência russa, além das agênciastwitter zebetvários outros países, como Coreia e Canadá, nessa lista.
A nova lei, que chegou na primeira semanatwitter zebetjaneiro ao Congresso como uma medida provisória elaborada pelo governo Bolsonaro, também estabelece que a Anvisa tem sete dias para analisar um pedidotwitter zebetuso emergencial.
Fernando Marques espera que, com o novo pedido emergencial, consiga ter um parecer da Anvisa sobre a Sputnik V.
"Agora eles têm sete dias para analisar. E recusar, porque eu só usei ratinho amarelo e não camundongo branco como determina o FDA. Devolve. Fala isso."
A Anvisa informou que está analisando os documentos entregues para confirmar que tudo que é necessário foi enviado pela empresa. Caso faltem dados, a agência disse que as solicitará ao laboratório, como ocorreu com o primeiro pedido.
twitter zebet Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube twitter zebet ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimostwitter zebetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticatwitter zebetusotwitter zebetcookies e os termostwitter zebetprivacidade do Google YouTube antestwitter zebetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquetwitter zebet"aceitar e continuar".
Finaltwitter zebetYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimostwitter zebetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticatwitter zebetusotwitter zebetcookies e os termostwitter zebetprivacidade do Google YouTube antestwitter zebetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquetwitter zebet"aceitar e continuar".
Finaltwitter zebetYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimostwitter zebetautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticatwitter zebetusotwitter zebetcookies e os termostwitter zebetprivacidade do Google YouTube antestwitter zebetconcordar. Para acessar o conteúdo cliquetwitter zebet"aceitar e continuar".
Finaltwitter zebetYouTube post, 3