Mortesroleta online escolhasfilas por UTI, faltaroleta online escolhasremédios e angústia: os relatos desesperadosroleta online escolhasmédicos no interior do Pará:roleta online escolhas

Atendimentoroleta online escolhaspacienteroleta online escolhasSantarém, Pará

Crédito, Marcelo Seabra/Ag Pará

Legenda da foto, Atendimentoroleta online escolhaspacienteroleta online escolhasSantarém, Pará; governo do Estado não detalha quantas pessoas estão morrendoroleta online escolhasfilas por UTI

Apesar do relato dos médicos e do desespero da prefeitura, a Secretaria Estadualroleta online escolhasSaúde do Pará diz que está tudo sob controle.

Um médico que trabalha no hospital disse à BBC News Brasil, sob a condiçãoroleta online escolhasanonimato, que, além da faltaroleta online escolhasvagas, os doentes apresentam quadros cada vez mais graves.

"Os casos aumentaram muito desde o início do ano. A doença está mais grave também. Antes, demorava uma semana para surgir um quadroroleta online escolhaspneumonia. Agora, o paciente dá entrada e isso acontece depoisroleta online escolhasquatro dias. Uma evolução rápida e mais grave, com maior temporoleta online escolhasinternação", explicou ele.

Ele contou que o hospital Santo Agostinho, tambémroleta online escolhasAltamira, está lotado. Os médicos ouvidos pela BBC News Brasil contam que diversas pessoas morreramroleta online escolhasAltamira sem ter a chanceroleta online escolhasreceber um tratamento intensivo ou serem intubadas numa UTI.

Procurada pela reportagem, a Secretariaroleta online escolhasEstadoroleta online escolhasSaúde do Pará confirmou que há uma fila por UTI, sem especificar números. Apenas se limitou a dizer que esses pacientes são transferidos para outras regiões, como "baixo Amazonas e Tapajós", a 555 km e 486 km, respectivamente.

Funcionários e suprimentos no Hospital Regionalroleta online escolhasAltamira

Crédito, Rogerio Uchoa/Ag Pará

Legenda da foto, Funcionários e suprimentos no Hospital Regionalroleta online escolhasAltamira; médicos dizem se deparar com quadros cada vez mais avançadosroleta online escolhascocid-19

Questionada sobre quantas pessoas morreram aguardando uma vaga na UTI nas últimas semanas, a pasta não respondeu e se resumiu a dizer que "tem conseguido garantir atendimento aos pacientes".

O hospital, por meioroleta online escolhassua assessoriaroleta online escolhasimprensa, disse ainda que não considera a atual situação como um colapso, relatando ter atendido 643 pessoas com suspeita ou casos confirmadosroleta online escolhascovid desde o início da pandemia. No período, a unidade disse ainda ter mantido "sua referência para 20 especialidades médicas".

Na quarta-feira, uma reunião do comitêroleta online escolhascrise criado pela prefeituraroleta online escolhasAltamira, com membros do Ministério Público, representantesroleta online escolhasbares e restaurantes, igrejas, médicos, sociedade civil e movimentos sociais, chegou a um acordo para decretar um lockdown na cidade. As restrições mais duras para evitar a proliferação do vírus ficarãoroleta online escolhasvigor do dia 27roleta online escolhasmarço até o dia 4roleta online escolhasabril.

"Nem o mínimo"

No dia 11 deste mês, o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), visitou o Hospital da Transamazônica. Na ocasião, lembram os médicos, ele inaugurou leitos para pacientes leves e moderadosroleta online escolhascovid. Além disso, prometeu a aberturaroleta online escolhasmais dez leitosroleta online escolhasUTI. A Secretaria da Saúde disse que essas unidades serão entregues até o fim desta semana.

Mas os médicos dizem que esses leitos nem sequer atenderão a demanda atualroleta online escolhaspessoas que estão na fila por uma unidaderoleta online escolhasterapia intensiva.

"Essas UTIs vão ser ocupadas imediatamente por essas pessoas que estão nessa filaroleta online escolhasespera. Não vai ser nem o mínimo necessário. Fora que o colapso já estava evidente e esses leitos vão chegar tarde para muita gente", disse um médico que pediu para não ser identificado.

Os profissionaisroleta online escolhassaúde que atuam na unidade ouvidos pela reportagem disseram que só há dois caminhos para aliviar o cenário caótico da saúde no Pará. Um deles é a criaçãoroleta online escolhasmais leitosroleta online escolhasUTI.

Eles dizem que uma sugestão seria acelerar o processo que o Hospital Geral está fazendoroleta online escolhastransformar leitos comunsroleta online escolhasleitos clínicos para pacientes com covid. Em última instância, esses leitos poderiam ser transformadosroleta online escolhasUTIs. Mas para isso também é necessária a compraroleta online escolhasequipamentos.

O segundo apelo dos médicos é para que o governo aumente as restrições para a circulaçãoroleta online escolhaspessoas ao menos até a chegadaroleta online escolhasnovos equipamentos para as UTIs que garantam que mais nenhum paciente fique na fila.

"Eu não acho que investirroleta online escolhashospitaisroleta online escolhascampanha seja uma boa saída. Já foi gasto muito dinheiro com essas estruturas temporárias que depois são desmontadas e não fica nada para a população. Se tiver que investir, que sejaroleta online escolhasmelhorias ou ampliação do que já tem porque depois isso fica para o povo", opinou um médico à BBC.

Profissionais que trabalham no hospital da Transamazônica também relataram ter esgotado os estoques nas últimas semanasroleta online escolhasao menos dois medicamentos usados no tratamentoroleta online escolhaspacientes com covid: a enoxaparina (anticoagulante) e a dexametasona (corticoide). Isso, segundo eles, prejudica o tratamento porque mudar os corticoides diminui o efeito da medicação.

"Quando ocorre essa faltaroleta online escolhasmedicamentos, a gente acaba mudando o tratamento e isso leva a um desfecho ruim para o paciente. É muito comum surgir uma pneumonia secundáriaroleta online escolhascasosroleta online escolhascovid e são necessários antibióticos para tratá-la. Quando você precisa mudá-lo, ele não faz o mesmo efeito", disse um dos médicos.

Questionado, o hospital disse que não há falta desses medicamentos, mas não respondeu se eles acabaram recentemente, como afirmam os médicos. A administração estadual disse que desde o início da pandemia, um "trabalhoroleta online escolhaslogística envolve a aquisição antecipadaroleta online escolhasquase dois meses para evitar o desabastecimento da unidade".

Do ladoroleta online escolhasfora do hospital, famílias dos pacientes ficam angustiadas à esperaroleta online escolhasnotícias e se dizem indignadas com o tratamento dado a seus parentes. Uma delas disse à BBC por telefone que o marido estava numa situação grave e mesmo assim não foi intubado. Essa é uma reclamaçãoroleta online escolhascomumroleta online escolhasquem passa parte do dia à esperaroleta online escolhasinformações sobre quem está no hospital.

A BBC News Brasil conversou com uma pessoa ligada à cúpula do hospital, mas que também pediu para não ser identificada. Ela disse que os médicos fazem todos os esforços possíveis para que o paciente não seja intubado, pois isso prejudica o organismoroleta online escolhasquem está internado.

"Temos uma máscara (de respiração mecânica) para evitar entubar o paciente porque a gente sabe que isso dificulta muito a vida dele. Às vezes, a família entende issoroleta online escolhasuma forma diferente, até porque a covid impede que eles vejam quem está internado e acompanhe o tratamento maisroleta online escolhasperto. Mesmo assim todos os dias ao menos um médico desce e conversa pessoalmente com cada familiar para explicar o casoroleta online escolhascada um", afirmou.

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