Daniel Silveira espalhou fake news sobre covid-19 e hostilizou policial que pediu máscara:
Em janeiro, Silveira recusou-se a usar máscaraum voo, alegando que tinha dispensa médica para não usá-la, e foi retirado do avião. Agora, um vídeo que circula nesta quarta (17/2) mostra como ele também se recusou a usar máscara no Instituto Médico Legal no Rio, hostilizando uma servidora que pediu que ele a vestisse. "Se a senhora falar mais uma vez, eu não boto. Me respeita que você não está falando com um vagabundo, não. A senhora é policial, e daí? Eu também sou polícia e deputado federal", disse, antesfinalmente colocar a máscara, uma das formasreduzir a transmissãocoronavírus.
Silveira tem 123, 9 mil seguidores no Twitter, 144 mil seguidores no Facebook e 138 mil no Instagram.
Há dois dias, o deputado publicou um vídeo no Instagram com o título "Covid-19: A Fraudemia", com um palestrante questionando a eficácia do confinamento, medida mais drásticadistanciamento físico adotada por países no mundo inteiro para diminuir casosinfecção por coronavírus. Dezenasestudos científicos apontam que, dependendo da adesão popularcada país, medidasdistanciamento são eficazes para reduzirforma emergencial o númeroinfectados, ao lado da testagemmassa ou rastreamentocontatos.
Nesta terça (15), Silveira publicou no Facebook um vídeo que mostra uma pacientecovid-19 recebendo alta e uma profissionalsaúde dizendo que a hidroxicloroquina é utilizada no hospital. A insinuação éque a paciente se curou por causa do medicamento, fazendo com que, nos comentários do vídeo, seus seguidores defendessem o "tratamento precoce" com esse medicamento. Estudos robustos já demonstraram que a hidroxicloroquina não tem efeito para a covid-19 e pode ter efeitos colaterais. O medicamento tampouco mostrou efeito na prevenção da covid-19, levando uma médica consultada pela BBC News Brasil a apontar que "ciência mostrou que ele não funciona".
Atribuir a sobrevivênciaum paciente ao uso desta medicação sem um estudo científico robusto se tratauma evidência anedótica, sem valor científico, apontam especialistas.
Essas publicaçõesDaniel Silveira são apenas exemplos desta semana.
"Alguém tossia, eu respirava"
Antes disso, no ano passado, o deputado afirmou que a covid-19 "idiotiza as pessoas". Quando ele mesmo contraiu o coronavírus, explicouum vídeo que se referia não aos pacientescovid-19, mas sim à pandemiageral: "Idiotizou as pessoasmassa".
Além disso, afirmou ter tentado contrair o vírus propositalmente. "Alguém tossia pertomim, eu respirava. Queria logo adquirir essa porcaria para demonstrar que era mais um vírus da família da gripe, uma gripe viral. Como diz o presidente Bolsonaro, é mais uma gripezinha aí", disseum vídeo publicado no dia 8junho2020.
A covid-19 tirou a vida240,9 mil brasileiros até a última terça-feira (16/2),acordo com as estatísticas oficiais.
Mas, segundo suas publicações, Silveira não acredita nisso. Para ele, "com o passar do tempo, a verdade a respeito desta pandemia surgirá". "Mortes que não foram por covid-19 aparecerão", afirmou ao jornal FolhaS.Paulo no ano passado.
Silveira é contrário à vacinação obrigatória, que chegou a ser defendida pelo governadorSão Paulo, João Doria. Mas também já demonstrou ser contrário à vacinasi.
Em 22dezembro2020, escreveu no Twitter que não tomaria "vacina alguma" e que "em nenhuma hipótese" suas filhas a tomariam.
Este item inclui conteúdo extraído do Twitter. Pedimosautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticausocookies e os termosprivacidade do Twitter antesconcordar. Para acessar o conteúdo clique"aceitar e continuar".
FinalTwitter post
Naquele mês, também escreveu que, caso a vacina contra a covid-19 tenha sido elaborada agora, "estão cometendo um crime por tentar impô-la sem devidos testessegurança necessários". Se não foi elaborada agora, "mas vem sendo testada há maiscinco anos, cometeram um crimeguerra biológicaescala mundial", escreveu, adotando um discurso considerado conspiratório e bastante usado por pessoas que tentam minar a credibilidade das vacinas.
No fimjaneiro, publicou um texto no Twitter destacando que 6,6% das pessoas que haviam tomado a vacina da Pfizer,Israel, tinham sido contaminadas com o coronavírus. O próprio texto publicado por ele diz que "a maioria dos infectados havia contraído o vírus logo após receber a primeira dose da vacina". "A explicação apresentada é que a inoculação ainda não havia surtido efeito."
Na época, o médico israelense Nachman Ash, responsável pela respostaIsrael ao coronavírus, afirmou que doses únicas da vacina da Pfizer não davam tanta proteção contra a doença como se imaginava. Mas o Ministério da SaúdeIsrael o corrigiu, dizendo que "o impactoproteção total" da vacina ainda seria observado, e que seus comentários tinham sido feitos foracontexto e que, portanto, eram errôneos. De acordo com a própria Pfizer, uma única dosesua vacina é cerca52% eficaz.
A explicação éque, depois da vacinação, o corpo precisatempo para reconhecer o material genético do vírus e criar uma resposta imune, produzindo anticorpos e células T contra o vírus. Cientistas dizem que esse processo leva no mínimo duas semanas, talvez mais. Ou seja, a resposta não é imediata. Portanto, ter recebido a primeira dose da vacina e ter se infectado com o vírus não significa que a vacina não seja eficaz.
O país, que aplicou o maior númerodoses per capita no mundo, é o principal exemplocomo a vacinaçãomassa reduz as infecções sintomáticascoronavírus, segundo dados divulgados no fimsemana pelo maior gruposaúdeIsrael, Clalit. A empresa analisou 600 mil pessoas vacinadas e 600 mil pessoas não vacinadas no país, coordenando idade e estadosaúdecada grupo. O estudo, cujos dados finais ainda não foram publicados, encontrou 94% menos infecções por coronavírus entre o grupo vacinado. Além disso, as duas doses da vacina preveniram quase todos os casosdoenças graves.
A assessoriaimprensaSilveira declarou que o deputado tem uma dispensa médica para não utilizar máscaras. Questionada, não informou qual é a justificativa médica. Afirmou que a declaraçãoSilveira sobre a covid-19 "idiotizar" pessoas "se refere ao bombardeioinformações midiáticas que utilizam o medo como ferramentacontrole social". Sobre o confinamento, afirmou: "Lockdown não funcionoulugar nenhum e não é ciência. É defendido apenas por uma partemédicos e cientistas que atendem o protocolo global, e o fatosomente essa corrente ter espaço midiático, vende-se a ideiaque eles são a maioria eque existe consenso. Uma mentira!"
A assessoria do deputado também disse que o questionamento à eficáciavacinas é baseadoopiniões médicas e científicas "que afirmam e provam que etapas nos testes foram comprimidas e até ignoradas". O chamado "tratamento precoce", disse a assessoria, "salva vidas" e "milhares"médicos no Brasil o defendem "pautadosestudos relevantes e significativos".
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube ? Inscreva-se no nosso canal!
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticausocookies e os termosprivacidade do Google YouTube antesconcordar. Para acessar o conteúdo clique"aceitar e continuar".
FinalYouTube post, 1
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticausocookies e os termosprivacidade do Google YouTube antesconcordar. Para acessar o conteúdo clique"aceitar e continuar".
FinalYouTube post, 2
Este item inclui conteúdo extraído do Google YouTube. Pedimosautorização antes que algo seja carregado, pois eles podem estar utilizando cookies e outras tecnologias. Você pode consultar a políticausocookies e os termosprivacidade do Google YouTube antesconcordar. Para acessar o conteúdo clique"aceitar e continuar".
FinalYouTube post, 3