Lockdown: Brasil repete ‘sequência trágica1xbetpromocodeerros’ da 1ª onda e precisa1xbetpromocodebloqueio total, diz Miguel Nicolelis:1xbetpromocode
Questionado sobre o impacto econômico dessa medida drástica, Nicolelis afirma que "se realizarmos um isolamento social rígido, um lockdown por duas ou três semanas, com só serviços essenciais funcionando, é possível minimizar os danos econômicos no futuro".
Nesta quinta-feira (7), Brasil atingiu a marca dos 200 mil óbitos pela doença.
1xbetpromocode BBC News Brasil - O sr 1xbetpromocode . 1xbetpromocode 1xbetpromocode fala1xbetpromocode 1xbetpromocode "intervenção nacional" 1xbetpromocode contra a pandemia 1xbetpromocode . O que seria isso?
1xbetpromocode Miguel 1xbetpromocode Nicolelis - O Brasil precisa fazer algo muito parecido ao que aconteceu na Grã-Bretanha nos últimos dias. Isso, aliás, veio a partir do comitê científico britânico, que pressionou o primeiro-ministro e o governo para fazer um lockdown mesmo com o início da campanha1xbetpromocodevacinação por lá. Era óbvio que não dava pra esperar pra vacina fazer seu efeito populacional. É preciso conter a escalada para o sistema1xbetpromocodesaúde não colapsar.
O que nós precisávamos por aqui era justamente isso. Ter um comando central. Uma mensagem única, disseminada para o país inteiro, com transparência, com bons dados, com boas práticas. E nós precisaríamos, na minha opinião,1xbetpromocodeum lockdown por duas ou três semanas para reduzir a pressão no sistema1xbetpromocodesaúde.
A pressão não é mais só dos casos agudos1xbetpromocodecoronavírus. Nós temos agora todos os casos acumulados do ano passado, que não puderam ter atendimento por causa dos hospitais lotados. E temos também um número enorme1xbetpromocodepacientes com sequelas da covid-19 que vão precisar1xbetpromocodeatendimento médico. Estamos falando1xbetpromocodeduas enormes demandas por serviços médicos, internações e unidades1xbetpromocodeterapia intensiva. E ainda há um terceiro grupo, que são1xbetpromocodetodas as doenças que estão represadas. Pacientes que estão sofrendo1xbetpromocodedoenças crônicas e agudas e precisam1xbetpromocodecuidados médicos.
Nós vemos algumas particularidades muito específicas dessa segunda onda. Nós temos uma cepa que é mais transmissível, o que significa que vamos ter mais pessoas infectadas. Além disso, há um número1xbetpromocodejovens e crianças afetados que está aumentando proporcionalmente. Até hospitais pediátricos1xbetpromocodeSão Paulo estão com problemas1xbetpromocodedemandas1xbetpromocodevagas para atender casos.
Um exemplo dramático disso é Manaus. A cidade colapsou muito mais rapidamente do que na primeira onda. E colapsou a um ponto que o prefeito veio dizer que o sistema1xbetpromocodesaúde não foi o único afetado. Ele teme um colapso do sistema funerário neste momento. Essa é uma preocupação que existe desde a primeira onda e ficou por debaixo do tapete, sem ninguém falar sobre isso. Mas foi algo que aconteceu1xbetpromocodeNova York, no Texas e está acontecendo na Califórnia neste momento. Essa é uma grande preocupação, porque se você começa a perder a mão do sistema1xbetpromocodemanejo das vítimas, dos corpos, você começa a gerar problemas1xbetpromocodesaúde pública secundários gravíssimos.
1xbetpromocode BBC News Brasil - Nas últimas semanas, acompanhamos dois fatores que podem agravar ainda mais a situação da pandemia: a questão das aglomerações1xbetpromocodefinal1xbetpromocodeano e as novas cepas do coronavírus detectadas no Reino Unido e na África do Sul. Como o senhor analisa esses novos ingredientes numa equação que já se mostra tão complicada?
1xbetpromocode Nicolelis - No começo1xbetpromocodenovembro, o Comitê1xbetpromocodede Combate ao Coronavírus do Consórcio Nordeste propôs que era preciso ver o que estava acontecendo no cenário internacional. Porque já existia uma segunda onda europeia gravíssima. A gente ainda não sabia1xbetpromocodenovas cepas, mas essa era uma previsão que estava1xbetpromocodenossas mentes. Porque é algo que ocorre, não é uma grande surpresa. Aconteceu na pandemia1xbetpromocode1918 e1xbetpromocodeoutras ocasiões.
A gente só não sabia1xbetpromocodeonde viria essa nova cepa e qual seria a gravidade da segunda onda. Em 1918, a segunda onda foi a mais letal1xbetpromocodetodas. Todos os modelos que nós apresentamos desde abril para os governadores do Nordeste levavam1xbetpromocodeconta e tinham a possibilidade dessa segunda onda e quando ela poderia surgir.
No Nordeste, tivemos lockdowns que foram feitos nas capitais e medidas1xbetpromocodeisolamento social que atrasaram a segunda onda. Mas as campanhas eleitorais e as aberturas econômicas feitas ao léu geraram aglomerações que sincronizam a segunda onda no país inteiro. Esse é o grande drama.
A gente ainda não tem os dados completos da letalidade das novas cepas. A cepa da África do Sul é muito preocupante. Há mortes acontecendo na Austrália por causa da cepa britânica. Ela também já foi detectada no Japão. Isso significa que ela correu o mundo, como era1xbetpromocodese esperar.
Com o espaço aéreo brasileiro aberto, nós estamos repetindo todos os erros da primeira onda. Com o agravante1xbetpromocodeque o país inteiro está tendo curvas1xbetpromocodecrescimento, algumas mais rápidas do que lá no início. Então essa é uma situação muito assustadora.
1xbetpromocode BBC News Brasil - Quando se fala1xbetpromocodelockdown,1xbetpromocodefechar novamente o comércio, algumas pessoas argumentam que a economia brasileira não vai aguentar e as consequências podem ser terríveis. Como o sr 1xbetpromocode . 1xbetpromocode analisa e responde a essas previsões?
1xbetpromocode Nicolelis - É evidente que sou sensível a todo o debate sobre a questão econômica. Mas essa dicotomia é falsa. Se o número1xbetpromocodemortes começar a disparar, o sistema1xbetpromocodesaúde colapsa e nós não temos condições1xbetpromocodemanejar a pandemia da maneira correta. O que vai então acontecer com a economia? Ela também vai colapsar. As pessoas vão começar a morrer1xbetpromocodenúmeros altíssimos por outras doenças e não vamos ter nem gente para fazer a economia girar. Não vamos ter pessoas para trabalhar, produzir e consumir bens.
Se nós tivéssemos feito um lockdown nacional1xbetpromocodemarço1xbetpromocode2020, como a Grécia fez... Aliás, a Grécia detectou dois casos e,1xbetpromocode48 horas, o país estava1xbetpromocodelockdown completo. A Grécia não tinha sistema hospitalar, estava falida do ponto1xbetpromocodevista da saúde pública, e conseguiu ser um dos melhores países europeus durante a pandemia. Quer outro exemplo? O Vietnã, com 100 milhões1xbetpromocodehabitantes, é um país pobre com muito menos recursos1xbetpromocodesaúde pública que o Brasil. E eles tiveram 35 mortes.
A gente sabe como a coisa funciona e essa não é a primeira pandemia da história da humanidade. Existe uma farta literatura sobre isso. E todas as pandemias onde você fez isolamento social conseguiram baixar os números1xbetpromocodecasos e1xbetpromocodemortes. Isso vale mesmo para aquelas doenças com uma taxa1xbetpromocodeinfecção e1xbetpromocodeletalidade muito maior a essa que enfrentamos atualmente.
Se realizarmos um isolamento social rígido, um lockdown por duas ou três semanas, com só serviços essenciais funcionando, é possível minimizar os danos econômicos no futuro.
Eu vou dar uma prova disso. Na pandemia1xbetpromocode1918, todas as cidades americanas que fizeram as medidas1xbetpromocodeisolamento, bloquearam o fluxo1xbetpromocodepessoas e paralisaram suas economias, se saíram melhor do que as cidades que não fizeram nada, deixaram a pandemia correr solta e censuraram a informação para1xbetpromocodepopulação. Locais como Nova York, Boston e Filadélfia, que não reagiram da maneira correta, tiveram grandes perdas humanas e terríveis problemas econômicos durante e após a pandemia. Outras cidades, como Pittsburgh, por exemplo, se saíram muito melhor.
1xbetpromocode BBC News Brasil - O s 1xbetpromocode r. 1xbetpromocode comentou que o Brasil está cometendo os mesmos erros da primeira onda. Mas quais foram as grandes oportunidades que nós perdemos no manejo da pandemia?
1xbetpromocode Nicolelis - Foi uma sequência trágica1xbetpromocodeerros. Primeiro, minimizar a gravidade da pandemia. Não se preparar antes1xbetpromocodeela chegar ao Brasil. Nós tivemos quase três meses para nos prepararmos1xbetpromocodetermos1xbetpromocodematerial1xbetpromocodeproteção, máscaras, enfim, organizar o país antes do tsunami. O segundo erro foi negar o tsunami. Terceiro, não criar um comando verdadeiramente nacional, centralizado, um estado maior1xbetpromocodecombate à pandemia que tivesse uma missão clara.
Esse comando poderia ajudar os Estados não só do ponto1xbetpromocodesanitário, mas financeiro. Além disso, decretar o fechamento do espaço aéreo internacional brasileiro no começo1xbetpromocodemarço e fazer bloqueios nas rodovias principais. Era absolutamente previsível que as estradas iriam espalhar os casos para o interior do Brasil. Nas primeiras três semanas1xbetpromocodemarço, São Paulo foi responsável por 85% dos casos do país. Se tivéssemos bloqueado só São Paulo... O aeroporto1xbetpromocodeGuarulhos recebeu o maior fluxo1xbetpromocodepessoas vindas do exterior e nós poderíamos ter barrado esse trânsito para o resto do Brasil aqui. Mas nós não fizemos nada.
Nós não tivemos uma voz nacional que, ao longo da pandemia, transmitisse as informações corretas e cientificamente validadas, que basicamente eliminasse as fake news e não promovesse o uso1xbetpromocoderemédios que não funcionam, por exemplo. Existem milhões1xbetpromocodebrasileiros que ainda acreditam na cloroquina. Ou que ainda creem que existe um tratamento profilático contra o coronavírus.
Olha São Luís hoje. A capital do Maranhão fez talvez o melhor lockdown do Brasil. É a única capital do Nordeste neste momento que está há meses com números1xbetpromocodeóbitos e casos estabilizados. Fortaleza fez o segundo melhor lockdown. Na sequência, aparecem Recife e João Pessoa. Esses lugares se beneficiaram tremendamente dessas políticas, que eram simples e que foram oferecidas efetivamente logo no início da pandemia. Compare os dados1xbetpromocodeSão Luís com a cidade1xbetpromocodeSão Paulo. Você vê na hora a distinção. Enquanto São Paulo se arrastou com milhares1xbetpromocodenovos casos e centenas1xbetpromocodemortes diárias, São Luís conseguiu levar esse número para o mínimo possível.
Outro exemplo interessante foi Belo Horizonte, que teve uma resposta impressionante. O prefeito entendeu que tinha que ouvir os técnicos, os cientistas e os sanitaristas da cidade. Ele não tinha experiência pessoal nenhuma, mas ouviu. Tanto é que foi reeleito logo no primeiro turno. A resposta foi correta e ele procurou quem sabe do assunto.
No Brasil, faltou comando, faltou mensagem, faltou definir prioridades, faltou preparo e faltou acreditar na ciência. O drama que eu sinto nesse momento, por isso que fiz esse tweet há alguns dias, é que nós estamos repetindo todos os erros. Acrescidos da total inépcia na definição1xbetpromocodeum programa nacional1xbetpromocodeimunização pelo Ministério da Saúde.
É uma incompetência total, uma falta1xbetpromocodequalquer tipo1xbetpromocodevisão estratégica, logística e sanitária1xbetpromocodequão vital é ter essa campanha1xbetpromocodevacinação nas ruas imediatamente. Acabei1xbetpromocodeler agora há pouco uma entrevista do fundador da Anvisa, que eu conheço muito bem, falando que é inacreditável como o Ministério da Saúde simplesmente não moveu um dedo para comprar seringas, agulhas e os insumos necessários para organizar o plano nacional1xbetpromocodeimunização.
Nós ainda não temos uma definição1xbetpromocodequais vacinas vão ser usadas no Brasil. Porque não temos a aprovação da autoridade sanitária competente federal, que é a Anvisa.
1xbetpromocode BBC News Brasil - A comunicação é um dos grandes desafios da pandemia. Como o sr 1xbetpromocode . 1xbetpromocode mesmo disse, há muitas pessoas que ainda acreditam1xbetpromocodetratamentos que já se mostraram inef 1xbetpromocode icazes 1xbetpromocode ou seguem notícias falsas sobre as máscaras ou a origem do vírus. Como tornar essa comunicação com a população mais proveitosa?
1xbetpromocode Nicolelis - Nós temos que utilizar as mesmas armas dos distribuidores1xbetpromocodefake news. Temos que usar as redes sociais para difundir verdades. O que as entidades preconizam? Quais são os resultados reais? Por que é importante usar máscara? Por que é necessário fazer realmente um lockdown? Nós temos que combater as notícias falsas onde os robôs e esses indivíduos atuam.
Pra você ter ideia, quando eu escrevi no Twitter essa proposta1xbetpromocodelockdown nacional, toda a comunidade científica começou a apoiar. Por outro lado, eu recebi centenas1xbetpromocodemensagens fakes,1xbetpromocoderobôs,1xbetpromocodeataques,1xbetpromocodetoda a sorte1xbetpromocodeloucura que nunca imaginei que um cientista profissional com 40 anos1xbetpromocodecarreira no Brasil estaria sujeito.
Eu tive uma experiência nas últimas 48 horas absolutamente dantesca. De ver que no Brasil você não pode nem tentar disseminar uma opinião científica balizada, baseada1xbetpromocodedados e estudos. Você,1xbetpromocodevida,1xbetpromocodefamília, seus parentes,1xbetpromocodecarreira, tudo o que você fez, passa a ser atacado1xbetpromocodeuma maneira atroz,1xbetpromocodeuma maneira absolutamente brutal.
Isso está matando gente no Brasil. Aliás, no mundo. Esse abismo que nós caímos na área da comunicação está matando tanta gente quanto a questão sanitária. Nos Estados Unidos, quando você estuda a história deles, os americanos dizem que nas guerras históricas as doenças infecciosas mataram tanta gente ou até mais que as batalhas propriamente ditas. Eu acho que nós vamos ter que mudar essa frase e acrescentar que, na pandemia do século 21, a desinformação matou tanta gente quanto o próprio vírus.
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1xbetpromocode BBC News Brasil - Como é lidar com esses ataques digitais do ponto1xbetpromocodevista pessoal?
1xbetpromocode Nicolelis - É uma coisa muito chocante. Eu paralisei minha vida para fazer um trabalho que eu acredito, pelo meu país. É terrível, impactante. Mas nada disso me intimida. Eu nasci no bairro do Bixiga aqui1xbetpromocodeSão Paulo. Não vou parar1xbetpromocodedar minha opinião ou1xbetpromocodefazer meu trabalho com meus colegas do comitê porque centenas de... Bom, a gente nem sabe se são humanos ou pessoas1xbetpromocodeverdade. A maioria nem é.
A maioria são clones1xbetpromocodeuma conta só que repetem a mesma mensagem, a mesma acusação. E você vê que são clones, que são robôs, pelo grau1xbetpromocodegrosseria, pelo grau1xbetpromocodeinsultos baixos e repetidos. Então você vê que é uma pessoa programando e disseminando essas mensagens por milhares1xbetpromocodecontas.
Mas isso1xbetpromocodeforma alguma vai impedir que nosso trabalho seja feito, nem no comitê nem como pessoa. Mas que é terrível e chocante, é. Guardadas as devidas proporções, sinto como se eu fosse um cientista na Idade Média, sendo perseguido pela Inquisição. Não tinha redes sociais naquele período, mas a sensação1xbetpromocodechoque deve ser a mesma.
1xbetpromocode BBC News Brasil - Como o sr 1xbetpromocode . 1xbetpromocode analisa a corrida pelas vacinas contra a covid-19 do ponto1xbetpromocodevista global?
1xbetpromocode Nicolelis - Eu falei sobre isso ontem numa videoconferência. Essa é a maior e a primeira batalha geopolítica biomédica da história. Nunca o mundo enfrentou, presenciou ou testemunhou uma batalha tão gigantesca na área1xbetpromocodeciências biomédicas. Isso mostra o quão relevante a ciência biomédica se transformou para o futuro social, político e econômico do mundo. Nós vemos as grandes potências1xbetpromocodeciência disputando quem tem a hegemonia da vacina que,1xbetpromocodeteoria, vai salvar o planeta dessa crise. Há interesses gigantescos e as maiores farmacêuticas do mundo envolvidos.
Eu nunca imaginei ler notícias1xbetpromocodeeficácia e segurança1xbetpromocodevacinas primeiro1xbetpromocodepress releases1xbetpromocodeempresas, e não1xbetpromocodetrabalhos científicos. Eu nunca vi isso na minha vida. Falamos1xbetpromocodeinteresses1xbetpromocodetrilhões1xbetpromocodedólares.
Se nós tivéssemos reagido rapidamente, o Brasil teria todas as condições1xbetpromocodeter1xbetpromocodeprópria vacina. Nós temos cientistas da área, a Fiocruz e o Butantan com toda a capacidade para isso. Se tivessem sido apoiados pelo governo com os recursos necessários, o Brasil poderia estar agora a caminho1xbetpromocodeter1xbetpromocodeprópria vacina. Não era um cenário fora da realidade1xbetpromocodemaneira alguma.
Mas o Brasil optou, na figura1xbetpromocodeseu governo federal,1xbetpromocodese remover da liderança dos países científicos do mundo. Nós já nos removemos da liderança econômica. Já fomos autoalijados, por decisões do nosso próprio governo,1xbetpromocodeser um player importante na geopolítica mundial. Agora nós estamos dizendo que não temos interesse1xbetpromocodeser um dos grandes países científicos do mundo. Nós tivemos a chance.
É só você comparar a posição científica do Brasil e da China1xbetpromocode1980 e olhar 40 anos depois o que aconteceu nas curvas1xbetpromocodeprodução científica e investimento. Se um marciano chegasse ao mundo agora e olhasse essas informações, não iria acreditar na inversão do padrão que se deu nos últimos quarenta anos.
Não é à toa que a China já se transformou no maior investidor público1xbetpromocodeciência do mundo, passando os EUA. Pensa nisso: antes da China ultrapassar os EUA como a maior economia do mundo, ela suplantou os americanos como o maior PIB científico do planeta.
1xbetpromocode BBC News Brasil - Podemos tirar algum aprendizado da atual pandemia para as futuras crises1xbetpromocodesaúde?
1xbetpromocode Nicolelis - Em primeiro lugar, é importante mencionar que o mundo tirou a ciência do puxadinho, que ficava no quintal, e trouxe para a sala1xbetpromocodeestar. Nós percebemos que os cientistas podem contribuir para o desenvolvimento1xbetpromocodeuma civilização mais justa, mais igual, que corra menos riscos1xbetpromocodeextinção e persiga um projeto onde o ser humano consegue se desenvolver economicamente e ter os meios1xbetpromocodesobrevivência sem agredir o meio ambiente a ponto1xbetpromocodecolocar a própria espécie1xbetpromocodeperigo.
A minha primeira dose1xbetpromocodeesperança é que o mundo está olhando para a ciência com outros olhos nos últimos meses. A segunda é que evidentemente a ciência tem seus limites. Como diz o historiador John Barry, responsável pelo maior estudo já feito sobre a pandemia1xbetpromocode1918, a ciência ajudou muito, mas1xbetpromocodemomento algum ela pode dar todas as respostas. A solução1xbetpromocodeuma pandemia é essencialmente política e dependente dos estadistas que têm coragem1xbetpromocodetomar as decisões impopulares e liderar a sociedade.
O mundo precisa1xbetpromocodeuma liderança sanitária muito mais eficiente e forte para poder guiar uma resposta global a uma pandemia como a que vivemos. Não é possível ter1xbetpromocodenovo a mesma resposta, onde cada país atira para um lado e tenta salvar1xbetpromocodesardinha sem ajudar o próximo. Num mundo extremamente globalizado, onde se transmite um vírus da China para Nova York1xbetpromocode12 ou 20 horas pela malha aeroviária, é preciso criar mecanismos1xbetpromocodecoordenação global.
A nossa sorte é que esse vírus tem uma letalidade que não é a mesma da peste bubônica, na casa dos 50%. Imagine que no mundo atual apareça um vírus, como o ebola, que se espalha com uma letalidade1xbetpromocode50%. Foi isso que aconteceu com a peste bubônica na Idade Média na Europa, que matou metade da população do continente.
A pandemia nos ensina que precisamos viver num outro modus operandi, numa outra relação com o planeta e com a ciência. Nós precisamos pensar que quando elegemos um líder, ele não está ali apenas para as coisas mundanas do nosso país. A gente elege um líder para esses momentos1xbetpromocodecrise, onde precisamos1xbetpromocodepessoas esclarecidas que saibam pensar fora da caixa, abandonar seus preconceitos e guiar uma nação do tamanho do Brasil para sair1xbetpromocodeuma crise que poderia ter sido ainda pior.
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