Eleições municipais 2020: sete desafios que os prefeitos eleitos vão terbetano tem aplicativoenfrentar:betano tem aplicativo
Entre esses pontos, estão a quedabetano tem aplicativoarrecadaçãobetano tem aplicativoimpostos depois da pandemiabetano tem aplicativocovid-19, a demanda reprimida no serviçobetano tem aplicativosaúde por causa da quarentena, a expansão da malhabetano tem aplicativotransporte público e o crescimento da populaçãobetano tem aplicativosituaçãobetano tem aplicativorua.
A reportagem consultou pesquisadores, urbanistas, professores e estudiosos para saber quais são os gargalos e as possíveis soluções para cada uma dessas áreas.
Veja abaixo.
1 - Quedabetano tem aplicativoarrecadação após a pandemia
Um dos grandes desafios para os próximos prefeitos será lidar com uma possível queda na arrecadaçãobetano tem aplicativoimpostos após a pandemiabetano tem aplicativocovid-19.
Com a diminuição da atividade econômica e o aumento do desemprego, a tendência é que os municípios arrecadem menos e, assim, tenham recursos escassos para investirbetano tem aplicativosetores importantes, como educação, saúde e mobilidade.
No geral, a arrecadação das cidades brasileiras se divide entre recursos próprios, como IPTU e ISS, repasses dos governos federal, com o Fundobetano tem aplicativoParticipação dos Municípios (FPM), e verbas oriundas dos governos estaduais, como uma participação no bolo do ICMS.
O pesobetano tem aplicativocada um deles dependebetano tem aplicativofatores como o tamanho do município e a maneira como o tributo é cobrado. Em São Paulo, por exemplo, o IPTU representa 17% da arrecadação, mas,betano tem aplicativocidades menores, o imposto chega a apenas 1% da fatia tributária. Por outro lado, um terço dos municípios não tem nenhuma arrecadação própria e depende exclusivamentebetano tem aplicativorepasses federais e estaduais.
"Tirando o IPTU, os outros impostos dependem da atividade econômica, pois incidem sobre o consumo. A maioria dos municípios tem certa dependência dos repasses do ICMS, que é fortemente impactado pela recessão", explica Ursula Dias Peres, professora da Escolabetano tem aplicativoArtes, Ciências e Humanidades da USP e pesquisadora do Centrobetano tem aplicativoEstudos da Metrópole (CEM).
"A arrecadação caiu 4%, menos do que os 20% que projetava durante a pandemia. Acreditamos que isso ocorreu por causa do auxílio emergencialbetano tem aplicativoR$ 600. Esse valor acabou mantendo um certo consumo das famílias", diz Peres.
Caso a economia não melhore depois do fim do auxílio, é possível que municípios tenham menos verbas para investirbetano tem aplicativopolíticas públicas. "Se não houver um impulso na arrecadação, as cidades só vão conseguir pagar custos fixos, como salários", afirma.
Para ela, uma das soluções seria uma reforma tributária que substitua o ICMS por alguma taxa mais simples e que incida sobre a renda — e não sobre o consumo. "Cada Estado cobra o ICMSbetano tem aplicativouma forma diferente. Isso acaba gerando uma guerra fiscal entre os Estados, que, para atrair mais empresas, dão benefícios. Mas, a longo prazo, esse imposto sobre o consumo onera os mais pobres e dificulta a produção", explica.
2 - Lidar com a demanda reprimida na saúde
Alémbetano tem aplicativolidar com os casosbetano tem aplicativocovid-19 — que sem uma vacina devem continuar aparecendo —, os municípios brasileiros também terão que dar contabetano tem aplicativotodas as outras questõesbetano tem aplicativosaúde que ficaram "na geladeira" durante a quarentena, explica a pesquisadora Gabriela Lotta, professorabetano tem aplicativoadministração pública da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
"Teremos um cenário muito mais difícil do que já era, com uma demanda reprimida que será gigantesca", afirma.
A pandemia gerou quatro principais consequências com as quais os prefeitos terão que lidar nos próximos anos, explica Lotta.
A primeira é o aumento na demanda por exames e consultas por pessoas que adiaram esses procedimentosbetano tem aplicativo2020 por causa da pandemia. A espera para esses procedimentos com especialistas já era longa antes da pandemia —betano tem aplicativoBelo Horizonte, por exemplo, as filas para marcar exames no Centrobetano tem aplicativoEspecialidades Médicas chegavam a dar a volta no quarteirão. Em Peruíbe, no litoralbetano tem aplicativoSão Paulo, o pedidobetano tem aplicativomamografia podia levar até dez meses para ser atendido.
A faltabetano tem aplicativoprevenção leva ao segundo problema causado pela demanda reprimida, explica Gabriela Lotta: o aumento das doenças e problemas crônicosbetano tem aplicativosaúde.
"Vai aparecer gente que estava com câncer e não sabia, porque não conseguiu fazer os exames, vão aparecer os hipertensos e diabéticos; e diversas pessoas cujas doenças se agravaram como consequência do não atendimento neste ano", diz Lotta.
A terceira consequência é que o empobrecimento gerado pela crise econômica aumenta a pressão sobre o SUS, já que um grande númerobetano tem aplicativopessoas que tinham planosbetano tem aplicativosaúde e eram atendidas na rede privada agora terãobetano tem aplicativobuscar o sistema público.
Cercabetano tem aplicativo364 mil pessoas perderam seus planosbetano tem aplicativosaúde entre março e junhobetano tem aplicativo2020, segundo o Institutobetano tem aplicativoEstudosbetano tem aplicativoSaúde Suplementar (IESS). Embora nos mesesbetano tem aplicativojulho e agosto tenha havido uma pequena alta no númerobetano tem aplicativobeneficiáriosbetano tem aplicativorelação aos meses anteriores, o setor não recuperou o número que tinha antes da pandemia.
O quarto grande problema gerado pela pandemia são as possíveis sequelas deixadas nos pacientes que sobreviveram ao coronavírus. "Ainda não se sabe a extensão disso, mas com certeza será um grande desafio", diz Lotta. A listabetano tem aplicativopossíveis sequelas da covid-19 inclui danos no coração, nos rins, no intestino, no sistema vascular e até no cérebro.
E todos esses problemas surgembetano tem aplicativoum cenário fiscal difícil, com cortebetano tem aplicativorepasses e quedabetano tem aplicativoarrecadação. Para Lotta, as possíveis soluções para os problemas são diferentes dependendo do porte do município.
"Temos realidades muito distintas no Brasil. Nos municípiosbetano tem aplicativopequeno porte há indisponibilidadebetano tem aplicativoequipamento e pessoal, mas não se resolve aumentando equipamento", afirma Lotta. "Não faz sentido uma cidadebetano tem aplicativo20 mil habitantes ter equipamentos super caros."
"A solução é a regionalização do serviçobetano tem aplicativoatenção especializada, com clínicas regionais e meios para que as pessoas cheguem a essas locais."
Segundo Lotta, esses centros podem ser feitos tanto a partirbetano tem aplicativoincentivo do governo do Estado quanto a partirbetano tem aplicativoconsórcio entre prefeituras.
"É uma atenção que precisa ser específica para a situação local. Em locaisbetano tem aplicativodifícil acesso, comobetano tem aplicativoalgumas regiões amazônicas, faz mais sentido uma clínica num barco itinerante, como inclusive já existe", afirma Lotta.
Jábetano tem aplicativograndes cidades e capitais, o problema não é necessariamente a indisponibilidade equipamentos, mas a gestão das filas e dos processos, explica Lotta.
"Em São Paulo por exemplo, você tinha um problemabetano tem aplicativoque o encaminhamento para exames era do outro lado da cidade, e a pessoas acabavam não indo. Com a implementaçãobetano tem aplicativoserviçobetano tem aplicativoconfirmaçãobetano tem aplicativoconsulta,betano tem aplicativoSMS, você diminui esse problema, até porque as pessoas que podiam ter ido vão entrarbetano tem aplicativonovo na fila", afirma. "Então a priori é mais uma questãobetano tem aplicativosistemasbetano tem aplicativogestão."
3 - Ampliar as vagasbetano tem aplicativocreches e retomar as aulas pós-pandemia
Na áreabetano tem aplicativoeducação, os municípios vão lidar com situações muito diversas entre si nos anos pós-pandemia, afirma a professora Anna Helena Altenfelder, diretora executiva do Centrobetano tem aplicativoEstudos e Pesquisasbetano tem aplicativoEducação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec).
"Municípios pequenos terão um impacto fiscal muito grande da perdabetano tem aplicativoreceitas e repasses, e menos condiçõesbetano tem aplicativofazer frente a seus desafios", afirma Altenfelder.
E um dos principais desafiosbetano tem aplicativotermosbetano tem aplicativoeducação, que ébetano tem aplicativoresponsabilidade dos municípios, é ampliar o númerobetano tem aplicativovagasbetano tem aplicativocreches — justamente algo que exige muitos recursos.
"É um dos problemas mais difíceisbetano tem aplicativoresolver porque creche custa mais caro", afirma a professora Reginabetano tem aplicativoAssis, especialistabetano tem aplicativoeducação e mídia, ex-membro do Conselho Nacionalbetano tem aplicativoEducação e ex-secretáriabetano tem aplicativoEducação do Riobetano tem aplicativoJaneiro. "São necessários espaço físico, equipamentos como berço e locais para trocabetano tem aplicativoroupas, alémbetano tem aplicativomais pessoal qualificado, porque são bebês, crianças muito pequenas, as turmas não podem ser numerosas."
Mas é um problema que está longebetano tem aplicativoser exclusivobetano tem aplicativocidades pequenas. Até dezembrobetano tem aplicativo2019,betano tem aplicativoSão Paulo, o déficit erabetano tem aplicativo75 mil vagasbetano tem aplicativocreches. No Riobetano tem aplicativoJaneiro, faltavam maisbetano tem aplicativo36 mil vagas.
"Políticasbetano tem aplicativoprimeira infância são fundamentais para o desenvolvimento do aprendizado ebetano tem aplicativohabilidades que serão necessárias no futuro. É bastante sério que esse direito não seja garantido", diz Altenfelder.
A faltabetano tem aplicativovagas leva a problemas como insegurança alimentar e riscos físicos para as crianças, diz a especialista, porque muitas das famílias são obrigadas a deixar os pequenosbetano tem aplicativosituações informais e precáriasbetano tem aplicativocuidado para poderem trabalhar.
Para Altenfelder, o primeiro caminho para os municípios é lidar com a questão como uma políticabetano tem aplicativoEstado, e nãobetano tem aplicativogoverno, diz Altenfelder, e tentarem seguir com seus planos municipaisbetano tem aplicativoeducação.
"Os prefeitos e secretários têm que olhar seus planos, entender que foram feitos com consenso com a sociedade, e vão ver que algumas soluções já estão apontadas ali", diz ela.
"Tem saídas intermediárias que não envolvem construçãobetano tem aplicativoestrutura, como o processobetano tem aplicativose ter creches conveniadas, onde se respeitem as diretrizes municipais", diz Altenfelder.
Os prefeitos também devem recorrer ao Fundo Nacionalbetano tem aplicativoDesenvolvimento da Educação (FNDE), afirma Reginabetano tem aplicativoAssis, pois têm direito a uma verba específica para creches. "O problema é que muitos secretáriosbetano tem aplicativocidades do interior nem sabem disso, não exigem as quantias adequadas, porque muitos não são nem especialistasbetano tem aplicativoeducação", diz ela.
"Neste momento, mais do que nunca, será necessário que os prefeitos escolham secretários da áreabetano tem aplicativoeducação, com experiênciabetano tem aplicativogestão e que entendam suas realidades locais."
O retorno das aulas pós-pandemia também será um dos principais desafios, dizem as especialistas, tantobetano tem aplicativotermos logísticos quanto pedagógicos.
"Alémbetano tem aplicativotodos os problemas como a questão da saúde dos alunos e dos professores, a necessidadebetano tem aplicativodistanciamento, as questãobetano tem aplicativocalendário, também teremos o desafiobetano tem aplicativocuidar da gestão pedagógica, já que se perdeu praticamente o ano letivo todo e é preciso fazer uma recuperação da aprendizagem e uma reorganização curricular", diz Altenfelder.
"A colaboração entre secretariasbetano tem aplicativoEducação, Saúde, Assistência Social, Cultura e Esporte vai ser essencial, tanto para maximizar recursos quanto para encontrar soluçõesbetano tem aplicativoconjunto", afirma a diretora do Cenpec.
E até que surja uma vacina contra a covid-19 e haja imunização ampla, dizem as especialistas, não será possível descartar as estratégiasbetano tem aplicativoestudo à distância. "É possível que a situação dure até 2022 e é preciso levar issobetano tem aplicativoconsideração", diz Reginabetano tem aplicativoAssis.
4 - Melhorar a mobilidade e financiar o transporte coletivo
Nos últimos 10 anos, o sistemabetano tem aplicativotransporte coletivobetano tem aplicativoPorto Alegre perdeu 31%betano tem aplicativoseus passageiros. Mas esse não é um fenômeno apenas da capital gaúcha. Grandes metrópoles do mundo, como Londres, Nova York e São Paulo, também têm visto o númerobetano tem aplicativopassageiros diminuir nos últimos anos — com a pandemia, esse cenário se agravou.
A explicação passa por uma maior ofertabetano tem aplicativoaplicativosbetano tem aplicativotransporte, como o Uber e 99, serviço quebetano tem aplicativomuitas cidades não é regulado. Mas, no caso brasileiro, também passa pela baixa qualidade do serviço do transporte coletivo: ônibus demorados, superlotados e que ficam horas presosbetano tem aplicativocongestionamentos.
"O transporte público vive uma crise há alguns anos e, depois da pandemia, ela tende a se agravar", explica Luis Antonio Lindau, diretorbetano tem aplicativoCidades do institutobetano tem aplicativopesquisas WRI Brasil. "Na grande maioria das cidades brasileiras, o transporte é financiado pela tarifa cobrada dos passageiros. Como o númerobetano tem aplicativopassageiros tem caído, os recursos vão ficar cada vez menores."
Então, como resolver esse dilema: melhorar o transporte público com menos dinheirobetano tem aplicativocaixa?
Uma saída seria tentar atrair mais passageiros tornando o serviço mais confortável e eficiente para moradoresbetano tem aplicativobairros distantes — com aumento do númerobetano tem aplicativocorredores exclusivos. Outra seria cobrarbetano tem aplicativoquem usa carro individual como uma forma de, segundo Lindau, compensar pelo alto custo econômico e ambiental desse veículo.
Um estudo publicadobetano tem aplicativo2018 na revista Ecological Economics calculou que cada quilômetro rodado com um carro gera, dentro dos países da União Europeia, um custo externo para a sociedadebetano tem aplicativo€ 0,11 (R$ 0,72). Já o uso da bicicleta e as caminhadas economizam € 0,18 e € 0,37 por quilômetro percorrido, respectivamente.
"O uso do carro gera uma sériebetano tem aplicativoexternalidades negativas, como poluição, acidentes e trânsito. É por isso que algumas cidades, como Londres, adotaram a taxabetano tem aplicativocongestionamento, que cobra pela circulação do carrobetano tem aplicativodeterminado perímetro. Já que não conseguimos devolver o ganho para as pessoas que caminham e pedalam, precisamos cobrar pelas externalidades do uso do transporte individual, e essa arrecadação poderia financiar o transporte coletivo", explica.
Já Dante Rosado, coordenador da Iniciativa Bloombergbetano tem aplicativoSegurança Viária, cita outro grande problema das ruas e estradas brasileira: as mortes causadas por acidentes. "No Brasil morrem 40 mil pessoas por anobetano tem aplicativoacidentesbetano tem aplicativotrânsito,betano tem aplicativomédia. É uma epidemia silenciosa que não tem sensibilizado a sociedade", diz.
Para ele, uma das soluções seria deixar as vias mais seguras, com fiscalização e redução das velocidades máximas permitidas, como recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas também investir maisbetano tem aplicativoalternativasbetano tem aplicativotransportebetano tem aplicativobaixo impacto, como transporte coletivo, ciclovias e caminhada. "Nas últimas sete décadas, nossas cidades foram construídas para privilegiar o transporte individual. E a indústria nos vende esse sonhobetano tem aplicativoque o carro é a solução para mobilidade das pessoas. E ele não é."
5 - Moradia e urbanizaçãobetano tem aplicativobairros populares
A política habitacional no Brasil historicamente fomenta a construçãobetano tem aplicativocasas, que depois serão financiadas à população por meiobetano tem aplicativosubsídios bancados pelo poder público.
Nas últimas décadas, essa estratégia, alémbetano tem aplicativonão resolver as necessidades habitacionais, criou uma sériebetano tem aplicativoproblemas: bairros dormitórios com milharesbetano tem aplicativocasas e prédios, longe dos centros das cidades e sem muita estrutura urbana, como comércio, escolas, hospitais e transporte públicobetano tem aplicativoqualidade.
Além disso, milhõesbetano tem aplicativopessoas ainda vivembetano tem aplicativoconstruções precárias, como áreasbetano tem aplicativorisco.
"O próprio conceitobetano tem aplicativodéficit habitacional é bastante ligado à indústria da construção civil e imobiliária. A construção é uma das soluções, mas não a única nem aquela que deve ser priorizada. Até porque, a população mais pobre, que normalmente é a mais carentebetano tem aplicativohabitação, não consegue alcançar as faixasbetano tem aplicativorenda desses financiamentos", explica Raquel Rolnik, professora da FAU-USP e coordenadora do LabCidade.
Para ela, os prefeitos deveriam também focarbetano tem aplicativopolíticasbetano tem aplicativolocação social para a população mais pobre, alémbetano tem aplicativourbanizar bairros populares que "carecembetano tem aplicativourbanidade e estrutura".
"Além disso, nesse momentobetano tem aplicativoemergência habitacional agravado pela pandemia, é muito importante que haja uma suspensão das remoçõesbetano tem aplicativomoradores. As pessoas não podem ser removidasbetano tem aplicativosuas casas para serem jogadas na rua, que é para onde elas têm ido. Para isso, é importante ter algumas intervenções emergenciaisbetano tem aplicativolocaisbetano tem aplicativomoradia, mesmo que elas não sejam 100% adequadas", diz Rolnik.
6 - Crescimento da populaçãobetano tem aplicativosituaçãobetano tem aplicativorua
Entre 2015 e o ano passado, a populaçãobetano tem aplicativosituaçãobetano tem aplicativorua cresceu 53%betano tem aplicativoSão Paulo, atingindo 24 mil pessoas, segundo um censo da prefeitura. Com a crise econômica gerada pela pandemiabetano tem aplicativocovid-19, é bem possível que essa população vulnerável tenha crescido não sóbetano tem aplicativoSão Paulo, mas tambémbetano tem aplicativooutras cidades grandes.
O levantamentobetano tem aplicativoSão Paulo mostrou que 32% das pessoas que vivem na rua têm entre 31 e 49 anos; 69% se declaram negros (preto + pardo) e maisbetano tem aplicativo60% viviam na região central da cidade.
"O desemprego crescente é um evento disparador que pode levar as pessoas às ruas, mas não é o único. O censo mostra como fatores principais a questão do uso abusivobetano tem aplicativoálcool e outras drogas, problemas psiquiátricos, conflito intrafamiliar e dinâmicasbetano tem aplicativoviolência doméstica", explica Renata Bichir, professora da USP e pesquisadora do Centrobetano tem aplicativoEstudos da Metrópole.
"A solução passa por várias políticas que devem ser integradas: assistência social, moradia, saúde, melhoriasbetano tem aplicativoabrigos, educação e combate à pobreza e à desigualdade. A gente ainda tem uma grande confusão sobre o assunto, pois falamos muitobetano tem aplicativoassistencialismo e filantropia. Óbvio que eles são importantes, mas a assistência social precisa ser encarada pelos prefeitos como uma política públicabetano tem aplicativofato", diz Bichir.
Segundo a pesquisadora, já é possível notarbetano tem aplicativoSão Paulo uma mudançabetano tem aplicativoperfil dessa população, que, antes da pandemia, era formada principalmente por homens. "Não temos só um aumentobetano tem aplicativocontingente, masbetano tem aplicativoperfil. Hoje já vemos famílias inteiras vivendo nas ruas, com crianças e mulheres. Quando isso acontece, precisamos pensar tambémbetano tem aplicativodinâmicasbetano tem aplicativoviolência sexual, abuso e trabalho infantil. Isso muda completamente o patamar da política pública nessa área", afirma Bichir.
7 - Controlar pragas urbanas e vetoresbetano tem aplicativodoenças
Um problema crônico que se torna cada dia mais urgente — ainda maisbetano tem aplicativoum cenário onde a saúde pública já está saturada — é a infestaçãobetano tem aplicativocidades por pragas urbanas que são vetoresbetano tem aplicativodoenças.
"É uma situação já está agravada há muito tempo, onde os ambientes urbanos estão muito propício para pragas. A gente tem uma visão sobre o Aedes aegypti, mas é uma questão muito ampla: temos roedores, ratazanas, moscas, baratas, outros mosquitos, escorpiões e até fungos. É um leque grande", afirma o pesquisador da Fiocruz Eduardo Wermelinger, entomologista especializadobetano tem aplicativovetores e pragas urbanas.
Muitas doenças espalhadas por pragas são conhecidas pela população, como a doençabetano tem aplicativochagas (transmitida pelo barbeiro), a leptospirose (transmitida por ratos), a dengue, a zika e a chikungunya (transmitidas pelo aedes). Mas há também outras menos conhecidas pela população e muitas vezes ignoradas até pelo poder público, como a oncocercose (cegueira dos rios) transmitida por moscas do gênero Similium (borrachudos), a leishmaniose transmitida por mosquitos flebotomíneos (mosquitos-palha) e diversas doenças transmitidas por pulgas e carrapatos.
Diversos fatores contribuem para que as cidades brasileiras sejam propícias a pragas. A maior parte delas estábetano tem aplicativoregião tropical, onde temperaturas mais elevadas e umidade favorecem a proliferaçãobetano tem aplicativopragas, explica o pesquisador.
"Além disso, um padrão comum nos municípios brasileiros é o crescimento desordenado, sem planejamento e com faltabetano tem aplicativosaneamento, o que também favorece a proliferação", diz Wermelinger.
Só 53% dos brasileiros têm acesso à coletabetano tem aplicativoesgoto — um problema que não se restringe aos locais mais pobres, segundo dados do Sistema Nacionalbetano tem aplicativoInformações Sobre Saneamento coletados pelo instituto Trata Brasil. Entre as 100 maiores cidades do país, 35 municípios têm menosbetano tem aplicativo60% da população com coletabetano tem aplicativoesgoto.
Outro fator pouco percebido são as galerias subterrâneas.
Galeriasbetano tem aplicativoesgoto, da água da chuva e até áreasbetano tem aplicativocabosbetano tem aplicativoserviço oferecem água, abrigo e alimento para as pragas e até mesmo rotasbetano tem aplicativomigração, diz o especialista. "Ratos, por exemplo, podem migrar para todos os pontos da cidade sem a que gente perceba", diz.
O entomologista diz que o controle das pragas com inseticidas é importante, mas não soluciona a questão. "É como estar com dorbetano tem aplicativocabeça e tomar uma aspirina: trata o sintoma e não a causa. É uma medida paliativa, um controle temporário."
A melhor estratégia para o controlebetano tem aplicativovetoresbetano tem aplicativodoenças, diz, é o chamado manejo ambiental. "É quando a gente transforma o ambiente para que ele se torne inapropriado para pragas", afirma.
Para isso, afirma, o desafio dos prefeitos na verdade é fazer o básico: "É preciso fazer o feijão com arroz, não tem segredo. Ter serviçosbetano tem aplicativocontrole com pessoal capacitado, bem treinado, manter profissionais experientes e que conheçam os detalhes e níveisbetano tem aplicativoinfestaçãobetano tem aplicativocada município."
"É preciso também ter equipes que trabalhembetano tem aplicativojaneiro a janeiro, não somentebetano tem aplicativoépocasbetano tem aplicativotransmissão da dengue, por exemplo", diz o pesquisador.
E a principal tarefa dessas equipes é justamente fazer o controle ambiental: vistoriar galerias e eventualmente fechá-las, inspecionar e cuidarbetano tem aplicativocalhas e se atentar para os outros diversos tiposbetano tem aplicativopragas possíveis.
Outra medida essencial é o controle do lixo, fator para a proliferaçãobetano tem aplicativomaisbetano tem aplicativouma praga — baratas, moscas, ratos e carrapatos.
"Cada praga tem medidas específicas que uma equipe especializada vai conhecer e poder lidar", afirma. "Para ratazanas, por exemplo, é essencial capinar terrenos baldios e negociar com a população para retirar entulhos dos quintais."
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